sábado, 9 de outubro de 2021

.: Diário de uma boneca de plástico: 9 de outubro de 2021


Querido diário,

Tanta coisa tem acontecido, mas falta energia. Estava com saudades minhas?! 

Assisti "Venom: Tempo de Carnificina" no Cineflix em Santos, na pré-estreia, dia 6 de outubro. Sabe a emoção de estar numa sala de cinema para conferir tudo daquela sequência esperada e cair ainda mais de amores por tamanha perfeição?! Descobri que sou Venomlover!! 

Que filme maravilhoso!! Totalmente sem defeitos... Tem o Woody Harrelson, sabe o apaixonado por bolinhos de "Zumbilândia"?! Ele. O cara fez uma participação na sequência de "Esquadrão Suicida", mas na produção da Sony, o cara é o grande vilão da trama: Cletus que vira o Carnificina. E tem caos na telona mesmo. 

Para tornar tudo mais instigante, o Venom banca o jovenzinho revoltado, faz umas besteiras e a história ganha muito, muito ritmo. E o embate do Venom e seu filho, o Carnificina é muito emocionante. De fazer grudar os olhos na tela.

E juro que quero assistir mais uma vez. Tomara que consigamos rever no cinema.

Ah! No dia seguinte, 7 de novembro, dia de Nossa Senhora do Rosário, meus donos completaram 15 aninhos de casados?! Parabéns para eles!!

Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,

Donatella Fisherburg


Trailer








.: Entrevista: Renata Dembogurski explora multiversos em sci-fi brasileiro


Autora premiada fala a língua da nova geração em ficção que explora multiversos e física quântica.

Influenciada por verdadeiros gênios do sci-fi como Neil Gaiman, Philip K. Dick, Philip Pullman e até George Orwell, a escritora e publicitária Renata Dembogurski mostra que a tendência mundial dos universos paralelos também criou raízes entre o público jovem adulto no Brasil. "Virkadaz" traz o melhor dos mundos alternativos, com tudo o que uma boa ficção científica tem direito: de teorias sobre física quântica a portais no espaço-tempo.

A paranaense que passou boa parte da carreira como redatora publicitária para grandes empresas do país coloca toda sua criatividade em jogo e oferece ao leitor uma jornada de infinitas possibilidades, conforme ela mesmo explica na entrevista a seguir.


Por que você decidiu entre tantos gêneros escrever este?
Renata Dembogurski - Sou uma pessoa muito criativa e imaginativa, a ficção científica e a fantasia para jovens adultos abrem muito espaço para eu explorar e extravasar essa minha habilidade.

Teve algum escritor ou escritora como inspiração?
Renata Dembogurski - Tenho grande admiração pela inteligência e humor de Douglas Adams, amo a amplitude criatividade de Neil Gaiman e a visão de mundo criada por Aldous HuxleyPhilip K. Dick.

Quando e como surgiu sua paixão pela escrita?
Renata Dembogurski - Eu sempre amei ler e ficava encantada quando eu lia um texto bem escrito. Curto muito viajar nas histórias e me embrenhar nos cenários com as personagens. Unindo esses aspectos queria escrever para que outras pessoas tivessem as mesmas sensações. Eu realmente acredito que o mundo pode ser melhor se todos lessem mais, quero fazer minha parte com livros que aumentem o gosto pela leitura.

Quais são os desafios de ser escritor(a) no Brasil?
Renata Dembogurski - Acho que o fato de que ler não é parte da rotina das pessoas. A mídia não estimula que "vire moda" ler. Sonho com o dia em que ler poderia ser algo descolado. Mas hoje isso não vira meme, não é assunto dos famosos, não sai nos noticiários, não entra em conversas de amigos. Os escritores têm dificuldade de chegar no público e quando chegam não sensibilizam tanto quanto poderiam. E não me venha falando que livro é caro. Para comprar o celular, sair e badalar sempre tem dinheiro... falta mesmo o público ter envolvimento com livros. Sentir a importância não apenas pelo conhecimento, mas porque é legal e divertido ler. E, no Brasil, ainda são tantos os desestímulos... os impostos sobre o livro, o escritor, a editora, as livrarias... essa é uma cadeia que deveria ser vista com outros olhos pelos governantes. Mas isso é utopia.

Como surgiu a inspiração para criar este livro? Qual foi a motivação?
Renata Dembogurski - Tenho grande paixão por física quântica (sou bem nerd). E desde que conheci o assunto na década de 2000 veio uma vontade de criar uma história que não envolvesse magia, mas os conceitos de física quântica, tudo factível. Vários equipamentos, hoje, usam essas teorias para funcionar: celular, computador, led... e a gente não se dá conta a magia está nas mãos. As coisas somem e vão para outros lugares no universo quântico, as probabilidades são infinitas, as escolhas mudam a linha do tempo. Vai, isso dá muitas ideias. Foi isso que eu tive de argumentos ao criar Virkadaz.

Um dos seus objetivos é atrair os jovens para a leitura? Esse é o seu propósito de vida?
Renata Dembogurski - Sem dúvida. Como comentei, a leitura expande mentes. Para mim, haveria muito menos intolerância e mais respeito se todos tivessem acesso a todo tipo de conhecimento. Ao saber um ponto de vista, uma opinião, uma situação, ao mergulhar em uma realidade você toca um lado de si, aumenta a empatia. Quem não chorou no final de "O Livreiro de Cabul"? Ou não sente pena das mulheres da China depois de ler "Cisne Selvagens"? Ou, como saiu em pesquisas, não é menos racista depois de acompanhar a saga Harry Potter. Não precisa ser fábula para ter moral, toda história deixa uma parte em nós. 

Qual é a principal mensagem que a obra traz aos leitores?
Renata Dembogurski - Com "Virkadaz" quero destacar o poder das escolhas e da autossuperação. Se eu apenas divagasse sobre esses temas, não seria atraente para os jovens. Mas envolvendo em uma trama consigo a atenção. "Virkadaz" tem como tema principal "descobertas" e é através das escolhas que Zuwi consegue superar dificuldades da rotina. Não falo de grandes desafios, mas coisa pouca, as que todos vivemos. Desde a busca pela verdade e confiar em si até ir além das aparências.

