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quarta-feira, 9 de maio de 2018

.: “As Aventuras de Poliana” estreia no SBT com mensagem positiva

João (Igor Jansen). Autora Iris Abravanel, Poliana (Sophia Valverde) e diretor-geral Reynaldo Boury

Na noite de terça-feira, na sede do SBT ocorreu uma coletiva de imprensa para o lançamento da trama “As Aventuras de Poliana”, reunindo 160 profissionais da imprensa de todo o Brasil para conversar com a autora Iris Abravanel e o diretor-geral Reynaldo Boury, além de conhecer o elenco completo do folhetim. A equipe de colaboradores da autora, a diretoria do canal, a equipe da novela, empresários parceiros e mães do elenco também marcaram presença no evento que apresentou ainda a cidade cenográfica para os jornalistas. Apresentado pelo diretor artístico do SBT, Fernando Pelegio, o evento ainda surpreendeu aos presentes com um pocket show das músicas “Bate Coração” e “Jogo do Contente”, interpretados pelas personagens Poliana (Sophia Valverde), Alice (Kiara Sasso) e Lorenzo (Lázaro Menezes).

Renovar a esperança com pensamento positivo e boas notícias para ver o lado bom da vida é a aposta do SBT em “As Aventuras de Poliana”, novela originalmente adaptada para a teledramaturgia pela autora Iris Abravanel, baseado em “Pollyanna”, obra literária de Eleanor H. Porter. A trama também marca os 10 anos da carreira como autora de telenovelas de Iris Abravanel, mesmo período da reativação do núcleo de teledramaturgia do canal, além da volta do trabalho da dupla de sucesso que a autora formou desde “Carrossel” (2012) com o diretor-geral Reynaldo Boury. “As Aventuras de Poliana”, que segue o pilar do SBT de unir a família brasileira, estreia na noite de quarta-feira, dia 16 de maio. Durante os primeiros capítulos, como já é tradição na emissora, o folhetim será exibido às 21h, em forma de dobradinha com as emoções finais de “Carinha de Anjo”, que vai ao ar às 20h30. 

A autora Iris Abravanel resume o impacto que deseja alcançar com a essência de seu mais novo desafio na teledramaturgia brasileira: “É muito gratificante escrever e acompanhar a história de Poliana nos dias de hoje, onde todos precisam de boas notícias. Essa novela nos ensina que é nas pequenas coisas que encontramos os momentos de felicidade. O exercício do “Jogo do Contente” é para todos. Renovar a nossa mente a cada dia, e viver contente independente das circunstâncias. Sempre há um motivo para sentirmos gratidão. Pode ter certeza que em um coração cheio de gratidão não existe espaço para amargura. Essa é a verdadeira essência de As Aventuras de Poliana”, conta. O diretor-geral Reynaldo Boury também comenta a expectativa para o novo trabalho com a autora: “As Aventuras de Poliana é a quarta novela que fazemos juntos. Uma parceria que vem dando certo. Foram três sucessos e dessa vez não será diferente”, garante. 

Gravada na cidade cenográfica e nos estúdios 7 e 8 do SBT, além de locações externas, como nos municípios de Quixadá, Trairi, Praia da Taíba no Ceará, a trama conta a história de Poliana (Sophia Valverde), uma garota com personalidade livre e espontânea que cresceu em meio à magia do teatro mambembe. Ela é filha do casal de artistas multitalentosos formado pelo divertido diretor e ator Lorenzo (Lázaro Menezes) e pela espirituosa atriz Alice (Kiara Sasso), que integram o grupo teatral itinerante Vagalume com sua casa/palco sobre rodas. Apesar da família ser unida e feliz, passa por constantes dificuldades financeiras ao longo das turnês. Para não desanimar e encarar os problemas de forma mais leve, Lorenzo e Alice ensinam uma brincadeira para Poliana sempre jogar nos momentos difíceis: o jogo do contente, que consiste basicamente em conseguir ver o lado bom de tudo, especialmente nas situações mais desagradáveis.

A trupe de Lorenzo e Alice segue pelo nordeste brasileiro e escolhe um município esquecido e pacato do sertão cearense para mais uma de suas montagens teatrais. É onde ela conhece João (Igor Jansen), um garoto humilde do povoado local, que está de passagem e se encanta pela música da apresentação. João possui personalidade forte e vive em um casebre no meio do sertão nordestino aos cuidados do pai grosseiro Tião (Helder Sossa) e da mãe submissa, Josefa (Luciana Vidal). Mesmo com a pouca idade, João já é obrigado a abandonar a escola e a ajudar Tião com o trabalho na lavoura e os serviços de casa. Contudo, João desenvolve interesse pela música e seu talento chama a atenção de Josefa.

Hoje, aos 11 anos de idade, Poliana precisa ir à São Paulo para morar com os parentes de sua mãe, a família D’Ávila. Antes de partir, Lorenzo revela que sempre sonhou que a família pudesse um dia se apresentar em uma linda peça, mas isso não será mais possível, já que Alice faleceu e ele mesmo adoecera. O pai pede a filha que nunca desista de seus sonhos e, reforça a importância de que ela nunca deixe de jogar, o jogo do contente. 

Enquanto isso, no casebre do sertão, João, também aos 11 anos, se cansa da repressão do pai e decide ir embora de casa. O garoto promete para a mãe que voltará para dar a ela uma vida melhor. Josefa fica atordoada, mas compreende que fora daquela realidade o filho talvez tenha condições de alcançar seus sonhos e desenvolver seus talentos. João, então, segue na garupa de um pau de arara (caminhão) a sua própria aventura rumo a São Paulo. 

Poliana e João chegam ao mesmo tempo à cidade grande, porem separadamente. Nesta trajetória, as duas crianças, já se deparam com muitas aventuras e histórias surpreendentes que irão mudar a realidade e os sonhos que tinham antes de enfrentarem esta caminhada. Poliana perceberá que nem todos são bondosos como os seus pais e que o jogo do contente é cada vez mais necessário e difícil de ser executado. Enquanto João, em outro canto, precisará lidar com o perigo vindo das ruas para lutar por seus sonhos e cumprir a promessa feita a Josefa. Em meio a essa aventura, Poliana e João se esbarram e o destino parece reuni-los mais uma vez. E é assim que a amizade dos dois recomeça.

A menina passa a morar com sua tia Luísa D’Ávila (Milena Toscano), irmã de Alice, mas é recebida com frieza e desagrado. Amargurada pelo passado, a rica mulher deixa visível que não gosta da presença da criança em sua mansão e cuida dela apenas por obrigação. A garota se vê forçada a obedecer inúmeras regras e horários estabelecidos. Toda a liberdade que tinha com os pais fica apenas na memória.  Luísa mente a respeito do restante da família e diz que seu irmão, tio da pequenina, mora fora do país e por isso os dois não têm mais contato. Nanci (Rafaela Ferreira) e Antônio (Jitman Vibranovski), empregados da mansão, são quem irão trazer algum alívio para a solidão da menina, pelo desprezo da tia amargurada. Nesse meio tempo, a garota acaba conhecendo a rabugenta Dona Branca (Lílian Blanc) e sua neta Mirela (Larissa Manoela), avó e prima de Nanci.

Caminhando pela vizinhança, Poliana topa com um homem sério e muito reservado junto com seu cachorro, o misterioso Sr. Pendleton (Dalton Vigh), morador da mansão 242, uma das maiores da redondeza. O vizinho é alvo de investigações dos meninos do Clube Magabe, composto pelos pequenos arteiros, Mário (Theo Medon) e os gêmeos, Gael e Benício (Vinicius Siqueira e Kauan Siqueira). Lorena (Pietra Quintela), amiga de Mário, vive tentando entrar no clube, mas nunca é aceita por ser menina.

Sem o conhecimento da tia, Poliana também passa a frequentar a padaria do bairro, “Ora Pães, Pães”, um lugar aconchegante, administrado por Durval (Marat Descartes). O que Poliana não faz ideia é que o dono do estabelecimento é também seu tio, o irmão que sua tia Luísa diz estar em Portugal. Além de padeiro, o homem tem duas filhas, Raquel (Isabella Moreira) e Lorena, primas desconhecidas de Poliana.

Em uma de suas caminhadas, Poliana acaba se perdendo e caindo na Comunidade Jardim Bem-Te-Vi, que fica próxima ao seu bairro e onde as vizinhas Gleyce (Maria Gal) e Arlete (Letícia Tomazella) vivem em pé de guerra uma com a outra, enquanto seus respectivos maridos Ciro (Nando Cunha) e Lindomar (Ivan Parente) são bons e velhos amigos.

Poliana se torna aluna da Escola Ruth Goulart após uma audição tensa às escondidas, contrariando a vontade de sua tia Luísa. Essa é uma das escolas mais conceituadas do País, com educação rigorosa e o melhor ensino das artes, onde os alunos têm aulas extracurriculares de canto, dança, teatro, artes plásticas, audiovisual, etc. É o mesmo lugar em que Alice e Luísa estudaram e se formaram no passado. Ruth (Myrian Rios) é a atual diretora e neta da fundadora do estabelecimento. Mulher séria e sozinha, ela enxerga o trabalho como prioridade. Sua melhor amiga e também coordenadora da escola é Helô (Elina de Souza). Neste ano, a instituição recebe um novo professor de audiovisual, Marcelo (Murilo Cezar), ex-aluno da escola e fotógrafo profissional de natureza e paisagens, que se junta ao corpo docente composto por Salvador (Eduardo Semerjian), o professor de arte, Iuri (Emilio Farias) o de teatro, Sophie (Gabriela Petry) a de música e Débora (Lisandra Cortez) a de dança. Poliana entra para a mesma sala de Luigi (Enzo Krieger) e Kessya (Duda Pimenta), que se tornam seus grandes companheiros, mas nem todos da classe são tão receptivos com ela.  Filipa (Bela Fernandes), Yasmin (Bia Lanutti), e os valentões Eric (Lucas Burgatti) e Hugo (Henry Fiuka) aprontam várias com Poliana e seus amigos e prometem causar muita confusão. Filipa se torna sua rival número um e vai fazer de tudo para que não apaguem seu brilho.


