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sexta-feira, 11 de julho de 2025

.: Entre o luxo e o desejo, "Emmanuelle" volta com sofisticação e controvérsia


A personagem que revolucionou o erotismo nos cinemas retorna às telas brasileiras repaginada em "Emmanuelle", nova produção francesa dirigida por Audrey Diwan, vencedora do Leão de Ouro por L'Événement. A estreia do longa nos cinemas brasileiros será nesta quinta-feira, dia 10 de julho, com distribuição da Imovision. É um reboot ousado e moderno da franquia que começou nos anos 1970, agora protagonizado por Noémie Merlant ("Retrato de uma Jovem em Chamas"), ao lado de Naomi Watts e Will Sharpe.

O filme teve sua estreia mundial no prestigiado Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em setembro de 2024, e depois uma passagem discreta por salas francesas. Baseado no romance de Emmanuelle Arsan, publicado em 1967, esta nova encarnação de "Emmanuelle" busca reinterpretar a jornada de descoberta sexual da protagonista a partir de uma perspectiva feminina mais contemporânea.

A direção sensível e provocadora de Diwan, em parceria com o roteiro coescrito com Rebecca Zlotowski, aposta menos na exploração e mais na subjetividade dos desejos, em uma abordagem elogiada por parte da crítica como "mais cerebral do que carnal". A trama acompanha Emmanuelle, uma executiva de uma rede de hotéis de luxo, enviada a Hong Kong para avaliar a performance de um hotel da rede e encontrar razões para dispensar a gerente local, Margot (Naomi Watts). 

Mas a viagem, inicialmente profissional, é transformada em uma busca pessoal por prazer, liberdade e reconexão com o próprio corpo. Entre experiências sensoriais em ambientes luxuosos e encontros intensos com diferentes personagens - incluindo o enigmático Kei (Will Sharpe) - Emmanuelle atravessa uma jornada de erotismo, autoconhecimento e frustração emocional. Um detalhe curioso: parte das filmagens ocorreu nas Chungking Mansions, locação famosa do filme "Amores Expressos" (1994), de Wong Kar-wai, cineasta cultuado por Audrey Diwan.

O elenco também conta com Jamie Campbell Bower (Stranger Things), Chacha Huang, Anthony Wong e Carole Franck. A produção passou por Paris e Hong Kong, e incorporou elementos visuais sofisticados e referências ao cinema asiático contemporâneo. Inicialmente, Léa Seydoux havia sido escalada para o papel principal, mas foi substituída por Merlant em 2023.

Embora o filme tenha chamado atenção por sua proposta de renovar uma franquia famosa pela ousadia, a recepção crítica internacional foi polarizada. No site Rotten Tomatoes, Emmanuelle de 2024 acumula apenas 17% de aprovação entre os críticos - uma média decepcionante de 4,8/10 - com parte da imprensa considerando a produção "uma odisseia erótica sem brilho", apesar da excelência técnica e da densidade temática prometida. Ainda assim, a estética refinada e a tentativa de romper com o erotismo masculino tradicional tornam o filme um experimento cinematográfico relevante, sobretudo em tempos de debate sobre representação e sexualidade no audiovisual.

Para o público brasileiro, acostumado a associar "Emmanuelle" aos filmes exibidos no "Cine Privê" da TV Bandeirantes nos anos 1990, a nova versão deve surpreender: trata-se de um drama erótico elegante, que pretende ser feminista e reflexivo, ainda que sem abandonar o apelo sensual. A classificação indicativa é, naturalmente, para maiores de 18 anos. O filme promete reabrir o debate sobre o erotismo no cinema contemporâneo: pode uma mulher se redescobrir em meio ao luxo, ao desejo e à culpa? Audrey Diwan, ao que tudo indica, quer provocar mais do que seduzir.


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Programação do Cineflix Santos
“Emmanuelle” | Sala 4
Classificação:
 18 anos. Ano de produção: 2024. Idiomas originais: inglês e francês. Direção: Audrey Diwan. Roteiro: Audrey Diwan e Rebecca Zlotowski. Elenco: Noémie Merlant,Will Sharpe, Jamie Campbell Bower, Naomi Watts, Chacha Huang e outros. Duração: 1h45. Cenas pós-créditos: não. Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

Legendado
11/7/2025 - Sexta-feira: 20h50
12/7/2025 - Sábado: 20h50
13/7/2025 - Domingo: 20h50
14/7/2025 - Segunda-feira: 20h50
15/7/2025 - Terça-feira: 20h50
16/7/2025 - Quarta-feira: 20h50

quinta-feira, 10 de julho de 2025

.: Com Rihanna azul, "Os Smurfs" cantam alto em nova aventura musical


"Smurfs", o novo longa-metragem musical em animação e live-action da Paramount Animation, foi antecipada para esta quinta-feira, dia 10 de julho. Dirigido por Chris Miller (conhecido por "Shrek 3" e "Gato de Botas"), com co-direção de Matt Landon, o filme busca resgatar a essência das histórias originais criadas por Peyo. 

O elenco brasileiro de dublagem tem no elenco Bruno Gagliasso, como Gargamel e o Razamel, além de Jeniffer Nascimento, Diego Martins e Tatá Estaniecki. A trama acompanha Smurfette, que lidera uma missão no mundo real para resgatar o Papai Smurf, sequestrado pelos bruxos Gargamel e Razamel. Ao longo da aventura, os Smurfs formam alianças com novos aliados e descobrem o que realmente importa. 

Na versão americana, o filme contará com a cantora Rihanna como Smurfette, que assume as músicas originais e é produtora musical do filme, e John Goodman, como Papai Smurf. James Corden dubla um novo personagem chamado "Sem Nome". Esse personagem aparece na primeira imagem do filme ao lado de Papai Smurf e Smurfette, e terá um papel importante na trama. 

Com forte apelo nostálgico, mas também voltado para uma nova geração, o novo "Smurfs" busca equilibrar o humor ingênuo dos personagens clássicos com a sofisticação da música pop contemporânea. É uma aventura musical que, mesmo cercada de críticas sobre sua profundidade narrativa, promete encantar crianças e fãs da franquia - com a vantagem extra de oferecer a rara chance de ver (e ouvir) uma Rihanna "azulada". No Brasil, o filme será exibido com sessões diárias em salas como a do Cineflix Santos, sempre às 15h00, entre os dias 10 a 16 de julho. Há uma cena pós-créditos. 


Bastidores e curiosidades
Rihanna já conhecia bem o universo dos Smurfs desde a infância, o que a tornou uma escolha natural para Smurfette, segundo a produção. James Corden, no elenco como o personagem Sem Nome, contou que tentou por oito anos incluir Rihanna no Carpool Karaoke, e finalmente pôde cantar com ela – mesmo que em forma de personagem animado no filme. O compositor Henry Jackman (de "Puss in Boots") assina a trilha sonora musical do filme. 

