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Cineflix Miramar | Santos | Sala 4
18/12/2025 a 23/12/2025 | Sessões dubladas | Sala 1 | 20h00
18/12/2025 a 23/12/2025 | Sessões dubladas | Sala 4 | 16h40
18/12/2025 a 23/12/2025 | Sessões legendadas | Sala 1 | 14h10
18/12/2025 a 23/12/2025 | Sessões legendadas | Sala 3 | 16h20 e 20h10
18/12/2025 a 23/12/2025 | Sessões legendadas | Sala 4 | 20h30
No Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP. Ingressos neste link.
Da redação do portal Resenhando.com
Vencedor do Coelho de Prata de melhor espetáculo no 33º Festival Mix Brasil, "Aqui, Agora, Todo Mundo" chega a São Paulo para a temporada de estreia no Teatro Sérgio Cardoso entre 24 de janeiro e 1º de março de 2026. O solo marca a estreia de Felipe Barros nos palcos como ator e dramaturgo, sob direção de Heitor Garcia, e propõe uma reflexão direta e necessária sobre saúde mental, identidade e pertencimento, a partir de uma narrativa fragmentada e sensorial.
Inspirado no livro autobiográfico homônimo de Alexandre Mortagua, o espetáculo acompanha um homem gay que tenta reconstruir a própria história depois de atravessar um limite extremo da existência. A depressão, tema central da obra, não surge como explicação clínica ou discurso didático, mas como estrutura narrativa: uma mente em colapso, feita de memórias interrompidas, silêncios prolongados, afetos mal resolvidos e imagens que insistem em voltar fora de ordem.
As cenas se apresentam como flashes. Família, amores, dores íntimas e traumas se sobrepõem em um fluxo não linear, que espelha o funcionamento de uma mente atravessada pela depressão. Não há cronologia fixa nem progressão tradicional. O espetáculo assume uma lógica labiríntica, em looping, convidando o público a participar ativamente da organização dos acontecimentos. A cada sessão, a ordem das cenas pode se transformar, fazendo com que a experiência seja sempre diferente.
Esse jogo cênico reforça a ideia de que lembrar também é escolher, ainda que inconscientemente, quais peças do passado permanecem visíveis. Entre o real e o imaginário, entre o trauma e a tentativa de reinvenção, o personagem se constrói diante do público como alguém em permanente estado de reconstrução.
Mais do que um relato individual, "Aqui, Agora, Todo Mundo" articula uma dimensão coletiva. O título funciona como um chamado à presença e à escuta, evocando questões que atravessam corpos dissidentes em uma sociedade que ainda marginaliza experiências fora da norma. A dramaturgia aborda temas como adolescência gay, autoimagem, pressão por desempenho social, afetividade e solidão, sem recorrer a conclusões fechadas ou soluções fáceis.
A trilha sonora desempenha papel estruturante na encenação. As canções de Jaloo atravessam o espetáculo como um fio condutor emocional, dialogando diretamente com as memórias e estados internos da personagem. A obra da artista paraense foi escolhida a partir de um processo de pesquisa que identificou, em suas letras e sonoridades, reflexões consistentes sobre saúde mental, influência externa e construção de identidade.
Nesse processo, a DJ Agatha foi responsável pela decupagem e curadoria musical, selecionando trechos e propondo sua adaptação para o desenho de som da peça. O trabalho sonoro estabelece uma relação direta entre música e cena, permitindo que cada faixa dialogue com o ritmo emocional da narrativa e contribua para a compreensão dessa encenação fragmentada.
Com cenografia de Marco Paes, luz de Rodrigo Pivetti e figurinos assinados por Heitor Garcia e Felipe Barros, o espetáculo constrói uma atmosfera íntima e instável, coerente com o universo interno apresentado em cena. O resultado é uma experiência teatral que articula corpo, palavra e som para tratar de sobrevivência emocional, memória e identidade sem recorrer a juízos de valor ou discursos moralizantes.
Serviço
"Aqui, Agora, Todo Mundo"
Temporada: 24 de janeiro a 1º de março de 2026 (exceto de 12 a 15 de fevereiro)
Sessões aos sábados, domingos e segundas-feiras, às 19h00
Dias 2, 9 e 23 de fevereiro: roda de conversa com convidados após o espetáculo
Teatro Sérgio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista / São Paulo
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) | R$ 40,00 (meia-entrada)
Lista Trans Free: aquiagoratodomundo@gmail.com
Vendas on-line: Sympla
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos
Capacidade: 144 lugares
Instagram: @aquiagoratodomundo
"Predador: Terras Selvagens", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos
Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com
Em novembro de 2025
"Predador: Terras Selvagens". (Predator: Badlands). Direção: Dan Trachtenberg. Roteiro: Patrick Aison. Elenco: Elle Fanning, Dimitrius Schuster-Koloamatangi. Gênero: Ficção Científica. Duração: 1h55min. Sinopse: Um jovem predador, rejeitado por seu clã, se une à sobrevivente humana Thia em uma perigosa jornada em busca de um adversário digno. Os dois precisam trabalhar juntos para sobreviver e aprimorar suas habilidades, com a missão de o predador recuperar o respeito de seu povo.