Elenco de "As Aventuras de Poliana"

Na escola também estudam as melhores amigas, Raquel e Mirela, que disputam o amor do recém-chegado, Guilherme (Lawrran Couto), o que causa muitos conflitos na amizade. Além de tudo, as duas também são constantemente perseguidas pela garota-problema e repetente, Brenda (Flavia Pavanelli). Ao contrário da amiga mais introvertida, Mirela sonha em ter um namorado e ser popular na escola. É fã do youtuber, Luca Tuber (João Guilherme), que mais para frente vai entrar na escola e arranjar ainda muita confusão nessa turma.

Filiado à Ruth Goulart, existe o Comitê do Laço Azul, grupo que ajuda a escola e outras obras caridosas, formado somente por mães de alunos e senhoras influentes, liderado pela presidente Glória (Clarisse Abujamra), mulher importante e dona de uma galeria de arte famosa. Ela também é mãe de Marcelo e do inescrupuloso, Roger (Otávio Martins), pai de Filipa e Guilherme e marido da desligada Verônica (Mylla Christie). Os irmãos Marcelo e Roger não são nada parecidos e não conseguem se dar bem, por mais que a mãe tente apaziguar os dois, todo encontro familiar sempre acaba em briga. Guilherme tem vergonha de sua condição financeira e de sua família, principalmente do pai, por isso esconde de todos que é rico, principalmente de seus melhores amigos mais humildes, Jeferson e Vinícius.

A tecnologia também está bastante presente na história. A O11O (Onze) é uma das principais empresas de games e aplicativos do Brasil. Sempre à frente nas novidades, seus aplicativos também são os mais baixados e presentes entre jovens e adultos de todas as idades. Roger é o diretor financeiro e a ponte entre o patrão, Otto Monteiro, e todos os funcionários. Otto nunca aparece na empresa e não tem sua identidade revelada para ninguém, comunica-se somente através de videoconferências usando um avatar. Sérgio (Guilherme Boury) e Joana (Daniela Paschoal), pais de Luigi e Mário, trabalham na O11O e escondem de todos que são casados para não perderem o emprego, mas o malandro Waldisney (Pedro Lemos), o motoboy, começa a desconfiar.  A recém-separada e amiga de infância de Joana e Luísa, Claudia (Letícia Cannavale), também se vê obrigada a voltar ao mercado de trabalho e entra na equipe como secretária de Roger, sofrendo nas mãos do chefe carrasco.

Ao longo da história, Poliana enfrenta inúmeros desafios na escola, nas amizades e principalmente na própria família. Sente a obrigação de encontrar um lar para seu amigo João, reunir seus tios novamente e desvendar o mistério do antigo grande amor de sua tia Luísa para que ela volte a se relacionar e não fique mais sozinha. Mesmo em meio às dificuldades e à adaptação à nova realidade, Poliana tenta sempre ver lado bom da vida e propagar a boa mensagem do jogo do contente por onde passa.

Como já é tradição, o SBT lança nesta obra talentosos atores mirins para a teledramaturgia brasileira, como o caso da atriz Sophia Valverde, de 12 anos de idade, que embora já conhecida, vive pela primeira vez o desafio de uma protagonista, Poliana. A artista já interpretou em sua carreira as personagens Maria de “Chiquititas” e Dóris em “Cúmplices de Um Resgate”. “A Sophia é um talento nato. Um diamante que está sendo lapidado”, elogia o diretor Reynaldo Boury. A diretora de elenco Márcia Ítalo comenta sobre o processo de escolha da atriz: “A autora Iris Abravanel já pensava em Sophia desde o início e após uma reunião fizemos um teste para analisar se ela havia entendido o briefing passado. Ela correspondeu a todas as expectativas, nos dando a certeza da escolha de Sophia”. Outro talento que estreia em uma telenovela, e como protagonista, é o ator Igor Jansen, de 14 anos, no papel de João. O jovem foi descoberto pelo departamento de elenco da emissora após ele integrar o filme “O Shaolin do Sertão”, onde interpretou o personagem Piolho. “Precisávamos de um ator jovem e nordestino para a nova novela. Foi quando na primeira reunião com a equipe de criação levei a foto do Igor para que Iris Abravanel, Reynaldo Boury e Rita Valente pudessem conhece-lo. Uma vez aprovado, Boury foi até Fortaleza para gravar algumas cenas com ele. Não restou nenhuma dúvida de que Igor era o nosso João”, revela Márcia Ítalo. O diretor do folhetim completa: “Descobrimos o menino lá no Ceará, que é outro talento infantil. Fará com a Sophia uma dupla fenomenal. Sucesso garantido”.

O bem-estar do elenco mirim é um dos principais pilares de todas as produções do SBT, por isso, além das crianças gravarem no máximo seis horas por dia, também recebem o suporte de uma equipe qualificada que trabalha pelo desenvolvimento do dia a dia desses novos talentos formado pela fonoaudióloga Camila Mercatelli, a psicóloga Rosa Maria Naccarato, a preparadora corporal Ana Magdalena, os coaching de interpretação Ariel Moshe e Gisele Ramos, o preparador vocal e de instrumentos Jefferson Nogueira e o professor de dança Eudóxio Júnior que estabelecem um diálogo diário com o elenco e também com os pais dos atores com objetivo de unir afeto e disciplina, além do cuidado do corpo e da mente do elenco. A emissora promove ainda um projeto nos bastidores criado pela autora Iris Abravanel com palestras profissionais para instruir e orientar os pais do elenco mirim, além de estimular as mães a exercerem atividades que visem a união e sirvam de exemplo de colaboração ao próximo durante o período que permanecem na emissora aguardando os filhos.

“Nosso trabalho com as crianças do elenco não é apenas o de prepará-las para os personagens que irão interpretar, mas sim o de colocar no mercado bons profissionais. Workshops são realizados com toda equipe de preparadores além de receberem acompanhamento psicológico durante o período de trabalho no que se refere as etapas que eles terão que enfrentar, por exemplo: 1 - o entusiasmo de uma contratação, conhecimento do grupo, busca da harmonia, aparar as primeiras arestas que possam surgir, conhecê-los mais a fundo para melhor lidar com cada um individualmente e em grupo; 2 - início das gravações; 3 - estreia da novela no ar, o reconhecimento do público e a fama; 4 - prepará-los e também aos pais para o término da novela. Existe ainda uma etapa intermediária em que a psicóloga Rosa e eu atendemos cada um individualmente para falar sobre o crescimento dos personagens e as expectativas de cada um com o futuro. Palestras sobre nutrição, educação financeira, encaminhando de carreira e como lidar com as redes sociais, além de campanhas em asilos, orfanatos e hospitais são feitas com as mães durante o decorrer do período das filmagens”, explica detalhadamente a diretora de elenco Márcia Ítalo.  

A direção musical de “As Aventuras de Poliana” é assinada por Arnaldo Saccomani e Laércio Ferreira, que elaboraram uma extensa pesquisa, sempre alerta a tudo o que acontece no cenário musical, para encontrar os primeiros ritmos que irão embalar essa história. Inclusive no que se refere ao núcleo jovem da padaria, onde aparecem muitos sambas. “Essa será uma trilha bem eclética, com sambas atuais e algumas releituras de clássicos, como “Tiro ao Álvaro”, “Tô Te Filmando (Sorria)”, “Senhora Tentação”, entre outras. Teremos ainda a presença de grandes autores e intérpretes, como Caetano Veloso, Sérgio Brito, Lulu Santos, Fernanda Takai e outras surpresas”, promete Laércio Ferreira. Além dos clássicos nacionais e músicas inéditas, Arnaldo Saccomani conta que a trilha traz também canções internacionais, como “Rock and Roll Lullaby”, de B. J. Thomas, que para a novela, ganha uma versão da banda Pato Fu.

Para a construção de toda parte cenográfica da novela, que envolveu dezenas de profissionais, foi levado em conta a vida cheia de aventuras de Poliana, que inspira sair do lugar comum e vencer desafios, o que inspirou a equipe de cenografia do SBT a mergulhar no mundo fantástico e mágico do consagrado escritor Júlio Verne e sua linguagem de gênero de ficção científica conhecida como “steampunk”. Já para a trupe Vagalumes, as estampas e cores gipsy (inspirada na natureza nômade do povo cigano) do artesão e mestre cearense Espedito Seleiro, que traduzem o espírito cigano e aventureiro da trupe. A mistura dessas influências iniciais fez com que surgisse a estética que embala toda a novela. Para a Escola Ruth Goulart foi construída uma edificação de fábrica antiga com intervenções artísticas e muitas cores, assim como hoje é a Fábrica Bhering, no Rio de Janeiro, que se tornou um importante polo de produção de arte e cultura. Parte das cenas da escola são gravadas em externas e os interiores em estúdio, porém fachadas e pátios são na própria cidade cenográfica. Por ser uma escola com enfoque nas artes, a equipe de cenografia propôs um local alternativo, como uma fábrica antiga, para montar instalações, exposições, ou seja, uma cenografia com um dressing mais dinâmico, diferente de tudo o que foi feito pela emissora até então nas escolas de nossas novelas. Além disso o cenário aplica o conceito de lego, com peças padronizadas e modulares. A cidade cenográfica do SBT abriga as fachadas dos principais cenários do folhetim, como a própria Escola Ruth Goulart, a padaria Ora Pães Pães (com inspiração portuguesa e presença de pães, doces e bolos cenográficos perfeitos), a Casa de Carnes e a Vila Verona. Também possui fachadas de comércios e casas, pracinhas e ruas. A cidade reproduz bairros de São Paulo, com arquitetura e paisagem urbana diversificadas. A comunidade Jardim Bem-Te-Vi, também está na sua íntegra na cidade cenográfica, possui uma rua principal com fachadas, becos, fugas e a vista do morro simulada pelo pequeno talude do lado externo.

