domingo, 11 de maio de 2025

.: Crítica: "Rita Lee: Uma Autobiografia Musical" é um acontecimento histórico


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. Foto: João Caldas F.º

Há espetáculos bons. Há espetáculos necessários. E há aqueles que, como um disco voador, tornam-se acontecimentos culturais inesquecíveis. "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical", em cartaz até 15 de junho no Teatro Porto, é tudo isso e mais um pouco: é o melhor musical brasileiro em cartaz atualmente. Com direção precisa de Marcio Macena e Débora Dubois, roteiro de Guilherme Samora e direção musical de Marco França e Marcio Guimarães, o espetáculo transcende a homenagem biográfica e se transforma em um verdadeiro ritual de celebração da liberdade, da arte e da resistência. A vida de Rita Lee, tão rica em camadas, escândalos, poemas e ousadias, é contada com a mesma honestidade escancarada que fez do livro autobiográfico da cantora um marco editorial.

No centro disso tudo está Mel Lisboa, em um desempenho arrebatador que já lhe valeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz - reconhecimento merecido e insuficiente diante da imensidão do que ela entrega no palco. Por vezes, o que se vê é tão potente que esquecemos que Mel Lisboa é Mel Lisboa. Ela se dilui completamente na persona de Rita Lee, tornando-se um big bang cênico: mística, explosiva, hecatômbica, avassaladora. A atriz, que já foi uma fã obsessiva em "Misery", esotérica em Helena Blavatsky e trágica em "Dogville", mais uma vez se reinventa - talvez como nunca - ao dar corpo, alma e voz a Rita Lee. Mais do que desfiar hits, ela encarna o espírito de uma época, passando o Brasil a limpo, especialmente em um momento em que o conservadorismo e os fantasmas da repressão parecem rondar novamente.

A montagem não poupa o espectador de emoção nem de crítica - Rita Lee não é retratada como santa, algo que nem ela gostaria. O texto resgata momentos cruciais da trajetória da artista que vão desde a infância ao Mutantes, do romance com Roberto de Carvalho à prisão durante a ditadura, do ativismo pelos animais à consagração como a maior vendedora de discos do país. Tudo é contado com irreverência e afeto, em um ritmo que costura música, memória e política com rara inteligência - e que não deixa o espectador perceber que o tempo está passando.

Outro destaque nesse mar de cultura é Fabiano Augusto, que surpreende o público ao se despir completamente da imagem de garoto-propaganda para entregar um Ney Matogrosso visceral, sensível e perfeitamente crível. É um momento de redenção artística que precisa ser aplaudido de pé - como tantas vezes acontece durante o espetáculo.

O elenco de apoio brilha em conjunto, trazendo à cena nomes marcantes da cultura nacional como Elis Regina, Gal Costa, Raul Seixas e Hebe Camargo com dignidade e presença cênica. Mas tudo orbita em torno da força gravitacional de Rita Lee - e de Mel Lisboa, que se consagra de vez como o nome artístico de sua geração. Como a própria Rita disse, e é repetido no espetáculo em alto e bom som, "seu maior feito foi fazer as pessoas felizes". E é isso que "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" faz: coloca o público para sorrir, cantar, chorar e dançar, como em um show de rock'n roll, mas também para pensar e se lembrar que liberdade, arte e coragem ainda são atos revolucionários.

"Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" não é apenas um espetáculo. É um espelho do Brasil que fomos, somos e ainda podemos ser. Vá enquanto há tempo - e leve sua "ovelha negra" interior com você para que ela, para não ficar por baixo, "coloque as asas para fora".

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.: Lista: as dez mães mais importantes da literatura brasileira no Brasil de hoje


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com.

Da mãe amorosa à ausente, da protetora à transgressora, da silenciosa à revoltada. A literatura brasileira, em suas várias fases e escolas, construiu imagens complexas e simbólicas da figura materna - da mãe abnegada  à mulher que rejeita ou abandona a maternidade. Nesse vasto acervo, algumas personagens se destacam pela intensidade emocional, pela centralidade na trama ou pela originalidade com que encarnam o papel de mãe em seus contextos sociais, históricos ou simbólicos.

Listamos as dez mães mais importantes da ficção brasileira, elencadas em três critérios principais: o primeiro deles é o impacto narrativo - o quanto essa mãe/personagem influencia diretamente os acontecimentos da obra ou a trajetória dos protagonistas. Também consideramos a intensidade emocional, o grau de comoção, dor ou conflito que essa mãe desperta, tanto nos personagens, quanto nos leitores. 

Há, também, a relevância simbólica: o peso que a personagem carrega enquanto representação de tipos sociais, dilemas morais ou rupturas culturais, influenciando o imaginário coletivo ou a crítica literária. A classificação a seguir não pretende ser definitiva, mas oferece um panorama sobre as diferentes formas de maternar na literatura brasileira e no século 21 - com mães silenciosas, feridas, revolucionárias ou até ausentes. Cada uma, à sua maneira, marca o leitor e deixa uma marca na história da ficção brasileira.

10.° A ausência da mãe de Macabéa - "A Hora da Estrela", de Clarice Lispector
Embora a mãe de Macabéa apareça apenas de forma indireta no romance "A Hora da Estrela", escrito por Clarice Lispector, a ausência dela é marcante. Macabéa é uma jovem órfã, criada por uma tia autoritária, e a personalidade apagada e submissa da personagem pode ser vista como resultado de carência de afeto materno. A autora inverte a lógica tradicional: ao invés de exaltar a presença da mãe, mostra como sua ausência molda uma existência vazia. A figura materna no romance é a ausência dolorosa do cuidado, da voz e da identidade. Na história, a mãe de Macabéa é uma jovem alagoana que escolheu o nome "Macabéa" por promessa à Nossa Senhora da Boa Morte. A mãe de Macabéa não criou a filha porque faleceu quando a protagonista do romance era muito pequena. O nome "Macabéa" tem origem judaica e remete à história do povo judeu e à resistência à ocupação grega de Jerusalém. A mãe de Macabéa é uma figura apenas sugerida e rapidamente descartada. Sua ausência é significativa, mas não atua diretamente na narrativa. Está mais como sombra do que como personagem. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link. 

9.° Vedina - "Véspera", de Carla Madeira
Vedina é uma mãe marcada pelo colapso emocional e pela culpa. Em um momento de desespero causado por um casamento violento e uma vida de traumas familiares, ela abandona o filho pequeno na rua. Ao voltar para buscá-lo, a criança já desapareceu. Esse ato dá início a uma narrativa profunda sobre dor, arrependimento e os efeitos da desestruturação familiar. Contada em dois tempos - o dia do abandono e os dias que o antecederam - a história revela como a violência doméstica, os traumas de infância e a solidão empurram Vedina para o limite no romance "Véspera", escrito por Carla Madeira. Ela não é uma vilã, mas o retrato de uma mulher vencida pelas circunstâncias. Vedina é uma mãe marcante porque rompe com o ideal da mãe abnegada e representa a maternidade atravessada pelo trauma e pela falência emocional. A história da personagem provoca desconforto e empatia, sendo uma das mães mais complexas da ficção recente.Revoluciona a representação da maternidade. O abandono do filho é uma das maiores quebras de tabu da literatura brasileira recente, com forte impacto emocional e ético. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.

