quarta-feira, 3 de agosto de 2022

.: “Verão”, de Eloísa Vitz, grátis no Teatro do Sol, em São Paulo


Após concluir a tetralogia filosófica com as peças “Amor”, “Fortuna”, “Graça” e “Glória,  a dramaturga Eloísa Vitz inicia uma nova tetralogia com a comédia “Verão”. O espetáculo, que comemora os 22 anos do Grupo Gattu, estreou em 23 de julho, às 21h, no Teatro do Sol, em Santana e segue com apresentações até 11 de setembro. As apresentações acontecem de quarta a domingo, com entrada gratuita. A direção também é de Eloisa Vitz.

“Verão” é um thriller cômico bastante instigante e poético. A comédia se passa em um hotel de luxo que passa a viver situações inusitadas após a chegada de uma misteriosa convidada. Funcionários e hóspedes passam a investigar o sumiço de obras de arte, a explosão da renomada cozinha e o roubo de uma pesquisa científica. Com humor, altas temperaturas e temperado de muita poesia todos se reúnem para descobrir: quem está por trás destes espiódios e por quê?

“Com essa tetralogia o Grupo Gattu quer propor um novo olhar sobre o tempo. O 'Verão' é a estação da plenitude. O Sol fica mais luminoso e tudo se revela. É a estação que melhor representa o Brasil, por isso temos um espetáculo sensual e cheio de brasilidade. No Teatro do Sol é 'Verão' o ano inteiro”,  diverte-se Eloísa sobre o décimo segundo texto assinado e dirigido por ela para o Grupo Gattu.

O Grupo Gattu, vencedor do Prêmio Arcanjo de Cultura, foi indicado ao 30º Prêmio Shell na categoria Inovação por seu constante diálogo com a plateia na Zona Norte de São Paulo. O Grupo Gattu, vencedor do Prêmio Arcanjo de Cultura, foi indicado ao 30º Prêmio Shell na categoria Inovação por seu constante diálogo com a plateia na Zona Norte de São Paulo.

Além disso, venceu o VI Prêmio Aplauso Brasil na categoria Melhor Atriz Coadjuvante, além das indicações ao mesmo prêmio nas categorias Melhor Atriz e Melhor Ator. Foi destaque na Categoria Melhor Projeto do Blog do Arcanjo por sua formação de Platéia na Zona Norte de São Paulo e o Prêmio ZesCar de Melhor Acolhimento.

Venceu o VI Prêmio Aplauso Brasil na categoria Melhor Atriz Coadjuvante, além das indicações ao mesmo prêmio nas categorias Melhor Atriz e Melhor Ator. Foi Destaque na Categoria Melhor Projeto do Blog do Arcanjo por sua formação de Platéia na Zona Norte de São Paulo e o Prêmio ZesCar de Melhor Acolhimento.

Leia +:
Você pode comprar os livros de Eloísa Vitz neste link.


Sobre o Grupo
Reconhecidos pelos Prêmio Arcanjo de Cultura, Prêmio Shell de Teatro, Prêmio Aplauso Brasil, Prêmio Femsa Coca Cola, Prêmio Melhores do Ano do Portal R7, Prêmio Zescar Melhor Acolhimento, entre muitos outros, o Grupo Gattu completa em 2022, vinte e dois anos de carreira sólida e consolidada no cenário teatral. Tem como alicerce os pilares: Formação de Plateia, Excelência Artística, Acessibilidade e Desenvolvimento Humano.

Fundado pela atriz, diretora e dramaturga Eloísa Vitz com o compromisso do fazer artístico de alta qualidade e rigor estético, temos uma rotina diária de ensaios e trabalho de caráter continuado de pesquisa constante. Tudo para trazer o que há de melhor em arte, cultura e entretenimento para a população que tanto precisa e merece de forma gratuita.

Mais de 250 mil pessoas já se divertiram, emocionaram e tiveram suas vidas transformadas após assistirem nossos espetáculos. São adultos, jovens e crianças do mais variado perfil econômico que, muitas vezes, tem a oportunidade de assistir, pela primeira vez, uma peça de teatro.

Sabemos que o teatro promove uma experiência artística completa, por isso desde à recepção ao aplauso nosso público é acolhido como um visitante querido. Com linguagem inovadora, gratuidade de ingressos, ações de acessibilidade e pedagógicas o Grupo Gattu incentiva os indivíduos a exercitar seu direito de acesso à cultura valorizando e respeitando a diversidade e a pluralidade da população.

Sobre Eloisa Vitz
Eloísa Vitz fundou e é diretora do Grupo Gattu há 22 anos. Atriz e dramaturga, tem 11 livros publicados. Cursou a EAD - Escola de Artes Dramáticas da USP. É Bacharel em Direito e Letras e Pós- Graduada em História da Arte. Também é a mulher que mais dirigiu espetáculos de Nelson Rodrigues no Brasil e foi indicada ao VI Prêmio Aplauso Brasil como melhor atriz por seu trabalho no espetáculo “A Falecida”, de Nelson Rodrigues (2017).

À frente do Grupo Gattu realizou entre outros, os espetáculos: “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente (2008), “Viúva Porém Honesta” de Nelson Rodrigues (2008/ 2009/2011), “Dorotéia” de Nelson Rodrigues (2008/2009/2010/2011), “Boca de Ouro” de Nelson Rodrigues (2010/2011/2012); “A Serpente” de Nelson Rodrigues (2011/2012), e “A Falecida” de Nelson Rodrigues (2017/2018).

São de sua autoria os textos das peças  “Rapunzel” (2012/2013/2014) - indicado ao Prêmio Femsa de melhor texto adaptado para teatro infantil, “Frisante” (2013),  “Reino” (2014) - vencedor do prêmio de melhor texto do Portal R7,  “Reino 2” (2015), “Amor” (2015) , “Cinderela” (2016),  “Fortuna” (2016), “Graça” (2017), “ Bela e a Fera” (2018), “Glória” (2019) e “A Roupa Nova do Rei” (2019).

Como atriz, destacou-se, além do Grupo Gattu, no Grupo TAPA com os seguintes espetáculos: “As Viúvas”, de Artur Azevedo, sob direção de Sandra Corvelone; “Contos de Sedução”, de Guy de Maupassant; “A Importância de Ser Fiel”, de Oscar Wilde, e “Camaradagem”, de August Strindberg (premiado como melhor espetáculo pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) em 2007, todas sob direção de Eduardo Tolentino.

Ficha técnica
Espetáculo: "Verão"
Texto: Eloísa Vitz
Direção: Eloísa Vitz
Assistente de direção:
Miriam Jardim
Elenco: Grupo Gattu
Temporada: até dia 11 de setembro de 2022. Quartas e quintas às 20h, sextas e sábados às 21h e domingos às 19h.
Recomendação: 12 anos
Duração: 50 minutos.
Capacidade: 60 lugares
Temporada gratuita.
A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo.
Local:
Teatro do Sol - Rua Damiana da Cunha, 413 - Santana.
Telefone: (11) 3791-2023.

terça-feira, 2 de agosto de 2022

.: Crítica: "Peles" põe o dedo na cara da sociedade refém do belo


Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em agosto de 2022


"O mundo é horrível. O ser humano é horrível, mas não podemos fugir deles, porque nós é que somos o horror", dispara uma senhora nua para um cliente, o qual se interessa pela pequena Claudia, de 11 anos. Com roteiro e direção de Eduardo Casanova, "Peles" expõe casos até inimagináveis de diferenças físicas, enquanto provoca a refletir sobre o hábito social de julgar o outro, somente pelo o que se vê -por fora. Tal diferença dos padrões que, de certa forma, incomoda a massa, encanta a outros. Assim, um homem externa seu amor compulsivo por uma mulher de rosto deformado.

