segunda-feira, 22 de setembro de 2025

.: Crítica: "Túmulo dos Vagalumes" é brutalmente realista e faz arrepiar

 Cena de "Túmulo dos Vagalumes"


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em setembro de 2025


Dois irmãos tentam sobreviver na dura realidade de um Japão devastado. Em "Túmulo dos Vagalumes"os irmãos Seita e Setsuko, refletem as consequências de bombardeiros, sendo que um deles, leva a mãe do garoto de 14 anos e da menina de 4 anos. Em meio ao caos do medo de viver em risco, eles passam a morar de favor na casa de uma tia, uma vez que o pai está ausente por ter sido convocado para a Segunda Guerra Mundial. 

Com a escassez de produtos, inclusive os alimentícios, os irmãos passam a viver em situação de vulnerabilidade após começarem a viver por conta própria. Nitidamente, com o avançar da história, toda a alegria da garotinha Setsuko vai murchando em meio a feridas no corpo pela higiene inadequada. Mesmo que unidos, os irmãos encontram a desnutrição, não somente engolindo os sonhos de um futuro, mas também o físico de ambos.

Sem recorrer a cenas de guerra diretamente, "Túmulo dos Vagalumes", do Estúdio Ghibli é brutalmente realista. A animação de 1988 não permite que o público fique impune ao expor como as guerras acabam com vidas -e muitas delas inocentes, como no caso desses irmãos. Afinal, Seita, o narrador, logo inicia a trama dizendo "21 de setembro de 1945. Foi a noite em que eu morri"

Com delicadeza, "Túmulo dos Vagalumes" vai além dos sentimentos, toca na alma, causando angústia por meio do sofrimento gerado pela crueldade fascista, quando histórias que poderiam ter sido tão diferentes, acabam tendo seu desenho traçado de modo inimaginável pela brutalidade da guerra. Emocione-se também com "Túmulo dos Vagalumes" (prepare o lencinho) e leve a produção para toda vida!


"Túmulo dos Vagalumes" ("Hotaru no Haka")Ingressos on-line neste linkGênero: animação, dramaClassificação indicativa: 12 anos. Duração: 1h39. Direção: Isao TakahataRoteiro: Isao Takahata. Baseado no romance: Grave of the Fireflies, de Akiyuki NosakaElenco (vozes originais): Tsutomu Tatsumi (Seita), Ayano Shiraishi (Setsuko), Yoshiko Shinohara (Mãe), Akemi Yamaguchi (Tia). Cenas pós-créditos: não. Sinopse: O filme narra a trágica história dos irmãos Seita e Setsuko, no Japão, nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial. Órfãos após o bombardeio que matou a mãe e com o pai convocado para a guerra, eles lutam para sobreviver em meio à fome e ao desespero, tentando manter a dignidade e um ao outro. Confira os horários: neste link

Trailer "Túmulo dos Vagalumes"


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.: "Pom Poko: a Grande Batalha dos Guaxinins" e a bandeira da preservação

.: Crítica: "A Grande Viagem da Sua Vida" e as portas das curas a serem abertas

 Cena de "A Grande Viagem da Sua Vida", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em setembro de 2025


O longa que mistura romance e fantasia, "A Grande Viagem da Sua Vida", leva os protagonistas de Colin Farrell, David, e Margot Robbie, Sarah, a seguirem um caminho de reencontro de momentos marcantes e não resolvidos por meio de portas a serem abertas. Contudo, embora muito pareça familiar, o fato de ter outra pessoa bem ao lado, apoiando, a enfrentar o passado torna-se mais fácil, de certa forma.

Assim, tudo começa com a apresentação dos solteiros David e Sarah, clientes de uma locatária de carros com uma atendente que insiste no serviço de GPS, o que faz sentido, na vida precisamos pelo menos ter uma ideia do caminho a ser percorrido, ainda que nem sempre tenhamos certeza do que iremos encontrar num futuro. Qual o destino de ambos? Um casamento.

Os convidados trocam olhares na cerimônia e até conversam. Contudo, o "destino" os une na lanchonete da Kiki, seja na hora do lanche como na forma de sair dali. Seguindo o caminho indicado pelo GPS, portas são abertas e o passado é passado a limpo.

"A Grande Viagem da Sua Vida" é um ótimo filme, porém pesa demais no drama e perde um pouco de ritmo -até das cores. Todavia, deixa provocações a respeito das formas de lidar com traumas que insistem em retornar como fantasmas e atrapalhando o eu de agora a viver novas experiências. 