8.° Dona Antônia - "Casa Velha" (Machado de Assis)
Por muito tempo, "Casa Velha", o livro quase perdido de Machado de Assis, foi considerada uma obra "menor", mas hoje tem sido revisitada por críticos interessados nas estruturas familiares e nas personagens femininas machadianas. Nela está o retrato de uma mãe aristocrática e controladora do século XIX, Dona Antônia, figura marcante pela autoridade moral e por exercer domínio psicológico sobre os membros da casa. Religiosa e tradicional, ela vive em função das convenções da época e tenta manipular o destino do filho, Félix, para que siga a carreira eclesiástica. A influência dela é forte, silenciosa e estratégica - e representa um modelo de maternidade ligado à manutenção da honra, da tradição familiar e do status social. É uma mãe de grande relevância dentro da obra por encarnar o poder matriarcal velado que rege as casas patriarcais. Ela é a guardiã do passado e da reputação - não por meio da violência, mas pelo medo da desaprovação. Representa a tensão entre o afeto materno e os interesses sociais. É um exemplo refinado da crítica machadiana à hipocrisia e à rigidez da moral burguesa. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.

7.° Sinhá Vitória - "Vidas Secas", de Graciliano Ramos
Um dos retratos mais comoventes da maternidade na literatura nacional, Sinhá Vitória é uma personagem marcante em "Vidas Secas", de Graciliano Ramos. Ela é a mãe que sonha, que resiste e que carrega a dignidade no meio da miséria. Enquanto o marido, Fabiano, é quase mudo e bruto, ela articula pensamentos, desejos e esperanças, principalmente em relação aos filhos, para quem deseja um futuro menos cruel. A figura dela é um elo entre a sobrevivência física e o desejo de ascensão simbólica. Sinhá Vitória representa a mulher sertaneja que, mesmo no silêncio da opressão, consegue manter aceso o desejo de mudança.Símbolo universal da resistência materna diante da miséria e do abandono social. A força silenciosa desta personagem moldou gerações de leitores e se tornou símbolo da mulher sertaneja. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.


6.° Engraçadinha - "Asfalto Selvagem - Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados", de Nelson Rodrigues
No romance-folhetim "Asfalto Selvagem - Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados", o polêmico escritor Nelson Rodrigues constrói uma das figuras maternas mais trágicas e ambíguas da literatura brasileira: Engraçadinha, que após uma juventude entregue aos prazeres do sexo torna-se uma fanática religiosa e se volta para a criação da filha, Cilene, como se tentasse expiar os pecados do passado. Atormentada pela história de incesto e desejo que marcou sua juventude, essa mãe tenta proteger Cilene de um destino que considera inevitável, investindo num cuidado rígido, repressivo e, por vezes, cruel. O amor dela é distorcido por valores morais e culpa, mas ainda assim reconhecível como uma tentativa desesperada de proteger a filha. A maternidade aqui se revela não como fonte de redenção, mas como campo de conflito entre o desejo de liberdade e o peso da tradição. É uma maternidade feita de silêncios, omissões e pânico moral - e, justamente por isso, profundamente humana. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.

5.° Dona Glória, mãe de Bentinho - "Dom Casmurro", de Machado de Assis
Em "Dom Casmurro", escrito por Machado de Assis, Dona Glória é a mãe que ama demais e que decide o futuro do filho por promessa religiosa. Ela força Bentinho ao seminário para cumprir uma promessa feita antes do nascimento dele, interferindo diretamente em sua formação emocional. A personagem representa a mãe religiosa, autoritária, mas amorosa - e também a mãe que, sem perceber, gera fraturas no desenvolvimento emocional do filho. A interferência dela é uma das causas do desequilíbrio psicológico do narrador, contribuindo para o tom trágico e ambíguo da obra.Ela influencia o destino psicológico e amoroso do narrador. Sem sua promessa e decisões, a história de Bentinho e Capitu seria outra. Uma mãe simbólica do controle afetivo. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.

4.° Cecília - "A Pediatra", de Andréa Del Fuego (Companhia das Letras)
No provocador romance "A Pediatra", e escritora Andréa Del Fuego apresenta Cecília, uma neonatologista que rompe com todas as expectativas sociais sobre a maternidade. Embora trabalhe diretamente com recém-nascidos, Cecília se mostra emocionalmente distante dos bebês e dos pais, desconfiando da idealização do instinto materno. Fria, solitária e crítica, ela é uma personagem que se recusa a performar a doçura que se espera de uma mulher ligada ao cuidado infantil. No entanto, ao se envolver afetivamente com uma criança, ela se vê confrontada com um mundo emocional que havia evitado. A narrativa, conduzida com humor ácido e aguda sensibilidade, mergulha nas ambiguidades da maternidade e mostra que nem toda mulher nasce para ser mãe - e que isso também precisa ser dito e respeitado. Cecília é uma personagem necessária porque escancara o peso das normas sociais e desafia os clichês da figura materna idealizada na literatura e na vida. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.

3.° Salustiana e Donana - "Torto Arado", de Itamar Vieira Junior (Editora Todavia)
No romance "Torto Arado", de Itamar Vieira Junior, as personagens Salustiana e Donana são figuras maternas que transcendem a família biológica e assumem papéis fundamentais na sustentação espiritual, emocional e social da comunidade rural de Água Negra. Salustiana, mãe de Bibiana e Belonísia, é parteira, curandeira e referência de força e dignidade. A maternidade dela é representada pela resistência às marcas da escravidão e pela transmissão de saberes tradicionais. Já Donana, avó das meninas, é uma figura ancestral, profundamente ligada à terra, aos ritos e à espiritualidade de matriz africana. Como mãe e avó, ela representa a continuidade do conhecimento, da fé e da luta por justiça. Ambas são mulheres que cuidam, acolhem e ensinam - não apenas suas filhas e netas, mas toda uma comunidade. Com elas, a maternidade se mostra como elo entre gerações e como prática coletiva de resistência, cura e memória. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.

2.° Dalva - "Tudo É Rio", de Carla Madeira (Editora Record)
A Dalva de "Tudo É Rio", escrito por Carla Madeira, está entre as mães mais impactantes da literatura brasileira contemporânea. O drama da personagem começa a partir de uma violência com ela e o filho recém-nascido, o que a lança em um luto permanente. Tomada por sentimentos contraditórios - dor, ódio, culpa, amor e desejo de vingança — ela representa a mãe que enlouquece em silêncio e faz do algoz uma vítima, em um jogo de gato e rato. A trajetória de Dalva mostra como o instinto materno pode ser ao mesmo tempo sagrado, violento e profano. Carla Madeira constrói uma personagem intensa, que carrega a maternidade como ferida aberta e, de quebra, mostra a maternidade como maneira de redenção a partir da prostituta Lucy. Figura visceral da dor materna contemporânea. Sua tragédia íntima impacta toda a narrativa. É uma das personagens mais discutidas da nova literatura brasileira. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.