No entanto, o longa é a ferramenta perfeita não somente para a dura crítica e certeira direcionada a sociedade que venera de modo descontrolado e exclusivamete o visual, mas por ainda abranger com maestria as deformidades internas -que muitos escondem. Um exemplo é o que homem que acaba de ser pai, paga uma cafetina para abusar, num quarto todo em rosa, da menina Laura. 

Assim, o tempo passa e em 2017 é a vez que entrar na história a jovem Samantha (Ana Polvorosa) que tira e posta uma foto no Instagram, mas tem a imagem removida uma vez que não cumpre as normas da comunidade. Pois é! Samantha  que sonha em ter uma boca no rosto, tem uma inversão, com o sistema digestivo de cabeça para baixo. No rosto, ao invés da boca, tem o ânus e vice-versa. Em tempo, a mesma protagonizou o curta "Eat My Shit" (2015), que originou a produção de 1h17. 

Laura agora já é uma mulher e na ausência de olhos, leva no espaço de carne, diamantes rosa. Aliás, o quarto e tudo o que está nele, inclusive as roupas dela, são na cor intermediária entre magenta e vermelho. Noutra casa, a mãe flagra o filho olhando para a foto de uma mulher de longas madeixas, enquanto se masturba. O que a incomoda?! É o fato de ele ser noivo de Ana (Candela Peña), de rosto deslocado. Assim, Ernesto (Secun de la Rosa) é convidado a sair de casa.

Eis que simultaneamente, a noiva, na própria casa, está com um homem, na cama, sendo que ele tem partes do corpo queimado, inclusive no rosto. Na ginecologista, Vanessa (Ana María Ayala), a anã que trabalha dando vida a um urso todo rosa que faz sucesso na TV é informada de que precisa descansar mais para não perder a fertilização in vitro. Em outro lugar, um rapaz numa cadeira de rodas admira uma sereia. Sim! Christian (Eloi Costa) tem transtorno de identidade da integridade corporal, pois não reconhece as próprias pernas, o que o faz comenter loucuras para ficar sem os membros, o que poderia ser uma forma de chamar a atenção dos pais em troca de amor. 

"Peles" aponta o dedo para a sociedade que se restringue a somente uma forma física de beleza e maltrata o diferente. O drama é agil, ainda que retrate várias histórias que se interligam, de uma forma ou de outra. Além de expor um trabalho visual incrível em que os cenários -e roupas dos personagens- geralmente são, de modo predominante, nas cores rosa ou lilás. Imperdível!

Filme: "Peles" ("Pieles")

Gênero: Drama

Classificação: 16 anos

Direção: Eduardo Casanova

Roteiro: Eduardo Casanova

Duração: 1h17

Data de lançamento: 11 de fevereiro de 2017 (mundial)

Elenco: Ana Polvorosa, Candela Peña, Carmen Machi


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm


.: "Ordem de Bloqueio", de Bill Browder, o inimigo número um de Putin

Best-seller do The New York Times, obra de não ficção revela os braços da corrupção do governo Putin nos Estados Unidos e no mundo com fôlego e ritmo de um verdadeiro thriller


O financista Bill Browder oferece um novo e explosivo relato sobre a sua batalha contra Vladimir Putin. Ordem de bloqueio, que chega às livrarias pela Intrínseca, segue o fio narrativo do primeiro livro, "Alerta Vermelho", ao contar sobre a expansão da Lei Magnitsky, que possibilita a imposição de sanções a violadores de direitos humanos e a cleptocratas ao redor do mundo. Ao denunciar graves casos sistêmicos de corrupção da oligarquia russa com a anuência de Putin, Browder se tornou o inimigo número 1 do mandatário. O embate, que hoje é conhecido mundialmente graças a estes dois livros, ganha importância no contexto da guerra da Rússia contra a Ucrânia e o consequente confisco de bens de oligarcas russos em todo o planeta. 

Neste best-seller internacional, Bill Browder revela passagens reais típicas dos melhores filmes de ação e espionagem em uma narrativa não linear.  O ponto de partida do livro é a sua prisão na capital da Espanha, quando foi encontrar um proeminente procurador anticorrupção para denunciar o uso de dinheiro sujo russo na compra de imóveis no país. A detenção foi feita por policiais, mas poderia ter sido feita por agentes russos disfarçados. O temor de cair nas garras de Putin só não foi maior que o apoio recebido. Igualmente assustador foi quando na Cúpula de Helsinque de 2018, Putin em encontro Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos, ofereceu para trocar alguns agentes de inteligência russos por Browder e, em uma entrevista coletiva conjunta, Trump disse que achava que era “uma oferta incrível”.

O autor conta com detalhes a descoberta de ampla rede de corrupção russa nos Estados Unidos e o tour europeu para aprovação da Lei Magnitsky. Após a aprovação da legislação em terras americanas durante o governo de Barack Obama, diversas ordens de bloqueios foram expedidas. Browder relata com entusiasmo a entrega de provas à promotoria de Nova York contra a holding Prevezon, responsável pela lavagem de dinheiro russo. “Isso era muito mais do que eles estavam acostumados a ver. Normalmente, quando uma pessoa entra no escritório do promotor para denunciar um crime, diz algo do tipo: “Fui roubado! Por favor, façam alguma coisa!” Não chega e diz: “Fui roubado! Aqui está o carro do ladrão, aqui está o número da placa, aqui é onde eles moram, aqui é onde guardaram os bens roubados e aqui está o que compraram com o dinheiro.” Era isso que eu tinha acabado de fazer”.

A relação de Bill Browder com a Rússia tem início na década de 2000, quando ele estabeleceu no país sua empresa de investimentos e se deparou com um enraizado sistema de corrupção entre o governo e os antigos oligarcas. Suas denúncias expuseram o roubo de bilhões de dólares, mas as autoridades russas acusam Browder e seu advogado, Sergei Magnitsky, de serem os responsáveis pelo esquema fraudulento. Tempos depois, Magnitsky é espancado até a morte após um ano de maus-tratos em um presídio de Moscou.

Browder, então, começa uma batalha para identificar e punir os mandantes do assassinato. Enquanto segue o rastro dos valores enviados da Rússia em um esquema de lavagem de dinheiro internacional, ele desperta a fúria de Vladimir Putin, apontado como um dos beneficiários das fraudes. Com jogadas de mestre, Browder enfrenta agentes contratados para persegui-lo mundo afora, sofre com o assassinato de aliados e encara os grandes advogados e políticos ocidentais que tentam impedir seu progresso na luta contra a corrupção russa. Você pode comprar "Ordem de Bloqueio", de Bill Browder" aqui: amzn.to/3ByVrX3


“Uma obra essencial, escrita por alguém que entendeu, muito antes de todos, a corrupção da administração russa e de seus empresários — e as medidas extremas a que eles chegam para defender sua riqueza ilícita.” — The Washington Post

 

“Boas histórias se tornam parte de nós, e esta é uma delas. O testemunho de um crime é um passo essencial para revertê-lo, e um livro pode ser uma forma de fazer justiça.” — The Time

 

Bill Browder, fundador e CEO do Hermitage Capital Management, era o maior investidor estrangeiro na Rússia até 2005, quando foi proibido de entrar no país. Desde o assassinato de Sergei Magnitsky, o ativismo de Browder levou à aprovação da Lei Magnitsky em 34 países. Ele possui bacharelado em economia pela Universidade de Chicago e um MBA pela Stanford Business School.