O filme fez pré-estreia mundial em Bruxelas em 28 de junho de 2025, mesclando fantasia com cenas em live-action - e foi seguido por um curta de "Bob Esponja, Order Up", nos cinemas  A recepção inicial foi mista. O site Rotten Tomatoes destacou que a proposta talvez soe confusa para diferentes públicos. Além disso, críticas apontam que a história é básica, com pouco foco na música, e questionam o apelo geral. Por outro lado, a animação e a musicalidade - especialmente de Rihanna - receberam elogios.


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Programação do Cineflix Santos
“Smurfs” | Sala 2 | Animação
Classificação:
 livre. Ano de produção: 2025. Idioma original: inglês. Direção: Chris Miller. Co-direção: Matt Landon. Roteiro: Pam Brady. Elenco: Rihanna, James Corden, John Goodman e outros. Duração: 1h32. Cenas pós-créditos: sim. Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.


Dublado
10/7/2025 - Quinta-feira: 15h00
11/7/2025 - Sexta-feira: 15h00
12/7/2025 - Sábado: 15h00
13/7/2025 - Domingo: 15h00
14/7/2025 - Segunda-feira: 15h00
15/7/2025 - Terça-feira: 15h00
16/7/2025 - Quarta-feira: 15h00

terça-feira, 8 de julho de 2025

.: Entrevista com Ricardo Martins: a imagem como dívida e ponte


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Mara Iga

Em tempos de ruído, Ricardo Martins escolheu escutar. Ouviu a mata pulsando sob os pés, os xapiripë sussurrando entre galhos, e o chamado de um povo que ainda insiste em existir com dignidade onde quase tudo conspira contra. Consagrado por capturar a beleza bruta da natureza brasileira, o fotógrafo e documentarista se jogou em uma das mais radicais experiências da carreira: conviver com os Yanomami, um dos últimos povos originários isolados da floresta amazônica, e registrar a intimidade deles  sem invadi-la.

Surgiram daí o livro “Os Últimos Filhos da Floresta” e a série “Aventura Fotográfica Yanomami”, que estrearam no MIS-SP como um chamado poético, político e urgente. Mas este não é apenas mais um projeto de imagens: é também um gesto de devolução. Parte da renda financia a construção de uma escola na aldeia Hemare Pi Wei, um pedido das lideranças indígenas e um símbolo da ponte possível entre mundos.

Nesta entrevista exclusiva ao Resenhando.com, Ricardo Martins conversa sobre fronteiras éticas, espiritualidade, colonialismo contemporâneo, fotografia como afeto - e sobre o que, mesmo depois de 15 livros, ele ainda não conseguiu traduzir com uma lente. Prepare-se para mergulhar em um território onde o retrato vira reza, a arte vira dívida, e a floresta, enfim, responde. Compre os livros de Ricardo Martins neste link. 

Resenhando.com - Você já fotografou vales, serras, bichos e cidades. Mas e os silêncios dos Yanomami - você conseguiu capturar algum nas imagens? Justifique.
Ricardo Martins - Os silêncios dos Yanomami aparecem no gesto de uma criança que observa quieta, no olhar profundo de um ancião, no intervalo entre uma palavra e outra dita ao redor da fogueira. Eu tentei, com todo respeito, deixar espaço para que esses silêncios respirassem dentro das imagens — sem invadir, sem traduzir demais. Acho que quem vê as fotos com o coração aberto, talvez consiga ouvi-los também.


Resenhando.com - Ao ouvir de um líder indígena que seu nome “ecoou pela floresta”, o que ecoou em você naquele instante? Algum Ricardo ficou pra trás?
Ricardo Martins - Naquela hora, não ecoou só o meu nome — ecoou tudo o que eu vivi até chegar ali. Ecoaram as escolhas, as renúncias, as perguntas que me acompanham desde sempre. Um Ricardo mais apressado, mais urbano, mais ansioso ficou pra trás sim. Porque ali, na floresta, o tempo é outro. O ouvir é outro. E ser chamado de verdade por alguém que carrega a sabedoria do território me fez entender que eu estava sendo visto, mas também sendo acolhido.


Resenhando.com - “Os Últimos Filhos da Floresta” é um título quase apocalíptico. Você o escolheu com tristeza, urgência ou revolta?
Ricardo Martins - Eu escolhi com um pouco de tudo isso: tristeza, urgência e revolta. Mas acima de tudo, com amor. O título não é um fim — é um grito. Um aviso. Os Yanomami são guardiões de um mundo que está desaparecendo, e a gente precisa parar de fingir que isso não está acontecendo. O livro é um tributo, mas também é um alarme.


Resenhando.com - Documentar é escolher o que entra no enquadramento. Do que você teve que abrir mão para respeitar o invisível sagrado dos Yanomami?
Ricardo Martins - Abri mão da pressa. Abri mão da lógica do “conteúdo” que tudo quer mostrar. Não fotografei cerimônias que me pediram para não registrar. Não fiz perguntas que atravessassem barreiras sagradas. Eu estava ali como hóspede, e mais do que documentar, eu precisava escutar — mesmo quando a escuta era em silêncio.


Resenhando.com - Na hora de dormir na mata ou presenciar um ritual, em que momento o fotógrafo cedeu lugar ao homem?
Ricardo Martins - Quando escurece na floresta e o barulho do mundo de fora some, é o homem que sente medo, frio, beleza, presença. Nessas horas, a câmera até pode estar ao lado, mas ela perde força. Eu dormi em rede, me alimentei com eles, vivi o dia como eles vivem. E percebi que fotografar também é um gesto humano, mas ele precisa vir depois da escuta, depois do respeito.


Resenhando.com - Sua contrapartida foi a construção de uma escola. Você acredita que a câmera pode ser um tipo de ponte - ou também pode ser um invasor disfarçado?
Ricardo Martins - Ela pode ser os dois. Tudo depende de como se usa, de onde vem o olhar. Se você entra com a câmera como se ela fosse uma arma ou um troféu, ela vira invasora. Mas se ela vem junto com o coração, com o tempo, com o propósito verdadeiro — ela vira ponte. Minha intenção com o projeto sempre foi devolver algo real, algo que ficasse. A escola é essa devolução concreta. A fotografia, espero, seja também.


Resenhando.com - Os xapiripë, os espíritos brincalhões da floresta, aparecem nas fotos? Ou são justamente aquilo que escapa de toda lente?
Ricardo Martins - Eles escapam, claro. E ainda bem que escapam. A fotografia pode até registrar uma atmosfera, um brilho estranho na neblina, um movimento sutil… Mas os xapiripë vivem num plano que não se deixa capturar. Eles dançam no invisível. E talvez, quem olhar com atenção, sinta a presença deles - mesmo que não veja.