Com um toque muito dramático para ser uma variante de "Click" (2006), a produção da Irlanda com os EUA, ainda estabelece uma pequena ponte com outro longa, também em cartaz nos cinemas "A Vida de Chuck". Enquanto que o filme com Margot Robbie foca na escolha de com quem se fará a caminhada da vida e a busca pela cura do passado, o filme baseado num conto de Stephen King volta o olhar para o momento final com direito a um recapitula. Vale a pena conferir!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no GonzagaConsulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


"A Grande Viagem da Sua Vida" ("A Big Bold Beautiful Journey")Ingressos on-line neste linkGênero: fantasia, romanceClassificação indicativa: 12 anos. Duração: 1h48. Direção: Kogonada. Roteiro: Seth Reiss. Elenco: Colin Farrell (David), Margot Robbie (Sarah), Kevin Kline (O Mecânico), Phoebe Waller-Bridge (a Caixa Jodie), Turner-Smith (a voz do GPS), Hamish Linklater (o pai de David), Lily Rabe (a mãe de Sarah), Billy Magnussen (O Homem). Cenas pós-créditos: não. Sinopse: O filme narra a história de David (Colin Farrell) e Sarah (Margot Robbie), dois desconhecidos solteiros que se encontram por acaso e embarcam em uma jornada surpreendente. Guiados por um GPS que os leva a uma porta misteriosa, eles viajam através do tempo e revisitam momentos importantes de seus respectivos passados. Essa aventura mágica os ajuda a refletir sobre o caminho que os trouxe até o presente e a forjar uma conexão profunda. Confira os horários: neste link

Trailer "A Grande Viagem da Sua Vida"


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sábado, 20 de setembro de 2025

.: Entrevista com Gabriel Smaniotto, eliminado do programa "Estrela da Casa"


Cantor viralizou na internet em 2019, quando fez uma apresentação em uma feira de sua cidade natal com apenas seus pais na plateia. Foto: Globo/ Gabriel Vaguel

Sertanejo de 29 anos, Gabriel Smaniotto deixou o "Estrela da Casa", reality show que é exibido de segunda a sábado, após a novela "Vale Tudo", e domingo, após o "Fantástico", na última quinta-feira, dia 18 de setembro. O cantor de Foz do Iguaçu, Paraná, que viralizou nas redes sociais em 2019, quando fez uma apresentação em uma feira de sua cidade natal com apenas seus pais na plateia, agora sonha em levar os aprendizados adquiridos no Centro de Treinamento para alavancar sua carreira, e tirar do papel alguns projetos que já estão ganhando forma. “Tenho bastante coisa engatilhada já, inclusive algumas músicas do meu DVD que estão para lançar ainda, que eu deixei guardadinhas. Já já vão sair, e estão incríveis”, adianta.  


O que você acha que foi mais especial na sua participação no "Estrela da Casa"?   
Gabriel Smaniotto -
Eu acredito que participar da Estrela da Casa foi realmente uma provação de mim como pessoa e como artista. Foi a chance de mostrar como eu sou no dia a dia, de como eu lido com os meus problemas, com as minhas tensões em dias de apresentações e tudo mais, juntamente com o aprendizado que tive de todos os convidados e oficinas que a gente teve lá. Eu acho que foi esse conjunto completo. 


Qual foi sua dinâmica preferida?  
Gabriel Smaniotto - Eu gostava muito do Festival. Para mim, estar no palco é o momento mais especial. Por mais que também seja o momento de maior tensão, de eliminação, mas é ali, no palco, que eu gosto de estar. Então, o Festival para mim era o meu momento favorito.  


De qual apresentação sua você mais gostou? 
Gabriel Smaniotto - Quando eu cantei “Humilde Residência”, que era a música do Michel Teló, e eu tive a oportunidade de conversar com ele sobre isso. Eu estava muito mais solto, muito mais livre no palco. Eu acho que eu consegui mostrar o que eu realmente sou naquela apresentação. Foi a apresentação em que eu estava mais seguro também. 


Quais aprendizados você está levando do "Estrela da Casa" para sua carreira?  
Gabriel Smaniotto - Uma coisa que eu falei lá dentro com os outros participantes: eu aprendi com eles novas formas de ver e viver a música. Eu via que cada um tinha um conhecimento muito específico sobre a história da música, sobre algum artista. Eles despertaram em mim a vontade de me aprofundar mais em diversos temas, voltar a estudar meus instrumentos que, às vezes, pela correria do dia a dia, eu não conseguia. O programa reativou em mim alguns instintos da veia musical. Acho que esse foi o aprendizado principal. 

 
O que faria diferente, se tivesse a chance? 
Gabriel Smaniotto - Eu acho que a minha participação foi bem o que eu esperava. Poderia, talvez, ter sido um pouco mais intenso em algumas situações, tanto nas apresentações quanto nas dinâmicas no geral, mas eu acho que eu fui bem o que eu sou aqui fora. Eu acho que eu não mudaria nada. Talvez tentaria me concentrar mais, mas é fácil falar isso agora, aqui fora. Em momentos de apresentações tentar ter um foco um pouco maior, mas eu acredito que eu estava bem tranquilo e bem focado, então manteria igual. 