"Ordem de Bloqueio", de Bill Browder

Editora Intrínseca

Tradução: Alexandre Raposo; Cláudia Mello Belhassof; Paula Diniz

Páginas: 336

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.: "Evita Open Air" faz homenagem para "Evitas" anteriores


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em agosto de 2022


O palco a céu aberto de gigante estrutura, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, montado pela produtora Atelier de Cultura para o espetáculo "Evita Open Air", foi também cenário para o encontro de talentosos nomes que interpretaram Eva Perón em "Evita" no teatro musical brasileiro ao longo dos anos. Além de Myra Ruiz, a atual intérprete da mulher emblemática da política Argentina, foram homenageadas Claudya (1983), Marina Gabetta (1986), Paula Capovilla (2011) e Bianca Tadini (2011). 

Na semana em que se completam 70 anos da morte de Eva Perón (1919 - 1952), os cinco nomes importantes do teatro musical brasileiro que protagonizaram o musical de Tim Rice e Andrew Lloyd Webber receberam flores no encerramento das duas apresentações de "Evita Open Air", no domingo, dia 31 de julho. Sendo a presença de Marina Gabetta, que não havia sido anunciada ao público, uma grande surpresa. 

O momento de homenagem criado pelos produtores sócios Cleto Baccic, Carlos Cavalcanti e Vinicius Munhoz abriu espaço para que o quinteto no palco, com a liderança da Eva Perón de "Evita Open Air" no microfone, comentasse sobre o impacto de foi o musical "Evita" em suas carreiras de sucesso. A atriz Bianca Taddini que revelou ser fã do espetáculo desde jovem, comentou que ser Evita "foi um turbilhão" e ainda complementou: "Eu estreei no aniversário de Eva Péron, dia 7 de maio de 2011. Nunca vou esquecer, foi extremamente emocionante."

Foto: Mary Ellen Farias dos Santos

Conforme a atriz Marina Gabetta, "fazer o papel de Evita foi um marco na minha vida artística". Ela revelou ter conquistado o papel aos 22 anos, ainda que tenha começado trabalhando como coro, chegou ao papel da personagem que representa a amante de Peron até ser convidada para substituir Claudya, a protagonista. Já Paula Capovilla conta que fez questão de participar da audição para a seleção do espetáculo que foi montado em 2011 e vê a Evita como uma produção transformadora para quem faz. "A força que ela tem é tão atual. A representatividade dessa mulher é necessária. Ela é extremamente atual. Então, temos que enaltecer."

Por fim, foi a vez da cantora Claudya comentar sobre a importância de viver Eva Perón no teatro e que, inicialmente, negou o convite por saber que o público cobraria a representatividade como atriz. "A minha carreira estava estagnada, quando eu recebi o telefonema do Maurício Sherman para fazer o papel. Fiquei surpresa, pois eu não era atriz". Após aceitar o desafio, Claudya conta que "as portas se abriram".

Nos cinemas, em 1996 foi a vez de a diva Madonna dar vida a Eva Perón, sendo que, atualmente, na televisão, a ex-primeira-dama argentina tem uma recente série biográfica disponível no catálogo do Star+. No Brasil, "Evita Open Air" fica em cartaz até 28 de agosto de 2022.


* Mary Ellen é editora do portal cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm

Foto: Mary Ellen Farias dos Santos

Serviço
"Evita - O Musical"
Apresentado por Ministério do Turismo e Comgás
Patrocínio master: Porto
Patrocínio: Vivo
Apoio: Prosegur
Hotelaria oficial: Radisson Blu São Paulo
Apoio Institucional: Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e Governo do Estado de São Paulo
Uma produção: Atelier de Cultura
Realização: Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Até 28 de agosto de 2022
Local: Parque Villa-Lobos - Entrada pelo portão Cândido Portinari
Av. Queiroz Filho, 1365 - Alto de Pinheiros, São Paulo – SP
Observação: a localização da megaestrutura já está disponível nos principais aplicativos de deslocamento como Waze, Google Maps, Uber e 99 digitando “Evita Open Air” na busca.

Sessões: 
Quinta-feira, às 20h. Sexta-feira às 20h. Sábado, às 15h e às 19h30. Domingo, às 15h e às 19h30.
Ingressos: De R$ 50 a R$ 300. À venda pelo bit.ly/ingressosevita.

Bilheterias oficiais (sem taxa de conveniência)
Parque Villa-Lobos (próximo à Roda Gigante)
Av. Queiroz Filho, 1365 - Alto de Pinheiros - São Paulo - SP - 05319-000
Horário de funcionamento: quinta e sexta-feira das 16h às 20h. Sábados e domingos das 12h às 20h. Segundas, terças e quartas-feira, fechado.

Instituto Artium de Cultura
Rua Piauí, 874 - Higienópolis - São Paulo - SP - 01241-000
Horário de funcionamento: quarta a sexta-feira, das 12h às 18h. Sábados e domingos, das 10h às 18h. Segundas-feiras, terças-feiras e feriados, fechado.
Capacidade da estrutura: 1.545 pessoas
Duração: 110 minutos mais 15 minutos de intervalo
Classificação Indicativa: livre
Gênero: Teatro Musical
Estacionamento terceirizado pago no local próximo à entrada do evento.
Entrada próxima à Estação Villa-Lobos - Jaguaré da Linha 9 Esmeralda.
Todas as sessões contam com acessibilidade física e acessibilidade de conteúdo, com intérprete de Libras e serviço de audiodescrição.

Cliente Porto tem 30% de desconto. Desconto não cumulativo a outros descontos, limitado a quatro ingressos por CPF, válido para todas as sessões disponíveis, exceto na Plateia Silver. Consulte o passo a passo para ativação do desconto no site de vendas.

Cliente Vivo Valoriza tem 30% de desconto. Desconto não cumulativo a outros descontos, limitado a quatro ingressos por CPF, válido para todas as sessões disponíveis, exceto na Plateia Silver. Consulte o passo a passo para ativação do desconto no site de vendas.

Desconto Meia-entrada: obrigatória a apresentação do documento previsto em lei que comprove a condição de beneficiário.

Vídeo da homenagem


Trecho de "Não Chore por Mim Argentina"






.: “Além da Lenda” terá voz de Gabriel Leone, Hugo Bonemer e mais

Hugo Bonemer fala sobre o processo para dar a voz ao Curupira um dos personagens centrais da trama


Gabriel Leone, Hugo Bonemer e Marcello Trigo emprestam suas vozes para a animação brasileira "Além da Lenda", filme da produtora Viu Cine. O longa entra em cartaz nos cinemas em 4 de agosto e na história mostra a amizade das principais lendas do folclore brasileiro em versão infantil. Bonemer dá a voz ao Curupira, lenda brasileira de origem indígena, que protege as matas.

"Nessa versão o Curupira é uma criança, verde e feito de plantas. Ele protege a natureza contra as queimadas, a ação dos caçadores e também da contaminação por lixo plástico. Acredito que ‘Além da Lenda’ vai encantar crianças e adultos, pois vai além da diversão, tendo como objetivo principal a valorização do folclore nacional para a cultura brasileira", completa Hugo.