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Trailer de "Predador: Terras Selvagens"
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Clássico dos anos 1990, "Rainha da Sucata" voltou às telas da TV Globo. No "Vale a Pena Ver de Novo'", logo após a "Sessão da Tarde", a novela é ambientada em São Paulo e retrata o universo dos novos-ricos e da decadente elite paulista, explorando o contraste entre a emergente Maria do Carmo (Regina Duarte) e a socialite falida Laurinha Figueroa (Glória Menezes). A relação entre as personagens também é marcada pela tensão provocada por uma paixão em comum: Edu Figueroa, papel de Tony Ramos. Saudoso e grande admirador da obra, o ator celebra o retorno com entusiasmo. “É sempre bom rever um trabalho e poder mostrar uma produção de tremendo sucesso como essa foi. Desde o princípio, eu sabia que essa obra seria eletrizante”, declara.
Membro dos Albuquerque Figueroa, tradicional família da alta sociedade paulistana, Edu é um típico playboy: fino, elegante e muito cobiçado. Apesar da falência da família, o jovem não perde seu charme característico. Colega de ginásio de Maria do Carmo, Edu costumava desprezá-la nos tempos de escola. No entanto, após a moça enriquecer e se tornar uma empresária bem-sucedida, ele aceita se casar com ela por conveniência. Entretanto, o relacionamento e a chegada de Maria do Carmo à mansão da família são marcados pelas perseguições de Laurinha. Madrasta de Edu, a socialite nutre uma paixão secreta e proibida pelo enteado e faz de tudo para destruir o casamento e arruinar a nova vida da “sucateira”, gerando cenas intensas e, por vezes, cômicas entre os personagens.
“As relações de Edu com Maria do Carmo e com Laurinha eram pontos altos da trama, pois havia uma ambiguidade na ligação com a madrasta e muitas confusões surgiam dessas emoções. Mas não existia, digamos, uma confusão de sentimentos. O que havia, na verdade, era uma disputa intensa, porque Laurinha era uma mulher ambiciosa, que percebia a queda da sua condição social. Ao mesmo tempo, ela via uma mulher jovem, com muito dinheiro, ascendendo naquela sociedade. Esses conflitos e incômodos geravam belíssimas cenas. E construir essa dinâmica com as duas atrizes foi fácil. Ambas são artistas excelentes, de altíssimo rendimento e muito bom humor”, reflete Tony Ramos. "Rainha da Sucata" é uma obra de Silvio de Abreu, escrita pelo autor com colaboração de Alcides Nogueira e José Antonio de Souza. A novela teve direção geral de Jorge Fernando e direção de Jorge Fernando e Jodele Larcher.Na entrevista abaixo, Tony Ramos relembra o trabalho na novela.
Qual foi a sensação ao saber que "Rainha da Sucata" iria voltar no "Vale a Pena Ver de Novo"? De que forma essa reprise mexe com você?
Tony Ramos - Para mim, foi uma alegria imensa. Recordo como se fosse hoje, de começar a gravar as cenas na Avenida Paulista. Lembro do meu encontro com Silvio de Abreu e com colegas queridos como Regina (Duarte), Glória (Menezes), o grande Paulo Gracindo, o saudoso diretor Jorginho Fernando e tantos outros. Foi marcante. Ali no início dos anos 90, eu vinha de uma longa temporada teatral em São Paulo, com o espetáculo "Meu Refrão: olê, Olá", do Abelardo Figueiredo. Quando a peça terminou e comecei a me dedicar exclusivamente à "Rainha da Sucata", vivi um momento lindo. Receber essa novidade mexe com meu emocional e com meu imaginário, que guarda momentos tão felizes da novela. É sempre bom rever um trabalho e poder mostrar uma produção de tremendo sucesso como essa foi. Desde o princípio, eu sabia que essa obra do Silvio seria eletrizante - e foi exatamente isso.
As relações de Edu com Maria do Carmo e com Laurinha eram um dos pontos altos da novela. Como foi construir as dinâmicas dos personagens com Regina Duarte e Glória Menezes? Alguma cena específica com as atrizes marcou você?
