sexta-feira, 1 de outubro de 2021

.: Crítica: "Bagdá vive em mim" dramatiza conservadorismo. Imperdível!

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em outubro de 2021

Um recorte da história do um escritor fracassado, Taufiq (Haitham Ali) que esbarra na arquiteta Amal (Zahraa Ghandour) que fugiu do marido para Londes e do jovem especialista em tecnologia Muhannad (Waseem Abbas), que é gay. O que há de comum entre eles além de suas origens? Os iraquianos tem a cafeteria Abu Nawas, local em que os exilados se encontram para dividir alegrias e tristezas. Contudo, o longa "Bagdá vive em mim" começa num interrogatório. Logo entendemos que um crime foi cometido.

Assim, de primeira lança como provocação, a história de maior preconceito e que irá desenhar inclusive as tragédias do longa. Desta forma, o público é levado a observar por meio dos olhos e palavras de Taufiq e seus amigos que acompanham de dentro da cafeteira, os dois do outro lado da calçada: Muhannad e seu parceiro, Sven. Protegidos pelo lugar aconchegante, na fala dos personagens o que se nota é desprezo pela relação forte e amorosa entre dois homens.  

No entanto, é Amal quem ajuda a potencializar parte do crime que está por vir, uma vez que o marido de quem fugiu, surge em Londres exigindo seus direitos em relação a ela. No entanto, a moça já está encantada por um londrino: Martin (Andrew Buchan). E conforme a trama se desenrola entendemos bem os motivos de ela ter mudado de país e refeito a vida, ainda que em condições pouco favoráveis.

É Taufiq, o escritor fracassado, quem costura toda a montanha-russa de conflitos que é "Bagdá vive em mim". Tanto é que ele traz para a cafeteria o sobrinho Nasseer (Shervin Alenabi) que está em formação radical. Sim! O rapaz segue fielmente o pregador de uma mesquita islâmica. 

Em consequência do radicalismo de Nasseerr, instigado por Yassin (Farid Elouardi), que a história de Amal, Muhannad e Taufiq torna-se uma só com direito a momento final cheio de revelações, tal qual o famoso: "Quem matou?". 

"Bagdá vive em mim" é um filme belíssimo e delicado, mas que deixa claro que o conservadorismo exarcebado sempre é capaz de transformar a vida de todos num inferno. Em tempo, o poema que dá o nome em inglês "Bagda in muy shadow", recitado no longa, é um primor. Filme imperdível!

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Filme: Bagdá vive em mim

Título Original: Baghdad In My Shadow (Reino Unido, Alemanha, Suíça)

Gênero: drama, suspense

Duração: 01h45

Diretor: Samir

Roteiro: Samir

Classificação indicativa: 14 anos

Ano: 2019

Estreia em 2 de setembro de 2021

Elenco: Waseem Abbas, Haitham Al, Waseem Abbas, Zahraa Ghan, Farid Elouardi, Shervin Alenabi, Andrew Buchan, 


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm


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