segunda-feira, 25 de julho de 2022

.: Marcel Octavio e Thiago Perticarrari protagonizam "Assassinato para Dois"

 

Uma das mais surpreendentes comédias musicais de suspense de todos os tempos, “Murder for Two”, literalmente, “Assassinato para Dois”. Marcel Octavio e Thiago Perticarrari estrelam no Teatro Raul Cortez a comédia musical em que todo mundo é suspeito.  

De Kellen Blair e  Joe Kinosian, "Assassinato para Dois", vem, desde a estreia, conquistando público por onde é encenado. O musical é uma comédia de suspense policial, nos remetendo à narrativa de Agatha Christie.  Escrito para dois atores, cantores e pianistas excepcionais, faz a plateia acompanhar atentamente os acontecimentos, rindo em vários momentos, ficando extasiada em outros e, sobretudo, se entretendo com o crime que acontece numa festa, onde todos envolvidos são suspeitos. 

Com direção de Zé Henrique de Paula e direção musical de Fernanda Maia, a montagem brasileira traz Thiago Perticarrari como o policial que investiga esse assassinato e Marcel Octavio, que assume o papel de todos os suspeitos e outros personagens que permeiam a história. O piano é elemento precioso e indispensável nessa trama. “O musical explora possibilidades lúdicas do piano e do teatro, um jogo para dois atores/músicos em que as regras são leveza e imaginação”, nos conta Fernanda Maia.

No palco do Teatro do Raul Cortez, o que o público assistirá dois grandes artistas exibirem seus talentos. Eles brincam como crianças e se divertem extraindo sons, ritmos e floreios do piano, que ocupa com domínio o espaço cênico. As surpresas com os personagens que aparecem na velocidade do raio, desaparecem ou se transformam em uma exibição de imaginação inesgotável, destreza e energia, elementos típicos da linguagem do palhaço ou da commedia dell´arte.

Em 2018, as produtoras Selma Morente e Célia Forte assistiram "Assassinato para Dois" na Argentina, a convite de seus parceiros em produções, Eloísa Canton e Bruno Pedemonti. Nos aplausos ao final da peça, já tinham decidido que a Morente Forte Produções compraria os direitos autorais, junto com o produtor da montagem portenha, Juan Iacoponi, para contar no Brasil essa história que ficou anos em cartaz na off-Broadway e diversos países. “É um musical absolutamente irresistível, onde se vê o preciosismo dos atores que o interpretam, levando a plateia ao delírio”, adianta Selma.


Serviço:
Espetáculo: "Assassinato para Dois"
Teatro Raul Cortez (513 lugares) -
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - São Paulo
Outras informações: (11) 3254-1631
Bilheteria: terça a quinta das 14h às 20h; sexta, sabado e domingo das 14h até o início do espetáculo.
Aceita todos os cartões de débito e crédito. Não aceita cheque.
Ar-condicionado e acesso para cadeirantes.
Temporada até dia 28 de agosto.Sábados, às 18h. Domingos, às 19h.
Ingressos: R$ 80. Estacionamento no local: R$ 30.
Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/74541/d/145518/s/950420

Ficha Técnica:
Espetáculo:
"Assassinato para Dois"
Dramaturgia: Kellen Blair e Joe Kinosian
Direção: Zé Henrique de Paula
Direção musical: Fernanda Maia
Versão brasileira: Anna Toledo
Música original: Joe Kinosian
Letras: Kellen Blair
Elenco: Marcel Octavio e Thiago Perticarrari 
Cenário e figurino: Zé Henrique de Paula
Desenho de luz: Fran Barros
Desenho de som: Marcelo Claret
Preparação de atores: Inês Aranha
Assistente de direção: Rodrigo Caetano
Assistente de cenografia: Cesar Costa
Cenotécnico: Pelé
Pintura de arte: Fabin Cenografia
Acervo de objetos de cena: Teatro Núcleo Experimental
Operador de som: Cecília Lüzs
Microfonista: Laura Videira
Operador de luz: Rafael Boese
Contrarregra: Roquildes Junior
Camareira Rhaysa: Silva Chaves
Coordenação de comunicação: Beth Gallo
Assessoria de imprensa: Thaís Peres - Morente Forte Comunicações
Programação visual: Laerte Késsimos
Fotografia: Caio Gallucci
Filmagens e edições para web: Jady Forte
Coordenação administrativa: Dani Angelotti
Assistência administrativa: Alcení Braz
Administrador da temporada: Leonardo Leal
Produção executiva: Martha Lozano
Produtores Associados: Selma Morente, Célia Forte, Eloisa Canton, Bruno Pedemonti e Juan Iacoponi

Leia +:
.: Você pode ler "Murder for Two", o original de "Assassinato para Dois", neste link.

.: "Amor por Anexins", com Claudio Lins e Mariana Gallindo, no Teatro Eva Herz


Comédia de Artur Azevedo"Amor por Anexins", com Claudio Lins e Mariana Gallindo, dirigida por Elias Andreato e com direção musical de Jonatan Harold está em cartaz no Teatro Eva Herz, em São Paulo. O espetáculo conta a história de conquista e interesses a partir do desejo de um senhor em casar-se com uma jovem e bela viúva.

O autor tinha sincera vocação para a alegria e via na comédia de costumes o melhor caminho para a dramaturgia nacional. Gostava de escrever algo que reproduzisse a verdade e a vida, que possuísse "exposição, catástrofe e desenlace", que divertisse e ao mesmo tempo sensibilizasse. O texto trata com humor questões de interesses no amor, trazendo um inusitado jogo de linguagem e saberes coletivos dos anexins que são evocados a “toda prova” na construção da história.

Ficha técnica
Espetáculo: 
"Amor por Anexins"
Dramaturgia: Artur Azevedo
Direção: Elias Andreato
Direção musical: Jonatan Harold
Elenco: Claudio Lins e Mariana Gallindo
Piano:
Jonatan Harold  |
Sopros: Beatriz Pacheco
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos


Serviço
"Amor por Anexins"
Sextas e sábados, às 20h. Sábados e domingos, às 18h.
Até dia 21 de agosto.
Teatro Eva Herz SP - Av. Paulista, 2073 - Conjunto Nacional., São Paulo - São Paulo
Ingressos entre R$ 35 e R$ 80
Recomenda-sse o uso de máscara durante o período em que estiver na plateia.