Tony Ramos - As relações de Edu com Maria do Carmo e com Laurinha eram pontos altos da trama, pois havia uma ambiguidade na ligação com a madrasta e muitas confusões surgiam dessas emoções. Mas não existia, digamos, uma confusão de sentimentos. O que havia, na verdade, era uma disputa intensa, porque Laurinha era uma mulher ambiciosa, que percebia a queda da sua condição social. Ao mesmo tempo, ela via uma mulher jovem, com muito dinheiro, ascendendo naquela sociedade. Esses conflitos e incômodos geravam belíssimas cenas. E construir essa dinâmica com as duas atrizes foi fácil. Ambas são artistas excelentes, de altíssimo rendimento e muito bom humor. Somando isso às conversas com Jorginho, que era um grande diretor, e às trocas com o autor antes das gravações, tínhamos clareza sobre o que eles imaginavam para a construção dos personagens. E várias cenas me marcaram profundamente. Há uma com Regina Duarte, por exemplo, que, se a memória não me falha, Silvio escreveu de forma que ocupou todo um bloco e ainda continuou no início do seguinte. Era uma cena linda entre Maria do Carmo e Edu, com cinco ou seis páginas.
"Rainha da Sucata" foi um de seus primeiros trabalhos com Jorge Fernando, com quem trabalhou em outras telenovelas ao longo dos anos, como "Sol de Verão" (1982), "A Próxima Vítima" (1995), "As Filhas da Mãe" (2002) e "Guerra dos Sexos" (2012). Como era a parceria com o diretor? Tem alguma lembrança marcante do trabalho com o Jorge?
Tony Ramos - Jorginho era um diretor que sabia exatamente o que queria e, além disso, tinha o chamado “momento de inspiração”. Independentemente do que estava escrito ou do que ele havia planejado e estudado, havia situações em que algo em cena despertava nele a vontade de mudar a marca ou a proposta da cena. Essa era uma característica muito positiva dele. Até porque ele também era ator e seguia trabalhando no teatro, fazendo monólogos no palco. Como diretor, era constante e inquieto, sempre em busca de novas soluções. Foi uma parceria maravilhosa. Tenho grande saudade desse incrível profissional - e não digo isso apenas pelo trabalho. Tudo no Jorge era marcante.
A Netflix divulgou o trailer de "O Filho de Mil Homens", estrelando Rodrigo Santoro como o protagonista Crisóstomo, na primeira adaptação de uma obra de Valter Hugo Mãe para as telas. O vídeo apresenta os personagens Antonino (Johnny Massaro), Camilo (Miguel Martines) e Isaura (Rebeca Jamir), que cruzam o caminho de Crisóstomo para provar que uma “família pode ser feita de muitas coisas”. Com narração de Zezé Motta, o filme chega globalmente à Netflix em 19 de novembro e promete emocionar o público com uma adaptação poética e sensível do best-seller homônimo.
Na trama, acompanhamos o pescador solitário Crisóstomo, que sonha em ter um filho. Sua vida muda quando ele encontra Camilo, um menino órfão que passa a fazer parte da vida dele. Em uma tentativa de fugir de sua própria dor, Isaura cruza o caminho dos dois, e, em seguida, um jovem incompreendido chamado Antonino. Juntos, aprendem o significado verdadeiro de família e o propósito de compartilhar a vida.
Com direção e roteiro de Daniel Rezende, "O Filho de Mil Homens" tem produção de Biônica Filmes e Barry Company. Também fazem parte do elenco Antonio Haddad, Carlos Francisco, Grace Passô, Inez Viana, Juliana Caldas, Lívia Silva, Marcello Escorel, Tuna Dwek, entre outros. Gravado entre Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, e Chapada Diamantina, na Bahia, o filme estreia em cinemas selecionados no dia 30 de outubro e globalmente na Netflix em 19 de novembro. "Compre o livro "O Filho de Mil Homens", de Valter Hugo Mãe. neste link.
Sobre o filme
"O Filho de Mil Homens
Direção: Daniel Rezende
Produzido por Biônica Filmes e Barry Company
Roteiro: Daniel Rezende (adaptação do livro O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe)
Produção: Karen Castanho, Juliana Funaro, Bianca Villar, Fernando Fraiha, Krysse Melo, René Sampaio.
Produção Executiva: Bianca Villar, Daniel Rezende, Juliana Funaro, Karen Castanho, Rodrigo Santoro
Elenco: Luciano Baldan
Direção de Fotografia: Azul Serra
Direção de Arte: Taísa Malouf
Figurino: Manuela Mello
Caracterização: Martín Macías Trujillo
Montagem: Marcelo Junqueira
Música: Fábio Góes
Som Direto: Lia Camargo, ABC
Supervisão de Edição de Som: Toco Cerqueira e Alan Zilli, MPSE
Mixagem: Toco Cerqueira
Supervisão de Efeitos: Juliano Storchi
Supervisão de Pós-Produção: Bruno Horowicz Rezende
Produtor associado: João Macedo
Dramaturgo e escritor, Aguinaldo Silva retorna à teledramaturgia da TV Globo seis anos após "O Sétimo Guardião" (2019) com a nova novela das nove, "Três Graças". Jornalista de formação e apaixonado por literatura, o autor consolidou uma das carreiras mais marcantes da televisão brasileira, com títulos que definiram épocas. Ao lado de nomes como Dias Gomes, Gilberto Braga, Leonor Bassères e Ricardo Linhares, assinou sucessos como "Roque Santeiro" (1985), "Vale Tudo" (1988), "Tieta" (1989), "Pedra Sobre Pedra" (1992), "Fera Ferida" (1993), "A Indomada" (1997), "Senhora do Destino" (2004), "Fina Estampa" (2011) e "Império" (2014) - essa última vencedora do Emmy Internacional de melhor novela.