Nesta versão animada a maioria dos personagens são crianças e contam versões das lendas que eu mesmo não conhecia, a Cuca, por exemplo, virou um Jacaré nos livros infantis, mas como lenda mesmo sempre foi uma bruxa humana, enquanto o Curupira não é um ser humano, mas um protetor da natureza totalmente feito de plantas.

"Aproveitei essa urgência do personagem para brincar nas dublagens. O Marcello Trigo é um artista muito respeitado em Recife com uma bela serie de horror chamada 'Suplicium' que vale muito a pena ver e o Gabriel Leone esteve na mesma temporada que eu de Malhação e hoje é um ator de Hollywood. Percebo a gente como artistas vivendo suas oportunidades com paixão e que se reúnem num projeto sobre cultura brasileira, e para brasileiros", ressalta o ator.

Bonemer, que é conhecido por suas ações em favor de causas ambientais, ficou animado com o convite, pois vê no personagem mais uma oportunidade de falar sobre o assunto.

"O Curupira é um ambientalista, e a postura dele me inspira de forma pessoal. Os produtores e roteiristas do filme foram generosos e confiaram em mim, me dando liberdade de ampliar e lapidar isso nas falas do 'Curupa'”, comemora.

Além disso, ele vê semelhanças do seu novo personagem com outro. Quem acompanha a carreira de Hugo sabe que uma das suas mais famosas dublagens é o "Tronco" da animação "Trolls" e ele lembrou dele durante o processo de dublagem de "Além da Lenda".

"O Curupira é desconfiado, e por essa característica em muitos momentos se parece com o Tronco. Mas enquanto o Tronco é ranzinza e prefere não embarcar em aventuras, o Curupira é o oposto! Sempre alto astral e pronto pra se jogar numa situação de risco", complementa.

Além de dar voz, Hugo também canta a trilha do filme, composição de Mago Andrade com arranjos vocais de sua amiga, a atriz e cantora Estrela Blanco.

"Pedi pra cantar a trilha do filme mesmo não sendo o contratado porque me encantei com a história e queria aproveitar cada momento desse lançamento. Ainda trouxe a Estrela Blanco nos arranjos do refrão porque qualquer trabalho se engrandece com a participação dela", comemora Bonemer.

Hugo, que está pelo quarto ano como apresentador do Canal Like, falou sobre voltar a dublar um personagem animado.

"Dublar um desenho animado me faz um ator mais feliz. Foi um momento muito especial, do tipo que todo ator merece viver e que desejo para os meus colegas. Mal vejo a hora de dublar mais uma vez, quem sabe em uma continuação como ‘Trolls 3’ e ‘Além da Lenda 2’ (rs)", finaliza Hugo. 






Trailer


Além da Lenda

Direção: Marília Mafé e Marcos França

Roteiro: Bruno Antônio, Erickson Marinho, Ulisses Brandão

Produção Executiva:  Ulisses Brandão, Gustavo Correia

Produção: Antônio Perazzo, Jacqueline Brandão, Roberta Patu, Rani de Mendonça

Elenco de vozes: Gabriel Leone, Hugo Bonemer, Marcello Trigo, Bruna Cortez, Robson Ugo, Írina França, Jr Black e Pablo Ferreira, Anderson Macário, Gabriela Melo, Alex Lima, Mônica Feijó.

Arranjos vocais: Estrela Blanco

Direção de Arte: Marília Mafé, Jacquie Lima

Montagem: Marcos França, Ulisses Brandão, Irina França, Ysabela Andrade

Gênero: animação, aventura

País: Brasil

Ano: 2022

Duração: 86 min.

.: “Sexo dos Anjos” com Kate Hansen e Liza Vieira no Sesc Pinheiros

Peça que reflete sobre a morte e a existência humana tem direção de Jairo Mattos. Foto: João Caldas


Duas personagens em cena que refletem sobre a existência humana é um clássico estabelecido na dramaturgia mundial, assim se inspirando em duplas como, por exemplo, Vladimir e Estragon, do espetáculo “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, a peça "Sexo dos Anjos", escrita por Flávio de Souza, com direção de Jairo Mattos, traz duas personagens mulheres prestes a embarcarem para viagem onde pensam sobre morte. Em curta temporada: de 21 de julho até 13 de agosto, sempre de quarta a sábado, às 20h, no Auditório (3° Andar), do Sesc Pinheiros. 

As atrizes experientes, Kate Hansen e Liza Viera, dialogam de maneira cômica e aparentemente caótica sobre ser e existir no mundo. Em “Sexo dos Anjos”, as duas personagens mulheres vão revelando características importantes, como: reflexão sobre gênero, as terminações impostas e os papéis sociais. A ideia da peça é entreter sem deixar de lado reflexões filosóficas. 


Ficha técnica: 
Espetáculo:
"Sexo dos Anjos"
Texto: Flávio de Souza 
Direção: Jairo Mattos
Diretor assistente: Carlos Baldim
Elenco: Kate Hansen e Liza Vieira
Maquiagem: Leopoldo Pacheco 
Figurino: Leopoldo Pacheco e Carol Badra
Cenário e desenho de luz: Aloysio Burtin
Fotografia: João Caldas
Operação de luz: Reynaldo Thomaz
Operação de luz e som: Adriana Dhan
Assistente de produção: José Pina
Direção de produção: Mario Sergio Loschiavo 
Produção: MS39 Produções Ltda. 


Serviço
"Sexo dos Anjos"
Direção:
Jairo Mattos.
Elenco:
Kate Hansen e Liza Vieira.
De 21 de julho a 13 de agosto de 2022. 
Quinta, sexta e sábado, às 20h. 
Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia), R$ 9 (credencial plena) 
Local: Auditório (3º andar)
Duração: 60 minutos. 
Classificação: 16 anos.
*Informações sobre venda de ingressos no site www.sescsp.org.br 

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

.: "Lado C": livro sobre Caetano Veloso em noite de autógrafos

Muito se conhece – e se fala – sobre o Caetano Veloso das palavras, o grande letrista, entre os maiores da história da MPB. A roupagem sonora que em-bala a desconcertante poesia do autor, porém, não é tão lembrada quando se avalia sua obra. Não que seja menos importante. Caetano é um músico incomum e antenado no resultado de seu trabalho, em que forma e conteúdo são indissociáveis. "Lado C", que chega às livrarias no dia 29 de julho, narra justamente a sonoridade buscada por Caetano desde o início de sua carreira, com destaque para a virada radical com a BandaCê, power trio que montou em 2006 com músicos 30 anos mais jovens. Em um período de dez anos, foram três discos de canções inéditas, outros três ao vivo e grandes turnês que rodaram o Brasil e o mundo.

Escrito pelos pesquisadores Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes, Lado C narra os caminhos que levaram Caetano a essa surpreendente aventura musical. A partir de informações inéditas, os autores contam os bastidores das gravações e o processo criativo de cada disco da trilogia, que culminou em Abraçaço. Eles mostram ainda a relação controversa de Caetano com a imprensa nesse período, detalhes do convívio com sua equipe e a as experiências e parcerias com artistas de diferentes gerações, incluindo os próprios filhos.

Esse é um período mais recente e pouco comentado da carreira de Caetano, mas que sem dúvida é um dos mais ricos. Ele se reinventou e renovou seu público observa Tito.