1.° Ana e Madalena -"Não Fossem as Sílabas do Sábado", de Mariana Salomão Carrara (Editora Todavia)
Em "Não Fossem as Sílabas do Sábado", a escritora Mariana Salomão Carrara apresenta duas mulheres marcadas pela tragédia: Ana e Madalena, ambas viúvas após um acontecimento que matou seus respectivos maridos. A maternidade de Ana é atravessada pelo luto, pela solidão e pela necessidade de reconstruir a vida sem o pai da filha. Madalena, por sua vez, torna-se uma figura materna complementar, unindo-se a Ana em uma relação de amizade profunda e parceria. Juntas, elas formam uma nova configuração familiar, baseada no afeto, no cuidado mútuo e na ressignificação dos papéis femininos. A obra amplia a noção de maternidade ao mostrar que ela pode ser construída coletivamente, fora dos moldes tradicionais. Ana e Madalena são exemplos de como o amor e o apoio entre mulheres podem criar espaços seguros e afetivos para o crescimento de uma criança - e para a cura de quem cuida. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.

sábado, 10 de maio de 2025

.: Crítica: "Karatê Kid: Lendas" é puro entretenimento nostálgico

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em maio de 2025


É inegável que há tempos a saga "Karatê Kid" se tornou uma mescla de puro entretenimento e nostalgia. O seriado "Cobra Kai", um fenômeno que foi potencializado ao ir parar nas mãos da Netflix, está aí para provar e comprovar. Assim, resgatando a essência dos filmes de sucesso com o senhor Miyagi (Pat Morita, falecido em 2005), está em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos: "Karatê Kid: Lendas"

O longa começa na fonte da nostalgia com um encontro do senhor Miyagi e o eterno Daniel San, o ainda jovem LaRusso (Ralph Macchio). Numa conversa fica esclarecida a união do Karatê e do Kung Fu, "dois galhos, uma árvore". Tudo feito com uso de inteligência artificial e ainda consegue emocionar os fãs do mestre do Karatê cinematográfico.

Logo depois o representante do segundo "galho" entra em cena, o senhor Han (Jackie Chan), trazendo seu sobrinho o jovem Li (Ben Wang). E o garoto arrebenta nas sequências de lutas e entrega uma atuação cativante, revelando o merecimento do tão amado posto de mocinho da história repleta de confrontos e um romance conturbado -incluindo voz e violão de música dos Backstreet Boys.


E dá uma sensação de contentamento ver a história ganhar uma forma convincente com o anteriormente solto Kung Fu de "Karatê Kid" (2010), conhecido pelo ensinamento "tira casaco, põe casaco". Rever Jackie Chan atuando em um filme de ação é um afago na trama de 2025 que acontece em Nova York com uma espécie de Homem-Aranha asiático, afinal, o talentoso Ben é originário de Pequim.

O longa não chega a ser um filmaço, mas entrega o que promete, entretenimento e nostalgia com modernidade (as lutas ganham um toque de game e facilitam a compreensão dos pontos recebidos pelos oponentes), além de marcar a união do inesquecível Daniel San e Senhor Chan para criar uma nova lenda: Ben. 

Ainda que siga a estrutura dos filmes antigos da saga, há um respiro com novos rumos na trama da produção dirigida por Jonathan Entwistle (The End of the F***ing World). Há ainda uma outra surpresa numa cena extra, com uma aparição especial capaz de empolgar os fãs de Cobra Kai. Vale muito a pena conferir na telona do cinema! 



O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Karatê Kid: Lendas" (Karatê Kid: Legends*). Ingressos on-line neste linkGênero: ação, esporteClassificação: 12 anos. Duração: 1h58. Direção: Jonathan Entwistle. Roteiro: Rob Lieber, Anthony Tambakis. Elenco: Ben Wang, Jackie Chan, Ralph Macchio. Sinopse: Li Fong, um prodígio do kung fu, se muda para Nova York com a mãe. Ele tenta ficar longe de brigas enquanto se adapta ao novo país, mas sua paixão pelo combate o leva a se inscrever em um torneio de artes marciais. Para treinar para o desafio, ele conta com a ajuda dos mestres Han e Daniel LaRusso, unindo dois estilos em um para o confronto definitivo. Confira os horários: neste link

Trailer "Karatê Kid: Lendas"


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.: Teatro: "Trilogia Kafka" reflete sobre os sistemas de violência e desumanização


Montagem do Grupo Garagem 21 mistura referências do teatro de Tadeusz Kantor, das HQs e dos desenhos animados para contar a história dos textos "Um Artista da Fome", "Comunicado a uma Academia" e "Carta ao Pai" do autor tcheco. Foto: João Caldas

Buscando ampliar o debate sobre violência estrutural que leva à alienação, o diretor Cesar Ribeiro estreia seu novo trabalho, "Trilogia Kafka". O espetáculo faz sua temporada de estreia no Teatro do Núcleo Experimental entre os dias 23 de maio e 30 de junho, com sessões às sextas, aos sábados e às segundas, às 20h00; e, aos domingos, às 19h00, totalizando 24 sessões. No elenco estão Helio Cicero, André Capuano e Pedro Conrado.

A peça apresenta três textos curtos do escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924): "Um Artista da Fome", que conta a história de um artista cujo trabalho é passar fome publicamente e que se sente excluído da sociedade após uma mudança cultural que desvalorizou seu ofício; "Comunicado a uma Academia", sobre um macaco falante que relata a diversos intelectuais sua transição de animal para quase humano e como se tornou um artista de renome no teatro musical; e "Carta ao Pai", em que Kafka escreve ao pai para expor a mágoa diante de seu autoritarismo. A montagem ainda conta com outro escrito na abertura. "Diante da Lei" revela ao público um homem que vai até a porta da lei pedindo acesso à Justiça, sempre negado. 

Entre as referências teóricas do projeto estão obras da socióloga brasileira Maria Cecília de Souza Minayo, que define a violência estrutural como aquela "gerada por estruturas organizadas e institucionalizadas, naturalizada e oculta em estruturas sociais, que se expressa na injustiça e na exploração e que conduz à opressão dos indivíduos", e do jornalista e ativista indiano Pothik Gosh, que destaca o tema da justiça na obra kafkiana, entendida como uma esfera em que há completa ausência de sentido que não seja pelo fato de ser uma pura força de dominação, por meio de uma dialética em que a lei inclui ao excluir e exclui ao incluir, refletindo uma realidade em que as pessoas são excluídas hierarquicamente e incluídas produtivamente. 

Esse conceito remete à noção de corpos produtivos e corpos matáveis, abordando as políticas de morte e segregação presentes na sociedade contemporânea – assim como, na sociopolítica, abrange os movimentos de luta por soberania e direitos, em que os oprimidos podem escapar da opressão em certo momento temporal, mas os sistemas de opressão persistem.Apoie o Resenhando.com e compre os livros de Franz Kafka neste link.

Sobre a encenação
Dando sequência ao trabalho realizado pelo grupo Garagem 21 em Dias Felizes, O Arquiteto e o Imperador da Assíria e Esperando Godot, a montagem de Trilogia Kafka propõe uma visão das diversas faces dos sistemas de violência, observando, quase com uma lente de aumento, a relação entre opressores e oprimidos. Por meio dessas narrativas, a peça levanta questionamentos sobre temas como justiça, liberdade, censura, repressão, direito e democracia. 

"Debater esses conceitos é muito importante neste momento em que os fascistas propositadamente e estrategicamente buscam uma confusão desses termos, que abrangem até a tentativa de vitimização de bandidos que tentaram um golpe de estado", defende Cesar. Para dar conta da dualidade liberdade-dominação, tão presente na obra de Kafka, o cenógrafo J. C. Serroni propôs uma instalação que remete a um grande presídio. O chão preto está cheio de marcas de sangue, como se o local tivesse enfrentado uma chacina recente, simbolizando as vozes dos grupos silenciados ao longo das violências históricas. 

"Há uma grade cercando o fundo da plateia, uma grade dividindo público e plateia, que é removida depois da primeira cena, e diversas celas similares a jaulas em que ocorrem partes das narrativas. Os espaços se multiplicam conforme a narrativa por meio do desenho de luz e dessas variações cenográficas, colocando o público também dentro dessa dualidade perpetrador-vítima", detalha o diretor. 