Agora, em parceria com Virgílio Silva e Zé Dassilva, Aguinaldo apresenta uma trama contemporânea ambientada em São Paulo, que reflete o Brasil real por meio de três mulheres unidas por um mesmo destino: tornaram-se mães na adolescência e precisaram enfrentar sozinhas as desigualdades de uma sociedade que insiste em puni-las por existir. "Três Graças" mistura crítica social e folhetim clássico - marcas registradas do autor -, e promete revisitar a força feminina, a ironia e os dilemas morais que sempre fizeram parte das grandes histórias elaboradas por ele. Compre os livros de Aguinaldo Silva neste link.
Do que trata "Três Graças", a nova novela das nove?
Aguinaldo Silva - "Três Graças" fala de três mulheres que foram mães muito cedo, aos 15 anos, que não tiveram o apoio dos pais das crianças e foram à luta, passaram por situações extremas. Elas levam uma vida muito parecida com a vida dos nossos espectadores. Ou seja, elas batalham, são otimistas, têm fé no futuro e se envolvem com histórias típicas de um folhetim. É uma ficção que tem o privilégio de poder se inspirar na realidade. Nossa protagonista, a Gerluce (Sophie Charlotte), é uma mulher inconformada com a injustiça, com as maldades que assolam sua comunidade e sua família, numa São Paulo que abriga milhões de brasileiras como ela. Ela repetiu o destino da mãe Lígia (Dira Paes): engravidou de Joélly (Alana Cabral) na adolescência. Mas, quando a gestação precoce da filha se confirma, ela vai fazer de tudo para impedir que Joélly renuncie a seus projetos e ambições, assim como ela e a mãe foram obrigadas a fazer. Ao mesmo tempo, ao se ver diante de corruptos que prejudicam uma multidão de doentes em benefício próprio e com a mãe entre a vida e a morte, Gerluce encara um dilema. Até onde ir quando se precisa batalhar pela sobrevivência?
A novela vai trazer uma história contemporânea, que se passa na maior metrópole da América Latina, São Paulo. Que assuntos da atualidade são abordados na trama?
Aguinaldo Silva - A novela se passa em dois ambientes: a comunidade fictícia Chacrinha, onde vivem os personagens mais carentes, e os bairros nobres de São Paulo, onde estão os responsáveis pelo crime dos remédios falsos. Esses mundos se cruzam porque Gerluce (Sophie Charlotte) trabalha na casa de Arminda (Grazi Massafera), uma das vilãs da história. Estamos criando uma novela com uma linguagem bastante popular e abrangente, que fala do dia a dia das pessoas, dos desafios que se encontram em uma grande metrópole, de quem sai às 5h da manhã e pega três ônibus para ir trabalhar. Ao mesmo tempo, a novela também fala sobre os dramas pessoais de cada um e de como é possível ser otimista e positivo diante das desigualdades e injustiças. É uma obra da atualidade, do ônibus, do metrô, do trem, mas não será uma novela naturalista: a ficção é a base para a nossa criação. Ainda assim, a trama propõe reflexões importantes a partir de temas hoje discutidos. Teremos, no núcleo das protagonistas, a questão da gravidez na adolescência; falaremos de corrupção e falsificação de remédios. Também vamos abordar aspectos da nossa sociedade. Tudo isso num contexto ficcional.
A gravidez na adolescência é um tema de destaque na novela. Como surgiu a ideia de retratá-lo na obra?
Aguinaldo Silva - Quando eu estava escrevendo "Duas Caras", por uma razão que tinha a ver com a trama da novela, fui fazer uma pesquisa na maternidade Leila Diniz, no Rio de Janeiro. Quando cheguei lá, logo cedo, tinha uma fila enorme de mulheres esperando para serem atendidas, e eu percebi que a maioria dessas mulheres eram meninas. Isso me chocou profundamente, porque eram adolescentes grávidas, de 15, 16 anos. Algumas ainda com jeito meio infantil. Um amigo que foi comigo na ocasião falou uma frase que me marcou: “Você está vendo algum homem aqui?”. Ou seja, eram mães solo, o que me tocou demais. Isso foi lá em 2007, mas eu fiquei com aquela ideia da fila de meninas grávidas à espera de atendimento da maternidade. Achei que um dia eu teria de escrever sobre elas, e foi, na verdade, desse meu compromisso que surgiram essas três Graças: três mulheres que foram mães muito precocemente, sem que houvesse nenhum homem na família que as apoiasse nesse processo.