Além de pesquisar centenas de reportagens, vídeos e discos, os autores entrevistaram mais de 40 personagens fundamentais dessa história. Começando pelo próprio Caetano e os três integrantes da bandaCê, Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado. Ouviram ainda nomes de diferentes fases, como Jards Macalé, Arnaldo Brandão, Vinicius Cantuária, Arto Lindsay (que tam- bém assina a orelha de Lado C), Jaques Morelenbaum, Moreno Veloso, Kassin, Rodrigo Amarante, além de produ- tores, técnicos e amigos do compositor.

Embora o período com a bandaCê seja o assunto principal do livro, é impossível fazer esse recorte sem contextua- lizar toda a carreira artística de Caetano até os dias de hoje. Tudo em sua obra está interligado – diz Luiz Felipe.

"Lado C" traz ainda dezenas de fotos do acervo dos músicos da bandaCê e de pessoas próximas a Caetano. O resulta- do é um documento valioso não só para fãs, mas também para apaixonados pela Música Popular Brasileira.

O livro chega aos principais sites e livrarias do país a partir do dia 29 de julho, com lançamento simultâneo em e-book em mais de 20 plataformas digitais. Você pode comprar "Lado C- A trajetória musical de Caetano Veloso até a reinvenção com a bandaCê, de Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes" aqui: amzn.to/3vtV6kx


Curiosidades do livro

Disco clandestino: Em 2002, Caetano confidenciou ao guitarrista Pedro Sá que tinha vontade de fazer um disco “clandestino”, que não levaria seu nome e teria sua voz modificada eletronicamente. Anos depois, o cantor ama- dureceu a ideia, mas decidiu assinar o novo trabalho, que seria uma reinvenção de sua imagem. Os dois convoca- ram Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado, e assim nascia a bandaCê.

Encontro com Milton: As gravações de Cê foram feitas no mais absoluto sigilo. Milton Nascimento, sem saber de nada, telefonou para o estúdio procurando um técnico. Um ruído de comunicação fez a ligação ser direciona- da para Caetano, que resolveu convidá-lo para uma visita no dia seguinte. Milton ouviu uma prévia do disco em primeiríssima mão e o amigo quis saber o que achou. “Mas que pergunta, Caetano...”, respondeu.

Novo público: A estreia da fase Cê aconteceu no Tim Festival, quase por acaso. Caetano e o trio foram cha- mados apenas cinco dias antes do evento para ocupar um dos palcos que estava com baixa procura de público. No show, foram apresentadas as 12 faixas inéditas do disco Cê e apenas três sucessos. Resultado: uma plateia de novos fãs fez coro em todas as músicas.

Musa desmentida: Por causa da faixa Um sonho, Caetano foi parar nas colunas de fofoca. A atriz Luana Piovani usou seu blog na época para contar que a canção tinha sido feita para ela. Só que o compositor a desmentiu, o que levou a atriz a apelidá-lo de “Banana de Pijama”.

Ronaldo e travestis: Caetano aproveitou a temporada Obra em progresso, em que testava no palco músicas que pretendia gravar no segundo disco com a bandaCê, para comentar notícias dos jornais. Quando o jogador Ronal- do foi acusado de não ter pago um programa com travestis em um motel do Rio, ele resgatou a obscura canção Três travestis, que havia composto nos anos 1980. Mas a plateia gargalhou tanto que Caetano precisou interrom- per e recomeçar. Semanas depois Ronaldo prestigiou o show, mas a música foi cortada do setlist.

Protesto de fãs: A nova sonoridade de Caetano com a bandaCê decepcionou algumas pessoas. Depois de uma apresentação na Dinamarca, uma produtora local foi até o camarim e cobrou a ausência de “músicas bonitas”, como Sozinho e O leãozinho. A resposta foi um dos famosos gestos de irritação de Caetano: “Música bonita é o que eu estou fazendo agora! Você é chata! Vai embora daqui, sua chaaaaaaata!!!”.

Reencontro com tropicalista: Durante as gravações de Abraçaço, Caetano se reencontrou com Rogério Duar- te, que fez parte do movimento tropicalista. Quando o disco estava quase pronto, Caetano recebeu dele a música Hino gay. Mas antes que o álbum saísse, Rogério pediu que o amigo trocasse o título para Gayana, como a canção foi creditada.

Primeira banda: Antes de formar a bandaCê, Caetano já havia experimentado grupos enxutos. O primeiro deles foi para o disco Transa, gravado no exílio londrino em fins de 1971. Ele convocou Jards Macalé e mais três músicos, que trabalharam nos arranjos das canções. O lançamento do LP marcou o seu retorno ao Brasil em 1972, com shows históricos no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Salvador. Ainda nos anos 1970 e 1980, Caetano montaria outros dois grupos: A Outra Banda da Terra e Banda Nova. Você pode comprar "Lado C- A trajetória musical de Caetano Veloso até a reinvenção com a bandaCê, de Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes" aqui: amzn.to/3vtV6kx


Noite de autógrafos

Quinta-feira 11 de agosto

Horário: a partir das 19h

Endereço: Livraria da Travessa de Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 578)


Ficha Técnica

Título: Lado C- A trajetória musical de Caetano Veloso até a reinvenção com a bandaCê

Autor: Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes

Editora: Máquina de Livros


.: Vinícius Piedade estreia o solo "Provavelmente Saramago" em SP

Com direção do português Paulo Campos dos Reis, o texto revela um personagem de um ator que, depois de ter sido recusado para um papel no filme sobre o escritor, resolve criar uma peça na qual mistura sua obra e vida. A estreia da temporada brasileira acontece dia 1º de agosto, no auditório da Biblioteca Mário de Andrade A peça integra as comemorações oficiais do Centenário do Nascimento de José Saramago, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1998, promovidas pela Fundação Saramago, em  Lisboa, com apresentações nos dias 29 e 30 de setembro e 1º de outubro.Em cena, Vinícius Piedade mistura ficção e realidade, vida e obra do escritor português. Foto: Danilo Ferrara


"Provavelmente Saramago" é um solo inédito interpretado por Vinícius Piedade cuja trama gira em torno de um ator que, depois de ser preterido num casting para um filme sobre o escritor José Saramago, resolve montar um espetáculo teatral no qual, ao mesmo tempo que revela a sua decepção com o cinema, partilha, com o público, as suas interpretações sobre a vida e obra de Saramago. Na direção de Paulo Campos dos Reis, a cada nova tentativa de adaptação cênica, o ator revê suas ideias e tramas, cruzando ficção e realidade em um labiríntico jogo de espelhos.

A estreia acontece dia 1º de agosto, no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, e segue até dia 29, sempre às segundas-feiras, às 19h. No fim de setembro e início de outubro, o trabalho se apresenta na Fundação Saramago, em Lisboa, como parte das comemorações do centenário do escritor português – é o único espetáculo brasileiro a fazer parte da efeméride. 

No texto, assinado em parceria entre Vinícius Piedade (Brasil) e Paulo Campos dos Reis (Portugal) – atores, encenadores e dramaturgos (como o personagem do espetáculo) –, o  ficcional e o documental se misturam e procuram um diálogo com José Saramago com o objetivo de refletir, hoje, sobre a recepção da sua obra. A partir dessa ideia, os dois artistas colocam a questão: “Como nos posicionamos como artistas, como cidadãos, como seres humanos em relação a sua mundividência e convicções? Eis a pergunta a que Provavelmente Saramago tenta (ensaia) responder”.