Importante:
- O comprovante de meia entrada e de qualquer outro benefício de descontos deverá ser apresentado na entrada do teatro. A falta ou não apresentação de documento válido resultará no pagamento da diferença de valor do ingresso;
- Não será permitida a entrada após o início do espetáculo. Não havendo a devolução do valor nem troca de ingressos para outro dia ou outra sessão;
- Não será permitida a entrada no teatro portando, alimentos, água ou outras bebidas.

Ponto de venda sem taxa de conveniência:
Totem Sympla - Livraria Cultura (Conj. Nacional) - Av. Paulista, 2073 - Bela Vista - São Paulo/SP. Horário Comercial


Leia mais:
.: Você pode ler o livro da peça "Amor por Anexins" neste link.


.: "Sandman", baseado nos quadrinhos de Neil Gaiman, estreia na Netflix


O trailer oficial de "Sandman", que estreia dia 5 de agosto na Netflix, foi divulgado na última sexta-feira, dia 23 de julho, no painel ao vivo da produção durante a Comic Con de San Diego. O painel contou com a participação dos atores e atrizes Tom Sturridge, Gwendoline Christie, Vivienne Acheampong, Boyd Holbrook, Kirby Howell-Baptiste, Mason Alexander Park), Jenna Coleman, Vanesu Samunyai, Asim Chaudhry, Patton Oswalt, além do criador e produtor- executivo Neil Gaiman e do showrunner/produtor-executivo Allan Heinberg.


Sobre Sandman
Quando Sandman, também conhecido como Sonho - o poderoso ser cósmico que controla todos os nossos sonhos - é inesperadamente capturado e mantido prisioneiro por mais de um século, ele deve viajar por diferentes mundos e linhas do tempo para consertar o caos que sua ausência causou.


Sinopse do seriado
Existe outro mundo que espera por todos nós quando fechamos os olhos e dormimos - um lugar chamado o Sonhar, onde Sandman, Mestre dos Sonhos (Tom Sturridge), dá forma aos nossos medos e fantasias mais profundos. Mas quando Sonho é capturado de forma inesperada e feito prisioneiro por um século, sua ausência desencadeia uma série de incidentes que mudarão para sempre o Sonhar e o mundo desperto. Para restabelecer a ordem, Sonho precisa encarar uma jornada por diferentes mundos e tempos e reparar os erros que cometeu durante sua vasta existência, revisitando velhos amigos e inimigos, e conhecendo novas entidades cósmicas e humanas.

Baseada nos quadrinhos amados e premiados da DC Comics, escritos por Neil Gaiman, "Sandman" é uma mistura complexa de mitos e fantasias sombrias, entrelaçadas ao longo de dez capítulos épicos que acompanham as aventuras de Sonho. Com desenvolvimento e produção executiva de Gaiman, do showrunner Allan Heinberg e de David S. Goyer, Sandman também conta um elenco de peso: Boyd Holbrook, Patton Oswalt, Vivienne Acheampong, Gwendoline Christie, Charles Dance, Jenna Coleman, David Thewlis, Stephen Fry, Kirby Howell-Baptiste, Mason Alexander Park, Donna Preston, Vanesu Samunyai (anteriormente conhecida como Kyo Ra), John Cameron Mitchell, Asim Chaudhry, Sanjeev Bhaskar, Joely Richardson, Niamh Walsh, Sandra James-Young e Razane Jammal.


Sobre a Netflix:
A Netflix é o principal serviço de entretenimento por streaming do mundo. São 221 milhões de assinaturas pagas em mais de 190 países com acesso a séries, documentários e filmes de diversos gêneros e idiomas, além de jogos para celulares e tablets. Quem assina a Netflix pode assistir a quantos filmes e séries quiser, quando e onde quiser, em praticamente qualquer tela com conexão à internet. Assinantes podem assistir, pausar e voltar a assistir a um título sem comerciais e sem compromisso.


Leia+:
.: "Sandman", de Neil Gaiman, em quadrinhos

.: "A Vela": Herson Capri e Leandro Luna em peça sobre reconciliação familiar

O pai expulsou o filho de casa por não aceitar a sua orientação sexual. Vinte anos depois eles se reencontram, o filho agora é uma drag queen, e eles têm o tempo de uma vela se consumir para acertar as diferenças. Direção: Elias Andreato


"A Vela", escrito por Raphael Gama, traz os atores Herson Capri e Leandro Luna, interpretando pai e filho, respectivamente. Com direção de Elias Andreato, a peça estreia no Teatro UOL no Shopping Higienópolis, em São Paulo, faz temporada às sextas 21h, sábados e domingos, 20h, até dia 4 de setembro.

O espetáculo foi contemplado pela Lei Aldir Blanc em 2020 e realizou temporada on-line de 31 de outubro a 10 de dezembro do ano de 2021. Devido ao sucesso on-line, o desejo em ter uma temporada presencial concretizou-se em 2022. A temporada carioca aconteceu em março e abril e uma curta temporada em Porto Alegre (com 100% da ocupação) em três dias 29 e 30 de abril e 1º de maio. O espetáculo chega aquecido em São Paulo depois do sucesso nos diferentes ambientes que participou on line e presencial. 

O pai, professor aposentado, reencontra o filho, uma drag queen, anos depois de romperem relação por não aceitar a orientação sexual do filho e sua escolha pela arte drag. Eles buscam uma reconciliação. O velho professor Gracindo, decide se mudar para um asilo, por conta própria, depois de se ver muito sozinho após o falecimento de sua esposa. Rompeu relações com o filho há muito tempo, quando descobriu sobre sua orientação sexual, o expulsando de casa.