As diretoras de figurino, Cristiane Cândido e Jeane Figueiredo, contam que para elaboração do figurino de “As Aventuras de Poliana”, que conta com cerca de 10 mil itens, buscaram referências em diversas escolas de arte ao redor do mundo, além de realizarem pesquisas dentro do universo infantil, adolescente e de jovens influenciadores digitais. “Como o cenário principal da novela é a escola de arte e a nossa Poliana sonha em ser uma grande artista, fizemos ainda uma profunda pesquisa no universo da música, das artes e da dança. Optamos também por utilizar cores mais clássicas nos uniformes da escola”, conta Jeane Figueiredo. Para os figurinos dos personagens da Escola Ruth Goulart são utilizadas as cores marfim, marinho e vinho. Na padaria Ora Pães Pães fala mais alto as cores quentes, pois é ali que um grupo de jovens sambistas se apresenta. Já a personagem Poliana brinca e abusa de cores e misturas de estampas, enquanto Filipa, utiliza um estilo batizado de “patricinha fashion”. Verônica será como uma grande perua, que opta em usar roupas que combinem sempre com os looks que sua cadelinha de estimação, Vida, usa. “Todos os personagens têm acessórios e detalhes do universo jovem, sempre com tendências de moda. Teremos ainda influenciadores digitais e youtubers, que sempre caminham pelo universo pop”, conclui Cristiane Cândido. 

Perfil da autora Iris Abravanel: Professora, cronista e autora do livro Recados Disfarçados e de telenovelas, Iris Abravanel é responsável por reativar, há 10 anos, o núcleo de teledramaturgia do SBT, que gera mais de 300 empregos diretos. Como cronista, apurou a capacidade de relatar detalhes do cotidiano. Com este olhar diferenciado, a novelista estreou Revelação, em 2008. O trabalho teve continuidade com as novelas Vende-se um Véu de Noiva, em 2009, e Corações Feridos, em 2011. Também foi a autora da versão brasileira de 2012 do folhetim Carrossel - grande sucesso de audiência que resultou na indicação de diversos prêmios -, e das quatro temporadas da série Patrulha Salvadora, em 2014. Entre 2013 e 2015, escreveu a adaptação de Chiquititas, trama que se tornou a segunda com maior tempo de exibição ininterrupta na história da TV brasileira ao alcançar o número de 545 capítulos. Na sequência, Iris Abravanel trabalhou na adaptação da novela Cúmplices de Um Resgate, que bateu recordes de repercussão nas redes sociais, sendo o primeiro folhetim da TV brasileira a superar 1 bilhão de visualizações no canal oficial do Youtube. No ano seguinte, em 2016, a autora supervisionou o trabalho da autora Leonor Corrêa, que apresentou ao público a primeira adaptação de sua carreira de autora, Carinha de Anjo. Atualmente, Iris Abravanel escreve a novela “As Aventuras de Poliana”, que é a sua primeira obra original desde Revelação.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

.: “O Auto da Compadecida”, clássico em primeira montagem não-musical

Primeira montagem não-musical da escola estreia dia 08 de novembro, no Teatro Clara Nunes. Foto: Marcelo Martins


Encerrando seu calendário de estreias de 2023, a In Cena Casa de Artes e Produções apresenta, no dia 08 de novembro, no Teatro Clara Nunes, “O Auto da Compadecida”, famoso texto de Ariano Suassuna (1927-2014), que já ganhou diversas montagens no teatro, no cinema e na TV.  Com direção da dupla Claudia Ventura e Alexandre Dantas, esta é a primeira peça não-musical do curso “Prática de Montagem” da escola, que vai levar para os palcos uma versão atualizada e contemporânea deste clássico da dramaturgia brasileira, escrito em 1955, com sessões às quartas, quintas e sextas (20h), até 24 de novembro.

Em “O Auto da Compadecida” somos transportados para o sertão nordestino através de uma trupe de circo que recria um retrato abstrato da região. Através das incríveis aventuras e confusões dos conhecidos e amados personagens João Grilo, o típico anti-herói brasileiro, e Chicó, seu fiel escudeiro, a peça aborda temas como a religiosidade popular, corrupção e desigualdade social, sempre com um tom de humor, ironia e irreverência característicos da obra de Suassuna.

Apesar de fiel ao texto, esta não será uma montagem com elementos caricaturais do Nordeste, onde a história se passa. Para narrar as trapaças e artimanhas dos protagonistas, os diretores optaram por uma encenação focada no ator e na palavra, isto é, criada a partir da relação do elenco com a obra. “Acho que o grande diferencial nesta montagem é trazer as origens do circo-teatro, onde o elenco é uma trupe, um grupo de contadores, que chega ali para se divertir e contar essa história, sem cair no óbvio. Quisemos trazer uma encenação diferente que toque e fique nas pessoas”, diz Claudia.

A ausência do sotaque foi uma das escolhas da direção, assim como o cenário e o figurino, trabalhados sem muitos elementos que remetem diretamente e/ou sublinham as características regionais. “O Ariano é tão genial que a estrutura das frases já evoca esse espaço físico nordestino. Por isso, não precisa ter o sotaque, o padre com a batina. Apenas insinuamos esses elementos”, explica Claudia. Segundo ela, a ideia é induzir que cada pessoa na plateia imagine o seu próprio cenário através da palavra, da manipulação dos objetos e do jogo de cena corporal. “A imagem que está sendo construída em cena só termina na cabeça de quem está assistindo”, conclui.

Outra preocupação dos diretores foi tentar manter a originalidade do texto de Suassuna, mas suprimindo aspectos datados, que não cabem mais ser replicados. “Estamos falando de um texto de 1955 e isso nos fez deparar com falas machistas, de um discurso patriarcal que está desatualizado. Nesses casos, optamos por suprimir algumas falas, mas sem perder a piada, claro”, explica Alexandre. O mesmo foi pensado para as cenas de violência, mas, dessa vez, o artifício foi se apoiar no humor. “Outro ponto que nos deparamos foi com a quantidade de mortes. Resolvemos, então, ir na direção do humor, pra palhaçaria e teatralidade, buscando suavizar essa violência presente na trama”, diz.

A montagem conta com 21 atores, entre profissionais e iniciantes, que fazem parte do curso de “Prática de Montagem” da In Cena. Nele, os alunos aprendem todas as etapas de produção de um espetáculo até sua estreia oficial no teatro. Divididos em comissões, cada grupo se responsabiliza por uma área (figurino, cenário, divulgação, produção, entre outros), o que faz com que saiam da formação com uma visão geral do que é fazer teatro para além da atuação.

Esta é a sexta Prática de Montagem que a In Cena apresenta em menos de três anos de funcionamento. Além de “O Auto da Compadecida”, a escola está em cartaz com “Fame”, também no Teatro Clara Nunes, até 25 de novembro. Recentemente, apresentou “Annie – o musical”, que ficou em cartaz no Teatro dos 4, até 8 de outubro. Além disso, a escola já montou “Legalmente Loira”, “Escola do Rock” e “Nas Alturas”, além da produção original, “Poema”, a primeira profissional da escola, vencedora na categoria “Roteiro Original”, do prêmio Musical.Rio. Já “Escola do Rock” recebeu seis indicações ao prêmio, levando três deles: Melhor Ator com Pedro Balu; Melhor Atriz Revelação com Malu Coimbra; e Melhor Prática de Montagem.


SOBRE A IN CENA CASA DE ARTES E PRODUÇÕES:

Um espaço para aprender, trocar experiências, se aperfeiçoar, sem deixar de se sentir em casa. Essa é a proposta da In Cena Casa de Artes e Produções – www.incena.art.br – que funciona em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Com direção artística de Cella Bártholo e coordenação pedagógica de Gabi Levask, a In Cena oferece oficinas, práticas de montagens e mentoria, que abraçam múltiplas vertentes das artes: teatro, teatro musical, dança e música. Em uma espaçosa casa de mais de 400 metros quadrados, a In Cena conta com quatro salas (Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro, Ruth de Souza e Amazonas), um estúdio (batizado de Gonzaguinha), camarim, vestiários e um amplo terraço – um local de convivência a céu aberto.


FICHA TÉCNICA:

Direção Geral: Claudia Ventura e Alexandre Dantas

Direção artística: Cella Bártholo

Direção executiva: Pedro Campêlo

Direção de produção: Glauce Carvalho


Serviço 

O Auto da Compadecida

Temporada: 08 de novembro a 24 de novembro de 2023

Local: Teatro Clara Nunes – Shopping da Gávea (R. Marquês de São Vicente, 52 - Gávea, Rio de Janeiro - RJ, 22451-040)

Informações: (21) 967193154

Datas/Horários: Quarta, Quinta e sexta às 20h

Classificação Etária: 12A

Duração: 120 minutos

Ingresso: R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia)- Vendas: Sympla e Bilheteria do Teatro

Direção: Claudia Ventura e Alexandre Dantas

terça-feira, 22 de março de 2022

.: Luisa Bresser estreia em “Poliana Moça” do SBT

Luisa Bresser em "Poliana Moça". Foto: Lourival Ribeiro/SBT


Um dos principais nomes da nova geração do teatro musical brasileiro, a atriz Luisa Bresser, de 15 anos, faz sua estreia na teledramaturgia ao interpretar um dos principais papéis dos núcleos centrais da nova novela do SBT, “Poliana Moça” (continuação do folhetim “As Aventuras de Poliana”),  transmitido a partir do dia 21 de março, às 20h30. Na trama escrita por Iris Abravanel, Luisa interpreta Helena.

“Essa é uma experiência nova e que me traz muitos sentimentos diferentes. Minha primeira novela é uma vilã, mas que não faz só maldades, é uma personagem de muitas camadas. Está sendo um misto de alegria, ansiedade e um frio na barriga! As gravações tem sido incríveis também e toda essa experiência está sendo maravilhosa, ainda mais por ser uma novela tão contemporânea e no SBT, que é um canal que sempre admirei muito. Gratidão!”, diz Luisa.