“A ausência da quarta parede estabelece uma relação dialógica entre o ator e o público, pedindo de empréstimo, à gramática da verosimilhança do teatro documental, o emprego de um registo de discurso autobiográfico. Ilusório, todavia. Ou parcialmente. O relato do sujeito da enunciação mistura realidade e ficção estabelecendo a figura do ator como uma personagem metateatral. Este dispositivo de credibilização do discurso permite, por outro lado, a mais valia de sintetizar e de fazer ressoar, num só ator, as palavras de tantos outros, especialmente quando este se refere a determinado passo, com verrinosa ironia, aos estereótipos associados à profissão”, revela o diretor Paulo Campos dos Reis.

O ator Vinícius Piedade completa que o espetáculo, por meio do exemplo de Saramago, associa o ato de criação artística à ideia de trabalho e de resiliência – a consolidação do seu percurso como romancista começará, pouco ortodoxamente, depois dos sessenta anos de vida. Em contraponto, o espetáculo respinga e valoriza aspectos da sua anterior “extraordinária biografia ordinária”. 


Ponto de Partida
"Provavelmente Saramago" nasceu do encontro de dois criadores teatrais da lusofonia: Paulo Campos dos Reis (diretor português) e Vinícius Piedade (intérprete brasileiro). Os artistas, que se conheceram e se reencontraram em diferentes festivais de teatro lusófonos (em Angola, em Cabo Verde e em Portugal), logo perceberam que a conexão artística viria pela obra do escritor, referência para ambos. E desse anseio teatral/literário nasceu a ideia da coprodução.

Paulo e Vinícius, que assinam o roteiro/texto/dramaturgia, constroem um espetáculo teatral que poderia definir-se como eles mesmo dizem “o modo como um leitor dialoga pessoal e intimamente com uma persona e obras literárias”. “O resultado é, ao mesmo tempo, uma celebração da obra de Saramago e uma confirmação  do profundo impacto que a sua vida e obra causam na experiência de quem o descobre”, diz Vinícius Piedade.


Um retrato provável
Em cena, o ator interpela o público e fala da sua experiência profissional e do seu desejo irresistível de compor um espetáculo sobre a figura de José Saramago e sua obra. A tarefa, no entanto, resulta difícil de concretizar; quanto mais fundo pesquisa e lê, mais pontos de contato encontra entre a sua biografia e os temas que o “dossiê Saramago” convoca. Em tudo, a sua mundividência se identifica com a de Saramago e a todo o instante se apropria de Saramago para falar de si mesmo. 

Com o público, o ator vai partilhando as suas diversas possibilidades de mise-en-scène – ensaiando, por exemplo, adaptações de excertos dos romances de Saramago - sem, no entanto, se contentar com o resultado de nenhuma. “Para justificar a sua permanente deriva, aponta para ideia de que Saramago é tão prolixo que qualquer retrato que se lhe queira fixar nunca será senão pessoal e intransmissível; será sempre, apenas, um ‘retrato provável’”, revelam os autores.

“No palco, a cena é praticamente enxuta de elementos cênicos. Será este espaço despojado (e, deste modo, pronto e aberto para o jogo das possibilidades) que o ator/contador preencherá com o seu José Saramago pessoal, representado. Aqui, quando cenas sínteses evocam alguns romances de Saramago, a encenação privilegia a criação de imagens simples e depuradas que convidam o espectador para um jogo simbólico e de imaginação”, finaliza o diretor.


Vinícius Piedade
É ator, diretor e escritor. Autor dos livros "Trabalhadores de Domingo"  (contos), "Essas Moças que me Causam Vertigens" (contos), "Meu Mundo Irreal"  (contos), "4 Estações" (dramaturgia), "Identidade" (dramaturgia) e "Cárcere" (dramaturgia). Escreveu e dirigiu ao lado de Roberto Skora o longa-metragem "Lasanha de Berinjela" premiado em mais de quinze festivais pelo mundo.

Criou ao lado de Evas Carretero o projeto Take Único, uma websérie com episódios independentes sempre em plano-sequência. Desenvolve uma pesquisa continuada em teatro solo, tendo criado cinco espetáculos, como "Carta de um Pirata", "Cárcere" e "Hamlet Cancelado". Com seus espetáculos em repertório, já percorreu todas as regiões do Brasil e outros vinte países, como Índia, China, EUA, Alemanha, França, Turquia, Espanha, Portugal, Rússia, Lituânia, Angola e Argentina.


Paulo Campos dos Reis
Encenador, escritor de cena e programador cultural. É diretor artístico do colectivo Musgo Produção Cultural, de Sintra. Frequentou o mestrado de Artes Performativas - Escritas de Cena, na Escola Superior de Teatro e Cinema, Portugal. Tem um Curso de Encenação de Teatro Musical, ministrado por Gottfried Wagner, na Associação Internacional de Música da Costa do Estoril. Ultimamente, vem dirigindo espetáculos de teatro com textos de autores portugueses/de língua portuguesa (sobretudo), em Portugal e em contexto internacional - Angola, Brasil, Cabo Verde e Macau. Programador de "Culto”, série audiovisual que mescla poesia, dança contemporânea e música, em Oeiras e na RTP Palco. É autor de “Autógrafo Seguido de Autocolantes” (Quasi) e “Habilitações Literárias” (Volta d’mar), ambos de poesia/prosa.


Musgo Produção Cultural 
A Musgo é uma estrutura de criação teatral fundada em Sintra, Portugal, em 2012. Tem um apoio anual da Câmara Municipal de Sintra e da Fundação Cultursintra e apoios pontuais da DGArtes – Ministério da Cultura. Possui, atualmente, cinco eixos de programação: 1) produção própria: apresentação de espetáculos de teatro de repertório dramatúrgico sobretudo em língua portuguesa; 2) co-produções com outras estruturas de criação; 3) internacionalização: co-organiza o Festival Salencena, Cabo Verde, e apresenta espetáculos em contexto internacional (Angola, Brasil, Cabo Verde e Macau) com o apoio do Instituto Camões ou outras instituições ou estruturas de criação; 4) Formação escolar: dá formação em contexto de trabalho (estágio profissional) a alunos de teatro. 5) Edição «MUSGO LIVRO», revista/livro que reúne material dramatúrgico sobre o seu reportório (imagens ou textos informativos, literários e ensaísticos inéditos) – disponível aqui: www.musgo.org.pt.

Leia +:
Você pode comprar os livros de José Saramago neste link.
 


Ficha artística e técnica
Texto:
Paulo Campos dos Reis e Vinícius Piedade
Direção: Paulo Campos dos Reis
Interpretação: Vinícius Piedade
Iluminação: Paulo Campos dos Reis e Vinícius Piedade
Figurino: Piedad (Ana Maria Piedade)
Fotografia: Danilo Ferrara
Vídeo: Nara Ferriani
Design gráfico: Pedro Velho
Operação de som e luz: Márcio Baptista
Direção de produção: Ricardo Soares (Portugal) Vinícius Piedade (Brasil)
Coprodução: Vinícius Piedade (Brasil) e Musgo Produção Cultural (Portugal)
Assessoria de imprensa: Canal Aberto (Márcia Marques)


Serviço
De 1º a 29 de agosto de 2022, todas as segundas-feiras, às 19h
Local: Biblioteca Mário de Andrade (R. da Consolação, 94 - República, São Paulo)
Entrada gratuita (retirar ingressos uma hora antes)
Duração: 70 minutos
Classificação: 12 anos

.: Leonardo Boff reúne contos e histórias indígenas em livro


Em "O Casamento entre o Céu e a Terra - Contos dos Povos Indígenas do Brasil", o autor reúne relatos, mitos e histórias dos povos originários brasileiros. Nova publicação conta com ilustrações da artista indígena Daniela Ramos (danirampe) e apresentação do escritor Daniel Munduruku.