Prestes a se mudar, Gracindo precisa empacotar suas coisas e acaba revirando seu passado enquanto a falta de luz o obriga a usar uma vela. Porém, quem chega para o ajudar nessa mudança é Cadú, ou melhor, Emma Bovary, seu filho drag queen que retorna para tentar as pazes com seu velho pai e entender o que fez um homem tão culto agir de forma tão violenta.

Mas, Cadú, ou Emma é categórico: eles têm apenas o tempo da vela que o pai acendeu se consumir para essa conversa se resolver. “Éuma história contada com delicadeza para que o espectador possa se identificar com os personagens. O nosso objetivo é mergulhar numa relação verdadeiramente teatral e humana. O teatro sempre será a arena necessária para debater todas as formas de preconceitos”, fala o diretor Elias Andreato.

Para Leandro Luna, o espetáculo aborda as relações humanas e as feridas familiares que todos temos e nos identificamos. “É muito importante, principalmente nos dias de hoje, estarmos em constante discussão sobre as diferenças e estimularmos a tolerância e o respeito ao próximo. Vivemos tempos muito polarizados, onde o conceito de moral e conservadorismo tem alimentado a sociedade com discursos odiosos, segregacionistas, em vez de criar o diálogo respeitoso e democrático. Precisamos, através da Arte, propor o discurso de temáticas que incentivem o respeito entre os indivíduos, principalmente, a partir do ponto de vista da educação familiar”. 

Já Herson Capri ressalta a atualidade do tema. “A peça discute preconceito, acolhimento e a relação familiar de uma forma inteligente e sensível. Os preconceitos estão por aí, à nossa volta, o tempo todo. Convivemos, de uma forma ou outra, com pessoas conservadoras e até negacionistas. Acho que a arte tem o dever de abordar os temas que tocam e afligem a sociedade. Acolher as diferenças é um deles. E negá-las, também é preciso ser discutido”.

Para a construção do texto, o autor Raphael Gama recorreu da percepção que teve ao constatar a dificuldade em dialogar com sua avó, uma mulher tradicional, com resistência em entender as mudanças que aconteciam na sociedade; e o quanto a incompreensão familiar afetava as escolhas de vida das drag queens em geral. “Eu convivo com diversos artistas queers de São Paulo. Conheço pessoas que foram expulsas de casa e o fato dessa comunidade seguir sendo tão negligenciada e odiada, mesmo em meio à tanta informação, me fez querer falar do assunto no ambiente familiar e sobre a importância do diálogo como ferramenta de cura”, explica.


Relações humanas
Entre álbuns de fotos, livros clássicos, música e poesia, os personagens vão revirando o passado para entender o presente e enfrentar o futuro. Ambientada em uma casa com poucos móveis e algumas caixas, o elemento central em cena é uma janela, onde o tempo e os segredos são discutidos.

A peça é entremeada por trechos de famosos escritores e pensadores, com músicas que definiram gerações como Carpenters, Edith Piaf e Dalva de Oliveira. O drama, vivido entre pai e filho, pretende aproximar as questões pertinentes da sociedade contemporânea, levando o espectador a entrar em contato de maneira sensível, com temáticas extremamente relevantes: as relações humanas e os preconceitos instaurados na estrutura social e familiar.

“A Vela não é sobre mocinhos e bandidos, não é sobre vítimas e vilões. É sobre algo que todos nós conhecemos intimamente. É sobre família e amor. Sobre erros humanos. Sobre conflito de gerações e de identidades. E a importância do diálogo em tempos tão odiosos. Mais do que falar sobre quaisquer tabus ou polêmicas, quando falamos sobre amor falamos sobre reflexão e cura”,conclui Raphael Gama.


Ficha técnica
Texto: Raphael Gama.
Direção: Elias Andreato.
Elenco: Herson Capri (Gracindo) e Leandro Luna (Cadú/Emma Bovary).
Assistente de direção e produção: Rodrigo Frampton.
Iluminador: Cleber Eli.
Operador de luz e som: Marcelo Andrade.
Contraregragem e camarim: Renato Valentte.
Foto: Caio Gallucci.
Caracterização e concepção de cenário: Elias Andreato.
Visagista: Márcio Merighi.
Maquiador: Valentte
Assessoria jurídica: Diego A. Coutinho.
Assessoria de imprensa: Morente Forte
Gestão de marketing: R+Marketing.
Produtores: Leandro Luna e Priscilla Squeff.
Produção: VIVA Cultural e Luna Produções Artísticas.
Realização: Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.


Serviço
"A Vela"
Teatro Uol - Shopping Higienópolis -
Av. Higienópolis, 618 - Higienópolis/São Paulo
Horários de funcionamento da billheteria: terças, quartas e sextas-feiras, das 18h às 21h. Sábados, das 14h às 22h. Domingos, das 14h às 20h.
Ingressos pelos telefones: (11) 3823 2323 / 3823 2423 / 3823 2737.
Temporada até 4 de setembro.
Sextas, às 21h. Sábados e domingos, às 20h.
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos)
Venda de espetáculos para grupos e escolas: bel@conteudoteatral.com.br


domingo, 24 de julho de 2022

.: Entrevista: Matheus de Moura fala sobre "O Coronel que Raptava Infâncias"

Jornalista que investigou o chocante caso do coronel responsável por uma rede criminosa envolvendo crianças fala com exclusividade ao Resenhando.com e revela detalhes sobre o caso que chocou o Brasil. Foto: Leo Aversa

Era dia 10 de setembro de 2016 quando a atendente do drive-thru de uma lanchonete em Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro, saiu da cabine para entregar o lanche ao cliente de um Jetta branco. O vidro escuro é baixado e a jovem vê um homem de cabelo branco ao volante e, na carona, uma menina que aparenta não ter mais que dois anos. A cena seria corriqueira se não fosse incomum: o motorista era Pedro Chavarry Duarte, coronel reformado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, no dia seguinte em todos os telejornais, acusado de estupro de vulnerável.

A carreira de Chavarry era marcada pela obscuridade de ações pautadas por bandeiras de assistência social que tinham enfoque em crianças na primeira infância, geralmente de famílias em condições de extrema pobreza. Com as credenciais que tornavam sua reputação inquestionável, Chavarry encontrava as vítimas em comunidades carentes: mulheres com filhos muito pequenos. O policial oferecia a elas emprego, assistência financeira e ainda por cima cuidava das crianças em uma suposta creche. Jamais foi descerto o endereço da instituição. 