Além desse lançamento, você pretende publicar outros livros ou uma continuação para a história? Quais são seus próximos projetos?
Renata Dembogurski - "Virkadaz" tem infinitas possibilidades, como a física quântica afirma. Tudo é possível. Todos os segredos das personagens podem desencadear outras histórias e ainda há personagens que nem apareceram. Todos os plix de "Virkadaz" dão novas histórias. Já existem outros dois livros publicados que envolvem "Virkadaz": um conto - "Plix Terra Negra" - e um livro infantojunvenil premiado - "Pense Melhor Antes de Pensar". Se meus leitores quiserem, posso fazer muito em "Virkadaz", há muito o que contar. Além disso, tenho outros dois livros já começados, fora do universo de "Virkadaz", só esperando tempo para ganhar vida: uma distopia e uma fantasia com um tema muito original. Escrevo muito, todos os dias, afinal trabalho com texto. E se tivesse tempo, minha imaginação daria quantos livros eu quisesse. Não tenho bloqueio criativo.

Você fez alguma pesquisa para escrever o livro, qual? Quanto tempo levou para escrevê-lo?
Renata Dembogurski - "Virkadaz" é uma jornada de resiliência. Entre o surgir da ideia, em 2006, e publicar, foram 15 anos. Li muito sobre física quântica, estudei e me aprofundei. Demorei para concluir a primeira escrita e mais ainda em estudar o mercado. Não sabia como era para publicar e, nessa época, não tinha tanta informação. Quando ganhei o prêmio com "Pense Melhor Antes de Pensar" é que a ficha começou a cair. Mas a minha melhor atitude for largar a versão original de Virkadaz e reescrever mudando o narrador e a dinâmica de texto. Eu estou contando todos os detalhes nas minhas redes sociais - @ReDembogurski - é só me seguir e acompanhar as publicações para conhecer meus erros e acertos nessa aventura não contada no livro.

Você pode comprar o livro “Virkadaz”, de Renata Dembogurskineste link.

.: Marcelo Segreto lança "Bacurau", 1º single do EP "Cinemúsicas, Vol.1"


Marcelo Segreto
acaba de lançar o single "Bacurau" com produção musical de Marcus Preto e Tó Brandileone, pelo Selo da Gravadora Experimental da Fatec Tatuí. Esse é o primeiro lançamento do EP "Cinemúsicas, Vol.1", com canções inspiradas no cinema. Canção inspirada na obra cinematográfica retrata a violência e questões políticas com lirismo.

"Bacurau" é o novo single de Marcelo Segreto com produção musical de Marcus Preto e Tó Brandileone, pelo Selo da Gravadora Experimental da Fatec Tatuí. Esse é o primeiro lançamento do EP Cinemúsicas, Vol.1, com canções inspiradas no cinema. Idealizador e compositor da Filarmônica de Pasárgada, Segreto já trabalhou com artistas como Tom Zé, Guilherme Arantes e Luiz Tatit e atualmente está dando continuidade à sua carreira solo. 

“Já fazia um tempo que eu estava pensando em compor canções inspiradas em filmes… E, ao mesmo tempo, o Marcus Preto, diretor artístico do EP, já tinha me sugerido a ideia de fazer um disco que passasse por questões políticas. Pois foi a junção dessas duas ideias que me fez compor as canções do EP 'Cinemúsicas, Vol.1', misturando Cinema e Política. Comecei a mergulhar em filmes que exploram essas questões de alguma maneira e o primeiro deles foi Bacurau”, comenta o artista.

A faixa de estreia faz um retrato da violência e da revolta presentes no filme Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ora com ironia (“Engole boliche, refri, netflixe e lanche / Passa fome, mas passa filme de ação / De ação reação”), ora com melancolia e lirismo ("A multidão na pessoa, a duna no grão / A passeata no pé, a ciranda na mão / Pau-brasil na semente, o museu no presente, o mar no sertão"). Ao final, a canção subverte o próprio lugar de fala do eu-lírico, visto como um “sujeito radioativo” que merece ser “enterrado vivo”. 

“Durante a composição, uma coisa que me passava pela cabeça, para além do retrato da injustiça, violência e revolta presentes no filme, era fazer uma reflexão mais profunda e sincera sobre a minha posição diante dessas questões, pensando no meu lugar de fala, me comprometendo, me confundindo com o eu-lírico, me colocando na história da letra da canção”, completa.

Quando as gravações começaram, a ideia inicial era buscar uma sonoridade western e melancólica, mas sem perder certa violência trazida pela letra. “Nesse sentido, o Marcus sugeriu inserirmos uma virada de bateria a partir do meio da faixa e seguir com ela até o final. Essa entrada da bateria (na verdade tambores soltos tocados pelo Tó) contribuíram muito pro crescendo musical (mas também pro crescendo de tensão da letra) que acontece na parte final da canção”, finaliza Marcelo Segreto.

O EP "Cinemúsicas, Vol.1" será lançado em outubro deste ano e ainda conta com outras canções inspiradas em filmes brasileiros, tais como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” de Glauber Rocha, “Limite" de Mário Peixoto, “Noite Vazia” de Walter Hugo Khouri e “Democracia em Vertigem” de Petra Costa. 