Ao mesmo tempo, a composição das cenas foi inspirada na gestualidade do teatro de Tadeusz Kantor e na linguagem das HQs e dos desenhos animados. "Quisemos representar o humano e a humanidade sem dar a aparência de realidade. Por isso, partimos para referências que nos ajudassem a construir nosso próprio universo estético", comenta Cesar. Assim, a montagem foi tomando forma quadro a quadro, a partir de uma visão sobre direção de arte, formação da imagem e formação do olhar que incluem partituras gestuais, desenhos de luz, visagismo e figurinos. 

"Em 'Carta ao Pai', por exemplo, há um momento em que o escritor se lembra de sua infância e da vergonha ao ver seu corpo ainda pouco formado ao lado de seu pai forte quando vão nadar. Ele fala como se estivesse falando com o pai, mas na visão da criança o pai é um gigante, então ele olha muito para o alto, ficando nessa imagem durante esse tempo da narrativa. A montagem é decodificada sempre dentro desse campo simbólico, e não de tentativa de reprodução da aparência da realidade, o que não deixa de ser quase uma exigência quando você tem em uma narrativa um macaco falante", acrescenta.

Para o figurino, assinado por Telumi Hellen, existe a mistura de visual futurista com a moda elisabetana. Isso porque os artistas querem transmitir a noção de que, embora existam avanços em relação aos direitos humanos e progressos tecnológicos, a realidade apresenta um constante estado de guerra de grupos humanos privilegiados contra outros grupos humanos. "Em última instância, enquanto houver capitalismo haverá a construção de ossadas", pontua Cesar.

Em decorrência disso, as narrativas variam a voz central. "No primeiro texto há a voz de um antigo opressor que se tornou oprimido em um novo tempo histórico; no segundo, um ser aculturado pela violência torna-se um opressor e agente do sistema; no terceiro texto, o oprimido ganha voz e apresenta uma espécie de teologia da libertação", conclui o diretor. Apoie o Resenhando.com e compre os livros de Franz Kafka neste link.


Sinopse
A montagem reúne três textos curtos de Franz Kafka: em Um Artista da Fome é narrada a trajetória de um artista cujo trabalho é passar fome publicamente e que se sente excluído da sociedade após uma mudança cultural que desvalorizou seu ofício; Comunicado a uma Academia apresenta a história de um macaco falante que relata aos membros de uma academia sua transição de animal para quase humano; já em Carta ao Pai, Kafka escreve ao pai uma carta em que expõe a mágoa diante de seu autoritarismo. Abrindo a montagem ainda está o breve texto Diante da Lei, em que um homem vai até a porta da lei pedindo acesso, sempre negado. Com uma linguagem influenciada pelo teatro de Tadeusz Kantor e a linguagem de HQs e desenhos animados, o espetáculo aborda os modos com que os sistemas de violência conduzem à alienação.


Ficha técnica
Espetáculo "Trilogia Kafka"
Texto: Franz Kafka
Adaptação, direção e trilha sonora: Cesar Ribeiro
Atuação: Helio Cicero, André Capuano e Pedro Conrado
Cenografia: J. C. Serroni
Figurinos: Telumi Hellen
Iluminação: Rodrigo Palmieri
Produção: Marisa Medeiros
Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Coordenação de projeto: Edinho Rodrigues

Serviço
Espetáculo "Trilogia Kafka"
Temporada: 23 de maio a 30 de junho, às sextas, aos sábados e às segundas, às 20h; e, aos domingos, às 19h
Teatro do Núcleo Experimental – Rua Barra Funda, 637 – São Paulo
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
Venda online em https://www.sympla.com.br/
Bilheteria física (sem taxa de conveniência): Teatro do Núcleo Experimental
Horário de funcionamento: em dias de espetáculos, a bilheteria abre 1h antes do início da apresentação.
Duração: 100 minutos
Classificação: 12 anos
Capacidade: 65 pessoas

.: Exorcista da Igreja Católica revela bastidores de possessões demoníacas


Especialista em demonologia e reconhecido pelo Papa Francisco, Padre Carlos Martins mostra como a fragilidade emocional abre brechas para a manifestação do mal


Longe do sensacionalismo das produções cinematográficas sobre possessões, o livro "Exorcista - Os Arquivos Secretos" revela em detalhes como o mal assombra em silêncio. Considerado um dos maiores especialistas em demonologia e fenômenos sobrenaturais da atualidade, Padre Carlos Martins abre seu diário de exorcismos e compartilha os casos que presenciou de levitação, vozes sobre-humanas, ataques físicos invisíveis e manifestações espirituais que desafiam toda lógica.

Nesta obra, que chega ao Brasil pela Citadel Editora, o autor destaca a importância de diferenciar distúrbios psicológicos de manifestações malignas e explica que nenhuma sessão de esconjuro é iniciada sem avaliações criteriosas, conduzidas, inclusive, por equipes médicas. Ao mesmo tempo, Padre Martins revela como doenças físicas e mentais, traumas, ambientes familiares disfuncionais e práticas espirituais distorcidas atuam como porta de entrada para o mal.

Trecho do livro
"[...] demônios trabalham para se misturar às condições e circunstâncias de seu hospedeiro de forma discreta. A doença mental costuma ser o disfarce perfeito porque os membros da família e a equipe médica acreditam ser ela – e não o demônio – a razão do comportamento aberrante da vítima." ("Exorcista - Os Arquivos Secretos", p. 29)

Livro vem de um podcast de sucesso
Um dos episódios detalhados no livro é o de Cheryl, uma mulher atormentada pelo desejo de ser mãe. Frustrada por não conseguir engravidar e mergulhada em uma depressão profunda, ela procura respostas no ocultismo, sem imaginar que abriria uma perigosa brecha espiritual. O sofrimento emocional logo dá lugar a episódios de violência, vozes graves e uma presença que a dominava.

Assim como nesse ocorrido, o padre mostra que não se trata “apenas” de expulsar o demônio: é necessário fechar brechas, tratar as feridas da alma e restaurar a dignidade da vítima. Sem esse processo, o inimigo retorna para o corpo ainda mais forte e vingativo. O exorcismo, de acordo com o autor, é mais do que um ritual: é uma batalha travada entre dois reinos, em que o profissional atua como um soldado armado com fé, autoridade e discernimento.

Para além dos relatos, o sacerdote apresenta o entendimento da Igreja sobre a atividade demoníaca: o que caracteriza uma possessão, de que forma os espíritos malignos se infiltram na vida das pessoas, como ocorre uma sessão de exorcismo e por que os demônios recorrem à possessão como forma de alívio. “Sua experiência da realidade é ainda mais dolorosa e exaustiva quando ele não está possuindo, semelhante à dor que um deserto seco e sem conforto oferece a quem o suporta”, explica o escritor.

Antes ateu, Padre Carlos Martins se converteu na juventude, tornou-se sacerdote e atuou por anos como exorcista – profissão que afirma jamais ter escolhido por vontade própria. Hoje, percorre o mundo como evangelizador e missionário da misericórdia, nomeado pelo Papa Francisco, com o objetivo de despertar a fé na população. Desdobramento do podcast de sucesso "The Exorcist Files", o livro "Exorcista - Os Arquivos Secretos" apresenta relatos perturbadores de possessão, que há muito aguçam a curiosidade e o temor em torno da fúria do demônio sobre a miséria humana. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Exorcista - Os Arquivos Secretos" neste link.   