Quando Chavarry colocava as crianças em seus carros de luxo alugados, as mães não sabiam para onde elas eram levadas ou o que acontecia durante as muitas horas de ausência. Até a noite no estacionamento da lanchonete em Ramos. O jornalista Matheus de Moura - colaborador de veículos como a revista Piauí e o UOL - escreveu o livro "O Coronel que Raptava Infâncias", lançado pela editora Intrínseca. Nesta entrevista exclusiva, ele conta detalhes sobre o caso que chocou o país.


Resenhando.com - Ser jornalista é ter a oportunidade de contar boas histórias. Por que escolheu justamente esta? 
Matheus de Moura - Eu diria que jornalista é muitas coisas, contar boas histórias não é uma oportunidade, mas uma disposição do repórter em procurá-las e aceitar as barreiras que cada história boa vai trazer.


Qual foi a a motivação para escrever a respeito de um caso tão perturbador quanto o do coronel Pedro Chavarry Duarte?
Matheus de Moura - Eu acabava de ler o clássico "A Sangue Frio", do (Truman) Capote, e sentia que a história certa para o meu TCC estaria perdida nas páginas de jornais. Foi o que senti quando vi o coronel no (programa) "Fantástico", numa nota coberta de 2-3 minutos. É uma sensação engraçada de que há algo ali, algo profundo, além do reportado e que conta alguma faceta da sociedade. 

Resenhando.com - Se tivesse a oportunidade de dizer algo ao coronel o que seria?
Matheus de Moura - Prefiro não responder essa, amigo.


Resenhando.com - E, se pudesse fazer uma única pergunta ao homem que protagonizou o seu primeiro livro, qual seria?
Matheus de Moura - Uma só? Ish... difícil! Talvez eu perguntasse: "por quê?".


Resenhando.com - Durante a pesquisa para a elaboração do livro, qual foi o detalhe e o depoimento que mais o impressionaram?
Matheus de Moura - Fiquei impressionado com a sistematização dele, a forma como um homem soube usar da máquina pública-privada em prol de si mesmo. Talvez o relato que mais me impressionou foi um detalhe, um detalhe de um PM que ouviu de outro colega: "o Chavarry a gente deixa passar", explicitando que tudo sempre ocorreu às luzes.

Resenhando.com - Há algo no passado ou na biografia do coronel que pode fazer com que as pessoas não o vejam como um monstro em sua totalidade?
Matheus de Moura - Ele é humano, parece amar a família que tem, veio de uma origem rígida e viveu intensamente demais com religiosos idosos enquanto ele mesmo era só moleque. Contudo, fica difícil acessar a humanidade de alguém que se recusa a falar com você. 


Resenhando.com - Quando percebeu que era a hora de parar de pesquisar e escrever o livro?
Matheus de Moura - Quando bateu o deadline (risos). Zé Hamilton Ribeiro já dizia: "não existe um momento de satisfação com uma reportagem, a gente para quando tem que entregar".


Resenhando.com - O livro tem tudo para dar origem a uma série documental. Há alguma movimentação para isso acontecer? Quando escreveu, tinha isso em mente?
Matheus de Moura - Olha, eu preferiria uma adaptação ficcional, uma vez que envolveria expor menos as vítimas a mais um testemunho. Houve conversas sobre isso, mas nada muito concreto até agora.


Resenhando.com - Você se inspirou no clássico do jornalismo literário "A Sangue Frio" para escrever "O Coronel que Raptava Infâncias". O que esse livro tem a ensinar sobre a arte de contar histórias reais?
Matheus de Moura - Ele tem a ensinar muito sobre como usar técnicas de romance em histórias reais e, diria eu, muito também sobre como ver numa história o potencial de contar sobre uma época, um contexto, algo além daquela singularidade. Acho que Capote se beneficiou muito de uma leitura sociológica sobre o caso que cobriu. Tentei fazer o mesmo, se consegui... bem, isso é outra história, o leitor que dirá.


Resenhando.com - Hoje, depois de ter escrito o livro, qual é a sua opinião pessoal sobre o coronel, e a punição mais justa para ele? 
Matheus de Moura - Prefiro não opinar.


Resenhando.com - Na literatura, quais são os seus próximos projetos?
Matheus de Moura - Estou envolvido com dois livros que devem demorar a sair. Ambos true crime, um sobre um assassino e outro sobre crime organizado. É tudo que posso dizer.



+Sobre o caso:
Você pode comprar o livro "O Coronel que Raptava Infâncias", de Matheus de Moura, neste link.


Ficha técnica
Livro: "O Coronel que Raptava Infâncias" | Autor: Matheus de Moura |  Editora: Intrínseca | Páginas: 268 | Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3z6IteY



.: Crítica: "Pluft, O Fantasminha", filme brasileiro belíssimo para a família


Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2022 


"Pluft, O Fantasminha" a história clássica escrita pela brasileira Maria Clara Machado chega aos cinemas Cineflix e impressiona pela qualidade visual, além da escolha acertada dos atores protagonistas, Lolla Belli, a Maribel e Nicolas Cruz, Pluft, além de Juliano Cazarré como o vilão pirata Perna de Pau, a mãe amorosa do pequeno fantasma que faz pastéis de vento, Fabíula Nascimento, além de Lucas Salles como um marujo pra lá de atrapalhado.

O longa voltado ao público infantil, sendo assim, de classificação livre é poderoso e encantador. Com fotografia de encher os olhos, imprime na telona uma produção caprichada a ponto de, por vezes, remeter ao longa gótico "Desventuras em Séries", protagonizado por Jim Carrey, adaptado da obra de Lemony Snicket, por exemplo

Na produção brasileira, com direção de Rosane Svartman, com partes musicadas, há também a busca do vilão pela fortuna alheia, por acreditar ser tudo dele por direito. Para que tudo aconteça, Maribel entra em cena, quando numa apresentação escolar, e é sequestrada pelo pirata que a leva para a casa abandonada que era do avô dela, bem diante do mar.