Letra de "Bacurau" (Marcelo Segreto)

O repentista pega a viola e canta
Dedilha o gatilho, pistolalaiá, te espanta
Toca o pife o terror o riff o refrão
Bomba e baião

Dentro da boca oca mastiga revanche|
Engole boliche, refri, netflixe e lanche|
Passa fome mas passa filme de ação
De ação reação

A multidão na pessoa, a duna no grão
A passeata no pé, a ciranda na mão           
Pau-Brasil na semente
O museu no presente Z
O mar no sertão

Mas de repente o repentista
Aponta a viola pra mim
Eu sei que eu sou do sul
Sujeito radioativo
Eu sei que eu devo ser
Enterrado vivo

Eu sei que eu sou do sul
Sujeito radioativo
Eu sei que eu devo ser
Enterrado vivo
Eu sei que eu devo sei que eu devo sei que eu devo ser
Enterrado vivo, enterrado vivo
Enterrado vivo, enterrado vivo  


.: Ana Carolina e Orquestra Ouro Preto juntos em live gratuita neste sábado


Orquestra Ouro Preto SulAmérica Sessions apresenta concerto com Ana Carolina e comemora 25 anos da SulAmérica Investimentos. Show gratuito  integra apresentações inéditas do Circuito SulAmérica de Música e Movimento e prevê ainda Alceu Valença e Lulu Santos até dezembro

Pela primeira vez juntos, a Orquestra Ouro Preto (OOP), patrocinada pela SulAmérica, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, recebe a cantora, compositora e também mineira Ana Carolina no espetáculo que celebra os 25 anos da SulAmérica Investimentos. No próximo dia 9 de outubro, sábado, às 20h30, o repertório do Orquestra Ouro Preto SulAmérica Sessions contará com grandes sucessos da artista, como “Combustível”, “Cabide”, “Nua” e “Quem de Nós Dois”, além da clássica “Eu Sei que Vou te Amar”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

A série de encontros com destaques da música brasileira faz parte do Circuito SulAmérica de Música e Movimento e já recebeu Fernanda Takai e Diogo Nogueira. Depois de Ana Carolina, convidada de outubro, a Orquestra receberá ainda Alceu Valença, em novembro e Lulu Santos, no mês de dezembro.

Na programação, Rodrigo Toffolo, maestro da Orquestra Ouro Preto, conduzirá ainda um bate-papo descontraído com Ana Carolina. "É mágico poder cantar com a Orquestra Ouro Preto e o Maestro Rodrigo Toffolo num cenário paradisíaco, em Minas Gerais, minha terra natal. E mais extraordinário ainda revisitar alguns sucessos da minha carreira com novos arranjos tão lindos. Estou muito feliz com o resultado! Espero que todos os fãs assistam e amem também", comenta Ana Carolina, convidada especial da terceira edição do projeto Orquestra Ouro Preto SulAmérica Sessions.

“Nós acreditamos que a música tem o poder de transformar a vida das pessoas e nos trazer bem-estar. Incentivar a cultura brasileira por meio dos alunos apoiados pelo projeto e ainda estar ao lado de profissionais incríveis que fazem o espetáculo acontecer tem um significado muito importante para todo o time SulAmérica. Estamos aqui para melhorar a vida das pessoas e ações como esta tornam real este propósito”, afirma Simone Cesena, diretora de marketing da SulAmérica.

Todos os concertos serão transmitidos pelo canal 500 da Claro TV (Canal Like), pelo canal da Orquestra no YouTube e ainda na programação da rádio e do app SulAmérica Paradiso.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

.: Crítica: "Venom: Tempo de Carnificina" faz roear as unhas. Imperdível!


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em outubro de 2021


"Venom: Tempo de Carnificina", sequência da primeira superprodução da Sony Pictures, "Venom" (Venom: lista de 11 motivos para ter o DVD na sua coleção), é o tipo de filme que empolga antes da exibição, durante e depois. Não há como deixar de se contagiar com a nova história do simbionte alienígena. Seja pelo acertado acréscimo no elenco de Woody Harrelson, na pele do filho/rival de Venom, o Carnificina, ou pelas pistas dadas na trama e nas cenas pós-créditos de que o amado anti-herói também estará em "Homem-Aranha Sem Volta Para Casa", que estreia em dezembro nos cinemas.

De acordo com o nome, o longa de 1h37m, tem muita pancadaria e matança, mas segue brincando com a comédia e ainda passa pelo romance. Sim! Dirigido por Andy Serkis -o "Gollum" de "O Senhor dos Anéis" e o "King Kong", além de um marinheiro, ambos filmes de Peter Jackson-, o longa traz uma história de amor, tratando tanto os sentimento de Cletus que se transforma no Carnificina ou de nosso conhecido e amado jornalista investigativo, Eddie Brock (Tom Hardy) e a advogada Anne Weying (Michelle Williams) -apesar dos pesares que é ter um outro alguém ao lado da amada.

O simbionte está mais humano do que nunca, o que, inclusive, o faz agir de modo mimado e erra feio, por diversas vezes, o que custa tanto a ponto de gerar a criação de um super vilão similar a ele, mas vermelho e tão poderoso quanto. Venom cai até na balada! Por outro lado, o público ganha uma trama agradável que vai crescendo e ganhando ritmo a ponto de fazer roer as unhas. O grande confronto é de cair o queixo.

O roteiro de Kelly Marcel evidencia a necessidade de toda relação ser harmônica, o que acontece entre Venom e Brock, mas não com Cletus e o filho do Venom"Venom: Tempo de Carnificina" é também sobre parceria. A discussão de Venom com Brock lembra muito as do Groot adolescente com Peter Quill. Contudo, o relacionamento do alienígena e o jornalista é mais forte do que os parceiros de "Os Guardiões da Galáxia".


Além de ter Andy Serkis na cadeira de diretor, "Venom: Tempo de Carnificina" conta com a produção do ator hospedeiro de Venom, Tom Hardy. A pegada incrível da Sony de retratar o super-herói de quadrinhos "Homem-Aranha", que já nos fez cair de amores há quase 20 anos, é mais visível na nova produção do hospedeiro de Eddie Brock. 

Ver Venom saltando de edifício em edifício com ruas abaixo movimentadas, agarrado a ponteiras de grandes prédios e pensativo é tão "Homem-Aranha", com um toque noturno daquele que já foi uma pedra no sapato do miranha. E, para a nossa alegria, vai voltar! Que venha "Venom 3" logo, por favor!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.