Resenhando.com - Se fosse possível mostrar apenas uma imagem desse projeto ao presidente da República, qual seria — e o que ela gritaria, em silêncio, para ele?
Ricardo Martins - Seria exatamente a fotografia da capa do livro: o retrato direto, firme e silencioso. O olhar dele atravessa quem vê, como se dissesse: “Nós estamos aqui. Seguimos de pé.” Essa imagem não precisa de legenda. Ela carrega dignidade, história e uma força ancestral que não se curva. A pintura no rosto, o cocar, a mão apoiada - tudo ali é resistência e sabedoria. Ela grita em silêncio: “Nos respeite. Nos proteja. Pare de fingir que não vê.” Mostrá-la ao presidente seria como obrigá-lo a encarar o que muitos ainda insistem em ignorar: que os povos originários não são passado. São presente. E precisam de políticas, não de promessas. Essa foto é um espelho. E quem a encara de verdade, precisa se perguntar: de que lado da história eu estou?

Resenhando.com - Você já retratou a Amazônia como paisagem. Agora, a retrata como corpo. Como isso transformou sua forma de existir no mundo?
Ricardo Martins - Antes, a floresta era horizonte. Agora, é pele. É carne. É o cheiro do urucum, o som dos passos leves, o gosto da mandioca. Conviver com os Yanomami me tirou da posição de observador e me colocou num lugar de troca. Hoje, carrego a floresta dentro — não como uma ideia bonita, mas como um compromisso.


Resenhando.com - Depois de 15 livros e tantas expedições, o que a floresta ainda te nega? E o que você ainda não teve coragem de perguntar a ela?
Ricardo Martins - A floresta ainda me nega todas as respostas prontas. E talvez esse seja o maior presente. Eu ainda não tive coragem de perguntar se estou pronto pra parar. Porque acho que no fundo, enquanto houver floresta viva e gente lutando por ela, meu caminho ainda é esse: contar, mostrar, devolver.

.: David Corenswet assume o manto de “Superman” em sessões antecipadas


O herói mais emblemático dos quadrinhos retorna às telonas em "Superman", um dos lançamentos mais aguardados de 2025. Com direção de James Gunn, o novo filme não apenas apresenta um Clark Kent em início de carreira jornalística, mas também resgata a essência do herói movido pela compaixão e pela fé na humanidade. Em Santos, no Cineflix, haverá sessões antecipadas. Na terça-feira, dia 8 de julho, às 20h00, o cinema do Miramar Shopping recebe na Sala 4. Quarta-feira, dia 9, haverá sessões às 15h40, em versão dublada e, na versão legendada, às 18h20 e 21h00. 

No papel que já pertenceu a nomes como Christopher Reeve, Dean Cain, Tom Welling e Henry Cavill, agora é David Corenswet quem veste a capa e encara o desafio de representar o kryptoniano mais famoso da cultura pop. E ele não está sozinho: Rachel Brosnahan vive uma Lois Lane espirituosa, enquanto Nicholas Hoult dá vida a um Lex Luthor promissoramente ameaçador.

O filme marca o pontapé inicial do chamado "Capítulo Um: deuses e Monstros", nova fase do Universo Cinematográfico da DC (DCU), com uma abordagem menos sombria e mais inspiradora. A produção reúne um elenco de peso que inclui ainda Isabela Merced ("Mulher-Gavião"), Nathan Fillion ("Lanterna Verde"), Edi Gathegi ("Senhor Incrível"), Anthony Carrigan ("Metamorfo"), além de Neva Howell e Pruit Taylor Vince como os pais adotivos de Clark, Martha e Jonathan Kent.

Com 2 horas e 9 minutos de duração, a produção já desperta especulações entre os fãs mais atentos. Em sua conta no Threads, Gunn confirmou que o tempo inclui os créditos e possíveis cenas pós-créditos, levantando expectativas sobre a introdução de personagens do futuro do DCU. Um dos palpites mais fortes é a aparição de "Supergirl", vivida por Milly Alcock ("House of the Dragon"), cujo filme solo, "Woman of Tomorrow", já tem estreia marcada para julho de 2026.

Outro detalhe que promete emocionar os fãs mais nostálgicos é a participação especial de Will Reeve, filho do eterno Christopher Reeve, numa homenagem discreta, mas simbólica, à trajetória cinematográfica do herói. “Superman” tem estreia oficial agendada para o dia 10 de julho, mas os fãs santistas poderão conferir o longa em sessões antecipadas na Sala 4 do Cineflix Santos. É uma oportunidade imperdível para reencontrar um Superman que, enfim, volta a acreditar - e nos faz acreditar também - no poder da bondade.


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Programação do Cineflix Santos
“Superman” | Sala 4
Classificação:
 PG13. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: James Gunn. Elenco: David Corenswet, Rachel Brosnahan, Nicholas Hoult e outros. Duração: 2h09. Cenas pós-créditos: sim. Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

Dublado
8/7/2025 - Terça-feira: 15h40
9/7/2025 - Quarta-feira: 15h40
10/7/2025 - Quinta-feira: 15h40
11/7/2025 - Sexta-feira: 15h40
12/7/2025 - Sábado: 15h40
13/7/2025 - Domingo: 15h40
14/7/2025 - Segunda-feira: 15h40
15/7/2025 - Terça-feira: 15h40
16/7/2025 - Quarta-feira: 15h40

Legendado
8/7/2025 - Terça-feira: 20h00
9/7/2025 - Quarta-feira: 18h20 e 21h00
10/7/2025 - Quinta-feira: 18h20 e 21h00
11/7/2025 - Sexta-feira: 18h20 e 21h00
12/7/2025 - Sábado: 18h20 e 21h00
13/7/2025 - Domingo: 18h20 e 21h00
14/7/2025 - Segunda-feira: 18h20 e 21h00
15/7/2025 - Terça-feira: 18h20 e 21h00
16/7/2025 - Quarta-feira: 18h20 e 21h00

terça-feira, 1 de julho de 2025

.: "O 8 de Janeiro que o Brasil Não Viu", de Ricardo Cappelli, é um relato inédito


O livro "O 8 de Janeiro que o Brasil Não Viu", que chega às livrarias em julho pelo selo História Real da Intrínseca, é o testemunho inédito e candente de um gestor público que, quando menos esperava, foi chamado a exercer um papel crítico na defesa das nossas instituições democráticas. Ricardo Cappelli, que foi interventor da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, revela os bastidores desse período crucial em que a democracia brasileira correu grave risco. Ao transportar o leitor até os episódios dramáticos do dia 8 de janeiro e das semanas seguintes, Cappelli relembra as terríveis pressões e insistentes tentativas de sabotagem que enfrentou, numa guerra de nervos sem trégua.