Sobre o autor
Nascido no Canadá, Padre Carlos Martins é um dos mais renomados especialistas em atividade demoníaca e sobrenatural do mundo. Seu podcast de sucesso, "The Exorcist Files", atraiu milhões de ouvintes para encenações cheias de suspense de casos de exorcismo e os ensinamentos que os acompanham. Antes ateu, o Padre Martins descobriu Jesus Cristo quando era estudante. Agora padre católico e evangelizador apaixonado, viaja internacionalmente como pregador itinerante e é um renomado especialista em santos católicos e suas relíquias, tendo recebido a designação eclesiástica de Custos Reliquiarum. Exerce a função de Diretor de Tesouros da Igreja, um ministério de evangelização patrocinado pelo Vaticano que usa relíquias dos santos para comunicar a presença do Deus vivo. Papa Francisco designou Padre Martins como um Missionário da Misericórdia, com faculdades especiais para servir como delegado papal em todo o mundo.Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Exorcista - Os Arquivos Secretos" neste link.

.: MASP apresenta exposição de Monet com obras inéditas no Hemisfério Sul


Mostra aborda a complexa relação do impressionista com as transformações da natureza no final do século XIX. Na imagem, Claude Monet, Ponte de Waterloo, 1903, McMaster University, McMaster Museum of Art, doação Herman H. Levy, 1984, Hamilton, Canadá. Foto: Robert McNair


O MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand anuncia a exposição "A Ecologia de Monet", apresentando uma leitura contemporânea sobre a relação de Claude Monet (1840–1926) com a natureza, as transformações ambientais, a modernização da paisagem e as tensões entre ser humano e natureza. A exposição apresenta obras que perpassam grande parte da carreira do artista - das décadas de 1870 até 1920 -, revelando diferentes momentos de sua relação com a paisagem e com o meio ambiente. Em cartaz de 16 de maio a 24 de agosto de 2025, a exposição reúne 32 pinturas do impressionista francês, sendo a maioria inédita no hemisfério sul.

Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Fernando Oliva, curador, MASP, e com assistência de Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP, a exposição aborda diferentes aspectos da relação de Monet com a ecologia em cinco núcleos: Os barcos de Monet; O Sena como Ecossistema; Neblina e Fumaça; O Pintor como Caçador; Giverny: Natureza Controlada.  

“É inegável que o artista teve um olhar atento para as transformações ambientais de seu tempo, documentando desde a industrialização crescente até fenômenos naturais, como enchentes e degelos. No entanto, a relação de Monet com a ecologia da época era outra, muito diferente das dimensões atuais do termo, tanto no campo das ciências do clima como no da história da arte. Ainda assim, é possível traçar leituras contemporâneas sobre o seu trabalho, especialmente se considerarmos a força e o impacto que sua obra segue exercendo na sociedade”, afirma Fernando Oliva.

O núcleo “O Sena como Ecossistema” aborda a água como um motivo constante na produção do artista, que cresceu na cidade do Havre, no norte da França, onde o rio Sena deságua no Oceano Atlântico. Ao longo da vida, Monet percorreu grande parte dos 776 km do rio e seus afluentes, desenvolvendo uma relação profunda com as paisagens fluviais, que também expressam os hábitos sociais e o processo de industrialização. Na mostra, a importância do Sena para a vida e a obra do artista também é representada em um painel expográfico curvo que simboliza o percurso do rio. 

O curso d’água também tem destaque no núcleo “Os Barcos de Monet”, no qual o impressionista apresenta o afluente do rio Sena em uma imersão. As barcas são mostradas de pontos de vista elevados, eliminando, assim, a noção de uma linha do horizonte. A correnteza do rio é destacada por pinceladas onduladas em tons de vermelho e amarelo que se somam ao verde intenso.

O núcleo “Neblina e Fumaça” discute como Monet representou as transformações urbanas e industriais de seu tempo. A energia a vapor, as fábricas em expansão, a produção de carvão e as rápidas mudanças nos meios de produção modificaram o horizonte das cidades do século XIX, fazendo com que as torres das igrejas passassem a competir com as chaminés na paisagem urbana. Os trabalhos em que o artista retrata as pontes de Waterloo e de Charing Cross, de Londres, são emblemáticos, pois dão a ver a forma como Monet explorou a perspectiva atmosférica com cores e pinceladas singulares, conferindo espessura à neblina e evidenciando o ar carregado pela fumaça liberada pelas indústrias instaladas às margens do rio Tâmisa.

“O Pintor como Caçador” parte das longas caminhadas de Monet à procura de boas vistas as quais pintar ou, como ele próprio dizia, boas “impressões”. Se no início de sua produção o artista se limitava a áreas de fácil acesso, especialmente após os anos 1880 passou a se aventurar por trilhas em busca de pontos de vista originais. Nesse núcleo também são apresentadas pinturas de Monet realizadas em suas viagens pela costa francesa —Normandia, Bretanha e Mediterrâneo —, além de passagens por outros países, como a Holanda. 

“Giverny: natureza Controlada” apresenta obras como "A Ponte Japonesa" (1918–1926) e "A Ponte Japonesa sobre a Lagoa das Ninfeias em Giverny" (1920–1924), concebidas pelo pintor no refúgio que criou nos jardins de sua propriedade na cidade de Giverny, onde viveu por mais de quatro décadas. Esse núcleo faz uma reflexão sobre a paixão de Monet por seus jardins, que também pode ser analisada como um desejo de controlar e moldar a natureza. 

“A exposição reflete uma relação complexa do pintor com a paisagem natural e o meio ambiente. Em suas pinturas coexiste um elogio ao meio ambiente e uma tentativa de organizá-lo, de contê-lo”, conclui Oliva. "A Ecologia de Monet" integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Hulda Guzmán, "Mulheres Atingidas por Barragens", Frans Krajcberg, Clarissa Tossin, Abel Rodríguez, Minerva Cuevas e a grande coletiva "Histórias da Ecologia".


Sobre o artista
Claude Monet (1840–1926) foi um dos fundadores e principais expoentes do movimento impressionista, revolucionando a história da arte com sua abordagem inovadora da luz e da cor. Nascido em Paris e criado na Normandia, Monet desenvolveu desde cedo uma sensibilidade única para a natureza e suas transformações. Seu quadro Impressão, "Nascer do Sol" (1872) deu nome ao movimento impressionista. Ao longo de sua carreira, dedicou-se a capturar os efeitos transitórios da luz sobre a paisagem, muitas vezes pintando o mesmo motivo em diferentes horários e condições atmosféricas. 


Acessibilidade
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil — com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos, disponíveis no site e no canal do YouTube do museu, podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados em geral.


Catálogo
Por ocasião da mostra, será publicado um catálogo bilíngue, em inglês e português, reunindo imagens e ensaios comissionados que debatem a relação de Monet com a ecologia. O livro tem organização editorial de Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, com assistência de Isabela Ferreira Loures. O catálogo tem texto curatorial de Oliva e artigos dos especialistas Ana Gonçalves Magalhães, Caroline Shields, Géraldine Lefebvre, Maria Grazia Messina, Marianne Mathieu, Michael J. Call, Nicholas Mirzoeff e Stephen F. Eisenman.


Loja MASP
Em diálogo com a exposição, a Loja MASP apresenta uma coleção exclusiva inspirada na obra de Claude Monet. A seleção de produtos inclui lenços de seda, vela aromática, aromatizador de ambiente, bolsas, ímãs, postais, marca-páginas, garrafa térmica, camisetas, cadernos de capa dura e bloco de anotação.