 

Pluft que nunca viu gente, sente medo de conhecer alguma pessoa, enquanto que Maribel tem pavor de fantasma. Eis que, na casa aos pedaços, a menina conhece Pluft, o fantasminha que vive com a mãe. Fatalmente, os dois não se entendem até que ao colocarem as diferenças de lado constroem uma linda amizade. 

Doce, a mãe de Pluft contribui para que os dois se aceitem e virem amigos. Longe, mas com o pensamento focado na amiga, está o trio, Sebastião (Arthur Aguiar), João (Lucas Salles) e Juliano (Hugo Germano), que segue para o resgate dela, mas antes se envolvem em algumas confusões a ponto de saírem por expulsão do bar Maria Merluza.

Nesta belíssima aventura cinematográfica que eterniza um clássico da literatura infantil brasileira, enquanto se busca o maior tesouro que se pode ter na vida, fica a lição do amor, seja de mãe ou de amigos. Lolla Belli e Nicolas Cruz surpreendem e mostram talento para o protagonismo. É, indiscutivelmente, uma dupla que funciona na telona.

E não há como deixar de ressaltar a vilania impressionante de Juliano Cazarré na pele do terrível pirata, até voz empostada e cara de mal ele faz -e muito bem. Deixa, então, para Fabíula Nascimento, a mãe do protagonista, a perfeita representação da ternura e aconchego -se vê até nos movimentos dela. Excelente pedida para conferir com a família! Imperdível!!

Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


Filme: "Pluft: O Fantasminha"

Duração: 1h28

Gênero: comédia

Diretora: Rosane Svartman

Classificação: livre

Ano de produção: 2020 

Elenco: Lolla Belli, Nikolas Cruz, Cleber Salgado, Juliano Cazarré, Arthur Aguiar, Lucas Salles, Hugo Germano, José Lavigne, Gregório Duvivier, Orã Figueiredo e Simone Mazzer 


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

Trailer







.: Crítica: "O Pacote" é besteirol juvenil, mas faz rir e prende atenção até o fim

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2022


"O pacote", filme da Netflix, lançado em 2018 é uma comédia juvenil que acontece em torno de algo delicado, especialmente para Jeremy (Eduardo Franco). Tudo começa quando ele e os amigos resolvem acampar na primavera, porém a irmã de Jeremy, Becky (Geraldine Viswanathan) e a amiga estão prontinhas para se juntarem aos garotos. Assim, cinco amigos adolescentes encontram o lugar perfeito para a diversão.

Contudo, ao anoitecer, um infeliz acidente deixa todos desesperados, o que desencadeia uma corrida alucinante contra o tempo. Afinal, um empurrão de brincadeira acaba decepando o membro sexual de Jeremy. Para tanto, inicia-se uma insana tentativa de salvar o amigo e juntá-lo a seu bem precioso.


"O Pacote" filme americano de comédia da Netflix é o tipo de produção que não se espera grandes coisas, ainda que tenha na produção executiva o nome de Ben Stiller. Dirigido por Jake Szymanski, com roteiro de Kevin Burrows e Matt Mider, em 1h 34, pouca história acontece além da tentativa de deixar Jeremy completo novamente, complementado pelo flerte desajeitado de Sean (Daniel Doheny) para Becky (Geraldine Viswanathan). Em contrapartida, as trapalhadas do grupo de amigos consegue prender a atenção e segurar o público até o fim para querer saber o desfecho. 

Estrelado por Daniel Doheny, Sadie Calvano, Geraldine Viswanathan, Lucas Spencer Roberts e Eduardo Franco, "O Pacote" foi lançado em 10 de agosto de 2018, pela Netflix. Contudo, a curiosidade somente foi aguçada em 2022, pelo ingresso de Eduardo Franco na quarta temporada de "Stranger Things", interpretando o também cômico Argyle.


Indicado para maiores de 16 anos, o longa, nitidamente, não tem a intenção de ser marcante a ponto de ser o filme da vida de alguém, mas ensina a rir de si mesmo enquanto que afirma o poder das verdadeiras amizades. Para garantir um breve entretenimento, "O Pacote" é uma boa pedida por ser puro besteirol juvenil.

Filme: "O Pacote" ("The Package")

Gênero: Comédia

Classificação: 16 anos

Ano de produção: 2018

Direção: Jake Szymanski

Roteiro: Kevin Burrows e Matt Mider

Duração: 1h34

Produção executiva: Ben Stiller; Nicky Weinstock; Blake Anderson; Adam Devine; Anders Holm; Kyle Newacheck; Ross Dinerstein

Data de lançamento: 10 de agosto de 2018 (Brasil)

Elenco: Eduardo Franco (Jeremy Abelar), Geraldine Viswanathan (Becky Abelar), Daniel Doheny (Sean Floyd), Sadie Calvano (Sarah)


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

Trailer



.: Mário de Andrade, raro e sensual, em seleta erótica ousada

Os títulos mais representativos em termos de erotismo, com particular atenção aos textos canônicos e exemplos da obra pouco conhecida.

A obra de Mário de Andrade é atravessada por uma profunda inquietação em torno do sexo. Pulsante e permanente, essa inquietação se traduz tanto na exploração do domínio erótico, de notável amplitude, quanto na incessante busca formal que o tema lhe impõe sem descanso. Na tentativa de reconhecer a silhueta de Eros nas tantas faces que o próprio escritor se atribuiu, sua produção literária se vale dos mais diversos recursos formais para dar conta de uma dimensão que parece continuamente escapar.

Daí que o sexo venha a ser alçado ao patamar das suas grandes interrogações, onde se oferece na obscura qualidade de incógnita. Foi a partir dessas constatações que Eliane Robert Moraes concebeu a "Seleta Erótica de Mário de Andrade", desdobrando-as em diversas perguntas pontuais, sem perder o foco na tópica da sexualidade. Conforme a pesquisa ganhou corpo, as questões foram se organizando até resultar nas oito partes que compõem a presente seleta, a saber: “Artes de Brincar”, “O Corpo da Cidade”, “Coisas de Sarapantar”, “Presença da Dona Ausente”, “Imoralidades e Desmoralidades”, “Prazeres Indestinados”, “Brasileirismos, Safadagens e Porcarias” e “Confidências e Confissões: Alguma Correspondência”.