Na sua opinião, quem tem mais chances de sair vencedor ou vencedora? E pra quem fica sua torcida? 
Gabriel Smaniotto - Poxa, é muito difícil essa pergunta, porque eu acho que todos têm potencial e a cada semana a disputa está mudando muito. Se for para colocar num panorama geral de tudo que eu estava vendo ali dentro e com os rankings e tudo mais, eu acho que o Juceir tem uma grande chance de ser o campeão do "Estrela da Casa". A minha torcida não é só para um, não. Sudário, Juceir, a gente que a Bea... Janício, que foi um irmão que eu criei lá dentro, Hanii, muito talentoso... vamos falar de todos aqui? Não dá! Então, a minha torcida é geral, mas quem eu acho que tem mais chance é o Juceir. 


Quais são os próximos passos da sua carreira? 
Gabriel Smaniotto - Quero aproveitar as portas que se abrirem com o 'Estrela da Casa', toda a exposição que gerou para mim. Para poder organizar ainda mais a minha carreira, conhecer cidades que eu ainda não conheço para fazer o meu show, melhorar o meu show, melhorar a minha performance e colocar em prática todo esse 360 que a gente aprendeu lá dentro. Desde dança, canto, a parte de gestão de carreira... eu acho que é o momento de colocar no papel como eu estou no momento e aonde quero chegar. Tenho bastante coisa engatilhada já, inclusive algumas músicas do meu DVD que estão para lançar ainda, que eu deixei guardadinhas. Já já vão sair, e estão incríveis. As pessoas vão gostar, com certeza, e elas vão mostrar muito o que foi o Gabriel dentro do programa também.

.: Crítica de "Meu Amigo Totoro": o amigo imaginário que ensina a lidar com o luto


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com.

Poucos filmes conseguem traduzir com tanta delicadeza a experiência da infância diante do desconhecido quanto "Meu Amigo Totoro", de Hayao Miyazaki. Lançado em 1988 e reexibido no Ghibli Fest 2025, no Cineflix Santos, o longa-metragem é frequentemente lembrado pela figura gigante, felpuda e silenciosa que se tornou símbolo do estúdio. Mas reduzir Totoro a um mascote simpático é esquecer que ele é, ao mesmo tempo, amigo imaginário, guardião da floresta e mediador entre a vida e a morte.

A trama acompanha as irmãs Satsuki e Mei, que se mudam para o interior enquanto a mãe está internada no hospital. O enredo poderia facilmente cair no drama familiar, mas Miyazaki prefere o caminho do encantamento. Totoro surge como resposta à solidão e ao medo: não resolve os problemas, mas oferece companhia, um ombro enorme e a sensação de que, mesmo em meio à dor, a fantasia pode ser tão necessária quanto o ar que se respira. Nesse jogo entre magia e realidade, o filme trata de temas profundos - luto, amadurecimento, a relação com a natureza - sempre pela ótica infantil, quando tudo ainda é possível.

Entre as muitas cenas inesquecíveis, duas se destacam. O ponto de ônibus, em que Totoro aparece ao lado de Satsuki sob a chuva, é um retrato de pura poesia visual. Não há diálogos grandiosos, apenas silêncio, guarda-chuvas, uma folha que não cobre quase nada, e um instante de encontro improvável que já bastaria para resumir a magia do cinema. E há também o icônico Ônibus Gato (ou ônibus tigre, como preferem alguns), que mistura o transporte público com a mitologia felina e coloca de vez a narrativa na fronteira entre o absurdo e o maravilhoso.

Mais do que um conto para crianças, "Meu Amigo Totoro" é uma reflexão sobre a amizade como antídoto para o vazio, sobre a imaginação como refúgio contra o medo e sobre como a natureza pode ser presença protetora em tempos de fragilidade. É impossível não perceber o tom de consolo diante da possibilidade de perda: o filme não ignora a dor, mas a envolve em ternura.

Assistir a Totoro hoje é como revisitar uma lembrança de infância que nunca se viveu de fato, mas que parece sempre ter estado ali. Talvez seja essa a força do filme: transformar a ausência em presença, o luto em esperança e a solidão em companhia. Um cinema que sorri devagar, como um espírito da floresta, e que nos lembra de que ainda é possível acreditar no invisível.

Ghibli Fest no Cineflix Santos
Até dia 1º de outubro, os fãs da animação japonesa terão a oportunidade de revisitar alguns dos maiores sucessos do Studio Ghibli, em uma mostra especial que celebra os 40 anos do estúdio. O evento, batizado de Ghibli Fest, reúne 22 longas-metragens que marcaram gerações, em sessões que prometem transportar o público para universos de fantasia, delicadeza e crítica social. O Cineflix Miramar, em Santos, está entre os cinemas que irá exibir os longas-metragens.