A novela também trata de um esquema criminoso de falsificação de remédios. Você se baseou em algum episódio verídico para trazer esse assunto para a história?
Aguinaldo Silva - Esse é mais um tema que parte da realidade para a ficção, muito embora a novela não seja um retrato fiel, porque a linguagem da dramaturgia é outra. Mas o noticiário fala de casos assim, de remédios falsificados, de apreensão, de ação policial contra fábricas clandestinas. É um assunto grave. Já houve casos no Brasil em que pessoas foram enganadas ao tomar medicamentos placebo, que não fazem efeito. Lembro do caso de mulheres que engravidaram por causa de pílulas anticoncepcionais feitas de farinha, isso em 1998, e ficaram anos buscando reparação. Nessa novela, a fábrica chama-se “casa de farinha”, porque os "medicamentos” são feitos dessa matéria-prima. A mensagem que queremos passar com essa trama é a confrontação que existe na sociedade brasileira entre as pessoas que trabalham e dão tudo de si, e pessoas muito egoístas que só visam o dinheiro e pouco se importam com quem está sendo prejudicado pelo mal que praticam.
De que forma a escultura das "Três Graças" aparece na história?
Aguinaldo Silva - A novela se chama "Três Graças" porque é o sobrenome das três protagonistas, mas também porque existe na casa da Arminda (Grazi Massafera) uma escultura neoclássica que se chama "Três Graças". Nós criamos um escultor chamado Giovanni Aranha, que é italiano, e que fez aquela obra especificamente. Arminda e Ferette (Murilo Benício) usam essa estátua de uma maneira bastante ilegal. Ela é mantida no quarto, na casa dela, e nunca é exposta. Ninguém sabe mais que essa estátua está com eles, é um mistério, porque ela guarda um segredo que vai ser revelado. Gerluce (Sophie Charlotte) será a primeira a desconfiar de seu verdadeiro valor.
Suas novelas anteriores foram marcadas por grandes personagens, como as vilãs Perpétua, de "Tieta", Nazaré Tedesco, de "Senhora do Destino", e mulheres fortes, como Tieta, da novela homônima, e Maria do Carmo, também de "Senhora do Destino", além dos carismáticos Crô de "Fina Estampa" e o comendador Zé Alfredo, de "Império". Em que personagens está apostando em "Três Graças"?
Aguinaldo Silva - Estamos apostando muito na protagonista, a Gerluce, que tem um caráter multifacetado e é sempre altamente positiva. Mas tem personagens muito interessantes, como a Josefa (Arlete Salles), a mãe da Arminda (Grazi Massafera). Ela sabe que a filha é uma bandida e faz o possível para infernizar a vida dela. Eu uso inclusive a suposta falta de memória, que ela realmente tem, para atrapalhar a vida da filha e castigá-la. Ela não é uma velhinha doce, ela é terrível. Tem a Arminda, que é uma daquelas minhas vilãs completamente ensandecidas, que são capazes de fazer as coisas mais absurdas e, ao mesmo tempo, parecer que são engraçadas, mas não são; são cruéis. Eu tenho toda uma linhagem de mulheres vilãs, além das heroínas, que causaram muito rumor. Foi o caso da Nazaré (Renata Sorrah em "Senhora do Destino"), que até hoje continua viva andando aí pelas ruas do Rio de Janeiro (risos).
Como tem sido criar e escrever essa história ao lado do Virgílio Silva e do Zé Dassilva?
Aguinaldo Silva - Tem sido muito legal, com a gente não tem tempo ruim. Começamos a trabalhar eu e o Virgílio, e então chamamos o Zé. Formamos o trio dos Silvas. É um trabalho que funciona como uma fábrica de montagem, somos três autores. Eu me acostumei a trabalhar em equipe no jornalismo. Na minha época, você tinha a obrigação de diariamente botar um jornal nas bancas, então todos trabalhavam para isso.
O elenco reúne Jared Leto, que interpreta o enigmático programa Ares, acompanhado de Greta Lee, Evan Peters, Cameron Monaghan, Sarah Desjardins, Jodie Turner-Smith e do veterano Jeff Bridges, que retorna ao papel de Kevin Flynn, mentor e arquiteto do mundo digital. O roteiro é assinado por Jesse Wigutow e Jack Thorne, de "Enola Holmes", e a trilha sonora - um dos pontos altos da franquia - deverá novamente mesclar eletrônica e orquestra, com participação confirmada do músico Joseph Trapanese, colaborador do duo Daft Punk em "Tron: o Legado" (2010).