Fruto de uma visitação intensiva aos escritos do autor, o trabalho de seleção buscou contemplar tanto a variedade de gêneros por ele praticada quanto as diversas fases de sua obra, sem negligenciar aspectos biográficos ou editorias. Embora o volume tenha privilegiado os títulos mais representativos em termos de erotismo, com particular atenção aos textos canônicos, considerou-se pertinente apresentar exemplos da “obra imatura”, ainda pouco conhecida, além de amostras da grande massa de manuscritos ainda não publicada. A decisão editorial, contudo, foi pautada pela riqueza da erótica marioandradina, que se manifesta de forma vigorosa em todo seu conjunto. Você pode comprar "Seleta Erótica de Mário de Andrade", de Mário de Andrade, neste link.

Organização: Eliane Robert Moraes
Posfácio: Aline Novais de Almeida
Ilustração:
 Julio Lapagesse
Editora: Ubu
Páginas: ‎320
Dimensões: 21 x 2 x 14 cm
Capa dura
Link na Amazon: https://amzn.to/3yZyMjH

.: "Como Não Ser Um Babaca": guia para homens que cansaram de ser machistas

Publicação alerta a sociedade para comportamentos e comentários machistas que insistem em ser reproduzidos no cotidiano e no mercado de trabalho.

“É muito mais fácil trabalhar com homem”. “Isso é coisa de mulher mal comida”. “Ih, tá de TPM”. “Não vai chorar, hein?”. “Quer direitos iguais, mas não quer trocar pneu”. Essas e outras frases que as mulheres não aguentam mais ouvir, seja no ambiente profissional, em casa ou em qualquer outro espaço, serviram de base para a criação do livro “Como Não Ser Um Babaca”, escrito por Marcela Studart, com ilustrações de Natália Carneiro (Letras da Nat) e colaboração de Cleide de Oliveira Lemos e Viviana Santiago, do coletivo AzMina.

Com linguagem irreverente e dicas fáceis de aplicar, a publicação se propõe a cooperar com o processo de sensibilização dos homens por uma masculinidade que renuncia o machismo e estabelece uma prática de equidade e respeito. O e-book está disponível na Amazon por R$ 1,99. O valor arrecadado será destinado para AzMina, coletivo que lidera diversos projetos em favor do público feminino.

O livro busca conscientizar os homens sobre a reprodução de atitudes machistas, sobretudo no ambiente de trabalho. O interesse pelo assunto se comprova pelo fato de que, que, em sua primeira semana de vendas, o guia didático passou a figurar no ranking dos mais vendidos na Kindle Store. A versão impressa também poderá ser adquirida na plataforma. O projeto, criado pela Flap para o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e Tribunal de Contas da União (Sindilegis), teve a supervisão do instituto AzMina.

"O Sindilegis lança um guia didático para conscientizar os homens a não serem babacas com as mulheres. A obra é extremamente necessária no contexto atual, em que as mulheres continuam a ser vítimas de comportamentos e comentários machistas simplesmente pelo fato de serem mulheres”, explica Elisa Bruno, diretora de Comunicação Social do Sindicato, que há anos protagoniza campanhas do Dia Internacional da Mulher.

O conteúdo do guia foi elaborado a partir de relatos de violências cometidas contra mulheres e da análise de situações violentas do cotidiano, ainda que não sejam socialmente percebidas como tal. “Mais do que uma campanha publicitária, criamos algo relevante e duradouro. O livro é uma ação concreta que estimula a reflexão e a mudança de comportamento de homens de todas as idades e classes sociais”, completa Bruno Barra, CEO da Flap.

Viviana Santiago, consultora da AzMina, lembra que estatísticas são fartamente divulgadas, reforçando a urgência da ação: “Essa mudança de comportamento é ´para ontem’. Com o livro queremos lançar luz sobre atitudes violentas que invadem, diminuem as mulheres, mas até hoje são percebidas como brincadeiras. E isso numa linguagem acessível, que permite uma conversa com os homens, mas principalmente deles com eles mesmos”. Na prática, o livro “Como Não Ser Um Babaca” busca reduzir o machismo que muitas vezes não entra nas estatísticas. Você pode comprar o livro "Como Não Ser Um Babaca" neste link.


Fique alerta para espantar de vez esse tipo de comportamento:

"Bom mesmo era antigamente..."
Essa frase só pode ser dita por quem foi beneficiado. O Código Civil de 1916 era recheado de absurdos, como "a mulher só tem direito à pensão dos filhos se for inocente e pobre".

"Ih! Tá de TPM..."
 A tensão pré-menstrual é uma realidade e pode provocar alterações de humor, acontece que essa é só uma desculpa para diminuir e desvalorizar as emoções e reações das mulheres.

"Passe perfume para a reunião, hein!"
As mulheres são cobradas para estarem atraentes, como se o seu poder de argumentação valesse menos do que poder de sedução ou como se uma coisa tivesse a ver com a outra.

"Ela é mais macho que muito homem."
Mulher não precisa deixar de ser mulher para ser bem-sucedida. Caso você ainda não saiba, características como coragem, determinação e força não são exclusivamente masculinas.

"Incrível! Você mesma quem fez?"
Essa frase, apesar de enaltecer o trabalho da mulher, revela uma enorme descrença em seu potencial. É como dizer: "Está bom demais para ter vindo de uma mulher. Será possível?".

"Vai pegar mal não ter uma mulher no time."
Este não deveria ser o motivo para incluir mulheres na equipe. Que bom que a sociedade está problematizando a ausência feminina, mas é preciso entender a importância disso.