Entre os títulos que compõem a programação estão obras consagradas como "A Viagem de Chihiro", vencedor do Oscar de Melhor Animação em 2003, "Meu Amigo Totoro", um dos símbolos mais reconhecíveis da cultura pop japonesa, e "Princesa Mononoke", marco da carreira de Hayao Miyazaki por sua abordagem madura e ecológica. Filmes como "O Castelo Animado", "O Serviço de Entregas da Kiki", "Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar" e "Túmulo dos Vagalumes" também estão confirmados, formando um panorama da sensibilidade e da força criativa que tornaram o estúdio uma referência mundial.

Fundado em 1985 por Hayao Miyazaki, Isao Takahata e Toshio Suzuki, o Studio Ghibli construiu uma filmografia que alia poesia visual, personagens memoráveis e narrativas atemporais. O Ghibli Fest não só homenageia essas quatro décadas de produção, como também oferece a chance de uma nova geração conhecer os clássicos na tela grande. 

Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

.: "Ponyo: uma Amizade que Veio do Mar" é uma fábula com história de amor


Por Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com.

Há quem diga que "Ponyo: uma Amizade que Veio do Mar" seja apenas a versão japonesa do conto de "A Pequena Sereia", de Hans Christian Andersen. Mas reduzir o filme de Hayao Miyazaki a isso é ignorar o que pulsa na tela: um mergulho no imaginário nipônico, no poder da amizade infantil e na própria consciência ecológica de um país que vive entre o mar e o concreto. Ponyo, a peixinha de rosto humano que sente uma afeição espontânea e imediata pelo menino Sosuke, não é apenas sobre uma sereia que deseja ser menina, mas sobre alguém que é um símbolo da transformação e da delicadeza que atravessa fronteiras entre vida e morte, humano e natureza.

O que encanta em Ponyo é a forma como Miyazaki subverte a ideia clássica da sereia que abre mão de tudo para conquistar o amor. Não há sacrifício romântico, nem dor melodramática. O que existe é afeto genuíno entre duas crianças que se reconhecem no olhar e nos gestos, como se a amizade fosse o pacto mais forte e revolucionário possível. O oceano, os ventos, a lua cheia - todos parecem reagir a esse encontro, como se a natureza fosse personagem e testemunha ao mesmo tempo. É nesse detalhe que o filme se distancia do ocidente e se aproxima do pensamento japonês: não existe separação entre humano e ambiente, apenas o fluxo contínuo da vida.

Visualmente, o filme é um banquete. As ondas que se levantam como criaturas vivas, as cores aquáticas que se transformam em espetáculo pictórico, a simplicidade do traço que esconde uma profundidade quase filosófica - tudo reforça a ideia de que Miyazaki pinta o mar como se fosse memória e sonho ao mesmo tempo. E, como todo sonho, há algo de inquietante. A transformação de Ponyo pode ser lida como a celebração da vida, mas também como lembrança da fragilidade da própria existência.

O pai da protagonista é um capítulo à parte. O figurino, os trejeitos e a aura andrógina dele lembram David Bowie na fase camaleônica, mas também evocam as vilanias espalhafatosas das rivais do desenho animado "Jem e as Hologramas". É uma mistura improvável que só Miyazaki ousaria colocar no coração de uma fábula para crianças. O resultado é uma figura que fascina e estranha ao mesmo tempo, uma autoridade deslocada, quase caricata, mas que ajuda a reforçar o tom de conto de fadas moderno.

"Ponyo", exibido agora no Ghibli Fest 2025, no Cineflix Santos, é mais do que um clássico revisitado. É uma fábula sobre amizade verdadeira e responsabilidade ambiental, mas sem lições de moral. Miyazaki não entrega respostas prontas, apenas imagens que se fixam como memórias de infância. E talvez esteja aí o segredo: em tempos em que buscamos explicações para tudo, ele nos lembra que acreditar no improvável - como uma menina-peixe que corre sobre as ondas - pode ser capaz de promover milagres.


Ghibli Fest no Cineflix Santos
Até dia 1º de outubro, os fãs da animação japonesa terão a oportunidade de revisitar alguns dos maiores sucessos do Studio Ghibli, em uma mostra especial que celebra os 40 anos do estúdio. O evento, batizado de Ghibli Fest, reúne 22 longas-metragens que marcaram gerações, em sessões que prometem transportar o público para universos de fantasia, delicadeza e crítica social. O Cineflix Miramar, em Santos, está entre os cinemas que irá exibir os longas-metragens.

Entre os títulos que compõem a programação estão obras consagradas como "A Viagem de Chihiro", vencedor do Oscar de Melhor Animação em 2003, "Meu Amigo Totoro", um dos símbolos mais reconhecíveis da cultura pop japonesa, e "Princesa Mononoke", marco da carreira de Hayao Miyazaki por sua abordagem madura e ecológica. Filmes como "O Castelo Animado", "O Serviço de Entregas da Kiki", "Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar" e "Túmulo dos Vagalumes" também estão confirmados, formando um panorama da sensibilidade e da força criativa que tornaram o estúdio uma referência mundial.