“Nisso, o major da Silva, que estava comigo lá, me toca e fala: ‘Coronel, olha para trás.’ Quando eu olhei para trás, tinha uma linha de choque do Exército, montada com blindados, e, por interessante que parecesse, eles não estavam voltados para o acampamento. Eles estavam voltados para a PM, protegendo o acampamento”, ressaltaria Naime (coronel Jorge Eduardo Naime Barreto - chefe do Departamento Operacional da PM). Em meio a tudo isso, o general Dutra e eu tivemos uma discussão muito dura, apesar de formalmente respeitosa. Eu enfatizei a gravidade do que estava acontecendo e disse que medidas enérgicas precisavam ser tomadas. Dutra tentou contemporizar, argumentando que o quadro não era tão crítico assim. Quando percebeu que eu não retrocederia, o general, numa tentativa final de impedir a minha ação, disse que se a PM entrasse teríamos um banho de sangue. 

"Banho de sangue por quê, general? O senhor está me dizendo que tem manifestantes armados dentro do acampamento, em uma área militar, e que eles estão sendo protegidos pelo Exército brasileiro?”. Relatos impactantes como este permeiam toda a obra que aborda também o impacto das fake news durante este período conturbado. É emblemático o caso da suposta morte de uma manifestante presa no acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército. A notícia falsa reverberou na Câmara dos Deputados.

“Quando recebi a notícia da morte de uma manifestante, corri para o hospital. Lá, verifiquei que se tratava de mais uma mentira. Uma mentira perigosa, que poderia provocar reações extremas e gerar conflitos. Uma senhora havia se sentido mal e fora transferida para uma unidade hospitalar do DF. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) denunciou a ocorrência da suposta morte em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, causando comoção e indignação. Segundo o portal de notícias G1, a parlamentar chegou a dizer que o caso tinha sido confirmado pela Ordem dos Advogados do Brasil no DF, mas depois disse que cometeu um ‘equívoco’”, relembra o autor.

Ao longo de toda a narrativa, Ricardo Cappelli demonstra como sempre procurou tomar decisões técnicas para se afastar da polarização política que assola o Brasil. Após conversas com policiais feridos no dia 8 de janeiro, o autor chegou à conclusão que o desfecho poderia ter sido ainda mais trágico. “Ficou claro para mim que os extremistas queriam ter em mãos o cadáver de um policial. Isso poderia desestabilizar as forças de segurança. A estratégia era transformar a manifestação em um gatilho para uma crise institucional ainda mais grave do que a que fora realmente provocada”, conclui. Compre o livro "O 8 de Janeiro que o Brasil Não Viu" neste link.


A sessão de autógrafos em Brasília vai ocorrer no dia 08 de julho (terça-feira), a partir das 19h, na Livraria Travessa do Casa Park. Foto: Jerônimo Gonzalez

Sobre o autor
Ricardo Cappelli é gestor público desde 1999 e especialista em administração pública pela Fundação Getulio Vargas. Foi interventor federal da Segurança Pública no Distrito Federal, ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e ministro em exercício da Justiça e Segurança Pública, funções exercidas no fatídico, intenso e histórico ano de 2023. Atualmente preside a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes, é carioca de nascimento e brasiliense de coração desde 2003. Define-se como um nacionalista e democrata convicto marcado por um dia. Compre o livro "O 8 de Janeiro que o Brasil Não Viu" neste link.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

.: Crítica musical: A Filial em busca das raízes do hip hop

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Luisa Lambert

Skatista de rua há mais de 30 anos, atuante na cena nacional, Edu Lopes, também conhecido como apenasedu, fundou no final da década de noventa o grupo A FILIAL. E agora o grupo está lançando seu quinto e mais novo álbum chamado “Primeiro Disco”. Um trabalho em que se torna evidente o retorno à raiz do autêntico rap, com forte influência da “golden era” do hip hop e da cultura de rua.

A trajetória de Edu Lopes começou no início dos anos 90 quando em conjunto com BNegão criou o “The Funk Fuckers”, banda que integrou – assim como Planet Hemp, O Rappa e Black Alien – o núcleo que daria a cara da música produzida nas ruas do Rio de Janeiro durante os anos 90.

Com A FILIAL foram lançados quatro discos, tendo inclusive alcançado boas críticas na mídia do exterior. O quinto álbum do grupo se chama “Primeiro Disco”. À primeira vista pode parecer confuso. Porém, ao ouvir a abrangente reformulação na linguagem musical e a reaproximação dos fundamentos do seu berço, tudo começa a fazer mais sentido. O álbum tem uma cara evidente de “começo”, que para um projeto com vinte oito anos de estrada é realmente um posicionamento claro de recomeço artístico.

Edu Lopes entende que o momento é positivo para a consolidação do estilo hip-hop. “Quando comecei, era algo para a cena underground. Hoje em dia vejo ele inserido de vez na nossa cultura musical”. Ele reconhece os trabalhos de grupos pioneiros, como o Racionais MCs. “A Gravadora Trama também investiu em vários nomes do estilo, abrindo portas para vários deles”.

Com participações de Daniel Shadow, Matéria Prima e Old Dirty Bacon, A FILIAL traz uma bagagem consistente de décadas dedicadas às rimas e batidas que empurra passos à frente os fundamentos dessa cultura de rua, que se desdobrou em sub gêneros e ganhou enorme abrangência dentro do mainstream brasileiro na última década. Bagagem que se traduz numa espécie de “mapa da mina”, um fôlego que contribui no ancoramento de valores inegociáveis para o hip hop original.

"Qualquer Qualquer Tanto Faz"

 
"Qualquer MC"


Foto: Marcos Myara

domingo, 15 de junho de 2025

.: Entrevista: Jacyr Pasternak usa a ficção como denúncia clínica


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Autor de romances que flertam com o policial e com o sarcasmo, o médico infectologista Jacyr Pasternak chega ao terceiro livro de ficção com "Receita Fatal", publicado pela editora Labrador, um thriller mordaz que transforma tragédia em provocação. Com 35 anos de atuação no Hospital Albert Einstein e uma bagagem que inclui pandemias reais como HIV e Covid-19, Pasternak mira agora outra ameaça silenciosa: a ignorância travestida de tratamento. “Foi uma terapia mental, sim, devido ao que provocou as mortes — mais uma vez uma denúncia”, confessa o autor sobre a família exterminada nas páginas do novo livro.

Na entrevista exclusiva ao Resenhando.com, ele não poupa ironia ao falar da medicina alternativa, que, na obra, é praticamente uma personagem vilã. E propõe um remédio direto: “A melhor terapia para as ditas medicinas alternativas, na verdade, são duas: a educação e as noções de ciência”. Com personagens de nomes quase teatrais e diálogos que provocam riso e incômodo, Pasternak constrói um enredo que expõe "o charlatanismo desabrido de profissionais inescrupulosos”, como define Heidi Strecker na quarta capa da obra.