As gravações de "Tron - Ares" ocorreram em Vancouver, no Canadá, após uma longa pausa provocada pela pandemia e por disputas internas na Disney sobre o rumo da franquia. Segundo o portal The Hollywood Reporter, a produção marca a tentativa do estúdio de reerguer uma de suas propriedades mais cultuadas pelos fãs de ficção científica. A revista Variety destacou que o filme explora temas contemporâneos como inteligência artificial, consciência digital e os limites éticos entre criador e criatura - assuntos que conversam diretamente com o avanço da tecnologia nos últimos anos.
Jared Leto, que também atua como produtor, afirmou em entrevista à Collider que "Tron - Ares" é “uma fábula tecnológica sobre identidade e transcendência”, e que o personagem Ares representa “a primeira conexão real entre o mundo dos humanos e o dos programas”. Ainda segundo o ator, o longa “será visualmente revolucionário, assim como o original foi nos anos 80”.
Com duração de 119 minutos, segundo informações do Screen Rant, o filme terá duas cenas pós-créditos, uma delas conectando diretamente o desfecho de "Tron - O Legado" com o novo capítulo. A nova produção promete reintroduzir o público a uma estética neon reimaginada, em um embate entre carne e código que atualiza a discussão sobre o que é, afinal, ser humano em tempos de fronteiras digitais cada vez mais tênues.
Sinopse resumida de “Tron - Ares”
Após anos de silêncio do mundo digital, um programa chamado Ares é enviado ao mundo real para estabelecer contato entre humanos e inteligências artificiais, colocando em risco as fronteiras entre criador e criação.
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Ficha técnica
“Tron - Ares” | “Tron: Ares - O Legado” (Portugal)
Classificação indicativa: 12 anos
Ano de produção: 2025
Idioma: inglês
Direção: Joachim Rønning
Roteiro: Jesse Wigutow e Jack Thorne
Elenco: Jared Leto, Greta Lee, Evan Peters, Cameron Monaghan, Sarah Desjardins, Jodie Turner-Smith, Jeff Bridges
Distribuição no Brasil: Walt Disney Studios Motion Pictures
Duração: 119 minutos
Cenas pós-créditos: sim, duas

Espetáculo, cuja história se passa em um campo de concentração nazista, tem apresentações gratuitas em São Bernardo do Campo, Campinas, São Caetano do Sul, São Paulo e Ribeirão Preto. Foto: Heloísa Bortz
O espetáculo "As Aves da Noite", drama teatral escrito por Hilda Hilst, há 57 anos, vencedor do Prêmio APCA 2022 de Melhor Espetáculo Virtual, tem apresentações gratuitas em cinco cidades paulistas, incluindo a capital. A circulação tem início no dia 10 de outubro e segue até 02 de novembro. A encenação, que se passa em um campo de concentração nazista de Auschwitz, tem direção de Hugo Coelho e elenco formado por Marco Antônio Pâmio, Marat Descartes, Regina Maria Remencius, Rafael Losso, Walter Breda, Fernando Vítor, Marcos Suchara, Wesley Guindani e Heloisa Rocha.
A circulação começa por São Bernardo do Campo, com apresentações nos dias 10 e 11/10, sexta e sábado, no Teatro Lauro Gomes, às 20h30. Em Campinas, a sessão é no Teatro Municipal José de Castro Mendes, no dia 16/10, quinta, às 20h. Em São Caetano do Sul, ocorrem duas sessões no Teatro Municipal Santos Dumont, no dia 17/10, sexta, às 18h e às 20h. O Teatro Alfredo Mesquita, na zona norte de São Paulo, recebe três apresentações, dias 24, 25 e 26/10, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Fechando a circulação, a montagem ocupa o palco do Teatro Municipal de Ribeirão Preto, nos dias 01 e 02/11, sábado, às 20h, e domingo, às 18h. Este projeto tem o apoio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo e do Ministério da Cultura por meio do Edital ProAC/PNAB nº 27/2024 de Difusão e Circulação de Projetos Artísticos Culturais.
O enredo de "As Aves da Noite" parte da história real do padre franciscano Maximilian Kolbe, que apresentou-se voluntariamente para ocupar o lugar de um judeu sorteado para morrer no chamado “porão da fome” em represália à fuga de um prisioneiro. Segundo o diretor Hugo Coelho, “esta é uma versão contemporânea do texto de Hilda. Não é uma reconstituição de Auschwitz, partimos de Auschwitz. O espetáculo é um grito contra a barbárie, contra o fascismo que usa a violência como instrumento de ação política”.
No porão da fome, a autora coloca em conflito os prisioneiros condenados a morrer na cela: o Padre, o Carcereiro, o Poeta, o Estudante e o Joalheiro, que são visitados pelo Oficial da SS, pela Mulher que limpa os fornos e por Hans, o ajudante da SS. Na montagem, eles aparecem isolados, confinados em gaiolas como um signo, uma alusão à prisão onde a história se passa. “A primeira coisa que os governos totalitários e ditatoriais fazem ao prender alguém é destituí-lo de sua dignidade e submetê-lo ao sofrimento extremado, e isso os nazistas fizeram com requintes inimagináveis de crueldade”, comenta o diretor. Segundo ele, a proposta de concepção de Hilda Hilst é muito clara, colocando as personagens em estado de reflexão sobre suas próprias condições no confinamento. A leitura que a autora faz dos aspectos éticos e humanos passa por questionamentos sobre Deus, sobre o mal e sobre a crueldade.