Fundado em 1985 por Hayao Miyazaki, Isao Takahata e Toshio Suzuki, o Studio Ghibli construiu uma filmografia que alia poesia visual, personagens memoráveis e narrativas atemporais. O Ghibli Fest não só homenageia essas quatro décadas de produção, como também oferece a chance de uma nova geração conhecer os clássicos na tela grande. 

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.: Música brasileira em luto: Hermeto Paschoal, a humildade do bruxo


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação

Impossível dimensionar o que representa a perda de um músico como Hermeto Paschoal, cujo falecimento se deu no último final de semana. Reconhecido em seu meio como um dos maiores instrumentistas do Brasil, ele tinha não só o reconhecimento da crítica especializada como conseguia sempre atrair um numer1oso público, onde quer que se apresentasse com sua competente banda de apoio.

Mas engana-se quem pensa que toda essa idolatria mexeu com a personalidade do bruxo (como era apelidado pelos amigos músicos). Eu mesmo testemunhei um episódio que demonstrou o caráter e a incrível humildade dele. O fato aconteceu na segunda metade dos anos 90, quando eu trabalhava em Itanhaém cobrindo a região do Litoral Sul. Um dia eu entrevistei o músico Itiberê Zwarg (cuja família morava na cidade), que faz parte da banda que acompanhou Hermeto até o final. Ele tinha sido destaque em uma publicação do exterior. Durante essa conversa, perguntei sobre como era a convivência com o Hermeto dentro e fora dos palcos. A resposta foi direta e objetiva: a mais normal possível.

Perguntei se ele achava difícil conseguir uma entrevista por telefone com o Hermeto. E para minha completa surpresa, ele me deu o telefone da casa do célebre músico, que morava no Rio de Janeiro. “Pode ligar e combinar uma data com ele”. No dia seguinte, fiz o que ele me pediu. Liguei para falar com ele e ver uma data para poder fazer a entrevista. O próprio Hermeto atendeu a ligação e disse o seguinte: “Pode perguntar, meu filho, que respondo agora”.

Claro que aproveitei a ocasião e perguntei coisas sobre seu lançamento na época e relembrei sua antológica passagem pelo Festival de Montreux, na Suíça em 1979, que rendeu uma jam session histórica com a Elis Regina. O Bruxo ao piano e a eterna Pimentinha no vocal.

“Ela (Elis) estava um pouco nervosa, porque subimos ao palco sem um ensaio. Foi tudo no improviso mesmo. Mas logo depois ela se sentiu segura e mostrou a grande intérprete que sempre foi”, disse Hermeto. Quando já tinha feito as perguntas, ouvi um piano no fundo da conversa e perguntei se ele estava ouvindo algo. Na verdade, era ele mesmo que estava tocando um piano elétrico e trabalhando em uma composição. Pedi desculpas pelo incômodo involuntário. E nunca esqueci da resposta dele: “Ih rapaz, deixa disso. A conversa foi muito boa. E deixa te mostrar o que fiz agora”. Ouvi o trecho de uma bela música instrumental, ao telefone. E depois pensei: quando é que eu imaginaria que isso seria possível?

A principal imagem que o Hermeto me passou naquele dia foi a de um homem extremamente humilde e simples. Exatamente como o Itiberê tinha descrito. Certamente a música brasileira sentirá a falta dos hermetismos pascoais, em que pese que sua obra permanecerá sempre como uma referência para as demais gerações de músicos.

"Papagaio Alegre"

 "
Amor Paz e Esperança"

 "
Asa Branca"

.: Crítica musical: Graziela Medori revela as canções de Valéria Velho


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Fotos: divulgação

A cantora Graziela Medori está divulgando seu novo álbum: "Revela", dedicado inteiramente às músicas da compositora Valeria Velho, que agora ganha maior visibilidade em um projeto que traduz sua obra em linguagem acessível, contemporânea e cheia de identidade. As canções falam de amor, de encontros, dos afetos, das buscas e das escolhas, sempre com uma delicadeza que não abre mão da força e da personalidade.

Valeria Velho, nascida em Adamantina, interior de São Paulo, compõe desde os 13 anos de idade. Adquiriu seu primeiro violão com suas próprias economias e ainda muito jovem participou de festivais, ganhando alguns deles. Foi exercer sua profissão na área jurídica, dando uma pausa em seus sonhos. Há 12 anos, após se aposentar retornou as atividades junto a música e tem canções registradas por intérpretes como Renato Teixeira, Blubell, Marcio Lugó, e Hugo Rafael entre outros.