Realização
A Ecologia de Monet é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e tem patrocínio exclusivo de Nubank.


Serviço
"A Ecologia de Monet"
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Fernando Oliva, curador, MASP, com assistência de Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP
16.5 —24.8.25
1° andar, Edifício Lina Bo Bardi

MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista / São Paulo
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças grátis, das 10h00 às 20h00 (entrada até as 19h00); quarta e quinta das 10h00 às 18h00 (entrada até as 17h00); sexta das 10h00 às 21h00 (entrada gratuita das 18h00 às 20h30); sábado e domingo, das 10h00 às 18h00 (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 75,00 (entrada); R$ 37,00 (meia-entrada)

sexta-feira, 9 de maio de 2025

.: Evento de lançamento de "Cartografia para Caminhos Incertos" em Itaigara

Ian Fraser homenageia escola onde estudou e recebe fãs para sessão de autógrafos no evento de lançamento de Cartografia para caminhos incertos em Salvador na terça-feira, dia 13 de maio.



O autor Ian Fraser, finalista do Jabuti, receberá leitores e amigos em uma sessão de autógrafos no evento de lançamento de "Cartografia para Caminhos Incertos", seu segundo livro publicado pela Intrínseca, em Salvador. A cerimônia acontecerá a partir das 19h na terça-feira, 13 de maio, no Colégio Anglo-Brasileiro, em Itaigara, escola que fez parte da formação de Ian. A obra é uma história emocionante sobre um jovem poeta que, em busca do amor e de sua cidade itinerante no interior da Bahia, descobre que os caminhos por onde o coração nos leva nem sempre são os mais fáceis. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Cartografia para Caminhos Incertos" neste link.


Sobre o livro:
O quão longe precisamos ir para encontrar aquilo que sempre esteve conosco? Guiado por este questionamento, o autor baiano Ian Fraser escreveu "Cartografia para Caminhos Incertos", seu segundo romance pela Intrínseca, que chega às livrarias em maio. Finalista do Prêmio Jabuti em 2023 com a fabulosa ópera espacial nordestina A vida e as mortes de Severino Olho de Dendê, o autor foi destaque da Bienal do Livro da Bahia no ano passado. Em sua nova obra, ele apresenta uma narrativa fantástica sobre um rapaz que, na busca por sua cidade itinerante, acaba explorando o mais misterioso de todos os territórios: o próprio coração. 

Redenção é uma cidade na Bahia que vive em constante romaria, impossível de ser achada em mapas e alheia a qualquer tipo de geringonça tecnológica. Lá vive Mané, jovem inquieto e sonhador que “inventou de ser poeta”. Um dia, ele recebe um ultimato do namorado, Jeremias: se o próximo beijo do casal não provocar uma revoada de borboletas amarelas  tudo estará acabado entre eles. Em uma arriscada missão para cumprir o desejo do amado, Mané ultrapassa os limites da cidade e se perde de Redenção. Desesperado para retornar aos braços de seu amor e ao único lugar que conheceu como lar, ele inicia uma odisseia para regressar a casa.

Em suas andanças, Mané visita uma série de lugares insólitos: uma torre construída de cima para baixo e cujos andares atravessam diferentes épocas com seus respectivos costumes; dois territórios vizinhos que travam uma guerra inexplicável; uma cidade onde todos vivem num eterno espetáculo teatral. Por onde passa, o poeta conhece pessoas e aprende coisas que ampliam seu horizonte. Ao encontrar o palhaço Severino, Mané entende que o coração nem sempre nos guia por caminhos familiares. Dividido entre as memórias do que deixou para trás e a vastidão do mundo à sua frente, ele irá descobrir o valor de uma vida em movimento. Afinal, como afirma a Bruxa que criou Redenção, “certeza é coisa miúda, cabe no bolso. Grande mesmo é a dúvida”.

Encantador, emocionante e divertido, "Cartografia para Caminhos Incertos" é um relato singular sobre as descobertas que nos acompanham durante toda a vida. Ian Fraser mescla prosa e poesia, subverte forma e conteúdo e mergulha fundo na alma brasileira para apresentar uma narrativa poderosa que demonstra a importância de se perder para finalmente se encontrar. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Cartografia para Caminhos Incertos" neste link.


Serviço:
Lançamento de "Cartografia para Caminhos Incertos", de Ian Fraser
Terça-feira, 13 de maio, a partir das 19h00
Local: Colégio Anglo-Brasileiro - Rua Edith Mendes da Gama e Abreu - Itaigara / Salvador - BA
Entrada franca

.: 3° livro da série best-seller de "Os Dois Morrem no Final" debate saúde mental


Com mais de 250 mil exemplares vendidos no Brasil, Adam Silvera lança o terceiro volume da série Central da Morte, que começou com o best-seller internacional "Os Dois Morrem no Final". A obra, que chega ao Brasil em lançamento simultâneo mundial em maio pela Intrínseca, conta com tradução de Carlos César da Silva e Vitor Martins, e aborda temas importantíssimos como saúde mental e extremismo nas redes sociais. Em "O Sobrevivente Quer Morrer no Final", o autor explora dois personagens já conhecidos: Paz, que aparece em um momento crucial de O primeiro a morrer no final, e Alano, herdeiro da Central da Morte - empresa que consegue prever mortes e avisa às pessoas para que possam viver seus últimos dias ao máximo. 

Paz, um jovem que assassinou o pai para salvar a mãe e a si mesmo, cresceu sendo alvo constante de comentários negativos e ofensivos nas redes sociais. O menino foi inocentado pela justiça por agir em legítima defesa, mas grande parte da sociedade ainda o considera um assassino de sangue-frio. Há poucos meses, um documentário pró-naturalista - grupo de pessoas que são contra os serviços da Central da Morte - o colocou em evidência, e mais uma vez os olhares do público se voltaram para o incidente que mudou a vida de Paz.

Decidido a ser um grande ator, ele é rejeitado no teste para encarnar o personagem dos seus sonhos, de seu livro favorito, por conta da má fama que cerca seu nome. Viver nestas condições acarreta sérios problemas. Paz tentou tirar a própria vida duas vezes e anseia pela oportunidade de tentar a terceira, mesmo que não tenha recebido a ligação que antecipa o seu Dia Final. Pouco tempo antes, o jovem foi diagnosticado com transtorno de personalidade Borderline, laudo que o assusta, ao mesmo tempo que traz respostas importantes sobre como seu cérebro funciona. Tudo o conduz para um fim trágico.

Já Alano é o herdeiro da Central da Morte. O privilégio, porém, não lhe rendeu uma vida tão fácil: ele é constantemente monitorado e só anda com guarda-costas, principalmente após o cenário político se dividir e movimentos extremistas, como a Guarda da Morte, surgirem. O grupo é um braço do movimento pró-naturalista que tenta acabar com a Central de uma vez por todas, mesmo que isso signifique praticar violência contra aqueles que recebem a notícia de que vão morrer. Constantemente, Terminantes - como são chamadas as pessoas que recebem as ligações - são assassinados por eles, a partir de aproximações facilitadas por uma rede social.