Filme: Venom: Tempo de Carnificina

Data de lançamento: 7 de outubro de 2021 (Brasil)

Diretor: Andy Serkis

Roteiro: Kelly Marcel

Música composta por: Marco Beltrami

Produção: Tom Hardy, Kelly Marcel, Amy Pascal, Hutch Parker, Matthew Tolmach, Avi Arad

Autores: Kelly Marcel, David Michelinie, Todd McFarlane


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


Trailer




.: Entrevista: Dadi Carvalho mostra seu lado autoral no CD "Todo Vento"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Ele foi integrante de um dos grupos mais emblemáticos dos anos 70 (Novos Baianos). Já tocou com vários artistas e bandas e é considerado um dos melhores baixistas da atualidade. Agora, o músico Dadi Carvalho, apresenta "Todo Vento", o seu quarto disco de carreira solo, que reforça cada vez mais o seu lado autoral e com parcerias de nomes como Arnaldo Antunes, Rita Lee e Fausto Nilo. Em entrevista para o Resenhando, ele conta como se deu o processo de criação do disco e relembra algumas passagens da sua carreira musical. “Me sinto um cara privilegiado por ter convivido e tocado com tanta gente boa”.


Resenhando – Não poderíamos começar a entrevista sem perguntar do grupo Novos Baianos. Foi sua primeira experiência profissional séria?
Dadi Carvalho - Com certeza foi. Antes eu tinha tocado em bandas de rock, já influenciado pela música dos anos 60. Em especial, Jimi Hendrix, Beatles e outras bandas. Ai veio os Novos Baianos com aquela proposta de fazer uma música brasileira de uma forma diferente. Ver o Moraes Moreira compondo aquelas maravilhas de música era muito bom. Na banda estava o Pepeu Gomes. Temos a mesma idade e gostávamos das mesmas bandas. Ele era louco pelo Hendrix. Nós ensaiávamos o dia inteiro, mas era algo até natural. Foi uma experiência fantástica.


Resenhando – Um pouco mais tarde você fundou A Cor do Som com o irmão (Mu Carvalho) e mais os músicos Armandinho, Ary e Gustavo. Foi ideia do Moraes Moreira mesmo ou é só lenda?

Dadi Carvalho - Moraes foi um grande incentivador da Cor do Som, assim como o Caetano Veloso. Inicialmente foi uma banda pensada para fazer mais música instrumental. Todos eram e ainda são grandes músicos. Mas de uma certa forma, cantar as canções acabou abrindo as portas para muitos sucessos que gravamos nos anos 70 e 80. Temos nos encontrado e feito alguns shows há alguns anos.


Resenhando – E como foi que você acabou entrando no Barão Vermelho nos anos 90?
Dadi Carvalho - O Dé Palmeira decidiu sair da banda e então o Frejat acabou me convidando. Antes de aceitar, falei com Dé, que acabou aprovando a minha entrada. Participei da gravação do disco Na Calada da Noite, o que deixou bastante orgulhoso e cheguei a tocar ao vivo. Eu saí um pouco depois, para participar da banda do Caetano Veloso naquela época. No meu lugar entrou o Rodrigo Santos, que também era e ainda é um baita músico. Deu tudo certo para o Barão e prá mim também.


Resenhando – Nesse seu novo disco, você parece querer reforçar o lado autoral. Houve essa necessidade?
Dadi Carvalho
 - É que depois de tocar com tanta gente boa, você acaba querendo mostrar coisas suas. É algo até natural para o músico. O Arnaldo Antunes fez algumas letras para canções que fiz. Tem parceria também com Fausto Nilo, o Ronaldo Bastos e outra muito especial com a Rita Lee. Então, essas parcerias ajudaram a fortalecer meu lado autoral, com certeza. Aprendi e aprendo muito com todas essas parcerias.


Resenhando – E quais são seus planos para o futuro?
Dadi Carvalho - Eu trabalhei recentemente com a Marisa Monte e há uma perspectiva de tocar ao vivo com a banda dela. Vou continuar divulgando o Todo Vento e continuamos com A Cor do Som sempre que for possível conciliar com os projetos individuais de cada integrante.


"Pela Praia e Pela Lagoa"

"Os Olhos Dela"

"Lady Girl"

.: “A Pediatra”, de Andréa del Fuego, fala sobre médica que não gosta de crianças


Com humor mordaz, o novo romance de Andréa del Fuego apresenta a história de uma personagem muito peculiar: Cecília, uma pediatra nada afeita a crianças.


No livro "A Pediatra", de Andréa Del Fuego, lançado pela editora Companhia das Letras, Cecília é o oposto do que se imagina de uma pediatra – uma mulher sem espírito maternal, pouco apreço por crianças e zero paciência para os pais e mães que as acompanham. Porém a medicina era um caminho natural para ela, que seguiu os passos do pai. Apesar de sua frieza com os pacientes, ela tem um consultório bem-sucedido, mas aos poucos se vê perdendo lugar para um pediatra humanista, que trabalha com doulas, parteiras e acompanha até partos domiciliares. Mesmo a obstetra cesarista com quem Cecília sempre colaborou agora parece preferi-lo.

Ela fará, então, um mergulho investigativo na vida das mulheres que seguem o caminho do parto natural e da medicina alternativa, práticas que despreza profundamente. Em paralelo, vive uma relação com um homem casado, de cujo filho ela acompanhou o nascimento como neonatologista. E é esse menino que irá despertar sentimentos nunca antes experimentados pela pediatra.

"Impossível não se deixar seduzir pela fúria insana de Cecília, a pediatra canalha. Adepta da cesariana com data marcada, a doutora detesta crianças e partos humanizados, tem desprezo pelo sofrimento materno e checa o Apgar dos recém-nascidos com a indiferença de quem segue uma receita de bolo. Tudo é permitido aos que carregam um estetoscópio no pescoço, crê a moça na sua soberba médica. O humor vil de Del Fuego tanto choca quanto fascina, nesse cirúrgico absurdo literário passado no sacrossanto momento do parto" - Fernanda Torres

Você pode comprar o livro "A Pediatra", de Andréa Del Fuego, lançado pela editora Companhia das Letras, neste link.