Sobre a personagem: Helena é a filha mais velha do casal Davi e Eugênia. Inteligente e bonita, mas um pouco arredia e rebelde. Gosta de ficar mais na dela. Tem capacidade de tirar notas boas, mas faz corpo mole para chamar a atenção dos pais. Sente que seu pai está mais preocupado em salvar o mundo do que ficar com ela e acaba mais afastada dele por conta disso, mas no fundo o admira e o ama. Tem dificuldade em lidar com a “perfeição” da família. Acha que Eugênia não gosta tanto dela por não atingir suas expectativas e não ser tão boa como gostaria que ela fosse. Até tenta ser próxima de Poliana, mas é com Song que vai se juntar e aprontar muito. Também se identifica com João, por quem desenvolve certo interesse e causando ciúmes em Poliana.

Sobre Luisa Bresser: Luisa tem 15 anos e, desde pequena, sempre se interessou por música e atuação. Sua preparação conta com ballet clássico na escola Lucianne Murta, atuação no Teatro Escola Célia Helena, coach com Lígia Cortez, preparação de voz com a fonoaudióloga Silvia Pinho, orientação de carreira vocal com a coach Andreia Vitfer, sapateado com Chris Matallo e diversas aulas no Studio Broadway.

A sua primeira experiência profissional foi a participação em “Billy Elliot”, onde interpretou Debbie Wilkison no espetáculo que tinha no elenco nomes como Carmo Dalla Vecchia, Sara Sarres, Vanessa Costa, dentre outros.

Depois do Billy e seguindo com os estudos, foco e força de vontade, Luisa conquistou mais uma oportunidade: foi selecionada para interpretar Summer Hathaway, uma das personagens de destaque no “Escola do Rock – O Musical”. O espetáculo foi um marco para a carreira da jovem atriz.

A temporada de “Escola do Rock – O Musical” encerrou em dezembro de 2019 e, em janeiro de 2020, Luisa já estava se preparando para seu terceiro espetáculo “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate”. Paralelamente à peça, Luisa foi confirmada no elenco da nova fase da novela “As Aventuras de Poliana”, do SBT. Esta será a estreia da artista na televisão.

Em janeiro de 2021, mais uma conquista: Luisa foi confirmada para interpretar Veronica Sawyer na temporada de “Heathers - O Musical”. Dirigido por Fernanda Chamma, o espetáculo foi mais um grande sucesso e aprendizado em sua carreira, já que a peça, realizada em meio a pandemia, contou com diversos desafios para manter a segurança dos atores e do público. Quando a arte praticamente sumiu da nossa realidade, Luisa provou mais uma vez o seu talento e amor pelos palcos.

Filha de Jeniffer Bresser (designer de presentes personalizados e exclusivos) e Daniel Bresser (diretor da Escola Móbile), irmã de Sofia Bresser (influencer digital) e Artur Bresser, Luisa é apaixonada pelo que faz e não mede esforços para se aprimorar cada vez mais. 


terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

.: "Mogli - O Livro da Selva" em cartaz no Teatro Folha até 1º de junho

“Mogli – O Livro da Selva” é uma adaptação de Fabio Brandi Torres para a obra de Rudyard Kipling, que narra a história e as aventuras vividas por um menino criado por lobos. A encenação dirigida por Eduardo Leão bebe na fonte do teatro oriental e no universo mágico indiano. A estreia acontece dia 03 de fevereiro.

Com movimentos de animais inspirados em “Rei Leão” e “Cats”, a história de “Mogli – O Livro da Selva” não abre mão do humor  e apresenta a agilidade vista nas animações Disney. A produção da montagem escolheu os atores mirins Chico Sanches de Melo e Pedro Estevam – que estreiam no teatro, ambos com 8 anos de idade – para se revezarem no papel principal. Com a  inclusão dos atores mirins, a encenação busca a autenticidade do olhar de criança.

O diretor Eduardo Leão diz que o processo de criação da montagem contou com a espontaneidade dos atores mirins e a vontade de jogar, típica da faixa etária deles. “Além da disposição para o jogo lúdico, a diferença de tamanho entre os atores adultos e crianças reforça a leitura de que Mogli é um menino pequeno num ambiente hostil, que é a floresta”.

A encenação faz referência ao teatro oriental, o que é revelado principalmente pelas músicas criadas especialmente para o espetáculo por André Abujamra, e nos figurinos desenhados por Olintho Malaquias. “Também trabalhei com o elenco detalhes da atuação. Atores fazem personagens animais em pé, com movimentações, posturas e energias que lembram a vida selvagem. Mas nunca fazem animais em quatro patas”, detalha o diretor.

Sobre o autor
Brandi Torres é diretor teatral, dramaturgo e roteirista. Foi vencedor por duas vezes do prêmio de Melhor Autor do Festival de Teatro Curta/SESI (2000 e 2002) e três vezes indicado como Melhor Autor ao Prêmio Coca-Cola FEMSA de Teatro Jovem (“A Matéria dos Sonhos”, 2004, “Ciranda das Flores”, 2009 e “Pandolfo Bereba”, 2013). Também foi indicado ao Prêmio Shell 2005, como Melhor Autor, por “O Mata-Burro”.

Como roteirista, foi colaborador das novelas “Seus Olhos” (SBT) e “Paixões Proibidas” (BAND/RTP), e da sitcom “#PartiuShopping” (Multishow). Em 2017, assinou o roteiro do documentário “Inezita”, para a TV Cultura.

Teve a peça “Um Conto do Rei Arthur” editada ao vencer o Concurso de Dramaturgia Vladimir Maiakovski e o livro infanto-juvenil “O Tesouro de Fabergè” publicado em duas edições.

Seus textos já foram apresentados em Portugal, Espanha, Estados Unidos e Cabo Verde, e encenados por Isser Korik (“Revistando”, “Grandes Pequeninos” e “A Pequena Sereia”), Iacov Hillel (“Prepare seu Coração” e “Tutto Nel Mondo è Burla”), Val Pires (“Medida por Medida”), Caco Ciocler (“Vão Livre”), André Garolli (“Trama da Paixão” e “O Mata-Burro”), William Gavião (“Respeitável Público?” e “Macbeth”) e Rosi Campos (“Se Casamento Fosse Bom...”). Seu mais recente texto encenado é “Michel III – Uma Farsa à Brasileira”.

Sobre o diretor
Eduardo Leão começou no teatro em 1990. Cursou Artes Cênicas na Escola de Comunicação e Artes da USP e Núcleo de Pesquisas Teatrais do TUCA/PUC-SP de 1993 a 1996. Após seu período de formação, trabalhou com os diretores Antônio Abujamra, Antunes Filho, Isser Korik, Roberto Lage, Zé Henrique de Paula, Alexandre Reinecke, Alexandra Golik, Otávio Martins, Pedro Garrafa, William Pereira e Alonso Barros, entre outros.

Seus últimos trabalhos no teatro foram a comédia “Jogo Aberto” (2016) de Jeff Gould com direção de Isser Korik, a direção de “Chapeuzinho Vermelho” (2016) e o musical “A Era do Rock” (2017).

Atuou em peças publicitárias para diversas empresas, trabalhou em vídeos institucionais e desde junho de 2013 está no ar pelo Canal Brasil com o programa “Abusando”, em parceria com André Abujamra e Rafael Terpins. Em 2017 fez participação na série “Amigo de Aluguel”,  produzida pela O2 filmes.

Sobre o elenco


Ivy Souza é formada pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo. Com a Cia Filhos de Olorum - Os Crespos foi produtora do projeto de “De Brasa e Pólvora: Zonas Incendiárias”. Atualmente dirige o espetáculo “Búfalos da Carcaça de Poéticas Negras”. Desenvolve há 15 anos pesquisas na cena teatral No cinema participou do filme “Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra; “Uma Noite não é Nada”, de Allan Fresnot; “A Sombra do Pai”, de Gabriela Amaral; “Pitangueiras de Flora Pappalardo”. Também atuou na série “O Som e o Tempo: a Passagem do Cometa”, dirigido por Juliana Rojas; entre outros.


Lia Canineu atuou nos musicais “R & H’s Cinderella”, “Castelo Rá-Tim-Bum” e “A Era do Rock”. Formada no Curso Técnico de Atuação em Teatro Musical do SESI-SP. Estudou canto com Douglas Toledo, Amélia Gumes e atualmente estuda com   Pedro Navarro. Pesquisou técnicas de dança com Alexa Gomes, Marcos Veniciu, André Santos e Chris Matallo.

Thiago Andreuccetti é ator e palhaço. Tem curso Técnico de Ator, da Fundação das Artes de São Caetano do Sul.  Escola de Artes e Ofícios. Frequentou diversos cursos de atuação, técnicas de clown, canto, mímica e outras técnicas corporais. É artista membro do casting oficial do Cirque du Soleil desde setembro de 2017.  Tem vários espetáculos em seu currículo, entre eles, “Sobre Meninos e Pipas”, direção Karen Menatti, 2017; “Henriques”, Cia. Vagalum Tum Tum, 2016; e “Vidas Secas”, direção Luís Carlos Laranjeiras.

Everton Granado é ator e cantor. No teatro, atuou em “Castelo Ra-tim-bum”, “Os 10 Mandamentos, O Musical”, “A Pequena Sereia – 4D”. Participou em diversos cursos e atividades de reciclagem em atuação, dança e canto.

Leo Romanno atuou em diversos espetáculos adultos e infantis.  Foi diretor de produção dos espetáculos "Nas Alturas - Um Musical da Broadway (In the Heights)" e "Menino Maluquinho - O Musical". Em 2016, integrou o elenco do espetáculo "We Will Rock You - O Musical do Queen". Fez direção artística e de produção em "Ghost - O Musical". Recentemente dirigiu o espetáculo "A Era do Rock - A Comédia Musical da Broadway (Rock of Ages)" e a produção inédita "Castelo Rá-tim-bum - O Musical", ambos com realização da 4Act Entretenimento.