Com sua liberdade restrita, Alano decide tomar as rédeas da própria vida. Por coincidência, acaba encontrando Paz em uma situação adversa e, com muito carinho, empatia e amizade, consegue convencê-lo a dar mais uma chance à vida. Juntos, eles fazem um pacto: Alano poderá mostrar que vale a pena viver e Paz se esforçará para acreditar nisso. "O Sobrevivente Quer Morrer no Final" é uma história emocionante e sensível, escrita com maestria, que exalta a importância da empatia ao mostrar que todos podem enxergar a luz no fim do túnel com a ajuda de alguém especial. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "O Sobrevivente Quer Morrer no Final" neste link.


Sobre o autor
Adam Silvera é escritor e trabalhou por anos no mercado editorial. Best-seller do New York Times com os fenômenos Os dois morrem no final e O primeiro a morrer no final, também é autor de E se fosse a gente? e E se a gente tentasse?, escritos em parceria com Becky Albertalli, além de Infinity Son e Infinity Reaper, todos sucesso de público e crítica. Adam nasceu e foi criado no Bronx, em Nova York, e atualmente mora em Los Angeles, onde escreve em tempo integral. Foto: Elliot Knight. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "O Sobrevivente Quer Morrer no Final" neste link.

.: Igor Miguel Pereira desconstrói o “eu te amo” em romance ambientado no Rio


Publicada pela editora Patuá, “Uma Breve História do Eu Te Amo”, romance do autor, roteirista e documentarista fluminense Igor Miguel Pereira, explora as múltiplas camadas de sentido, sensação e silêncio contidas na frase "eu te amo" em uma história ficcional que mistura relato de paixão, crônicas, entrevistas e teoria amorosa.

A narrativa começa com um encontro durante o carnaval no Rio de Janeiro, onde Pedro conhece Iara. Após uma noite juntos, Iara diz "eu te amo" e desaparece, deixando para trás uma tese de doutorado com o mesmo título do livro. Pedro mergulha na leitura do trabalho, composto por entrevistas, relatos e reflexões sobre diferentes contextos em que a frase foi dita ou ouvida. Ao longo da narrativa, ele começa a ouvir a voz de Iara narrando os trechos da tese, como se ela ainda estivesse presente. O texto se torna corpo, e a leitura, uma presença física.

Ambientado nos bairros do Catete, Glória e Lapa, o livro transforma o Rio de Janeiro em personagem, navegando pelas zonas ambíguas do amor contemporâneo: o desejo e o afastamento, o corpo e o texto, o afeto e a performance. “Falar de amor é também falar de ruído, expectativa, desencontro. “Um 'eu te amo' pode ser um pedido de desculpas, ser cotidiano como um bom dia ou dito para preencher um silêncio insuportável", comenta Igor. Apoie o Reesenhando.com e compre o livro “Uma Breve História do Eu Te Amo” neste link.


Sobre o autor
Igor Miguel Pereira é autor, roteirista e documentarista. Nasceu em Angra dos Reis (RJ), cresceu no interior fluminense e vive no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, desde 2011. É formado em Comunicação Social – Jornalismo pela UnB, com especializações em Cinema Documentário (FGV) e Artes da Escrita (Universidade Nova de Lisboa). Publicou seu primeiro livro aos 18 anos e, desde então, alterna entre contos, crônicas e roteiros. “Uma Breve História do Eu Te Amo” é o quinto livro dele. Apoie o Resenhando.com e compre o livro “Uma Breve História do Eu Te Amo” neste link.

.: Entrevista: Sonya Ferreira canta a saudade da boa música


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico.

Uma das vozes do mítico grupo vocal Quarteto em Cy por mais de 50 anos, Sonya Ferreira sempre se destacou pela sua voz afinada e suave. E agora ela se mostra por inteiro como solista em um álbum intitulado Da Saudade Boa, que já foi disponibilizado nas plataformas de streaming. Um repertório que mescla canções inéditas com releituras de canções que fizeram parte de sua formação musical em várias épocas. Em entrevista para o portal Resenhando.com, ela conta como se deu o processo de produção, que contou com arranjos do experiente Luiz Claudio Ramos e sua relação com a obra de George Gershwin, um dos maiores nomes da música internacional. “Passei um ano estudando a vida de Gershwin nos Estados Unidos”.


Resenhando.com - "Da Saudade Boa" é um álbum que passeia pelas suas memórias afetivas. Como foi o processo de escolher quais músicas fariam parte desse retrato tão pessoal da sua história?
Sonya Ferreira - Dá Saudade Boa é um álbum que fala da minha memória afetiva com relação a todos os amigos, a todas as pessoas, sendo músicos, cantores que participaram desde o meu começo como cantora profissional. A ideia surgiu quando começou a pandemia. O maestro Luiz Cláudio Ramos, que foi sempre nosso arranjador no Quarteto em Cy, falou assim, “Soninha, você não pode parar não, você topa fazer um disco?”. Na hora topei, porque eu tinha um tempo, eu aceitei na hora, fiquei muito feliz com o convite dele. Então fui pedindo músicas a vários compositores, amigos e parceiros, uma das primeiras canções que chegou em minha mão, foi uma composição inédita do Miltinho, do MPB4, com o Magro. Aí eu pedi ao Sá, o “Samba da Aurora”, e foram surgindo as músicas.


Resenhando.com - João Donato deixou sua marca em “Gaiolas Abertas”, pouco antes de partir. Como foi trabalhar com ele e o que essa gravação representa na sua trajetória?
Sonya Ferreira -
João Donato eu já apreciava demais. Desde 1965, quando convivíamos em Los Angeles. Ele estava sempre com a gente e com todos os músicos. Foi maravilhoso gravar com o Donato, “Gaiolas Abertas”, porque os arranjos desse meu álbum, quem fez foi o Luiz Cláudio.  Mas aconteceu algo mágico nessa faixa. O João Donato chegou no estúdio, se sentou no teclado e já começou a tocar.  Então, dentro do estúdio, eu já comecei a cantar com ele, acompanhados pelos músicos. Mas, Donato, na hora, criou um arranjo com a marca dele e gostamos do arranjo feito por João Donato para “Gaiolas Abertas”, parceria dele com o Martinho da Vila.


Resenhando.com - Entre tantas regravações e homenagens, há também músicas inéditas. Como você equilibrou o novo com o nostálgico para manter a alma do disco?
Sonya Ferreira - 
Foi uma coincidência. Por exemplo, “Ao Amigo Tom”, que é uma música dos irmãos Vale (Marcos e Paulo Sérgio), eu sempre amei desde a minha adolescência, quando eu a ouvia com a Claudette Soares, que é uma cantora que eu amo e sempre fui fã. Eu amava o arranjo da gravação da Claudete. Quando fui gravar, optei por um arranjo baseado no da Claudette, que é do Osmar Milito. Então, ficou bem assim, no estilo daquele arranjo que a Claudete gravou nos anos 60.´ É todo baseado no arranjo mais antigo, com o toque moderno do vocal. E tem o contraste com as músicas inéditas, como a do Ivan Lins com o Gilson Peranzzetta e Nelson Wellington na faixa  “Doce Rotina”, que é muito bonita.


Resenhando.com - O título do álbum vem de uma canção de Miltinho e Magro Waghabi. Como essa amizade com eles influenciou não só esse disco, mas a sua carreira como um todo?
Sonya Ferreira - 
Quando eu pedi a música ao Miltinho, eu vi essa música com o título “Dá Saudade Boa”, que completou tudo, fechou toda a ideia. Foi o que influenciou a minha escolha, nos compositores, nas pessoas, nos cantores que iam cantar comigo e das participações nas composições de cada um deles.