Ficha técnica
Livro: 
"A Pediatra"
Autor: 
Andréa Del Fuego
Capa:
Elisa von Randow
Páginas: 160
Selo: Companhia das Letras
Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3myJ9EN


.: "O Ovo de Ouro" volta em cartaz no Sesc Vila Mariana com Duda Mamberti


O espetáculo "O Ovo de Ouro", com texto de Luccas Papp e direção de Ricardo Grasson volta para três sessões especiais no Sesc Vila Mariana nos dias 15, 16 e 17 de outubro, com sessões sexta e sábado, às 21h e domingo, às 18h. Foi o último trabalho nos palcos do ator Sérgio Mamberti, que será substituído em cena pelo filho Duda Mamberti. A peça trata sobre  função do Sonderkommando ou comandos especiais, unidades formadas por prisioneiros selecionados para trabalhar nas câmaras de gás e nos crematórios dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Foto: Leekyung Kim


"O Ovo de Ouro", com texto de Luccas Papp e direção de Ricardo Grasson volta para três sessões especiais marcando o retorno da programação presencial do Teatro Antunes Filho Sesc Vila Mariana nos dias 15, 16 e 17 de outubro, com sessões sexta e sábado, às 21h e domingo, às 18h. Com direção de Ricardo Grasson, peça traz no elenco Duda Mamberti, Leonardo Miggiorin, Rita Batata, Ando Camargo, além do próprio autor. O público também poderá adquirir o livro "Sérgio Mamberti: Senhor do Meu Tempo" (Edições Sesc), escrita pelo ator, junto ao jornalista Dirceu Alves Jr.

O espetáculo que estreou em 2019 celebrando os 80 anos de Sérgio Mamberti, morto em setembro de 2021, trouxe à tona a função do Sonderkommando ou comandos especiais, unidades de trabalho formadas por prisioneiros selecionados para trabalhar nas câmaras de gás e nos crematórios dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Obrigados a tomar as atitudes mais atrozes para acelerar a máquina da morte nazista, esses prisioneiros conduziam outros judeus à câmara de gás, queimavam os corpos e ocultavam as provas do Holocausto. Quem se recusava a desempenhar esse papel era morto, quem não conseguia mais desempenhar a função, era exterminado com os demais.

Contada em diferentes momentos, a trama revela a vida de Dasco Nagy, interpretado agora por Duda Mamberti, que foi Sonderkommando e sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Em cena, dois planos são apresentados – a realidade e a alucinação – para retratar a relação do protagonista Dasco Nagy quando jovem (Luccas Papp) com seu melhor amigo Sándor (Leonardo Miggiorin), com a prisioneira Judit (Rita Batata) e com o comandante alemão Weber (Ando Camargo). No presente, Dasco é entrevistado, já em idade avançada, por uma jornalista, narrando os acontecimentos mais horrorosos que viveu no campo de concentração e descrevendo a partir do seu ponto de vista os horrores e tristezas da Segunda Guerra Mundial.

“O texto surgiu da minha necessidade de não deixar morrer esse pedaço tão importante da História que é a Segunda Guerra Mundial, o nazismo e o Holocausto. A ideia de escrever a peça começou em 2014, quando eu fui apresentado ao universo do Sonderkommando por meio de um pequeno artigo em uma revista. Essa figura do judeu que tem que auxiliar com o extermínio do próprio povo mexeu muito comigo e minha noção de humanidade, e me incentivou a tentar entender por que eles faziam isso, por que eles não se recusavam”, explica Luccas Papp. 

Para Duda Mamberti, o espetáculo é especial, pois foi o último trabalho do seu pai em cena nos palcos. “Estudamos juntos a peça, pois durante o processo de montagem eu batia texto com ele. Já fiz alguns personagens que ele viveu no teatro ou no cinema, mas esse trabalho é mais uma homenagem que eu presto a ele. Eu estou muito feliz por isso. O espetáculo também é especial por ser o primeiro depois da pandemia. É um momento de felicidade, voltar a sentir o teatro, viver aquele frio na barriga, são sensações de prazer indescritível. Além da importância do texto do Luccas, que serve para alertar as pessoas que o que vale é o amor e não o ódio e que a gente tem que seguir o caminho do amor.

A dualidade interna entre ser obrigado a auxiliar na aniquilação de seu próprio povo e o medo da morte transforma o Sonderkommando em um complexo personagem a ser debatido. Nesse contexto são muitas as questões discutidas, desde o significado real de humanidade, o medo da morte, os limites da mente e da alma humana e a perda da própria identidade.

A peça, que cumpriu temporada no Sesc Santo Amaro e no Teatro Porto Seguro, está indicada ao Prêmio Bibi Ferreira nas categorias Melhor Ator para Sérgio Mamberti, Texto para Luccas Papp e Ator Coadjuvante para Leonardo Miggiorin.

A encenação
A montagem tem como inspiração e referência, a sétima arte, em todos os seus desdobramentos, nuances e dezenas de relatos deixados pelos sobreviventes dos campos de extermínio. “Apontamos no tempo presente, o encontro entre a jornalista e o sobrevivente, de forma fantasmagórica, alucinógena, imprimindo uma atmosfera vibratória, de vida pulsante às cenas e aos personagens. Quando nos transportamos, ilusoriamente, ao campo de concentração, ao passado concreto, vivido pelos personagens apontamos uma atmosfera fria, enclausurada, suspensa e sem vida, que nos conduz imageticamente àquelas sensações de crueldade”, explica o diretor Ricardo Grasson.

A dramaturgia foi inspirada em uma pesquisa sobre obras que discutiam os temas do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial. Entre elas, destacam-se os livros Sonderkomamando: No Inferno das Câmaras de Gás, de Shlomo Venezia, e Depois de Auschwitz, de Eva Schloss; e o filme O Filho de Saul, de László Nemes, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2016.


Para que não se repita
“Em tempos de pouco diálogo, imposição de ideias e ideologias, censura e extremismos é fundamental debatermos esses temas tão duros e atrozes para que os erros que provocaram tanto sofrimento no passado não se repitam. É necessário e quase que um dever recordarmos as atrocidades do holocausto nazista, para que a história vivida no final dos anos trinta e início dos quarenta, não volte a nos assombrar. Para que as novas gerações, não testemunhas deste período da história, saibam o que aconteceu e onde a intolerância pode nos conduzir. Auschwitz e outras tristes lembranças do holocausto, podem até escapar da memória, mas jamais deixarão os corações de quem viveu a tragédia, especialmente de quem se atribui a responsabilidade de manter viva, por gerações, as imagens da perversidade humana. Uma das formas de evitar a repetição de tais tragédias coletivas é recordá-la, para que não ressurjam no horizonte, sinais do restabelecimento de ódios raciais, extremismos comportamentais e ideologias sectárias, formando o caldo cultural do qual o nazismo se alimentou e  cresceu”, completa Ricardo Grasson.