"As histórias indígenas - erroneamente chamadas de 'mito' - nos revelam exatamente onde moram os milagres da vida: na comunhão, na partilha, na fartura, no pertencimento, na tolerância. Ler as histórias indígenas apenas com a cabeça não nos permite sentir a verdade que elas trazem dentro de si e que precisam ser ouvidas com o coração. Fica aqui, pois, meu convite: leiam essas histórias não com a cabeça, mas com o coração, que é o centro de todos os sentidos. É dentro dele que mora a magia, o sagrado, o mistério." - Introdução por Daniel Munduruku


Professor, teólogo, filósofo, escritor e um dos principais defensores dos direitos humanos no Brasil, Leonardo Boff lança nova edição de "O Casamento entre o Céu e a Terra - Contos dos Povos Indígenas do Brasil", publicado pela editora Planeta. No livro, o autor reúne relatos, mitos e histórias dos povos originários brasileiros, com o objetivo de ressaltar suas inestimáveis contribuições na constituição cultural do país.

A publicação é dividida em duas partes: na primeira, diversas narrativas apresentam a epistemologia indígena, seus costumes, modos de pensar e compreender a natureza; na segunda, são apresentadas informações a respeito desses povos, como as etnias e línguas que se estendem pelo território brasileiro, bem como quais elementos contemporâneos fazem parte de nossa herança indígena.

Recolhidas ao longo dos anos e através de visitas a diversas etnias, as histórias dão explicações poéticas a fenômenos da natureza: “Como são grandes observadores, acumularam enorme sabedoria. Como nós, eles também perguntam: ‘Por que existem o dia e a noite? Por que as estrelas têm brilho diferente? De onde veio o guaraná, de que gostamos tanto?’. Para responder a essas indagações, contam estórias interessantíssimas. E elas nos enchem de encantamento”, afirma o autor no prefácio. Cada história é capaz de nos conectar à sabedoria ancestral das comunidades indígenas, reforçando sua importância na cultura brasileira.

Esta nova edição propõe uma abordagem literária, sem perder o contexto didático do livro quando foi originalmente lançado. Além de um viés inovador, a publicação da editora Planeta conta com ilustrações da artista indígena Daniela Ramos (danirampe) e apresentação do escritor Daniel Munduruku. Em um momento de ameaças reais ao meio ambiente e ao futuro dos povos originários no Brasil, a nova edição de "O Casamento entre o Céu e a Terra" torna-se essencial para colocarmos as culturas e as tradições indígenas no centro do debate. Você pode comprar o livro "O Casamento entre o Céu e a Terra", de Leonardo Boff, no link.


Trechos do livro
Depois de ter vivido feliz com Denaquê por muitos e muitos anos, e ensinado aos Karajá a cultivar o milho, a mandioca e tantas coisas saborosas, Tainá-Can voltou ao céu para continuar a brilhar eternamente. E junto levou sua amada Denaquê. Por isso, como companheira inseparável, também brilha no céu, sempre junto da estrela-d’alva, também uma estrela singela e de brilho esmaecido.

Nunca mais deixaram de comer essas raízes. E foi assim que elas se tornaram o principal alimento dos Tupi-Guarani, das demais etnias e da maioria dos brasileiros, fazendo farinha, beijus e cauim. Chamaram então as raízes de Mandioca, que significa “casa de Mandi” ou também “corpo de Mandi”.

O Espírito das Águas teve pena imensa de Yara. Acolheu seu corpo machucado. Inspirou-lhe vida e devolveu-lhe todo o esplendor de sua beleza. Mas, para que não pudesse nunca mais ser violada, transformou-a em sereia. O “índio” não existe. O que existe são centenas de nações indígenas, algumas tão diferentes das outras como é diferente o Brasil da Austrália.

Viemos de um projeto civilizacional que se estrutura ao redor do poder-dominação sobre os outros povos, as outras classes e a natureza. Esta sistemática agressão pode destruir a nós e à vida. Por isso, é urgente que aprendamos formas alternativas de relação para com a natureza. E os indígenas nos mostram o caminho.


Sobre o autor
Leonardo Boff cursou filosofia e teologia, doutorando-se nas duas disciplinas pela Universidade de Munique-Alemanha, em 1970. Ingressou na Ordem dos Frades Menores, franciscanos, em 1959. Durante 22 anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecumênica em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano, além de professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e universidades no Brasil e no exterior.

É doutor honoris causa em política pela universidade de Turim (Itália) e em teologia pela Universidade de Lund (Suécia), tendo ainda sido agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, por causa de sua luta pelos direitos humanos. Em 1984, em razão de suas teses ligadas à Teologia da Libertação, foi submetido a um processo no Vaticano, pelo qual foi punido.

Em 1992, sendo de novo ameaçado pelas autoridades de Roma, renunciou às atividades de padre. É autor de mais de 60 livros nas áreas de teologia, espiritualidade, filosofia, antropologia e mística. A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos.

Ficha técnica
Título: "O Casamento entre o Céu e a Terra - Contos dos Povos Indígenas Brasileiros"
Autor: 
Leonardo Boff
Ilustrações:
Daniela Ramos
Texto de introdução: Daniel Munduruku
Editora: Planeta
Páginas: 240
Link na Amazon: https://amzn.to/3S4If1H

.: “Poliana Moça” chega ao centésimo capítulo com emoções e tensões

Após sequestro, Poliana quer saber como o pai está (Foto: João Raposo/SBT)


A novela juvenil do SBT, “Poliana Moça” chega ao centésimo capítulo com muitas emoções e tensões nos acontecimentos de sexta-feira, 05 de agosto. Enquanto Luigi conta para o irmão Mario que beijou Song, Roger, Otto e Marcelo abandonam o cativeiro no qual foram matidos enquanto estavam sequestrados. Os irmãos mais velhos levam Marcelo, muito ferido, ao hospital, que, devido a um trauma na cabeça, fica internado em estado grave. 

Bento recebe flores em nome de Ruth, o que com que o sobrinho reconheça a mensagem de Renato e questione a tia sobre suposto envolvimento amoroso com o professor de música. Luísa se emociona ao ver o marido na UTI. 

Emocionada, Poliana pergunta ao pai se os sequestradores o machucaram, mas Otto não quer comentar sobre o ocorrido. Por sua vez, Gleyce resiste em fazer festa de aniversário de casamento. Vinícius e Raquel decidem conversar sobre o relacionamento deles. Dr. Davi encontra a família de Marcelo para dar resultado clínico final do paciente.