E se o sarcasmo fosse mesmo uma vacina contra a desinformação? “Sarcasmo e ironia são as coisas que mais incomodam os praticantes de charlatanismo em todos os campos”, afirma o autor, que vê na literatura uma forma de resistência: “Estamos em plena septicemia cultural crônica, com piora importante desde que as redes sociais formaram experts em tudo o que nada sabem com um mínimo de profundidade”. Nesta entrevista, Jacyr Pasternak prova que ficção bem escrita pode ser, sim, um antídoto poderoso. Apoie o portal Resenhando.com e compre o livro "Receita Fatal" neste link.

Resenhando.com - Em um país onde reality shows fazem mais sucesso do que livros, o senhor acredita que o público está preparado para digerir um thriller que mistura pseudociência, sarcasmo e cadáveres da elite paulistana?
Jacyr Pasternak - Imagino que o povo que se diverte com os reality shows não é exatamente o povo que consome literatura policial. Acredito que temos um número suficiente de leitores de literatura policial para procurar um livro que mistura o whodunit, quem fez a maldade, com sarcasmo, um pouco de humor e uma espécie de denúncia de pseudociência.


Resenhando.com - O senhor já viu muita coisa bizarra na medicina real. Mas... sinceramente: qual foi a pseudoterapia mais absurda que ouviu alguém defender com convicção?
Jacyr Pasternak - Já vi tantas...mas, sinceramente, a defesa do uso de cloroquina e ivermectina para tratar Covid 19 é forte candidata a mais fatal de todas, e defendida por convicção por expoentes da direita, incluindo direita médica - que não é pequena.


Resenhando.com - O senhor já matou uma família inteira - pelo menos no papel. Foi mais prazeroso como escritor ou mais terapêutico como médico?
Jacyr Pasternak - Olha…prazeroso não é bem o termo para matar uma família, (risos)... Mas foi uma terapia mental, sim, devido ao que provocou as mortes - mais uma vez uma denúncia.


Resenhando.com - Em "Receita Fatal", a medicina alternativa é praticamente uma personagem vilã. Se pudesse, o senhor receitaria qual antídoto à sociedade para esse culto às curas mágicas?
Jacyr Pasternak - A melhor terapia para as ditas medicinas alternativas, na verdade, são duas: a educação e as noções de ciência. Se a pessoa tiver essas noções, certamente não cairá como um pato nas medicinas ditas alternativas ou em "curas mágicas", ou nas mãos de um "João de Deus". O que não consigo entender é como pessoas muito bem formadas e ilustradas e ilustres caem nessas "curas mágicas".


Resenhando.com - Os nomes dos personagens têm um quê teatral: Emerenciana, Marisa, Chico que odeia ser chamado de Chico... Existe aí um certo deboche com os arquétipos da nossa sociedade?
Jacyr Pasternak - Não foi inteiramente consciente, mas o deboche, agora que você assinalou, de fato, existe. Achar nomes para personagens não é nada simples. Raymond Chandler, se não estou enganado, usava lista telefônica, isso no tempo em que as listas eram impressas (risos).


Resenhando.com - A ironia é sua seringa narrativa preferida. Em tempos tão sensíveis, o senhor acha que ainda é possível "vacinar" o leitor com sarcasmo?
Jacyr Pasternak - Sarcasmo e ironia são as coisas que mais incomodam os praticantes de charlatanismo em todos os campos. Humor também funciona para mostrar os pés de barro de autoritários, e a medicina alternativa tem este aspecto autoritário de “acredite em mim porque Deus me deu este poder”, ou “porque sou professor doutor, porque a mafia de branco esconde esta sensacional cura, porque me perseguem...”.


Resenhando.com - Considerando que muitos dos seus leitores podem ser pacientes ou colegas, já pensou em oferecer um curso de "literatura profilática"? Quem seria o público-alvo ideal?
Jacyr Pasternak - Existem literaturas profiláticas e corretivas, existe a revista Questão de Ciência, brasileira, que se dedica a isto, existe a revista americana Septic. Tentam, não digo que com grande sucesso. O público-alvo é mais quem está se educando; quem já acha que sabe tudo, provavelmente, é caso perdido...


Resenhando.com - Se o senhor tivesse que diagnosticar a literatura policial brasileira contemporânea, qual seria o parecer clínico?
Jacyr Pasternak - A literatura policial brasileira não é muito ampla, mas tem excelentes escritores, como Rubem Fonseca, Luiz Garcia Roza, Marcos Rey. Há uma dificuldade na literatura policial no Brasil: literatura policial é mais imaginada e praticada em países onde tem polícia que investiga e justiça que funciona, ambas as condições que não são exatamente o que acontece no Brasil, concorda?


Resenhando.com - Se a pseudociência fosse uma bactéria hospitalar, o senhor acha que a literatura ainda poderia ser o antibiótico certo - ou já estamos todos em septicemia cultural?
Jacyr Pasternak - Estamos em plena septicemia cultural crônica, com piora importante desde que as redes sociais formaram experts em tudo o que nada sabem com um mínimo de profundidade.


Resenhando.com - Como médico, o senhor já enfrentou pandemias reais - HIV, Covid-19, gripes letais - mas agora se aventura na ficção para narrar outra praga: a ignorância travestida de tratamento. O que dá mais trabalho, combater um vírus ou desmascarar um charlatão com diploma falso e Instagram "bombado"?
Jacyr Pasternak - Combater um vírus nas fases iniciais de uma pandemia quando ele não é conhecido ou é um mutante, é muito dificil. Mas a ciência acaba por encontrar a solução. Desmascarar um charlatão ou um influencer com zilhões de seguidores é muito mais dificil. O dr. Drauzio Varella “tem tentado”. Veja o que aconteceu, usaram IA para clonar o Drauzio e fazê-lo de menino propaganda de suplementos alimentares que ele denuncia sempre que pode. A criatividade de sacripantas e charlatões é infinita. Só com mais educação de qualidade a sociedade vai conseguir relegar os charlatões com diploma falso e também os charlatões com diploma de verdade a sua ação deletéria. Sumir não vão sumir nunca...

sábado, 14 de junho de 2025

.: Live action de "Como Treinar o Seu Dragão" respeita o original e encanta

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em junho de 2025


O live action de "Como Treinar o Seu Dragão", mantém fidelidade ao original e garante encantamento visual. A produção com direção e roteiro de Dean DeBlois ("Lilo & Stitch", 2002) não cria ou corta situações para fazer a história render e se adaptar aos novos tempos -como foi feito com "Lilo  Stitch", também em cartaz nos cinemas e, originalmente, foi dirigido por DeBlois. Neste, a versão humana da animação de 2010 acontece magicamente na telona, repetindo o que fez há 15 anos, fisgando o público do início ao fim, agradando, inclusive, quem não curte a temática viking. 