Ficha Técnica

Texto - Fabio Brandi Torres
Elenco - Chico Sanches de Melo e Pedro Estevam (em revezamento no papel de Mogli), Everton Granado, Leo Rommano, Lia Canineu, Ivy Souza e Thiago Andreuccetti.
Cenografia - Márcia Pires
Cenotécnico - Marcos Santos
Costuras de cenografia - Fátima Nahjar
Figurino - Olintho Malaquias
Execução de figurinos - Paula Gascon e Laura Françoso
Costureiras - Célia Pereira da Rocha e Edéia Evaristo
Trilha sonora composta - André Abujamra
Criação gráfica - Winnie Affonso
Fotografia - Eduardo Leão
Equipe técnica - Jardim Cabine
Coordenação de produção - Isabel Gomez
Produção executiva e administração - Pedro Pó
Assistente de direção - Manuela Figueiredo
Iluminação - Isser Korik           
Direção - Eduardo Leão
Realização - Conteúdo Teatral

Serviço – “Mogli – O Livro da Selva”
Local: Teatro Folha
Estreia: 03 de fevereiro
Temporada: até 1º de junho. Sessões extras nos feriados e emendas de feriados 12 e 13 de fevereiro, 30 de março, 30 de abril, 1º e 31 de maio, 1º de junho.
Apresentações: sábados e domingos, às 16h
Ingresso: R$ 25,00 (setor único)*
*Valor referente ao ingresso inteiro. Meia-entrada disponível em todas as sessões e setores de acordo com a legislação.
Duração: 50 minutos
Classificação etária indicativa: quatro anos

Teatro Folha
Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323 - Televendas: (11) / 3823 2423 / 3823 2737 / 3823 2323 Site: www.teatrofolha.com.br

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

.: "Annie, o Musical" traz a magia da Broadway em versão atualizada

“Annie, o musical”. Foto: Marcelo Martins


Grande sucesso da Broadway, “Annie, o musical”, baseado na história em quadrinhos Little Orphan Annie, de Harold Gray, estreia com nova montagem no Rio, criada pela In Cena Casa de Artes e Produções. Com direção de Gustavo Klein, o espetáculo fica em cartaz de 16 de setembro a 8 de outubro, sábados e domingos, no Teatro dos 4, no Shopping da Gávea.

O texto de Thomas Meehan gira em torno da pequena Annie, uma menina de 12 anos que vive em um orfanato comandado pela divertidíssima senhora Hannigan. Depois de tentar fugir para encontrar seus pais (que ela crê estarem vivos) e adotar o cachorro Sandy, a menina é trazida de volta para o orfanato e acaba sendo escolhida para passar o Natal na mansão do milionário Oliver Warbucks. Annie se aproxima do homem ranzinza e solitário, subvertendo seu cotidiano, fazendo-o aproximar-se dos valores da amizade, da compreensão e do amor.

Na montagem criada pela In Cena, a história, que originalmente se passa em Nova Iorque, foi adaptada para o Brasil, onde, segundo relatório divulgado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), no fim de 2021, o número de crianças órfãos cresceu muito por conta da pandemia, chegando a 130 mil em todo o país. “Fizemos uma pesquisa para entender como é essa realidade no Brasil e descobrimos que muitos orfanatos estão superlotados por conta de óbitos pela Covid 19”, explica Cella Bartholo, diretora artística da In Cena.  

A ideia, segundo o diretor Gustavo Klein, é justamente mostrar que o que acontece com a pequena Annie, acontece em qualquer lugar, é universal. “Como é um clássico, que já foi montado muitas vezes no Brasil e no exterior, quisemos trazer uma visão mais moderna e anacrônica, que o público brasileiro pudesse se identificar mais diretamente. Brincar com a ideia que se trata de uma história universal, que pode acontecer em qualquer década, em qualquer lugar e que, essa mensagem linda de positividade e esperança, se relaciona com todos nós”, explica Gustavo.

Pensando nessa identificação imediata com o público, o cenário, assinado por Glauce Carvalho, tem como inspiração as favelas brasileiras e foi todo confeccionado com material reciclado. “Nada foi fabricado. É tudo feito com caixas de papelão, remédios e sucata”, conta Glauce, que contou com a ajuda dos alunos do primeiro “Curso de Produção”, ministrado por ela na escola.

Com coreografias de Bella Mac e direção musical de Anna Priscilla Lacerda, a montagem traz 20 números musicais e um elenco total de 36 atores (se revezando em cena), que fizeram parte do curso de “Prática de Montagem”, da In Cena, no qual o aluno passa por todas as fases de criação de um musical, até a apresentação final no teatro. Além de Annie, a escola também estreia este ano “Fame”, outro sucesso da Broadway; e “O Auto da Compadecida”, a primeira montagem teatral (sem ser musical) da escola.

Ao todo, desde que abriu suas portas em 2021, a In Cena já apresentou quatro espetáculos fruto da “Prática de Montagem”, todos, de grande sucesso: os musicais “Legalmente Loira”, “Escola do Rock” e “Nas Alturas”, além da produção original, “Poema”, a primeira profissional da escola, vencedora na categoria “Roteiro Original”, do prêmio Musical.Rio. Já “Escola do Rock” recebeu seis indicações ao prêmio, levando três deles: Melhor Ator com Pedro Balu; Melhor Atriz Revelação com Malu Coimbra; e Melhor Prática de Montagem.

Sobre A IN CENA Casa De Artes e Produções: Um espaço para aprender, trocar experiências, se aperfeiçoar, sem deixar de se sentir em casa. Essa é a proposta da In Cena Casa de Artes e Produções – www.incena.art.br – que funciona em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Com direção artística de Cella Bártholo e coordenação pedagógica de Gabi Levask, a In Cena oferece oficinas, práticas de montagens e mentoria, que abraçam múltiplas vertentes das artes: teatro, teatro musical, dança e música. Em uma espaçosa casa de mais de 400 metros quadrados, a In Cena conta com quatro salas (Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro, Ruth de Souza e Amazonas), um estúdio (batizado de Gonzaguinha), camarim, vestiários e um amplo terraço – um local de convivência a céu aberto.


Serviço

Temporada: 16 de setembro a 08 de outubro de 2023

Local: Teatro dos 4 – Shopping da Gávea (Rua Marques de São Vicente, 52 - Gávea)

Informações: (21) 2239-1095

Datas/Horários: Sábados e Domingos, às 15h 

Classificação Etária: Livre

Duração: 120 minutos

Ingresso: R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia)- Vendas: Sympla e Bilheteria do Teatro

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

.: Acervo de Adoniran Barbosa ganha abrigo na Galeria do Rock

São mais de 1000 itens do sambista que ajudam a contar a história da capital paulista, como objetos de época, instrumentos musicais, partituras e brinquedos confeccionados pelo próprio artista  


O acervo de Adoniran Barbosa, ícone do samba paulista, retorna a São Paulo após uma década afastado da cidade e sem abrigo fixo. São mais de 1.000 itens que preservam e ajudam a contar histórias de personagens e cartões-postais da maior cidade da América Latina entre as décadas de 1950 e 1980, bem como da música, do cinema, do rádio e da publicidade desta época, imortalizados nas obras do cantor, compositor e ator. O novo lar do acervo é inusitado, mas revela a afinidade entre dois gêneros que retratam a voz do povo: a Galeria do Rock.

Entre as preciosidades que o acervo de Adoniran Barbosa reúne estão objetos de época (ternos, chapéus, gravatás borboleta, sapatos e óculos) e documentos diversos (como uma carta de uma entidade francesa que assegura ao compositor brasileiro os direitos autorais pela execução de ‘Trem das Onze’ na França, onde fez enorme sucesso), além de fotografias que revelam a intimidade de João Rubinato, o cidadão por trás do artista. Conta também detalhes da carreira artística, com instrumentos musicais (banjo, flauta e tambor), partituras, scripts de radionovelas, roteiros de programas de televisão, cartazes de filmes como ‘O Cangaceiro’ (1953), de Lima Barreto, quando Adoniran interpretou o personagem Mané Mole, e discos raros de vinil com canções interpretadas por ele próprio e por outros artistas, entre elas ‘Saudosa Maloca’, gravada pelo grupo que ajudou popularizar as suas composições, Demônios da Garoa, em disco lançado pela gravadora Odeon em 1957.

Adoniran tinha outras distrações quando não estava fazendo música, rádio, cinema ou televisão. “Paizão também foi um exímio artesão. Ele tinha o domínio do ferro e da madeira e nos deixou um legado de objetos confeccionados com esses materiais”, lembra a única filha e herdeira do cantor, Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa.  

Um dos objetos mais curiosos criados por Adoniran e que fazem parte do acervo é uma aliança confeccionada com uma corda ‘mi’ de um cavaquinho, com a qual ele presenteou a sua segunda esposa, Mathilde. A história acabou virando o samba ‘Prova de Carinho’, lançado em 1960. Há também alguns brinquedos, entre eles carrosséis, locomotivas e miniaturas de bicicletas, todos produzidos em ferro. “Adoniran costumava presentear aqueles por quem tinha um carinho especial ou algum tipo de gratidão com miniaturas de bicicletas feitas por ele. Entre os agraciados estão o cineasta Lima Barreto e o produtor musical, João Carlos Botezelli, o Pelão”, relata o cineasta Pedro Serrano, que estuda a obra do compositor do ‘Samba do Arnesto’ (1953). “O trenzinho funcionava e passava por todas as estações, que ficavam pintadas na parede da garagem de sua casa. Seu grande barato era chamar a criançada para ver o trem funcionando, mas logo depois já tratava de dispersar todos os curiosos antes de começarem a mexer em tudo”, acrescenta.

Altos e baixos: Sua filha e herdeira define a história do acervo como longa e cheia de altos e baixos, assim como a carreira do pai. Partiu de Dona Mathilde, ainda em vida, juntar todos os itens do esposo que guardava ao longo dos anos de convivência e transformá-los em um acervo, após a morte de Adoniran, em 1982. “Meu próprio pai afirmava que ela era sua maior fã. Há relatos de amigos próximos e outros familiares que descrevem o quanto o sambista, de temperamento não tão fácil quanto se imagina, era paparicado pela mulher”, afirma Maria Helena.