Ficha técnica
Livro “Como Não Ser Um Babaca”
Autora: Marcela Studart
Ilustradora:
Natália Carneiro (Letras da Nat)
Editora: ‎projeto da Flap para o Sindilegis
Colaboração: Cleide de Oliveira Lemos e Viviana Santiago (AzMina)
Páginas: 84
Link na Amazon: https://amzn.to/3orwDIC

sábado, 23 de julho de 2022

.: 2x1: "American Horror Stories" volta com "Dollhouse" e é espetacular


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em julho de 2022


"American Horror Stories", o spin-off da série antológica de Ryan Murphy e Brad Falchuk, "American Horror Story", voltou em 21 de julho de 2022, no streaming gringo da Hulu ao estrear com o episódio "Dollhouse". Como o próprio nome diz, tudo se passa numa casa de bonecas. Deixando para o grande nome do episódio, Denis O'hare (de "American Horror Story") o posto de super vilão. 

Não há como negar, a trama de "Dollhouse" é espetacular e especialmente incrível, assim como a abertura em cores escurecidas, quando não em preto e branco. Seguindo o visual e música clássica de "American Horror Story", estampa bonecas diversas mescladas com imagens bastantes perturbadoras de mulheres exemplares -as conhecidas como "belas, recatadas e do lar". 


Entretanto, o ponta-pé é dado numa fábrica de bonecas, quando, em uma entrevista de emprego realizada pelo dono, o ator Denis O'hare que vive Mr. Van Wirt conversa com a linda jovem Coby (Kristine Froseth) que aspira ser secretária. Todavia, ela não é aprovada para a vaga, mas com o "toque" de Eustace (Matt Lasky), capanga do rico excêntrico, segue para uma "brincadeira" que a fará lutar pela vida.


Dentro de um experimento assombroso, que de fora encanta os olhos de qualquer um, Coby se junta a Harlene (Simone Recasner, destaque na série "The Big Leap")Aurelia (Abby Corrigan), Faye (Maryssa Menendez) e Bonnie (Emily Morales-Cabrera). Naquele lugar com tanta delicadeza acontece uma competição, seja para por pratos e talheres corretamente ou passar e deixar uma camisa cheirosa. Tudo é pontuado para que aconteça a eliminação. Por quê?! Mr. Van Wirt procura uma mãe perfeita para o filho, o pequeno Otis “Spalding” Van Wirt (Houston Towe).

Coby tenta se aproximar de Otis e promete ser uma mãe exemplar. No entanto, a tentativa não dá resultado e com as "bonecas" em conjunto acontece uma caçada de tirar o fôlego. Não bastando tanta energia para uma história, "Dollhouse" apresenta um fim de deixar qualquer fã de "American Horror Story" boquiaberto e totalmente satisfeito. Excelente! Que venha o próximo, por favor!


Seriado: American Horror Stories
Temporada: 2
Episódio 1: "Dollhouse"
Exibido em: 21 de julho de 2022, EUA.
Elenco: 
Denis O'hare (Mr. Van Wirt), Kristine Froseth (Coby), Simone Recasner (Harlene), Houston Towe (Otis “Spalding” Van Wirt), Abby Corrigan (Aurelia), Maryssa Menendez (Faye), Emily Morales-Cabrera (Bonnie), Matt Lasky (Eustace), Caitlin Dulaney (Miss Robichaux Academy Witch), Kenia Arias (Miss Robichaux Academy Witch)


* Mary Ellen é editora do portal cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm

Abertura





.: Crítica: "Boa Sorte, Leo Grande" é aula de autoaceitação na terceira idade

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2022 


"Boa Sorte, Leo Grande" é uma comédia dramática sobre a autoaceitação. O novo longa de Emma Thompson ("Nanny McPhee: A Babá Encantada", "Razão e Sensibilidade" e "Cruella"), em cartaz na Rede de Cinemas Cineflix, é libertário, não somente por tratar abertamente sobre sexo na terceira idade, mas por esclarecer que não há limites para o prazer, ainda que certas "técnicas" ainda sejam adotadas pela primeira vez. Assim, diante da chance de se conhecer melhor, viúva há 2 anos, a professora aposentada de ensino religioso adota o nome fictício de Nancy Stokes para o encontro com o garoto de programa Leo Grande (Daryl McCormack).

Fatalmente, bate em Nancy o arrependimento da situação em si e, claro, sente-se envergonhada pela diferença de idade entre ela e Leo. No entanto, ao saber que a cliente mais velha dele tinha 82 anos, sente-se aliviada. Entre arrependimentos e descobertas, "Boa Sorte, Leo Grande" vai se desenhando na telona. 

O longa dirigido pela australiana Sophie Hyde, tem um texto que flui, envolve e provoca risadas -daquelas surpreendentes e inesperadas-, mas também convida a refletir. Por vezes, a produção irreverente faz lembrar dos filmes do cinema francês que, geralmente, são inusitados e sobre dramas de pessoas comuns, o que cria uma rápida conexão do público com os personagens.

Conforme os encontros acontecem, descobre-se mais do que a vida sem-graça de casada de Nancy. E é justamente tal avanço da senhora que acaba irritando Leo, um rapaz que diz para a mãe trabalhar numa plataforma de petróleo. "Boa Sorte, Leo Grande" circula pelas fantasias. Não somente das sexuais, mas também das inventadas para mostrar ser quem não é. Vale a pena conferir!



Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.



Filme: "Boa Sorte, Leo Grande" ("Good Luck to You, Leo Grande")

Duração: 1h37

Gênero: comédia dramática

Diretora: Sophie Hyde

Classificação: 16 anos

Elenco: Emma Thompson, Daryl McCormack, Isabella Laughland, Les Mabaleka, Charlotte Ware, Lennie Beare e Carina Lopes. 


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

Trailer





.: Entrevista: Mimi Wankenne canta o sertão em música que vem da alma

"Não existe vida sem música", afirma a artista que canta o sertão nordestino.

Por Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

Cantora e compositora brasileira, Mimi Wankenne, vem se destacando no cenário musical nacional. Ela acaba de lançar “Sertão nos Olhos Meus” - trabalho em que o sertão inteiro atravessa a visão delicada e a voz de sereia desta artista ímpar e peculiar tamanho é a originalidade do timbre de voz inconfundível e a essência do talento que ela carrega.