Na voz de Graziela Medori, esse repertório ganha vida com leveza, precisão e emoção. “Cantar Valeria é um privilégio. Suas músicas me tocam profundamente e acredito que vão tocar quem ouvir. São canções falam de nós, do nosso tempo, das nossas dores e alegrias, de forma sensível e sofisticada”, declarou a cantora.

Depois de seis álbuns lançados, Graziela ressurge dando espaço dentro da sua discografia, com uma linguagem mais pop e inédita. O álbum passeia por baladas, canções interessantes e faixas que flertam com o pop, sempre mantendo o DNA da MPB como fio condutor.

A produção musical é assinada por João Oliveira, multi-instrumentista, compositor, produtor e arranjador, que entrega uma sonoridade radiofônica e contemporânea, aproximando a obra tanto de ouvintes habituais da MPB quanto de quem busca novas vozes na música brasileira atual.

A faixa título - "Revela" - tem qualidade suficiente para entrar em qualquer trilha de novela da Rede Globo. E o arranjo da faixa "Dádivas" parece ter sido inspirado na clássica "Ilegal Imoral ou Engorda" de Roberto Carlos. Mas sem soar como cópia. Já escrevo há algum tempo sobre a Graziela, que por sinal é filha da cantora Claudya e do músico Chico Medori. É sempre um prazer enorme ouvi-la cada vez mais madura e ciente do que quer como artista na música.

O disco "Revela" chega às plataformas digitais pela produtora e gravadora Kuarup e marca não apenas um novo capítulo na trajetória de Graziela Medori, como também amplia o alcance da obra de Valeria Velho, apresentando-a a novos públicos, reforçando a importância de se dar vez e voz a talentos femininos, mostrando que nunca é tarde para viver os próprios sonhos.

"Hilário"

"Dádivas"

"Revela"

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

.: Ministra Cármen Lúcia e filósofa Maria Vilani participam do "Sempre Um Papo"



Diálogo aborda a presença feminina em espaços de poder e o impacto das mulheres na construção de uma sociedade mais justa e democrática. Em outubro, o Sempre um Papo se volta para a trajetória de lideranças femininas que atuam em diferentes campos do conhecimento e da sociedade, como a jurista Cármen Lúcia e a filósofa Maria Vilani. Foto Carmen Lúcia: Diego Bressani. Foto Maria Vilani: Rogério Alves.


Em continuidade à série temática desenvolvida pelo Sesc SP em parceria com o "Sempre Um Papo", a Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha e a filósofa Maria Vilani vão conversar com a jornalista Semayat Oliveira sobre o tema “Mulheres que Movem o Mundo”, no dia 16 de outubro, quinta-feira, às 19h30, no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros, com entrada gratuita e retirada de ingressos uma hora antes na bilheteria.

Neste encontro, o diálogo se volta para a trajetória de lideranças femininas que atuam em diferentes campos do conhecimento e da sociedade. Dificuldades enfrentadas pelas mulheres em espaços de poder, a conquista de novos territórios e o impacto de suas ações na transformação social serão temas da conversa. Será um momento para discutir a importância da equidade de gênero, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade como pilares de um futuro mais democrático e justo.

Ao reunir uma voz da literatura e da periferia - Maria Vilani - e uma das mais respeitadas juristas do país - Cármen Lúcia -, o encontro conecta diferentes perspectivas para pensar o lugar da mulher como agente essencial de mudança no Brasil contemporâneo.

 
Série Temática Sesc / "Sempre Um Papo"
A série temática sugerida para o "Sempre Um Papo 2025" tem como fio condutor os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e propõe encontros que integram literatura, ciência, cultura e cidadania em torno de questões urgentes para o mundo contemporâneo. A curadoria, realizada em parceria com o Sesc Pinheiros, o GEAC (Literatura), o GESC (Sustentabilidade) e o GEPROS (Povos Indígenas), reuniu debates, que vão do consumo consciente ao futuro das cidades, passando pelas vozes da periferia, pela educação como ferramenta de transformação, pela alimentação como cultura e sustentabilidade, pela liderança das mulheres e pela justiça climática.

Essa programação não apenas atualiza o diálogo entre escritores e público, mas também reforça o papel do Sempre Um Papo como plataforma de reflexão sobre equidade, diversidade e sustentabilidade, colocando a literatura em convergência com os desafios sociais, ambientais e políticos do nosso tempo.

 Ao longo de 2025, o "Sempre Um Papo" em São Paulo promoveu uma série de encontros marcantes, com temas que percorreram literatura, meio ambiente, justiça social, consumo consciente e saberes tradicionais. Estiveram presentes, entre outros: Veronica Stigger, Edson Kayapó e Semayat Oliveira discutindo sustentabilidade e diálogo; Valter Hugo Mãe e Itamar Vieira Junior, oferecendo perspectivas literárias potentes; Sérgio Abranches e Sandra Benites, refletindo sobre cosmo percepções e modos de viver conectados à biodiversidade; encontro com Anielle Franco e Aílton Krenak, voltado à dimensão racial da crise ambiental; Bianca Santana e Ricardo Abramovay, debatendo consumo consciente e o futuro das cidades, com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); além de Neide Rigo e Fabiana Cozza, em diálogo sobre alimentação, cultura e sustentabilidade.