A novela “Poliana Moça” vai ao ar de segunda a sábado, às 20h30, no SBT

Otto, Roger e Marcelo em cativeiro (Foto: Lourival Ribeiro/SBT) 

.: Entrevista com Sergio Guizé: em "Mar do Sertão" será Zé Paulino

Sergio Guizé comenta o trabalho em "Mar do Sertão", ator será Zé Paulino, personagem que após um acidente é dado como morto. Foto: Rede Globo/Divulgação


Zé Paulino (Sérgio Guizé), vaqueiro da fazenda Palmeiral, é um rapaz honesto e corajoso, que vive para o trabalho e para Candoca (Isadora Cruz), seu grande amor. É filho de Daomé, meeiro da fazenda, por quem tem adoração. Aliás, é seguindo o exemplo do pai que Zé Paulino trata a todos com respeito, o que faz com que ele seja uma pessoa muito querida em Canta Pedra. O rapaz também é muito leal ao patrão, coronel Tertúlio (José de Abreu), dono da fazenda.

No início da trama de "Mar do Sertão", Zé Paulino e Candoca estão noivos, em meio aos preparativos para o casamento. Candoca é professora e, assim como o vaqueiro, luta pela melhoria das condições de vida do povo da cidade. A jovem sonha se tornar médica e tem total apoio do noivo. 

Esse conto de fadas, no entanto, será interrompido quando Zé Paulino sofre um acidente e é dado como morto. Tertulinho (Renato Góes), que já estava dando suas investidas em Candoca há um bom tempo mesmo sendo rejeitado, vê a tragédia como uma oportunidade de finalmente conquistá-la. Quando Zé Paulino volta para Canta Pedra, 10 anos depois, em busca de justiça, ainda terá que aprender a lidar com a nova realidade: Candoca, seu grande amor, casada com seu rival.  

"Mar do Sertão" é uma novela criada e escrita por Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman. A obra é escrita com Marcos Lazarini, Claudia Gomes e Dino Cantelli, e com colaboração de Carol Santos. A direção geral é de Pedro Brenelli com Bernardo Sá, Natália Warth e Rogério Sagui. A produção é de Silvana Feu e a direção de gênero de José Luiz Villamarim. Confira a entrevista com Sergio Guizé!

 

Como você define seu personagem, Zé Paulino?

Sérgio Guizé: O Zé Paulinho é um homem honesto, corajoso, que trabalha como vaqueiro na fazenda Palmeiral e tem muita gratidão pelo patrão, o coronel Tertúlio (José de Abreu). Ele é completamente apaixonado pela noiva, Candoca, mas seu castelo começa a ruir quando Tertulinho, o filho do coronel, volta da capital para Canta Pedra e começa a dar em cima de Candoca. 

 

Zé Paulino será dado como morto e volta depois de 10 anos. Como isso vai impactar na personalidade do personagem?

Sérgio Guizé: Após o acidente, Zé Paulino vai reaprender a viver sem Candoca e sem a vida que ele construiu em Canta Pedra. Será uma jornada de tentar entender tudo o que aconteceu na ausência dele e de tentar acabar com as injustiças das quais o povo da cidade sempre foi vítima na mão dos poderosos. Será um misto de emoções.

 

Zé Paulino e Timbó têm uma relação muito próxima, de respeito e de amizade. Fale um pouco sobre essa ligação.

Sérgio Guizé: Acredito que o Zé Paulino entende que, mesmo sendo analfabeto, o Timbó sabe mais sobre a vida do que muita gente que estudou. Zé Paulino admira a sabedoria do amigo para cuidar da terra e preservar a memória de seus antepassados.

 

O que mais te encanta em "Mar do Sertão"?

Sérgio Guizé: O que mais me encanta são os questionamentos que o Mario Teixeira propõe com o texto dele. Ao mesmo tempo em que estamos contando uma história de amor, temos temas como a preservação do meio ambiente, a concentração de poder na mão de poucos, a força feminina, entre outros. É bonito ver a trajetória de alguns personagens fazendo de tudo para salvar aquela terra que é tão importante para eles.

 

O que o público deve esperar da novela?

Sérgio Guizé: Estamos fazendo uma novela que fala do interior do Brasil e de sua gente. Veremos tipos universais representados, mas de uma forma especial, conduzidos pelo texto do Mario e pela direção do Allan Fiterman e equipe. É uma história alegre, com muitas cores e muita leveza, que espero que o público se identifique e goste bastante. 


domingo, 31 de julho de 2022

.: Crítica: "A Morte Te Dá Parabéns" é um thriller sem defeitos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2022


Uma garota cheia de si que morre por vezes seguidas. Este seria o resumo em poucas palavras do longa da Blumhouse, "A Morte Te Dá Parabéns" que acumulou mais de US$ 122 milhões nas bilheterias mundiais. Contudo, a produção dirigida por Christopher B. Landon vai além da mudança de comportamento da mocinha má e ainda bebe na fonte do clássico filme com Bill Murray, "Feitiço do Tempo", com o qual, de fato, estabelece uma grande ligação. 

Em 1h36, o público conhece a linda e enjoada estudante universitária Tree Gelbman (Jessica Rothe) que acorda na cama do dormitório do também universitário Carter (Israel Broussard). Grosseira e egocêntrica, segue a vida cercada por outras moças ocas e tão arrogantes quanto ela. Na verdade, Tree mostra o quanto se diverte quando maltrata os outros, inclusive o próprio pai que a acorda por ligação justamente no dia do aniversário dela. 


Recebe os cumprimentos das amigas pela nova fase da vida, ganha um cupcake com velinha e, por fim, o encontro com o assassino. Ao morrer -dia após dia-, Tree renasce e revive tudo. Inicialmente, faz tudo quase que do mesmo jeito até que se dá conta de como seu dia irá terminar -e recomeçar. Assim, ela se empenha em descobrir quem está por trás da máscara de bebê que a mata brutalmente todo dia. Nesse processo repetitivo, ela tenta alterar certas ações para escapar viva. Logo, a esnobe vai baixando a guarda enquanto segue nesse looping macabro. Faz uma autoavaliação no qual constata o quão detestável é e até faz amizade com Carter. 

Embora seja espelhado no romântico "Feitiço do Tempo""A Morte Te Dá Parabéns" é totalmente aterrorizante, pois é um terror slasher -subgênero de filmes de terror quase sempre envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente. "A Morte Te Dá Parabéns" garante bons e inesperados sustos. Nele há a mocinha, que é a "final girl" -embora seja o único alvo do assassino-, Tree enfrenta quem a ameaça e busca pelo verdadeiro assassino atrás da máscara, além de um perfeito jogo de intrigas e, claro, uma boa e certeira vingança, tal qual sempre se vê em clássicos do terror como "Lenda Urbana", "Pânico", "Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado" e "Sexta-feira 13"

Todos os elementos de um thriller sem defeitos estão no longa com orçamento de US$ 4,8 milhões. O filme surpreende com uma edição envolvente que colabora para o crescimento da trama, assim como a revelação do assassino. Além de garantir uma trilha sonora com Demi Lovato e seu hit "Confident", música que descreve bem a protagonista. "A Morte Te Dá Parabéns" é um filmaço de terror da nova geração que já tem pinta de clássico. Imperdível!


Filme: "A Morte Te Dá Parabéns" ("Happy Death Day")

Gênero: Terror/Thriller

Classificação: 14 anos

Ano de produção: 2017

Direção: Christopher B. Landon

Duração: 1h36

Data de lançamento: 12 de outubro de 2017 (Brasil)

Elenco: Jessica Rothe (Tree Gelbman), Israel Broussard (Carter Davis), Jason Blum, Ruby Wylder Rivera Modine (Lori Spengler), Rachel Matthews, Phi Vu (Ryan Phan)


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

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