O sertão de Luiz Gonzaga e Dominguinhos é reinterpretado nesse trabalho, en que a música regional se mistura com a atmosfera urbana de Mimi Wankenne. Permeadas pela delicadeza da voz da artista, as participações especiais de Mestrinho na sanfona e Jaques Morelenbaum no violoncelo encontram a percussão moderna de Marcos Suzano, o Wurlitzer de Agenor de Lorenzi e a harmonia dos graves de Ebinho Cardoso. É, sem dúvida, um novo olhar à terra ardente sertão, tão sensível quanto inusitado. A voz de Mimi Wankenne é a esperança de um novo Brasil.

Resenhando.com - O que representa a música em sua vida?
Mimi Wankenne - 
Música é o meu respiro embaixo d’água. Meu alívio à dor. 

Resenhando.com - Como e quando começou a cantar?
Mimi Wankenne -
Aos oito anos minha melhor amiga tocava e cantava uma melodia clássica no violão no corredor externo do apartamento onde eu morava em São Paulo. Meus pelos levantaram quando eu cheguei pelo elevador, e eu sorri. Precisava fazer aquilo também: tirar som do instrumento, cantar e ver o milagre da música entrando nas portas e ouvidos, como entrara nos meus. Comecei a tocar e violão, depois cantar e foi um caminho sem volta. 

Resenhando.com - Como se dá o processo de seleção para as músicas que canta? 
Mimi Wankenne -
Por muito tempo meu apego maior era mais com a melodia e a harmonia. Eu cantava pelo som. Depois que deixei o Brasil, em 2012, e fui morar fora isso mudou. Fui arrastada por uma nova necessidade, de enraizamento, que ia além do som e precisava de palavras e explicação. Apareceu então pra mim um novo Brasil, com novos ritmos e poesia, suprindo um vazio e me trazendo a sensação de pertencimento.


As músicas precisam dizer algo a você, ou passar alguma mensagem que você gostaria de comunicar?
Mimi Wankenne - 
Hoje eu busco letra sim, expressão, mensagem e o som.

Resenhando.com - Na hora de escolher uma canção, qual é a mensagem que você prioriza? 
Mimi Wankenne - 
Priorizo os sentimentos que mais pulsam e precisam sair de mim: amor, tristeza, solidão e dor. 

Resenhando.com - Quem são as suas referências na música? 
Mimi Wankenne - 
Quando criança ouvia os álbuns em vinil do Nenhum de Nós e Balão Mágico. A raiz mineira e caipira da minha mãe e a influência latina de Mercedes Sosa e da música country e pop americana do meu pai europeu também sempre estiveram presente. Mais tarde descobri a bossa de João (Gilberto), (Tom) Jobim e da Rosa (Passos), a música popular de (Gilberto) Gil, Chico (Buarque) e Caetano (Veloso) e o sertão regional de Dominguinhos e Luiz Gonzaga, com uma pitada do jazz de Miles (Davis) e Ella (Fitzgerald). Foi tudo pro caldeirão. 


Resenhando.com - Qual é o papel da música no Brasil de hoje? 
Mimi Wankenne - 
Acho que a música no Brasil vai além do entretenimento, está na nossa raiz cultural, faz parte da vida de cada brasileiro, é uma necessidade. A gente tem uma canção para cada momento da vida, para cada encontro, evento, candidato, escola, confraternização. Nós nos identificamos com as vozes, com os artistas. Sofremos, dançamos e confraternizamos com música, desde os nossos índios e escravos africanos até os dias de hoje. Não existe vida sem música aqui. 


Resenhando.com - É possível viver de música no Brasil?
Mimi Wankenne - 
É possível sim, claro. Não é fácil, mas nada é, não é mesmo? O mercado é grande e a demanda também.

Resenhando.com - Para você, quais as características separam uma música boa de uma ruim?
Mimi Wankenne - 
Não sei muito falar de música ruim… Já a boa, pra mim, é aquela que vem de dentro. 


Resenhando.com - Você tem algum talento oculto? 
Mimi Wankenne - 
Não me considero uma pessoa com muitos talentos… mas desde pequena gosto de drible e bola, jogo bem futebol e adoro fotografia.


Resenhando.com - Se pudesse escolher somente uma música para ouvir para o resto da vida, qual seria e por quê?
Mimi Wankenne - 
Nossa, não faz isso comigo! Uma música só para o resto da vida??? Não!!!!!


Resenhando.com - Por que cantar o sertão nordestino?
Mimi Wankenne - 
Sempre gostei do nordeste, dos ritmos e das histórias sofridas cantadas com a alegria do sertão. No início da pandemia comecei um curso on-line de forró com o Sandro Haick, um músico multiinstrumentista que trabalhou muito tempo com Dominguinhos. Ele nos apresentou além daquele nordeste que eu conhecia, contou inúmeras histórias que viveu ao lado de Dominguinhos, dos shows, da vida, das composições. Foi inevitável cantar o sertão e experimentar uma nova leitura dele depois desses encontros.


Resenhando.com - O que Luiz Gonzaga e Dominguinhos ainda têm a dizer no Brasil de hoje?
Mimi Wankenne - 
Eles vão ter a dizer sempre, levaram para todo o nosso país a cultura musical do nordeste e popularizaram com a sanfona, a zabumba e o triângulo ritmos como baião, xote, xaxado, forró, pé de serra… Essa parte do Brasil a gente vai sempre querer cantar e honrar. 


Resenhando.com - Quem é a Mimi Wankenne, pela própria Mimi Wankenne?
Mimi Wankenne - 
Mimi é artista, sensível, expatriada, inquieta e em constante transformação. Vive rodando pelo mundo, morou no Brasil, na China e nos Estados Unidos. Carrega sempre uma mala de dúvidas e precisa das raízes e de muita música para sobreviver. Queria ser mais, mas tento ser feliz com o que sou. 


+ Mimi Wankenne
Ouça aqui: https://tratore.ffm.to/sertao
Veja mais: http://bit.ly/mimiwankenne

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