Nos diálogos estão o embate entre a vida e o que lhes resta, os devaneios entre o desespero e o delírio. O Poeta declama como se morto estivesse, o Estudante sonha com outro tempo, o Joalheiro ainda lembra-se da magnitude das pedras, enquanto a Mulher é humilhada em sua condição inferior. O Carcereiro, mesmo sendo um condenado, ironiza a condição dos demais e os trata com escárnio; o SS os chama de porcos e os agride e menospreza, enquanto o estado de debilidade emerge da vida e da já não existência desses humanos subjugados.
A montagem de "As Aves da Noite" busca elucidar a humanidade e densidade contida no texto, mergulhando nas possibilidades inesgotáveis do drama para emergir na poética da tragédia. “O discurso racional não dá conta da realidade. A arte tem o papel de traduzir esse discurso como uma segunda realidade que passa pela razão, mas também pelo sensorial e pela emoção”, reflete Hugo Coelho. “E temos a sorte de reunir um elenco de extrema grandeza. O talento desses atores é um pilar fortíssimo no resultado final do trabalho”.
Sobre o texto, Hilda Hilst falou: “Com 'As aves da noite', pretendi ouvir o que foi dito na cela da fome, em Auschwitz. Foi muito difícil. Se os meus personagens parecerem demasiadamente poéticos é porque acredito que só em situações extremas é que a poesia pode eclodir viva, em verdade. Só em situações extremas é que interrogamos esse grande obscuro que é Deus, com voracidade, desespero e poesia”.
O cenário, que traduz o cárcere com gaiolas humanas, foi concebido pelo diretor. O figurino (de Rosângela Ribeiro) faz alusão aos uniformes de presidiários, reforçando a imagem do encarceramento. A iluminação (de Fran Barros) dá foco a cada personagem, reforça o clima denso e claustrofóbico do ambiente, privilegiando o espaço teatral, e a trilha sonora, assinada por Ricardo Severo, traz uma canção original do texto que remete à tradição judaica, cantada pelas personagens, e segue a mesma orientação da iluminação.
Hugo Coelho afirma que o propósito do espetáculo é trazer à cena o discurso poderoso e contundente de Hilda Hilst. “'As Aves da Noite' nos faz encarar toda a barbárie do poder, do domínio, do autoritarismo, das torturas nos porões das ditaduras. Auschwitz é uma ferida aberta na humanidade para a qual é difícil encontrar palavras que a qualifique. As Aves da Noite mostra o reverso, o outro rosto da humanidade, perverso, doente e profundamente violento. Não podemos permitir que a violência e a barbárie continuem sendo normatizadas ao longo da história. Por isso essa obra, de extrema qualidade literária, é tão importante para o momento em que vivemos”, finaliza o encenador.
"As Aves da Noite", idealizado pelo produtor Fábio Hilst, teve sua primeira temporada apresentada virtualmente, devido à pandemia da covid-19. Foi gravado em vídeo, 80 anos após a morte de Maximilian Kolbe, exatamente no momento em que o mundo vivia uma experiência de confinamento. Kolbe morreu em Auschwitz, em 1941, e foi canonizado em 1982, pelo Papa João Paulo II. São Maximiliano é considerado padroeiro dos jornalistas e radialistas e protetor da liberdade de expressão.
FICHA TÉCNICA - Texto: Hilda Hilst (1968). Direção: Hugo Coelho. Elenco: Marco Antônio Pâmio (Pe. Maximilian), Marat Descartes (Carcereiro), Regina Maria Remencius (Mulher), Walter Breda (Joalheiro), Rafael Losso (Estudante), Fernando Vítor (Poeta), Marcos Suchara (SS), Wesley Guindani (Hans) e Heloisa Rocha. Direção de produção: Fábio Hilst. Assistência de direção e produção: Fernanda Lorenzoni. Cenografia: Hugo Coelho. Figurino e objetos de cena: Rosângela Ribeiro. Desenho de luz: Fran Barros. Música original e desenho de som: Ricardo Severo. Cenotecnia: Wagner José de Almeida. Serralheria: José da Hora. Pintura de arte: Alessandra Siqueira. Assistência de cenotecnia: Matheus Tomé. Confecção de figurino: Vilma Hirata e Natalia Hirata. Fotos: Priscila Prade e Heloísa Bortz. Design gráfico: Letícia Andrade. Gerenciamento de mídias sociais: Felipe Pirillo. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Produção: Três no Tapa Produções Artísticas. Realização: Fomento CultSP, Governo do Estado de São Paulo através da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, Ministério da Cultura, Governo Federal - União e Reconstrução.