Ficha técnica
Espetáculo: "O Ovo de Ouro". Texto: Luccas Papp. Direção: Ricardo Grasson. Elenco: Duda Mamberti, Leonardo Miggiorin, Rita Batata, Ando Camargo e Luccas Papp. Voz em off: Eric Lenate. Cenografia e visagismo: Kleber Montanheiro e Edgar Cardoso Desenho de Som e Trilha sonora original: L.P. Daniel. Desenho de luz: Wagner Freire e João Delle Piagge. Videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo).  Figurinos e adereços: Rosângela Ribeiro. Assistente de Direção: Heitor Garcia. Operação de Luz: João Delle Piagge. Camareira: Elizabeth Chagas. Posticeria Facial: Feliciano San Roman. Assistência de Palco: Pedro Didiano e Hel Prudencio. Cenotécnico: Alicio Silva. Aderecista: Ronaldo Dimer. Costureiras: Vera Luz e Noeme Costa (In memoriam) Alfaiataria: JC. Assistente de iluminação: Alessandra Marques. Assistente de Figurino: Eduardo Dourado. Supervisão de Conteúdo: Vinicius Britto. Conteúdo Histórico: Lucia Chermont, Marcio Pitliuk Franthiesco Ballerini e Priscila Perazzo. Assessoria Linguística e Fonética de Liturgia Judaica: Beto Barzilay. Idealização: Luccas Papp e Ricardo Grasson. Produção: NOSSO cultural. Direção de produção: Ricardo Grasson. Produção Executiva: Heitor Garcia e Fernando Maia. Gestão de Projeto: Lumus Entretenimento. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Fotos: Leekyung Kim.


Serviço:
Espetáculo "O Ovo de Ouro" no Sesc Vila Mariana
Dias 15, 16 e 17 de outubro - Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 18h.
Classificação: 12 anos.
Duração: 90 minutos.
Sesc Vila Mariana - Rua Pelotas, 141. Telefone - 5080-3000.
Ingressos - R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia entrada, credencial MIS e credencial plena do Sesc).



.: "Caravana das Drags", o reality show de Xuxa Meneghel e Ikaro Kadoshi


A série acompanhará a competição entre artistas drag em uma viagem pelo Brasil em um ônibus extravagantemente decorado. Idealizado por Tatiana Issa e Guto Barra, da Producing Partners, o reality show estará disponível no Prime Video em mais de 240 países e territórios ao redor do mundo

O Amazon Prime Video anunciou o reality show brasileiro Original Amazon: "Caravana das Drags". O programa seguirá artistas drag brasileiras de todo o país em uma competição pelo título de "Drag Suprema" enquanto elas viajam para várias cidades brasileiras em um ônibus extravagantemente decorado. Xuxa Meneghel, a mais famosa apresentadora da televisão brasileira, e Ikaro Kadoshi, uma das drag queens mais respeitadas do meio, serão as apresentadoras. O formato de "Caravana das Drags" foi criado e desenvolvido exclusivamente para o Prime Video e estará disponível no serviço em mais de 240 países e territórios em todo o mundo.

A competição contará com artistas drag de todo o país, que farão um tour por diferentes cidades do Brasil e irão enfrentar diferentes desafios inspirados nas tradições culturais de cada local. O show terá um grupo de jurados composto pelas apresentadoras e convidados especiais que representarão a cultura local de cada cidade. Ao final de todos os episódios, uma drag será eliminada, até que restem as finalistas.

"Estamos empolgados com esta ideia incrível para um reality show que junta viagens e uma competição para celebrar a arte drag, tudo isso enquanto levamos o público para conhecer diversos locais do Brasil em grande estilo. Nos sentimos muito sortudos por ter Xuxa e Ikaro como apresentadoras e poder reunir drags de diversas cidades diferentes. Mais do que uma competição entre artistas talentosas, acreditamos que Caravana das Drags mostrará a diversidade e pluralidade do nosso país, proporcionando aos nossos clientes uma experiência única de cultura drag cheia de alegria e brilho", disse Malu Miranda, Head de Conteúdo Original Brasileiro do Amazon Studios.

"Caravana das Drags" é produzido pela Producing Partners. A série foi criada com exclusividade para o Prime Video pelos showrunners Tatiana Issa e Guto Barra. O anúncio mostra o foco do Amazon Prime Video em fornecer conteúdo local diverso para membros Prime em todo o Brasil e ao redor do mundo, que inclui as recentes estreias de séries aclamadas pela crítica "Manhãs de Setembro" e "Dom", juntando-se a uma lista crescente de Originais Amazon brasileiros, como "5X Comédia", "Soltos em Floripa", "Tudo ou Nada: Seleção Brasileira" e "Desjuntados"; e produções globais premiadas, incluindo "Jack Ryan" de Tom Clancy, "Good Omens", "The Boys", "Homecoming" e "The Marvelous Mrs. Maisel", tudo no Prime Video, que está disponível sem custo extra para membros Prime. O Prime Video está disponível no Brasil sem custo extra para uma assinatura Prime por apenas R$ 9,90 por mês ou R$ 89 por ano; novos clientes podem saber mais em https://www.amazon.com.br/prime e inscrever-se para uma avaliação gratuita de 30 dias.




quinta-feira, 7 de outubro de 2021

.: 10x8: "AHS: Double Feature" traz a mistura de humanos e alienígenas

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em outubro de 2021


"Inside", o segundo episódio da segunda parte da série American Horror Story: Double Feature, intitulada de "Death Valley", retoma com o ex-presidente Dwight 'Ike' Eisenhower (Neal McDonough) ofertando ajuda ao atual presidente: John F. Kennedy (Mike Vogel). Enquanto que o ex-presidente quer alertar a respeito da tão famosa área 51, John pensa se tratar sobre espionagem russa.