O primeiro destino do acervo foi o cofre do antigo Banco de São Paulo, no subsolo de um edifício no centro da cidade, na década de 1990. “Lá foi pouquíssimo visitado, afinal, podemos convir que cofres foram desenhados para repelir pessoas e não para atraí-las”, defende a filha do compositor. Depois houve uma breve tentativa de deixá-lo no Teatro Sérgio Cardoso, no Bixiga, mas o espaço não parecia adequado e a preservação das peças podia ser colocada em risco. “Assim, o acervo seguiu rumo ao Museu da Imagem e do Som (MIS), onde parecia ter encontrado destino permanente, afinal nada mais pertinente que a história de um dos maiores multimídias do país habitasse aquele local”, relata Maria Helena. “Porém, em 2009, o então diretor do museu declarou que já não havia mais espaço para o acervo de Adoniran ali. Orientada por minha advogada Luciana de Arruda, tive de resgatar o acervo do MIS às pressas”, acrescenta.

Desde então o acervo, que está fechado em caixas e pastas catalogadas pelo departamento de arquivologia da Universidade de São Paulo (USP), ficou guardado em sítio e depois num galpão industrial, ambos no interior do Estado de São Paulo. “Várias foram as tentativas de se construir o Museu Adoniran Barbosa, todas elas sempre frustradas pela falta de recursos, de patrocínios e da vontade política em preservar a história desse que é o maior nome do samba paulista”, pontua Maria Helena. Ela ressalta que, curiosamente, o único museu dedicado exclusivamente ao sambista fica na comunidade Bror Chail, em Israel, dentro de uma locomotiva – em analogia ao Trem das 11 – doada pelo Governo Israelense.

Primeiro punk de São Paulo: Agora, o acervo está retornando à capital de São Paulo e será acolhido em um local que muitos podem considerar, equivocadamente, inusitado: a Galeria do Rock. Neste local, a obra do artista será recatalogada, mas não poderá ser visitada pelo público. Antonio Souza, o Toninho, síndico do centro comercial, afirma que o espaço sempre abraçou as manifestações culturais renegadas, de alguma forma, pela iniciativa pública e que será uma honra enorme receber Adoniran. Questionado sobre a ligação do sambista com o estilo característico da Galeria do Rock, Toninho resume: “Ele foi o primeiro punk de São Paulo, ao retratar a linguagem do povo”.

Maria Helena relembra que seu pai já enxergava e cantava sua ligação com o rock de sua época na música 'Já Fui Uma Brasa', lançada em 1974:

Eu também um dia fui uma brasa
E acendi muita lenha no fogão
E hoje o que é que eu sou?
Quem sabe de mim é meu violão
Mas lembro que o rádio que hoje toca iê-iê-iê o dia inteiro,
Tocava saudosa maloca

Eu gosto dos meninos destes tal de iê-iê-iê, porque com eles
Canta a voz do povo...
E eu que já fui uma brasa,
Se assoprarem posso acender de novo

Destino: O retorno do acervo a São Paulo faz parte de projeto que tem o objetivo de resgatar e tornar conhecida a imagem multimídia da obra do Adoniran Barbosa entre a geração atual de fãs de cultura. Capitaneado pelos herdeiros legais do sambista, Maria Helena e o seu filho (neto do artista) Alfredo Rubinato Rodrigues de Sousa, o projeto tem como próximos passos o lançamento, no ano que vem, de documentário biográfico, dirigido por Pedro Serrano e produzido pela Latina Estudio, cujo acervo fará parte da narrativa.

Ainda em 2018 começará a ser rodado um longa-metragem de ficção inspirado no curta ‘Dá Licença de Contar’ - assista aqui -, que conta histórias de personagens e de cartões-postais da cidade de São Paulo imortalizados nas composições de Adoniran. O curta, que foi lançado em 2015 e também é dirigido por Serrano, traz o roqueiro Paulo Miklos na figura do sambista e ganhou diversos prêmios em festivais de cinema no país, como ‘Melhor Curta-Metragem Júri da Crítica’ e ‘Prêmio Canal Brasil de Curtas’ no Festival de Cinema de Gramado; Prêmio do Público Zinebi; Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; e ‘Júri Oficial’ do Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas – todos esses ao longo de 2016.

Para os próximos anos é possível que o acervo ganhe uma exposição provisória, a ser recebida por um Museu ou Centro Cultural de São Paulo, até que encontre um lar permanente para visitação. Existe também a possibilidade de o sambista virar tema de escola de samba. Todas as novidades do cantor serão compartilhadas na plataforma oficial www.adoniranbarbosa.com.br, que também apresenta um breve histórico do artista. “Nascido em Valinhos e de alma paulistana, artista multimídia que foi, Adoniran Barbosa é pop e todas essas homenagens são mais do que merecidas”, finaliza sua filha.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

.: Estreia de "Audiência", peça que critica o autoritarismo e a censura

Montagem de ‘Audiência’, do tcheco Václav Havel, celebra os 30 anos da Revolução de Veludo, que marcou início do processo de democratização na República Tcheca. Traduzida do tcheco por Luis Felipe Labaki e dirigida por Juliana Valente, peça do Coletivo Cardume faz crítica ao autoritarismo. Espetáculo estreia na SP Escola de Teatro dia 29 de novembro

Crédito: Luis Felipe Labaki

Pouco encenado no Brasil, o poeta, dramaturgo, ativista e ex-presidente tcheco Václav Havel (1936-2011) foi um dos líderes da Revolução de Veludo, movimento pacífico responsável pelo fim do regime autoritário comunista na antiga Tchecoslováquia. Para marcar os 30 anos desse levante político e criar uma reflexão sobre o valor da democracia, o Coletivo Cardume estreia o espetáculo “Audiência”, com direção de Juliana Valente e tradução de Luis Felipe Labaki, na SP Escola de Teatro – Sala Hilda Hilst, no dia 29 de novembro. A temporada segue até 16 de dezembro, com ingressos por até R$30.

Crítico ao autoritarismo, Havel foi impedido de ter suas peças encenadas durante a época que ficou conhecida no país como “Normalização” (1968-1989), período de recrudescimento do regime comunista que deu fim ao processo de liberalização ocorrido na Primavera de Praga (1968). Em 1974, com dificuldades financeiras, o dramaturgo foi obrigado a trabalhar por alguns meses em uma cervejaria na cidade de Trutnov.

Essa experiência serviu-lhe de inspiração para escrever a peça “Audiência” (1975), que narra a visita do ex-dramaturgo Vaněk (na montagem do Coletivo Cardume, interpretado por Marô Zamaro), uma espécie de duplo do autor, ao escritório de seu chefe, o Mestre Cervejeiro (Pedro Massuela). Entornando várias garrafas de cerveja, o patrão pergunta ao subordinado sobre sua vida anterior à função maçante de rolar os barris da cervejaria e sobre as atrizes e personalidades com quem convivia no teatro.

Na conversa, o Mestre Cervejeiro se lembra dos próprios velhos tempos, extravasa sobre suas desilusões e propõe a Vaněk um novo trabalho em troca de um favor. O poeta e dramaturgo dissidente deveria ajudar a escrever os relatórios solicitados pelo serviço secreto sobre suas atividades “subversivas”.

“A peça nos apresenta um embate entre duas visões de mundo. Vaněk e o Mestre cervejeiro possuem experiências de vida e perspectivas muito diversas entre si. E esse atrito é o primeiro aspecto que nos chama a atenção. Eu poderia dizer que esse aspecto estrutural da peça dialoga profundamente com a séria polarização política que vivemos no Brasil”, conta a diretora Juliana Valente.

Ambos impactados pelo regime totalitário, o “operário” e o “intelectual” desenvolvem reflexões profundas acerca da vida em uma época de censura acentuada e das diferenças de classe em um ambiente supostamente igualitário. “Outro aspecto trazido pelo texto é o questionamento sobre o lugar do artista e do intelectual na sociedade. Essa é uma discussão que atualmente tem ganhado espaço por conta do processo de desvalorização do artista e do conhecimento intelectual de maneira geral que estamos vivendo”, acrescenta a encenadora. 

O espetáculo tem a proposta de defender a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, ameaçadas diante do turbulento cenário político mundial atual, além de discutir como o totalitarismo é prejudicial em qualquer regime.

A peça tem trilha sonora executada ao vivo por Francisco Turbiani e Luis Felipe Labaki e cenário também assinado por Juliana Valente. A plateia é disposta frente a frente, com elementos cênicos dispostos em um corredor. “Uma das minhas primeiras preocupações em relação à direção foi a criação do ambiente de uma cervejaria. Isso aparece nos elementos de cenário e adereços, mas também se relaciona com a escolha de evidenciar os músicos em cena, caracterizados como funcionários dessa fábrica”, afirma a diretora.

Trilogia Vaněk
Além de “Audiência” (1975), Havel escreveu na década de 1970 outras duas peças com o mesmo protagonista, o dramaturgo Ferdinand Vaněk: “Vernissage” (1975) e “Protesto” (1978). O personagem – e até a figura de Havel – também foi apropriado por outros dramaturgos tchecos, como Pavel Kohout e Jirí Dienstbier.

 Os três trabalhos circularam amplamente na Tchecoslováquia na forma de “samizdat” (a divulgação clandestina de publicações censuradas pelos regimes totalitários no Leste Europeu) e reforçam a reputação do autor como um dos principais dissidentes políticos do país. Depois da estreia de “Audiência”, o Coletivo Cardume pretende montar as duas outras peças dessa sequência.

Václav Havel
Nascido em uma família abastada de empresários e intelectuais, Havel despontou como escritor e poeta em meados da década de 1950 e iniciou sua carreira no teatro em 1959 como técnico de palco no Teatro ABC, em Praga. Sua primeira peça, “Noite em Família”, foi escrita naquele mesmo ano. Ele ficou conhecido como dramaturgo graças ao sucesso das peças “A Festa no Jardim” (1963), “Comunicado” (1965) e “A Crescente Dificuldade de Concentração” (1968), que faziam duras críticas ao regime opressor e à situação do homem moderno contemporâneo.

Devido à militância política, Havel foi preso em diferentes ocasiões e impedido de ter suas peças encenadas durante o período da “Normalização”. Sua mais longa estadia na prisão aconteceu entre 1979 e 1983. 