 

Convidadas
Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha - Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2006, é uma das juristas mais respeitadas do Brasil. Foi presidente do STF (2016–2018) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tendo papel central na defesa da Constituição, da democracia e dos direitos fundamentais. Reconhecida por sua firmeza e ética, é também professora universitária e referência na magistratura brasileira.

Filósofa Maria Vilani - Cearense radicada em São Paulo desde os anos 1970, é filósofa, escritora, poeta e ativista cultural. Fundadora do CAPSArtes (Centro de Arte e Promoção Social) no Grajaú, transformou sua casa em um polo de literatura, filosofia, arte e teatro de rua na periferia paulistana. Autodidata, retomou os estudos aos 40 anos, formou-se em Filosofia e se tornou professora. É autora de obras como "Varal", "Penteando a Vida," "Abscesso" e "Memórias de Maria e Um Pouquinho de Mim". Membra vitalícia da Academia de Letras dos Professores da Cidade de São Paulo, segue atuando intensamente pela valorização da cultura nas periferias. Compre os livros da filósofa Maria Vilani neste link. 


"Sempre Um Papo – 39 Anos"
Criado em 1986, pelo jornalista Afonso Borges, o "Sempre Um Papo" é um projeto cultural que realiza encontros entre importantes nomes da literatura e personalidades nacionais e internacionais com o público, ao vivo, em auditórios e teatros. Em sua história, chegou a 30 cidades de oito estados do país, tendo sido realizado também na Espanha e Portugal. Em 39 anos de trabalho, aconteceram mais de 7 mil eventos, que reuniram um público superior a 2,5 milhões de pessoas. Atua em conjunto com o Sesc SP há 23 anos consecutivos, tendo passado por diversas unidades da instituição.

 
Serviço
"Sempre Um Papo - Mulheres que Movem o Mundo"
Convidadas: Cármen Lúcia e Maria Vilani
Dia 16 de outubro, quina-feira, às 19h30
Teatro Paulo Autran - Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo)
Entrada: gratuita, com retirada de ingressos uma hora antes na bilheteria.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

.: Ghibli Fest celebra 40 anos do Studio Ghibli com maratona de 14 clássicos


Entre os dias 18 de setembro a 1º de outubro, os fãs da animação japonesa terão a oportunidade de revisitar alguns dos maiores sucessos do Studio Ghibli, em uma mostra especial que celebra os 40 anos do estúdio. O evento, batizado de Ghibli Fest, reúne 14 longas-metragens que marcaram gerações, em sessões que prometem transportar o público para universos de fantasia, delicadeza e crítica social. O Cineflix Miramar, em Santos, está entre os cinemas que irá exibir os longas-metragens.

Entre os títulos que compõem a programação estão obras consagradas como "A Viagem de Chihiro", vencedor do Oscar de Melhor Animação em 2003, "Meu Amigo Totoro", um dos símbolos mais reconhecíveis da cultura pop japonesa, e "Princesa Mononoke", marco da carreira de Hayao Miyazaki por sua abordagem madura e ecológica. Filmes como "O Castelo Animado", "O Serviço de Entregas da Kiki", "Ponyo e Túmulo dos Vagalumes" também estão confirmados, formando um panorama da sensibilidade e da força criativa que tornaram o estúdio uma referência mundial.

Fundado em 1985 por Hayao Miyazaki, Isao Takahata e Toshio Suzuki, o Studio Ghibli construiu uma filmografia que alia poesia visual, personagens memoráveis e narrativas atemporais. O Ghibli Fest não só homenageia essas quatro décadas de produção, como também oferece a chance de uma nova geração conhecer os clássicos na tela grande. 

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As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


segunda-feira, 15 de setembro de 2025

.: "Cuidado com as Flores Simpáticas" terá duas apresentações no Teatro Paiol


O espetáculo "Cuidado com as Flores Simpáticas" será apresentado nos dias 18 de outubro e 15 de novembro, às 18h, no Teatro Paiol Cultural (Rua Amaral Gurgel, 164, próximo à estação Santa Cecília do metrô, em São Paulo). A montagem mergulha nas camadas mais íntimas do afeto, da raiva e do desejo, sempre sob a voz de mulheres, convidando o público a vivenciar uma experiência transmidiática em que corpos e palavras expandem os limites da fruição teatral.