Enquanto Kennedy e nós entendemos melhor o que de fato acontece nesse início engenhoso de episódio, uma história do passado sobre uma aparição de algo do outro lado. Com quem aconteceu essa situação estranha? Ninguém mais, ninguém menos do que Marilyn Monroe (Alisha Soper). No entanto, um bêbado de boca mole, o vice-presidente Nixon (Craig Sheffer, o Keith de One Tree Hill) liga para o ex-presidente de madrugada e avisa que é preciso estar preparado para tudo. São essas falas que nos deixam também de antenas ligadas.


Uma volta ao passado em nove anos, quando Eisenhower era o então presidente debatendo sobre as criaturas do espaço com a força aérea. Entretanto, a mulher-alienígena, que já conhecemos no episódio anterior, adentra a reunião expondo regras sobre a criação de seres parte humanos, parte alienígenas. A reunião tem sangue jorrando na sala e até uma "autoexplosão". Sinistro!


Contudo, é um nascimento que agita bem mais o episódio, garantindo sangue jorrando pela tela, inclusive. Depois de descobrirmos o tanto que a senhora Eisenhower (Sarah Paulson) é chatinha, sem contar nos olhares que dá, metendo medo, principalmente, em quem está do lado de cá. Também pudera, "Maime Eisenhower" tem muito o que querer manipular. Ao menos fica bem exposto nas cenas seguintes.


Com esse toque feminino, a relação de Nixon e Eisenhower em foco faz a trama ganhar um sentido mais histórico, embora Maime seja quem dita a forma de se dançar a música. Contudo, o feito de Maime é descoberto pelo marido na tentativa de Nixon convencê-lo a não lutar contra os alienígenas. Acontece uma D.R., a resposta é dada com levitação e olhos leitosos. Uma surpresa de arrepiar e fazer o queixo cair!  E Sarah Paulson manda mais uma vez muito bem na interpretação. 


Nos dias atuais, os jovens grávidos fazem uma direção um tanto que perigosa em busca de uma consulta médica. Kendall (Kaia Gerber) é a motorista e, por sorte, a única a não passar mal mesmo estando também com um barrigão. Assim, ela lidera a conversa sobre o tema da segunda parte da temporada de AHS enquanto que o carro saculeja até o destino.


Numa ginecologista, o quarteto tenta entender a situação pós-abdução. A resposta vem com um exame de ultrasom medonho. Mais uma vez Kendall manda bem, pois sabe usar direitinho o aparelho na barriga de um dos amigos. Fora da sala, a médica pede ajuda, pois está apavorada. Logo o lugar é invadido por um agente de terno preto e óculos, que mais faz lembrar o Mister Bubbles da animação "Lilo & Stich". Por outro lado, nele não há nada de amigo, afinal, empunha uma arma com precisão.



Num ambiente completamente estranho, com quase nada e excesso de clareza, tal qual alguns videoclipes de Lagy Gaga, Kendall e seus amigos flutuam deitados. Ela é a única a acordar e perceber estar num experimento, questionadora, ela descobre que a gravidez deles é a esperança para o futuro. Ao menos a E.T. (Angelica Ross), finalmente cala a falante. Ufa!


Como se estivesse num manicômio para grávidos, no lugar todo branco, ali, todos tal qual anjinhos estão muito bem comportados como que dopados. Até Kendall está mais pensativa. Stevie Jobs dá as caras por lá. Mas ele não faz parte do experimento, não. Até as roupas de Jobs são diferentes dos demais, a habitual camisa manga longa preta e calça jeans, tal qual a forma a que ele é muito retratado, nada de vestidos branquinhos que quase todos os presentes usam.


Em meio a tanta loucura em cena, ouvimos que "a vida há de encontrar um caminho" para a dúvida que não quer calar personagens e público: como que os seres sairão dos rapazes?! Não espere que a resposta seja dada, nem por meio de palavras ou alguma imagem. Por aqui, fica tudo na dedução. Que venha "Blue Moon" para esclarecer as outras questões!!


Seriado: American Horror Story
Temporada: 10
Episódio 8: "Inside" "(Dentro)"
Exibido em: 6 de outubro de 2021, EUA.
Elenco: Sarah Paulson (Mamie Eisenhower), Neal McDonough (Dwight 'Ike' Eisenhower), Kaia Gerber (Kendall), Lily Rabe (Amelia Earhart), Rebecca Dayan (Maria), Leslie Grossman (Dra. Calico), Cody Fern (Valiant Thor), Nico Greetham, Rachel Hilson, Angelica Ross, Isaac Powell, Craig Sheffer (Richard Nixon), Alisha Soper (Marilyn Monroe), Mike Vogel (John F. Kennedy), John Sanders (Buzz Aldrin), Briana Lane


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

.: Capítulo 9: "As Winsherburgs" em "Acenando Através de uma Janela"

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

 

Mary sentia muita fome, queria até correr para almoçar com a mãe, mas estava intrigada no nível mais alto da curiosidade que um ser humano pode suportar. Enquanto que a mãe não perdia a paciência e soltava um berro ecoante bem no corredor da casa, a jovem Winsherburg tentou ligar os pontos soltos para entender como que a blogueira descobriu o nome verdadeiro dela uma vez que tinha se identificado como Celeste. Sem contar que tinha entrado em contato por mensagem no blog.

- Como ela descobriu o meu WhatsApp?, perguntou Mary em pensamento.

Não tinha mais como se demorar ou iria ver uma Ellen muito brava na porta do quarto também.

Devorando a refeição como se não houvesse amanhã, Mary fingiu estar bem em relação ao tapa que levou de Ellen, por dentro era consumida pela dupla loucura que acontecera com ela minutos antes. O que era um tapa dado por reflexo perto de uma blogueira saber o nome e o número de telefone dela?