Alguns anos mais tarde, Havel lideraria o movimento Fórum Cívico, formado na emergência dos protestos da Revolução de Veludo, que no dia 17 de novembro de 1989 pôs fim ao regime comunista na Tchecoslováquia. Por conta dos seus escritos sobre liberdade de expressão e de pensamento, Havel foi o porta-voz do movimento, sendo o responsável por negociar com o regime comunista a entrega do poder e por encabeçar a transição entre os governos. 

Naquele mesmo ano, o dramaturgo foi eleito o último presidente da Assembleia Federal. Com a independência da Eslováquia, em 1993, ele ainda foi eleito o primeiro presidente da República Tcheca e governou o país até 2003, em dois mandatos.

SOBRE JULIANA VALENTE – DIREÇÃO
Atriz, diretora e arte-educadora, Juliana Valente é formada em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral pela Escola de Comunicações e Artes da USP desde 2012.  Atuou nos espetáculos “Os Fins do sono” (2016); “Marie” (2014); “O Balneário” (2012); “Salém” (2013), criado a partir do texto “As Bruxas de Salém”; “O Horácio” (2012), adaptado do texto de Heiner Müller; “Madrid 36: Reminiscências da guerra civil espanhola” (2010); “Um pássaro na mão” (2009), adaptado da peça “A Gaivota” de Anton Tchekhov; “Primeiras estórias” (2008), adaptado do livro homônimo de João Guimarães Rosa; e “Hoje é dia rock” (2007) de José Vicente. Fez assistência de direção do espetáculo “O Filho de Moony Não Chora”, de Tennessee Willians (2018) em cartaz no Teatro do Pequeno Ato.

Como arte-educadora, dirigiu entre os anos de 2012 e 2017 os espetáculos “O Rinoceronte”, adaptado do texto de Eugéne Ionesco; “A Exceção e a Regra”, livre adaptação do texto de Bertold Brecht; “O Inimigo do Povo”, adaptação do texto de Henrik Ibsen; “O Inspetor”, criação coletiva a partir do texto “O inspetor geral” de Nikolai Gógol; “O Poço e O Ladrão”, adaptação dos contos de Mário de Andrade; “Aquele que diz sim e aquele que diz não”, a partir do texto de Bertold Brecht; “O Padrão é ser feliz”; “Reflexões de um Eu”; “Os círculos de giz”, livremente inspirado no texto “O Círculo de giz caucasiano” de Brecht; “Ensaio sobre a Intolerância”; “Os Roxos e Os Rosas”, livremente inspirado no texto “Os Horácios e os Curiácios”, de Brecht; “A Nossa Peça”; “Ou Isto ou Aquilo”; “Escolhas”; “As Crônicas de Maria Joaquina”; “Uma Peça de Terror”; “Como Enganar a Morte”, a partir dos contos de Ricardo Azevedo; “A Megera” e “Hamlet”, adaptações das peças de William Shakespeare.

No Cinema, atuou nos filmes “Um Guarda Real” (2019), com roteiro e direção de Luis Felipe Labaki, e em “Jennifer: Menina mulher da pele preta” (2010), com roteiro e direção de Renato Cândido, contemplado pelo VAI do Estado de São Paulo. 

SOBRE LUIS FELIPE LABAKI – TRADUÇÃO
É cineasta, tradutor do idioma russo e compositor. Dirigiu os curtas-metragens “O Pracinha de Odessa” (2013), “Que tal a vida, camaradas?” (2017) e “Um Guarda Real” (2019). Para o teatro, escreveu duas peças para o Coletivo Cardume de Teatro: “O Balneário” (2012) e “Os fins do sono” (2016). 

É mestre em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA-USP, tendo defendido em 2016 sua dissertação “Viértov no papel: um estudo sobre os escritos de Dziga Viértov”. Em 2017, foi co-curador do ciclo de documentários soviéticos “100: De Volta à URSS”, que integrou a 22ª edição do É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários. Em 2018 e 2019, integrou o comitê de seleção de curtas internacionais do festival. Entre 2011 e 2015, colaborou com o coletivo NME (Nova Música Eletroacústica), participando da produção de concertos em diferentes espaços culturais de São Paulo e realizando peças acusmáticas e vídeos para os projetos do grupo. Entre 2014 e 2015, participou como colaborador mensal da revista eletrônica linda, voltada à música e arte experimental. 

Além de atuar como montador e compositor de trilhas musicais, trabalha como tradutor do russo, tendo publicado “Esqueci como se Chama”, pela Cosac Naify (2015), coletânea de contos infantis de Daniil Kharms.

SOBRE O COLETIVO CARDUME
Formado pela reunião de artistas, alunos e ex-alunos da Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA-USP), o Coletivo Cardume surgiu em 2012 com a estreia de “O Balneário”, uma adaptação do texto “Um Inimigo do Povo”, de Henrik Ibsen, para o contexto litorâneo paulista. O trabalho inaugural foi contemplado pelo ProAC – Primeiras Obras do Estado de São Paulo e circulou naquele ano pelas cidades de São Paulo, Cubatão, Mongaguá, São Vicente e São Sebastião.

Em 2015, o grupo iniciou uma nova pesquisa ligada ao universo do trabalho e suas implicações nas grandes metrópoles urbanas que originou o espetáculo “Os Fins do Sono”, um texto inédito a partir do livro “24/7: Capitalismo tardio e os fins do sono”, de Jonathan Crary. A peça foi realizada dentro de uma residência artística no espaço sede do Teatro da Vertigem, dentro do projeto “Novos encenadores”, com financiamento da Petrobras/Governo Federal.

SINOPSE
Tchecoslováquia, década de 1970. Trabalhando em uma cervejaria no interior do país, o dramaturgo Ferdinand Vaněk é convocado ao escritório do Mestre Cervejeiro. Entre uma garrafa e outra, o chefe indaga Vaněk sobre sua vida no meio artístico, sua adaptação ao novo ambiente e lhe faz uma proposta que testa os limites de sua ética.

FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Václav Havel
Tradução: Luis Felipe Labaki
Direção: Juliana Valente
Atuação: Marô Zamaro e Pedro Massuela
Músicos em cena: Francisco Turbiani e Luis Felipe Labaki
Sonoplastia: Luis Felipe Labaki
Iluminação: Francisco Turbiani
Cenário: Juliana Valente
Figurino: Criação coletiva
Direção de Produção: Francisco Turbiani
Assessoria de Imprensa: Bruno Motta e Verônica Domingues – Agência Fática
Apoio: Consulado Geral da República Tcheca em São Paulo
Apoio Institucional: SP Escola de Teatro 
Realização: Coletivo Cardume

SERVIÇO
Audiência, de Václav Havel
SP Escola de Teatro – Sala Hilda Hilst – Praça Rooosevelt, 210, República
Temporada: 29 de novembro a 16 de dezembro
Às sextas, aos sábados e às segundas-feiras, às 21h; e aos domingos, às 19h
Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada e ingresso-amigo) e R$10 (aprendizes da SP Escola de Teatro)
Aceita cartões de débito e dinheiro.
Venda de ingressos online pelo site Sympla. 
Classificação: 12 anos
Duração: 75 minutos
Informações: (11) 3775-8600
Facebook: @ColetivoCardume
Instagram: @coletivocardumedeteatro

sábado, 7 de dezembro de 2019

.: "Audiência", de Václav Havel, celebra 30 anos da Revolução de Veludo



Montagem de "Audiência", do tcheco Václav Havel, celebra os 30 anos da Revolução de Veludo, que marcou início do processo de democratização na República Tcheca. Traduzida por Luis Felipe Labaki e dirigida por Juliana Valente, peça do Coletivo Cardume faz crítica ao autoritarismo. Espetáculo estreia na SP Escola de Teatro dia 29 de novembro. Crédito: Luis Felipe Labaki

Pouco encenado no Brasil, o poeta, dramaturgo, ativista e ex-presidente tcheco Václav Havel (1936-2011) foi um dos líderes da Revolução de Veludo, movimento pacífico responsável pelo fim do regime autoritário comunista na antiga Tchecoslováquia. Para marcar os 30 anos desse levante político e criar uma reflexão sobre o valor da democracia, o Coletivo Cardume estreia o espetáculo “Audiência”, com direção de Juliana Valente e tradução de Luis Felipe Labaki, na SP Escola de Teatro - Sala Hilda Hilst, no dia 29 de novembro. 

A temporada segue até 16 de dezembro, com ingressos por até R$ 30. Crítico ao autoritarismo, Havel foi impedido de ter suas peças encenadas durante a época que ficou conhecida no país como “Normalização” (1968-1989), período de recrudescimento do regime comunista que deu fim ao processo de liberalização ocorrido na Primavera de Praga (1968). Em 1974, com dificuldades financeiras, o dramaturgo foi obrigado a trabalhar por alguns meses em uma cervejaria na cidade de Trutnov.

Essa experiência serviu-lhe de inspiração para escrever a peça “Audiência” (1975), que narra a visita do ex-dramaturgo Vaněk (na montagem do Coletivo Cardume, interpretado por Marô Zamaro), uma espécie de duplo do autor, ao escritório de seu chefe, o Mestre Cervejeiro (Pedro Massuela). Entornando várias garrafas de cerveja, o patrão pergunta ao subordinado sobre sua vida anterior à função maçante de rolar os barris da cervejaria e sobre as atrizes e personalidades com quem convivia no teatro.

Na conversa, o Mestre Cervejeiro se lembra dos próprios velhos tempos, extravasa sobre suas desilusões e propõe a Vaněk um novo trabalho em troca de um favor. O poeta e dramaturgo dissidente deveria ajudar a escrever os relatórios solicitados pelo serviço secreto sobre suas atividades “subversivas”. “A peça nos apresenta um embate entre duas visões de mundo. Vaněk e o Mestre cervejeiro possuem experiências de vida e perspectivas muito diversas entre si. E esse atrito é o primeiro aspecto que nos chama a atenção. Eu poderia dizer que esse aspecto estrutural da peça dialoga profundamente com a séria polarização política que vivemos no Brasil”, conta a diretora Juliana Valente.