Agora em live action, sem se apoiar no visual falso dos efeitos especiais, ainda que emplaque a fantasiosa história de amizade de um garoto com um dragão, "Como Treinar o Seu Dragão" entrega história boa e envolve tão bem, a ponto de passar a impressão de que toda aquela ficção está acontecendo diante de seus olhos. De fato, por vezes, tal relação remeta ao clássico "História Sem Fim", quando Arteiro e Bastian estabeleçam um forte elo com Falkor, um dragão da Terra da Fantasia.

A nova produção, adapta a animação com primor e respeito aos fãs que, fatalmente, esperam rever as cenas marcantes. Tudo está lá para o puro deleite dos que amam a história do jovem viking amigo do dragão Banguela. No elenco, como o protagonista Soluço (Mason Thames, de "Telefone Preto") convence o merecimento do papel de garoto que não se enquadra no seu povoado e também não quer matar um dragão, ainda mais depois de capturar com um verdadeiro Fúria da Noite e estabelecer um elo de amizade com uma espécie tão mal vista pelos vikings.

Com Gerard Butler, o eterno "Fantasma da Ópera" (2004), na pele do pai brutamontes de Soluço, a dobradinha em cena conquista com tamanha facilidade, tornando tão claras as diferenças na forma de pai e filho verem as formas de realizarem as coisas. A parceria de Soluço com a autêntica guerreira da ilha de Berk, Astrid (Nico Parker, de "Dumbo" e "Bridget Jones: Louca pelo Garoto") também flui na trama. 

Até os rivais de Soluço entregam veracidade na trama de ação e fantasia como Fishlegs interpretado por Julian Dennison (o jovem mutante de "Deadpool 2") ou a Cabeça Quente (Bronwyn James, de "Wicked") e seu irmão gêmeo Cabeça Dura (Harry Trevaldwyn, de "Agência"). Em tempo, "Como Treinar o Seu Dragão" é nitidamente uma produção para ser assistida na telona com muita pipoca e a certeza de sair satisfeito com o produto final, pois o longa está simplesmente impecável.


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"Como Treinar o Seu Dragão" (How To Train Your Dragon). Ingressos on-line neste linkGênero: fantasia, açãoClassificação: 10 anos. Duração: 1h56. Direção: Dean DeBloisRoteiro: Dean DeBloisElenco: Mason Thames, Gerard Butler, Nico Parker, Julian Dennison, Gabriel Howell, Hary Trevaldwyn, Bronwyn James, Nick Frost. Sinopse: Na ilha de Berk, um garoto viking chamado Soluço desafia a tradição ao fazer amizade com o dragão Banguela. No entanto, quando uma ameaça surge, a amizade de Soluço com Banguela se torna a chave para forjar um novo futuro.. Confira os horários: neste link

Trailer "Como Treinar o Seu Dragão"



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quarta-feira, 11 de junho de 2025

.: Escritor Lucas de Matos estará na Feira do Livro de Maputo em Moçambique


Além de um sarau poético, o autor marca presença em painéis literários no Instituto Guimarães Rosa. Foto: Inage Kauana

Lucas de Matos, comunicador e escritor baiano, desembarca em Moçambique para uma série de atividades literárias na Feira do Livro de Maputo, do IGR - Instituto Guimarães Rosa. O autor de "Preto Ozado" e "Antes que o Mar Silencie" integra a comitiva do Coletivo Flipeba no projeto "Escrita Viajante e as Diversidades Culturais Diaspóricas", com atividades nos dias 16 e 17 de junho.

“É a minha primeira viagem internacional, e é simbólico que seja para o continente africano”, declara o escritor que já participou de atividades online com os países Angola e Moçambique. Sua agenda envolve debates literários e um sarau. No dia 16 de junho, Lucas realiza a apresentação do lançamento do livro "Confissões de Viajante (Sem Grana)", de Manoela Ramos, às 15h00.

No mesmo dia, às 18h00, o autor participa de um painel coletivo sobre o "Legado dos Festivais Literários - Conexão Bahia/ Maputo". No dia seguinte, dia 17 de junho, apresenta o "Sarau Poético", com textos de seus livros, além de poemas de escritoras moçambicanas como Paulina Chiziane e Noémia de Sousa, às 15h00. O poeta finaliza recitando na "Festa O Pente", do agitador cultural Uran Rodrigues.

A viagem ao continente africano surge com a incumbência de comunicador: Lucas, junto a Uran, fará a cobertura e assessoria da escritora Manoela Ramos, integrando o Coletivo da Festa Literária de Boipeba, da qual ela é uma das curadoras. O projeto busca fomentar a leitura e a produção literária a partir de experiências de viagem conectadas à diáspora africana. “É uma alegria poder contribuir para a difusão de iniciativas literárias por meio da comunicação. Faremos uma cobertura com todos os detalhes dessa imersão”, relata.

O projeto conta com o apoio financeiro do Governo da Bahia, por meio do Fundo de Cultura e da Secretaria de Cultura (Secult-BA), além do apoio internacional da plataforma Flotar, Fundo Cicla, Instituto Guimarães Rosa, Embaixada do Brasil e da própria Feira do Livro de Maputo 2025, que tem curadoria de Juci Reis.

Sinopse de "Antes que o Mar Silencie"
Assim como o mar, a escrita de Lucas de Matos tem uma força e um movimento belo, pedagógico e ancestral que nos instiga tanto a boiar na calmaria quanto a mergulhar no agito das suas ondas-palavras. Antes que o mar silencie é um chamado para atentar questões de ser e estar, a partir de versos cheios de ousadia, consciência de si e letramento socioambiental. Vale a pena tirar as boias e se jogar nesse mar poético encantador de um poeta que exala sede de vida. Mergulhemos nessas águas.

domingo, 8 de junho de 2025

.: "Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço" terá última apresentação


A dramaturgia de Michelle Ferreira traz para a cena três personas para representar a escritora: Ana - a poeta, Cristina - a performática, e Cesar - a acadêmica, representadas pelas atrizes Nataly Cavalcanti, Carol Gierwiatowski e Bruna Brignol, respectivamente. Foto: Jennifer Glass


O espetáculo "Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço", com texto de Michelle Ferreira e direção de Nelson Baskerville, apresenta-se no Teatro Cacilda Becker, entre os dias 30 de maio a 8 de junho, de sexta a domingo. A montagem foi eleita pelo jornal Folha de S.Paulo como uma das melhores do ano, em 2023. O espetáculo é um metateatro que transita pela obra e vida da poeta Ana Cristina Cesar, ícone da poesia marginal da década de 70 a partir do conflito de três atrizes envoltas pela complexidade e identificação das angústias de suas personagens, que representam diferentes facetas da poeta: a Ana, a Cristina e a César.

Considerada um dos grandes nomes da literatura marginal da década de 1970, a poeta carioca defendia que vida e literatura eram inseparáveis. Por esse motivo, “Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço” se inspira nesses dois elementos. A dramaturgia de Michelle Ferreira traz para a cena três personas para representar a escritora: Ana - a poeta, Cristina - a performática, e Cesar - a acadêmica, representadas pelas atrizes Nataly Cavalcanti, Carol Gierwiatowski e Bruna Brignol, respectivamente.