Dividida em três momentos, a peça percorre diferentes faces da feminilidade. Em “Eu Sou Simpática”, a personagem vivida por Sulamita de Carvalho recusa-se a ser apenas agradável e enfrenta uma entrevista de emprego com ironia, caos e desabafo. Já em “A Mulher das Flores”, Hellen Vasconcelos interpreta uma jardineira de ex-maridos que, por trás de sua doçura, revela uma forma perturbadora de lidar com a insatisfação pessoal. O ciclo se completa em “Cuidado para não se Apaixonar”, quando duas mulheres se entregam a um diálogo intenso e íntimo, confrontando o medo de amar, a força da amizade e a coragem necessária para arriscar o coração, mesmo sem garantias.

O objetivo é rir, refletir e, ao final, se comover. O espetáculo fala de mulheres reais, intensas, absurdas e humanas, e marca também o aguardado retorno aos palcos da atriz e produtora Sulamita de Carvalho após quase dez anos de afastamento.

Com classificação indicativa de 14 anos e duração de 50 minutos, a montagem tem texto de Afonso Nilson, direção e adaptação de Victor Lazzari, que também assina cenário, figurino, iluminação e visagismo. O elenco conta com Hellen Vasconcelos e Sulamita de Carvalho, além da participação de Rafael Eduardo (Rafu) na produção e operação técnica. A fotografia e filmagem são de Diego Marfil e Kauê Vaz (Vertice). A realização é da LAHELL Produções Artísticas, com diversos apoios culturais e de produção.


Serviço
"Cuidado com as Flores Simpáticas"
Dias 18 de outubro e 15 de novembro, às 18h00, no Teatro Paiol Cultural
Rua Amaral Gurgel, 164 – São Paulo, próximo à estação Santa Cecília do metrô.
Estacionamentos conveniados: Rua Santa Isabel, 186 e 197 (R$ 20,00, carimbar ticket no teatro).

.: "Pinguim": Fernanda Baronne, voz de Cristin Milioti, celebra 1° Emmy da atriz


Na noite do último domingo, dia 14 de setembro, aconteceu a 77ª edição do Emmy Awards, considerada a maior premiação da televisão mundial desde sua criação, em 1949, pela Academia de Artes e Ciências Televisivas. Um dos grandes destaques da cerimônia foi Cristin Milioti, que conquistou seu primeiro Emmy ao vencer na categoria Melhor Atriz em Minissérie, Antologia ou Filme para TV por sua atuação como Sofia Falcone em Pinguim. A produção, derivada do universo de Batman, recebeu 24 indicações e se consolidou como um dos maiores sucessos do ano.

O momento foi marcado pela emoção. Em seu discurso, Cristin Milioti agradeceu ao elenco, à equipe e celebrou a oportunidade de interpretar Sofia, uma personagem sombria e complexa que, segundo ela, lhe trouxe enorme realização artística. Sua reação espontânea, vibrando, sorrindo e até gritando de felicidade, foi ovacionada pela plateia e rapidamente se tornou um dos momentos mais comentados da noite.

No Brasil, a conquista repercutiu de forma especial. Fernanda Baronne, dubladora com sólida carreira dando voz a estrelas como Scarlett Johansson, Charlize Theron, Jennifer Garner e Emily Blunt, é quem interpreta Sofia Falcone na versão nacional de Pinguim. Ela já havia dublado Cristin Milioti anteriormente no filme "O Lobo de Wall Street" (2013) e celebrou reencontrar a atriz em um papel tão impactante. “Dar voz à Cristin Milioti novamente, e agora em uma personagem tão multifacetada quanto Sofia, é um privilégio. Ela é intensa, imprevisível e uma verdadeira força dentro da trama. É gratificante ver o talento dela ser reconhecido no Emmy”, comenta Baronne.

Disponível na Max, "Pinguim" dá continuidade aos eventos do filme "The Batman" (2022), explorando a ascensão de Oswald Cobblepot (Colin Farrell) no submundo de Gotham. Na disputa pelo controle da cidade, Sofia Falcone surge como sua maior rival, herdando o império criminoso da família e protagonizando uma guerra de poder marcada por intrigas, violência e suspense.

O trabalho de dublagem no Brasil foi realizado pela Unidub – um estúdio Iyuno, com direção de Marco Aurélio Campos, que recebeu elogios de Baronne pela precisão e cuidado. “A direção do Marco Aurélio é sempre impecável, e isso faz toda a diferença para entregarmos o melhor ao público”, afirma a dubladora.


Sobre Fernanda Baronne 
Iniciou a carreira desde cedo, participando como dubladora em filmes ainda na infância. Seu primeiro papel de destaque ocorreu em 1991, ao dar voz à personagem Valéria na dublagem da primeira versão da novela mexicana "Carrossel", exibida pelo SBT naquele ano. A atriz, dubladora e diretora de dublagem ficou reconhecida por emprestar sua voz a diversas atrizes em filmes de renome, assim como em séries animadas de sucesso, incluindo "Kim Possible", "X-Men: Evolution" e "Digimon".

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