Ambos impactados pelo regime totalitário, o “operário” e o “intelectual” desenvolvem reflexões profundas acerca da vida em uma época de censura acentuada e das diferenças de classe em um ambiente supostamente igualitário. “Outro aspecto trazido pelo texto é o questionamento sobre o lugar do artista e do intelectual na sociedade. Essa é uma discussão que atualmente tem ganhado espaço por conta do processo de desvalorização do artista e do conhecimento intelectual de maneira geral que estamos vivendo”, acrescenta a encenadora. 

O espetáculo tem a proposta de defender a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, ameaçadas diante do turbulento cenário político mundial atual, além de discutir como o totalitarismo é prejudicial em qualquer regime.

A peça tem trilha sonora executada ao vivo por Francisco Turbiani e Luis Felipe Labaki e cenário também assinado por Juliana Valente. A plateia é disposta frente a frente, com elementos cênicos dispostos em um corredor. “Uma das minhas primeiras preocupações em relação à direção foi a criação do ambiente de uma cervejaria. Isso aparece nos elementos de cenário e adereços, mas também se relaciona com a escolha de evidenciar os músicos em cena, caracterizados como funcionários dessa fábrica”, afirma a diretora.

Trilogia Vaněk
Além de “Audiência” (1975), Havel escreveu na década de 1970 outras duas peças com o mesmo protagonista, o dramaturgo Ferdinand Vaněk: “Vernissage” (1975) e “Protesto” (1978). O personagem – e até a figura de Havel – também foi apropriado por outros dramaturgos tchecos, como Pavel Kohout e Jirí Dienstbier.

Os três trabalhos circularam amplamente na Tchecoslováquia na forma de “samizdat” (a divulgação clandestina de publicações censuradas pelos regimes totalitários no Leste Europeu) e reforçam a reputação do autor como um dos principais dissidentes políticos do país. Depois da estreia de “Audiência”, o Coletivo Cardume pretende montar as duas outras peças dessa sequência.

Václav Havel
Nascido em uma família abastada de empresários e intelectuais, Havel despontou como escritor e poeta em meados da década de 1950 e iniciou sua carreira no teatro em 1959 como técnico de palco no Teatro ABC, em Praga. Sua primeira peça, “Noite em Família”, foi escrita naquele mesmo ano. Ele ficou conhecido como dramaturgo graças ao sucesso das peças “A Festa no Jardim” (1963), “Comunicado” (1965) e “A Crescente Dificuldade de Concentração” (1968), que faziam duras críticas ao regime opressor e à situação do homem moderno contemporâneo.

Devido à militância política, Havel foi preso em diferentes ocasiões e impedido de ter suas peças encenadas durante o período da “Normalização”. Sua mais longa estadia na prisão aconteceu entre 1979 e 1983. Alguns anos mais tarde, Havel lideraria o movimento Fórum Cívico, formado na emergência dos protestos da Revolução de Veludo, que no dia 17 de novembro de 1989 pôs fim ao regime comunista na Tchecoslováquia. Por conta dos seus escritos sobre liberdade de expressão e de pensamento, Havel foi o porta-voz do movimento, sendo o responsável por negociar com o regime comunista a entrega do poder e por encabeçar a transição entre os governos. 

Naquele mesmo ano, o dramaturgo foi eleito o último presidente da Assembleia Federal. Com a independência da Eslováquia, em 1993, ele ainda foi eleito o primeiro presidente da República Tcheca e governou o país até 2003, em dois mandatos.

Juliana Valente, diretora
Atriz, diretora e arte-educadora, Juliana Valente é formada em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral pela Escola de Comunicações e Artes da USP desde 2012.  Atuou nos espetáculos “Os Fins do sono” (2016); “Marie” (2014); “O Balneário” (2012); “Salém” (2013), criado a partir do texto “As Bruxas de Salém”; “O Horácio” (2012), adaptado do texto de Heiner Müller; “Madrid 36: Reminiscências da guerra civil espanhola” (2010); “Um pássaro na mão” (2009), adaptado da peça “A Gaivota” de Anton Tchekhov; “Primeiras estórias” (2008), adaptado do livro homônimo de João Guimarães Rosa; e “Hoje é dia rock” (2007) de José Vicente. Fez assistência de direção do espetáculo “O Filho de Moony Não Chora”, de Tennessee Willians (2018) em cartaz no Teatro do Pequeno Ato.

Como arte-educadora, dirigiu entre os anos de 2012 e 2017 os espetáculos “O Rinoceronte”, adaptado do texto de Eugéne Ionesco; “A Exceção e a Regra”, livre adaptação do texto de Bertold Brecht; “O Inimigo do Povo”, adaptação do texto de Henrik Ibsen; “O Inspetor”, criação coletiva a partir do texto “O inspetor geral” de Nikolai Gógol; “O Poço e O Ladrão”, adaptação dos contos de Mário de Andrade; “Aquele que diz sim e aquele que diz não”, a partir do texto de Bertold Brecht; “O Padrão é ser feliz”; “Reflexões de um Eu”; “Os círculos de giz”, livremente inspirado no texto “O Círculo de giz caucasiano” de Brecht; “Ensaio sobre a Intolerância”; “Os Roxos e Os Rosas”, livremente inspirado no texto “Os Horácios e os Curiácios”, de Brecht; “A Nossa Peça”; “Ou Isto ou Aquilo”; “Escolhas”; “As Crônicas de Maria Joaquina”; “Uma Peça de Terror”; “Como Enganar a Morte”, a partir dos contos de Ricardo Azevedo; “A Megera” e “Hamlet”, adaptações das peças de William Shakespeare.

No cinema, atuou nos filmes “Um Guarda Real” (2019), com roteiro e direção de Luis Felipe Labaki, e em “Jennifer: Menina mulher da pele preta” (2010), com roteiro e direção de Renato Cândido, contemplado pelo VAI do Estado de São Paulo. 

Luis Felipe Labaki, tradutor
É cineasta, tradutor do idioma russo e compositor. Dirigiu os curtas-metragens “O Pracinha de Odessa” (2013), “Que Tal a Vida, Camaradas?” (2017) e “Um Guarda Real” (2019). Para o teatro, escreveu duas peças para o Coletivo Cardume de Teatro: “O Balneário” (2012) e “Os Fins do Sono” (2016). 

É mestre em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA-USP, tendo defendido em 2016 sua dissertação “Viértov no papel: um estudo sobre os escritos de Dziga Viértov”. Em 2017, foi co-curador do ciclo de documentários soviéticos “100: De Volta à URSS”, que integrou a 22ª edição do É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários. 

Em 2018 e 2019, integrou o comitê de seleção de curtas internacionais do festival. Entre 2011 e 2015, colaborou com o coletivo NME (Nova Música Eletroacústica), participando da produção de concertos em diferentes espaços culturais de São Paulo e realizando peças acusmáticas e vídeos para os projetos do grupo. Entre 2014 e 2015, participou como colaborador mensal da revista eletrônica linda, voltada à música e arte experimental. 

Além de atuar como montador e compositor de trilhas musicais, trabalha como tradutor do russo, tendo publicado “Esqueci Como se Chama”, pela Cosac Naify (2015), coletânea de contos infantis de Daniil Kharms.

O Coletivo Cardume
Formado pela reunião de artistas, alunos e ex-alunos da Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA-USP), o Coletivo Cardume surgiu em 2012 com a estreia de “O Balneário”, uma adaptação do texto “Um Inimigo do Povo”, de Henrik Ibsen, para o contexto litorâneo paulista. O trabalho inaugural foi contemplado pelo ProAC – Primeiras Obras do Estado de São Paulo e circulou naquele ano pelas cidades de São Paulo, Cubatão, Mongaguá, São Vicente e São Sebastião.

Em 2015, o grupo iniciou uma nova pesquisa ligada ao universo do trabalho e suas implicações nas grandes metrópoles urbanas que originou o espetáculo “Os Fins do Sono”, um texto inédito a partir do livro “24/7: Capitalismo Tardio e os Fins do Sono”, de Jonathan Crary. A peça foi realizada dentro de uma residência artística no espaço sede do Teatro da Vertigem, dentro do projeto “Novos encenadores”, com financiamento da Petrobras/Governo Federal.

Sinopse
Tchecoslováquia, década de 1970. Trabalhando em uma cervejaria no interior do país, o dramaturgo Ferdinand Vaněk é convocado ao escritório do Mestre Cervejeiro. Entre uma garrafa e outra, o chefe indaga Vaněk sobre sua vida no meio artístico, sua adaptação ao novo ambiente e lhe faz uma proposta que testa os limites de sua ética.
Ficha Técnica
"Audiência", de Václav Havel
Dramaturgia: Václav Havel
Tradução: Luis Felipe Labaki
Direção: Juliana Valente
Atuação: Marô Zamaro e Pedro Massuela
Músicos em cena: Francisco Turbiani e Luis Felipe Labaki
Sonoplastia: Luis Felipe Labaki
Iluminação: Francisco Turbiani
Cenário: Juliana Valente
Figurino: Criação coletiva
Direção de produção: Francisco Turbiani
Assessoria de imprensa: Bruno Motta e Verônica Domingues – Agência Fática
Apoio: Consulado Geral da República Tcheca em São Paulo
Apoio institucional: SP Escola de Teatro 
Realização: Coletivo Cardume

Serviço
"Audiência", de Václav Havel
SP Escola de Teatro – Sala Hilda Hilst – Praça Rooosevelt, 210, República
Temporada: até 16 de dezembro
Às sextas, aos sábados e às segundas-feiras, às 21h; e aos domingos, às 19h
Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada e ingresso-amigo) e R$10 (aprendizes da SP Escola de Teatro)
Aceita cartões de débito e dinheiro.
Venda de ingressos online pelo site Sympla. 
Classificação: 12 anos
Duração: 75 minutos
Informações: (11) 3775-8600
Facebook: @ColetivoCardume
Instagram: @coletivocardumedeteatro

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