Para dar conta da atmosfera caótica presente na obra da poeta, a equipe optou por usar muitas projeções, um andaime e uma escultura de luz feita pelo próprio diretor. Para o encenador, entender a essência da autora é um desafio. “A cada dia chegam novos materiais que são incorporados ao espetáculo. Ela não está em apenas um poema ou um livro. Para desvendá-la, é preciso se debruçar sobre suas fotografias, cartas, cartões postais, entrevistas. Talvez hoje sua angústia fosse muito mais dispersa, porque os tempos mudaram muito, mas gostaríamos de devolver para ela essa sexualidade que lhe foi negada”, defende Baskerville.

A característica forte de seus textos, a um só tempo viscerais e coloquiais, cria uma aproximação confidencial com seus leitores. “Como Ana Cristina Cesar pregava a quebra dos padrões eruditos e escrevia de uma maneira mais espontânea e contestadora, entendemos que o teatro performativo era a melhor maneira de homenagear essa mulher tão potente", comenta Nataly.

Com a proposta de democratizar o acesso à informações sobre a vida e a obra da Ana Cristina Cesar (1952-1983), o projeto idealizado por Nataly Cavalcanti ainda envolve outras ações importantes: um podcast com discussões relacionadas a essa poeta marginal, a publicação de um zine formado por cartas trocadas entre as poetas Anna Zêpa e Josiane Cavalcanti e uma oficina de produção de zines. “Criamos atividades que estão muito relacionadas à personalidade da Ana Cristina. Ela costumava escrever cartas e tenho certeza que teria um podcast se essa linguagem existisse na sua época”, conta Nataly. Chamado de "Ana Marginal - Como Desancorar Um Navio no Espaço", este projeto foi contemplado na 19ª Edição do Prêmio Zé Renato - ID 13 080.


Ficha técnica
Espetáculo "Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço". 
Idealização e produção artística: Nataly Cavalcanti Dramaturga: Michelle Ferreira Direção: Nelson Baskerville Diretora assistente: Anna Zêpa Atrizes: Bruna Brignol, Carol Gierwiatowski e Nataly Cavalcanti Concepção Cenográfica: Bruna Brignol e Nelson Baskerville Figurino: Marichilene Artisevskis Iluminação: Lui Seixas Trilha Sonora: Nelson Baskerville Criação e montagem dos vídeos: João Paulo Melo Consultoria em Vídeo: André Grynwask Vídeo Heloísa Teixeira: Anna Zêpa Direção de Movimento: Débora Veneziani Preparação Vocal: Alessandra Lyra (Cor & Voz) Cenotecnia: Casa Malagueta Operação de Som: Gabriel Müller Operação de Luz: Paula Selva Operação de Vídeo: Tarcila Rigo Operação de Letreiro: Iza Marie Miceli Contrarregra: Victoria Aben-Athar Arte gráfica: Bruna Brignol Fotos de divulgação: Bruna Castanheira e Jennifer Glass Registro em fotos e vídeos: João Paulo Melo e Marcos Floriano Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes Assistente de Produção: Gabriel Müller Diretora de Produção: Iza Marie Miceli


Serviço
Espetáculo "Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço"
75 minutos | Classificação indicativa: 12 anos | Gratuito

Teatro Cacilda Becker
Domingo, dia 8 de Junho, às 19h00
Rua Tito, 295 - Lapa / São Paulo

sexta-feira, 30 de maio de 2025

.: “Essa injustiça tem que ser reparada!”: Anna Toledo e a revolução do palco


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. Foto: Ale Catan.

Anna Toledo é muito mais do que a dramaturga por trás do espetáculo “Cenas da Menopausa” - ela é uma artista multifacetada, cujo talento transborda dos palcos para as letras e das canções para as emoções humanas. Com uma carreira que atravessa três décadas, ela construiu uma trajetória rara, que une a força do teatro, a delicadeza da música e o olhar sensível sobre temas muitas vezes negligenciados, como a maturidade feminina. Com únicas apresentações em Curitiba, nos dias 6, 7 e 8 de junho no Teatro Guaíra, “Cenas da Menopausa” segue para São Paulo, onde fica em cartaz de 12 de junho a 17 de agosto no Teatro Claro.

Nascida em Curitiba, Anna já brilhou como atriz, cantora lírica, compositora e como autora que tem o dom de transformar experiências pessoais e sociais em narrativas que comovem. O trabalho dela é marcado por um compromisso honesto e humor inteligente, capaz de confrontar tabus sem perder a leveza.

“A menopausa - essa fase tão pouco falada - não é um fim, mas um renascimento”, costuma dizer Anna, cuja parceria com Claudia Raia, com quem já trabalhou no musical sobre Tarsila do Amaral, já rendeu peças que desafiam estigmas e celebram a vida. Em “Cenas da Menopausa”, ela não apenas escreve. Também convida o público a rir, refletir e, acima de tudo, a se reconhecer. Anna Toledo é uma voz essencial do teatro contemporâneo brasileiro, que utiliza sua arte para abrir diálogos necessários e provocar transformações reais, dentro e fora dos palcos.


Resenhando.com - Anna, se a menopausa fosse uma personagem de teatro, que arquétipo ela representaria?
Anna Toledo -
Até hoje, a menopausa foi representada no nosso imaginário pela figura das bruxas e madrastas, mulheres amarguradas pela perda da juventude, que descontam sua frustração em jovens princesas ou pobres filhotinhos de dálmatas (risos) - ou então por aquela figura da mulher surtada se abanando freneticamente. Só que na vida real, quando a menopausa acontece, a gente se sente o próprio cachorrinho perdido e indefeso, sem saber o que está acontecendo! Essa injustiça tem que ser reparada! (Risos)


Resenhando.com - Como você, enquanto autora de "Cenas da Menopausa", percebeu que o humor poderia ser uma arma poderosa contra o estigma social?
Anna Toledo - 
A menopausa pode ser um momento muito solitário. Por sentir vergonha e confusão sobre os sintomas, muitas mulheres afastam as pessoas próximas de si. Mas quando essas dores são compartilhadas, elas se tornam mais leves e podem, inclusive, virar algo para rir junto. É aquilo que o Suassuna já dizia: “o que é ruim de viver é bom de contar”.


Resenhando.com - Você já pensou em transformar as fases do luto, que estruturam a peça, em uma trilha sonora original? Como cada fase poderia soar, se pensássemos nessas fases como estações do ano?
Anna Toledo - Gente, que viagem (risos). Taí uma boa ideia para um spin-off da peça!