Sorrindo para disfarçar o vulcão em erupção interna, fez a refeição com Ellen como se nada tivesse acontecido. As duas conversaram sobre amenidades e uma pauta que ganhou força foi o seriado “The Big Leap”.

- Não, mãe! Você não pode desligar a TV depois de assistir “9-1-1”. Desde o dia 20 de setembro está rolando a nova série “The Big Leap” que é muito parecida com “Glee” só que não é de canto, mas dança. Tem os desajustados, mas eles requebram para participar do reality show que é o nome da série.

Ellen faz cara de pensativa até que comenta desabafando:

- Fizeram tantas série parecidas... Não sei se estou preparada para me apegar a outras histórias com o segmento similar.

Antes que soltasse mais uma nova desculpa Mary complementa.

- Mãe, sei que a senhora é Ryan Murphete desde o ventre materno e mesmo quase sempre reclamando dos finais decepcionantes das temporadas, mantém total fidelidade a ele. Só acho que vai gostar. E muito. Basta só dar uma chance. Podemos assistir juntas?!

Ellen tombou a cabeça para o lado como quem tinha se dado por vencida na batalha até que disse:

- Ok. Combinado. Podemos ver na sala e faço pipoca!

*  *  *

Samantha e Lolita trabalhavam concentradas na revisão do próximo roteiro para o canal “Mentes em Fuga” quando ouviram alguém reclamando do tapetinho.

Sim! As duas sabiam bem que era Apolo.

Samantha não pensou duas vezes, correu para abrir a porta, mas com o cuidado de antes confirmar se era mesmo o primo, focou no olho mágico e, para surpresa da gêmea, que já estava assustada com as histórias de Lolita, não viu ninguém para entrar. Aterrorizada, não sabia se contava para a irmã que o primo não estava lá ou se tornava a olhar. Sam morria de medo de corredores de prédios, pois nunca tirou a má impressão após assistir “Espíritos – A Morte Está ao Seu Lado”.

*  *  *

Mary não queria envolver Tarissa nessa história da blogueira. Logo ela que era a mais best das best friends. Quanto mais o tempo ia virando passado e o Sol do dia já não brilhava em reflexo no chão de seu quarto, ela não encontrava outra opção. Precisava falar com Tarissa.

Por um segundo, Mary imaginou Melinda como uma agente secreta, não sendo um membro das “Três Espiãs Demais”, mas como uma autêntica James Bond Woman. Seria ela um personagem misterioso de “007: Sem Tempo para Morrer”?

Ao bater a cabeça de lado, na quina da cômoda para pegar o brinco de deixara cair, Mary parou de divagar. Nem tempo de resmungar um “ai” de dor foi capaz. Tinha ido longe demais. Pegou o celular e quando ia selecionar a foto da amiga para contar tudo e ter uma ideia de como lidar com essa nova situação, recebeu uma ligação pelo zap: era Melinda.

Atendeu com a voz trêmula:

- Melinda?!

Do outro lado da linha ela respondeu:

Oi! Sim! Você mandou uma mensagem para mim e eu...

Mary teve a única reação improvável: desligou o aparelho e o jogou na cama.

*  *  *

De costas para a entrada, Samantha procurava uma forma melhor de dizer o que havia acontecido quando foram dadas as típicas batidas na porta por Apollo. Não era algo no estilo Sheldon Cooper, mas a exata marca do primo das Winsherburgs dizer que estava ali e tinha esquecido as chaves.

 Lolita levanta a cabeça para tentar entender como que Samantha ainda não havia deixado ele entrar, mas tudo foi respondido pelo próprio Apollo:

- Bom dia, minhas lindas!, entoou o cumprimento numa grande alegria enquanto beijou a testa de Sam.

- Caraca! Já estava aqui quase batendo à porta, quando ouvi o porteiro me chamando na escadaria. Tem correspondência e não parece ser conta para pagar.

Apollo dá uma risada e coloca o papel em cima da mesa, ao lado do computador. Atento, ele percebe que Lola está revisando um roteiro e rapidamente puxa a cadeira para pertinho dela.

Apollo disfarçava muito bem, mas era apaixonado por Lola. Sempre foi. Parecia coisa de menino, mas aquele sentimento nunca foi passageiro. Ellen e Eva, as mães dos primos sempre diziam para ele, por ser mais velho e entendia, que não podia. E assim, ele foi reprimindo o verdadeiro amor que sentia por Lola e tentava transformar em carinho de irmão mais velho. Contudo, doía em Apollo ver Lola com namorados que sequer a valorizavam. Como era o caso de Leo, com quem Lola estava ainda na parte do flerte e mensagens carinhosas.

Sam volta com uma bandeja de chá preparado com folhas de pitanga colhidas da árvore no quintal de casa e quando, Lola menos espera, a irmã começa a falar sobre a mulher atropelada que sumiu do hospital.

Lolita fica brava a ponto de arquear severamente as sobrancelhas, pois por algum tempo havia esquecido esse ocorrido.

- Não me venha lembrar dessa bizarrice, não!, resmungou Lola.

Contudo, os celulares dos três primos tocam simultaneamente com o seguinte lembrete: “NOVO RECADO! Alguém deixou uma mensagem para você. Para resgatar, ligue *1001 ou responda OK e receba seus recados por SMS! Apenas R$ 1,29/semana.”

Susto? Nada. A surpresa maior ainda estava por vir via interfone quando o porteiro chamou e o primo atendeu.

- Olá, Apollo! Aqui é o Kaliel, da portaria. Tem uma senhora querendo subir. O nome dela é Petra.

*  *  *

No quarto de Mary um clarão toma conta do lugar e a silhueta de uma mulher ganha forma junto de um forte estrondo. Ela cai e tenta fazer um mínimo aceno, grita por socorro, mas ninguém a ouve. Nem mesmo Ellen que está na sala, ali, próximo.

 

I'm waving through a window

I try to speak, but nobody can hear

So I wait around for an answer to appear

While I'm watch, watch, watching people pass

I'm waving through a window, oh

Can anybody see, is anybody waving back at me?

Waving through a window, trilha sonora do musical da Broadway “Dear Evan Hansen”



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*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm 


Assista em vídeo como história ilustrada




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