Resenhando.com - Você homenageia ídolos internacionais como Michel Legrand e Gershwin. Como essas influências estrangeiras dialogam com a sua formação musical?
Sonya Ferreira - 
Esses dois compositores sempre me influenciaram. Michel Legrand, eu estive com ele na primeira vez quando ele veio ao Brasil. Eu já era fã, tinha discos, tinha vários álbuns. E era muito amiga do Pedro Paulo Castro Neves, o Pepe, irmão do Oscar Castro Neves, que foi nosso arranjador durante anos. Fomos assistir ao show do Legrand no Canecão. Era a primeira vez, e aí o convidamos. Pepe já conhecia Michel Legrand e aí eu os convidei para um almoço em casa na época em que morava no Leblon. Eles foram na minha casa almoçar. Eu tinha meus álbuns com as partituras de Michel Legrand. Ele assinou todos com dedicatória. E George Gershwin, sempre foi a minha paixão como pianista e compositor. Eu estive, inclusive, no centenário de George Gershwin, em 98, quando fui aos Estados Unidos. Passei um ano estudando sobre George Gershwin, sobre a vida dele. Estive em Nova York e fui à biblioteca do Congresso, em Washington, onde eu estive com o diretor do setor de música. Fiz uma grande pesquisa, trouxe vários álbuns de partituras, CDs, livros...  Gershwin está aqui na minha casa, nas paredes, nos quadros, no piano. Tenho uma grande paixão, por esses dois, Michel Legrand e George Gershwin. Gravei a valsa de Michel Legrand com a versão do Ronaldo Bastos. E gravei do George Gershwin com Ira Gershwin, a faixa  “Someone To Watch Over Me”.


Resenhando.com - Estar cercada por nomes como Luiz Claudio Ramos, Cristóvão Bastos, Jorge Helder... Como foi reunir esse time de músicos no estúdio e como isso contribuiu para a sonoridade do álbum?
Sonya Ferreira - 
Graças à Deus sempre estou cercada por esses músicos fantásticos, sendo violonista, pianista, baixista... músicos de uma categoria fantástica que sempre fizeram parte das nossas apresentações, seja tocando ao vivo ou gravando com o Quarteto em Cy. Cristóvão Bastos, um pianista, que já tinha tocado várias vezes com o Quarteto em Cy, Jorge Helder, um baixista de uma categoria fantástica, Luiz Cláudio um grande produtor. Fiquei muito feliz em tê-los nesse meu álbum.

"Você Vai Ver"

"Da Saudade Boa"

"Someone To Watch Over Me"

.: Warner Music Brasil investe em IA para reviver voz de Cleber Augusto


Projeto inédito no país revoluciona o mercado da música trazendo de volta uma lenda do samba, num álbum repleto de colaborações especiais

Em um projeto inovador que redefine os limites da tecnologia e da arte, a Warner Music Brasil faz uso do potencial da inteligência artificial (IA) para escrever um novo capítulo na história da música brasileira. A gravadora embarcou em uma jornada fascinante para dar vida à voz de uma ilustre lenda do samba, num case que experimenta como o uso adequado da IA pode ser relevante para a cultura. A tecnologia, muitas vezes vista com desconfiança, revela seu lado humano ao permitir a recriação da voz de um artista, possibilitando que ele celebre seu legado e compartilhe sua arte com as novas gerações.

 E assim surge o projeto “Minhas Andanças”, de Cleber Augusto, um dos nomes mais respeitados do samba, conhecido por sua composição, habilidades no violão e por ser ex-integrante do grupo Fundo de Quintal. Com 74 anos, e vivendo há 21 com afonia total após sofrer com um câncer na garganta que levou embora seu instrumento de trabalho, ele se prepara agora para lançar um novo álbum com a ajuda da tecnologia.

"A tecnologia, quando usada com respeito e propósito, pode ser uma grande aliada da arte. Esse projeto não substitui a genialidade de Cleber, mas permite que sua voz e sua história continuem vivas. É uma forma de celebrar seu legado e mostrar ao mundo a importância de sua obra”, afirma Tony Vieira, A&R Manager da Warner Music Brasil.

O processo de recriação dos vocais de Cleber contou com o trabalho de muitos artistas, com destaque especial para o Alexandre Marmita, cantor, compositor e cavaquinista, integrante do famoso Samba do Trabalhador, roda de samba que acontece toda segunda-feira no clube Renascença, no Rio de Janeiro. Por ter o mesmo timbre que Cleber Augusto, e ser grande fã de seu trabalho, o artista foi selecionado para interpretar as canções que alimentaram o software de IA, servindo como ferramenta essencial para guiar a tecnologia no processo de criação das canções.

 "Foi uma honra imensa participar desse projeto e dar minha voz para ajudar a tecnologia a trazer de volta o canto de um mestre como o Cleber. Ele é uma referência para mim e para muitos sambistas. Saber que meu timbre serviu como base para essa recriação é algo que me emociona profundamente”, conta Marmita.

A produção do projeto ficou a cargo de Alessandro Cardozo e Tony Vieira, que, sem se limitar apenas aos hits, selecionaram um repertório que atravessa a carreira de Cleber, reunindo artistas de várias gerações para imprimir frescor e autenticidade às composições. O resultado deste lindo trabalho poderá ser comprovado no álbum “Minhas Andanças”, previsto para ser lançado no dia 30 de abril deste ano, repleto de feats de peso com grandes nomes do mundo do samba, como Zeca Pagodinho, Péricles, Seu Jorge, Ferrugem, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Mumuzinho, Tiê, Roberta Sá, Pretinho da Serrinha, Sorriso Maroto, Marvvila, Menos é Mais, e Yan. Além disso, uma edição deluxe do álbum chega às plataformas digitais no dia 21 de maio, com mais quatro faixas inéditas.

Todos os artistas convidados não só se emocionaram com o projeto, como fizeram questão de declarar a admiração que nutrem por Cleber Augusto, que acompanhou de perto todas as fases do trabalho desenvolvido pela Warner. O projeto conta com 14 faixas, sendo 13 regravações de clássicos do sambista, e uma canção inédita - “Imã” - , que vem a ser a grande surpresa do álbum. Composta há mais de 20 anos, a canção foi resgatada de um tape antigo do artista e será lançada com a participação de Péricles.

 “A voz é a alma da música, e a IA me permitiu manter a essência da minha interpretação, mesmo com a tecnologia. O resultado final é surpreendente. A emoção e a mensagem das músicas continuam intactas, e isso é o que realmente importa. Agradeço a Warner e a todos os envolvidos que tornaram este projeto possível”, declara Cleber Augusto.


Tracklist completa - Projeto “Minhas Andanças”:

"Ímã" - Feat. com Péricles

"Falso Herói" - Feat. com Ferrugem

"Deixa Estar" - Feat. com Mumuzinho

"Fera no Cio" - Feat. com Sorriso Maroto

"Timidez" - Feat. com Diogo Nogueira

"Minhas Andanças" - Feat. com Seu Jorge

"Romance dos Astros" - Feat. com Roberta Sá

"Quantas Canções" - Feat. com Pretinho da Serrinha

"Livre pra Sonhar" - Feat. com Marvvila

"Lucidez" - Feat.com Menos é Mais

"A Amizade" - Feat. com Yan

"Nem Lá Nem Cá" - Feat. com Zeca Pagodinho

"Amor Não É por Aí" - Xande Pilares

"Antigas Paixões que Pena" - Feat. com Tiee

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