Resenhando.com - Seu trabalho transita entre a dramaturgia e a música. Como a sua formação em canto lírico e jazz influencia a forma como você constrói os diálogos e o ritmo das suas peças?
Anna Toledo - 
É uma pergunta interessante. A minha trajetória deu muitas voltas, né? Acredito que a maior influência dessa formação musical na minha dramaturgia se aplica à escrita para musicais, porque eu penso a música sempre como parte da narrativa. Mas o jazz treina a escuta, o que talvez seja bom para a vida, de modo geral.


Resenhando.com - Em uma sociedade que ainda silencia temas como a menopausa, qual você acredita ser o impacto de expor esse tema no palco em termos de transformação social e pessoal?
Anna Toledo - 
Na temporada da peça em Portugal, eu pude ver que as mulheres iam assistir com as amigas e depois voltavam com os maridos. Um destes maridos falou comigo, depois da peça: “agora eu entendi que não era nada pessoal!” A peça tem essa ambição de abrir uma gaveta de assuntos guardados e arejar a comunicação, além de compartilhar informações sobre sintomas que muitas vezes são confundidos com outras doenças, como depressão e ansiedade.


Resenhando.com - Se "Cenas da Menopausa" fosse adaptada para uma linguagem não-verbal, como dança ou pantomima, quais elementos essenciais da experiência feminina você tentaria preservar? Por quê?
Anna Toledo - 
No ano passado tive a oportunidade de roteirizar um espetáculo de teatro-dança (ou dança-teatro) sobre a idade na dança, chamado "A Última das Bailarinas". Eram três bailarinas de diferentes idades dançando a mesma música. Era muito bonito, porque a gente falava de qualidade de movimento como uma metáfora para a qualidade da experiência de vida, em todas as idades. E esta busca pela qualidade da experiência também é o que emerge no "Cenas da Menopausa".


Resenhando.com - Você se vê, como autora, mais como uma cronista do tempo e das transformações sociais, ou como uma provocadora que desafia tabus com sua arte?
Anna Toledo - 
Eu bem que queria ser uma provocadora que desafia tabus, mas minha maior habilidade é enxergar as histórias que surgem na minha frente e imaginar um jeito legal de contá-las.

Resenhando.com - Qual personagem de "Cenas da Menopausa" mais a surpreendeu durante a criação? 
Anna Toledo - 
A Laurinha foi a primeira personagem que escrevi. Ela é uma mulher que está em negação absoluta em relação à menopausa e tudo que envolve o seu próprio envelhecimento e isso pode ser muito engraçado quando você vê de fora. No processo de criação, a personagem foi se revelando e me dando munição para escrever uma cena hilária, que virou uma das minhas favoritas na peça.


Resenhando.com - Na sua trajetória, qual foi o papel mais desafiador que você já interpretou - no palco ou como dramaturga - e como ele dialoga com a maturidade que a menopausa simboliza?
Anna Toledo - 
Tive alguns papéis muito especiais, que guardo com carinho imenso e saudade. A Fraulein Schneider, de "Cabaret", ou a Luzita, de "Vingança", a Mãe de "Lembro Todo Dia de Você", a cantora Alice Rae em "Chet Baker, Apenas Um Sopro"… Mas não sei dizer qual foi o mais desafiador, porque cada um trouxe um desafio diferente. Todas são mulheres maduras, complexas, interessantes, com um lado sombrio tão grande quanto a sua luz. Fui muito feliz vivendo estas personagens.


Se você pudesse escrever um espetáculo sobre um tema inesperado que ainda não explorou, mas sente que tem uma urgência pessoal, qual seria?
Anna Toledo - 
Tenho muita vontade de falar sobre o tempo e as múltiplas percepções a seu respeito. Se o Tempo me permitir, o farei.

sábado, 24 de maio de 2025

.: "Ela me achou antipático", diz Roberto de Carvalho, no "Provoca", sobre Rita Lee


Além da parceria com Rita, Roberto também é um dos instrumentistas e compositores mais respeitados e bem-sucedidos do Brasil. Foto: Ana Paula Santos

Na próxima terça-feira, dia 27 de maio, Marcelo Tas recebe Roberto de Carvalho no "Provoca". Na entrevista inédita, o multi-instrumentista e compositor, parceiro de Rita Lee na música e na vida por quase 50 anos, conta sua versão do primeiro encontro com a Rainha do Rock, fala do novo documentário sobre a vida de Rita e comenta sobre sua formação musical. O programa vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura.

“Ela me achou antipático, (...) mais especificamente blasé” - é assim que Roberto de Carvalho descreve o que ouviu dizer sobre a primeira impressão de Rita Lee a seu respeito. O encontro aconteceu num show da banda de Ney Matogrosso, em 1976, da qual Roberto fazia parte. Os dois ainda se esbarraram no Festival de Saquarema, no mesmo ano, antes do próprio Ney entrar em ação como cupido do casal.

Eles se conhecerem de vez num jantar na casa de Rita, para o qual Ney foi convidado. A cantora pediu que ele "levasse um músico" - e Ney entendeu a deixa. Roberto conta: “Eu me sentei, ela sentou do meu lado, e eu estava com uma meia de lurex, que é um material brilhante. A meia apareceu, e ela disse: ‘Nossa, que meia legal!’. Aí eu falei: ‘Gostou? Então é sua!’. Tirei a meia, dei para ela e falei: ‘pode usar, que eu não tenho chulé’. (...) Dali, iniciou-se uma dialética interminável, que durou 48 anos. Uma dialética em todos os níveis: nível conversacional, no nível de troca de ideias, de música, de amor, de sexo, de filhos, enfim, tudo era muito intenso. Mas começou ali”.

Sobre o documentário "Rita Lee: mania de Você", recém-lançado na plataforma de streaming Max, Roberto comenta: “Eu assisti duas vezes. (...) [a primeira] eu estava em Londres, e o Guito – que foi o diretor do documentário – me mandou para assistir. Eu estava lá, assim, tentando oxigenar as ideias. Foi a primeira viagem que eu estava fazendo depois que aconteceu tudo. E aí veio aquela pedrada. Eu assisti no IPhone, eu estava na casa de um amigo meu, no andar de baixo. E eu comecei a chorar, chorar, chorar. Aí eu subi a escada, e quando ele me viu [perguntou]: ‘Roberto, o que está acontecendo!?’... Aquilo me pegou de um jeito...”.

Além da parceria com Rita, Roberto também é um dos instrumentistas e compositores mais respeitados e bem-sucedidos do Brasil. A relação com a música começou logo cedo, aos três anos de idade, muito por conta da influência da mãe e da avó, que tocavam piano. Roberto logo descobriu um talento muito específico, mas que vinha a certo custo: “eu tinha muita dificuldade para ler partitura, e ao mesmo tempo eu tinha bom ouvido”. Tas lembra que Roberto tem o chamado “ouvido absoluto”, que o músico explica: “você tem um computador interior que te dá a nota”.

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