Serviço | Programação
Espetáculo: As Aves da Noite
Duração: 75 min. Gênero: Drama. Classificação: 16 anos.
Ingressos: Gratuitos - Bilheterias dos teatros: 1h antes das sessões.
Ingressos antecipados: Sympla - www.sympla.com.br (reserva no início de cada semana); exceto em Ribeirão Preto, pela https://megabilheteria.com.
Teatro Lauro Gomes - São Bernardo do Campo/SP
Dias 10 e 11 de outubro - Sexta e sábado, às 20h30
Rua Helena Jacquey, 171 - Rudge Ramos. São Bernardo do Campo/SP.
Tel.: (11) 4368-3483. Capacidade: 526 lugares.
Sessão com Intérprete de Libras e bate-papo com o público: 11/10 (sábado).
Teatro Municipal José de Castro Mendes - Campinas/SP
Dia 16 de outubro - Quinta, às 20h
Rua Conselheiro Gomide, 62 - Vila Industrial. Campinas/SP.
Tel.: (19) 3272-9359. Capacidade: 760 lugares.
Sessão com Intérprete de Libras e bate-papo com o público.
Teatro Municipal Santos Dumont - São Caetano do Sul/SP
Dia 17 de outubro - Sexta, às 18h e às 20h
Avenida Goiás, 1111 - Centro. São Caetano do Sul/SP.
Tel.: (11) 4221-8347. Capacidade: 370 lugares.
Intérprete de Libras: sessão das 20h.
Teatro Alfredo Mesquita - São Paulo/SP
Dias 24, 25 e 26 de outubro - Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Avenida Santos Dumont, 1770 - Santana. São Paulo/SP.
Tel.: (11) 2221-3657. Capacidade: 198 lugares.
Intérprete de Libras, audiodescrição e bate-papo com o público: 26/10 (domingo).
Teatro Municipal de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto/SP
Dias 01 e 02 de novembro - Sábado, às 20h, e domingo, às 18h
Praça Alto do São Bento, s/nº - Campos Elísios. Ribeirão Preto/SP.
Tel.: (16) 3625-6841. Capacidade: 515 lugares.
Intérprete de Libras e bate-papo com o público: 02/11 (domingo).
Entre os filmes mais ousados e politicamente afiados do Estúdio Ghibli, "Pom Poko: a Grande Batalha dos Guaxinins" ("Heisei Tanuki Gassen Ponpoko"), dirigido por Isao Takahata, ocupa um lugar singular. Ao mesmo tempo em que traz humor, fantasia e delicadeza, a animação de 1994 é uma denúncia contundente da destruição ambiental promovida pelos seres humanos. Poucas animações conseguem equilibrar tanto lirismo e crítica social sem soar panfletárias, e essa é a maior força deste filme que, mesmo quase três décadas depois do lançamento, segue atual e incômodo.
A história acompanha uma comunidade de guaxinins que vê seu território ser engolido pela expansão imobiliária e pela urbanização desenfreada. Confrontados com a perda de suas florestas, eles decidem se rebelar contra os humanos. Para isso, recorrem a poderes mágicos de transformação - ora assumindo formas humanas, ora criando ilusões capazes de assustar os invasores. O conflito, que poderia soar apenas como uma parábola infantil, é tratado com densidade e ambição narrativa, resultando em uma fábula com contornos épicos, mas também documentais.
A construção da narrativa é um dos pontos altos. Entre momentos de ação e fantasia, o filme intercala narrações explicativas, quase jornalísticas, que descrevem o avanço da urbanização e os impactos ambientais da exploração desmedida. Essa mistura de encantamento e realidade dá ao longa uma força singular: não é apenas uma história para entreter, mas um registro artístico e crítico sobre uma era em que a natureza foi (e ainda é) colocada em segundo plano. Nesse aspecto, "Pom Poko" lembra o minidocumentário brasileiro "Ilha das Flores" (1989), de Jorge Furtado, que também costura humor, ironia e denúncia para escancarar verdades desconfortáveis.
Apesar do tom político, há espaço para ternura e sensibilidade. Os guaxinins não são apenas guerreiros improváveis, mas também figuras cheias de amor, medos e contradições. O respeito ao feminino, presente em personagens que equilibram força e delicadeza, confere profundidade emocional ao enredo. E a própria cultura japonesa, que sempre enxergou os animais como espíritos e guardiões, serve de base para a mitologia que sustenta a trama.
É impressionante como Takahata consegue conduzir a narrativa em diferentes registros: da comédia escrachada ao lirismo contemplativo, passando pelo tom quase didático sem jamais perder a essência. O resultado é uma obra que, em vez de envelhecer, ganhou camadas de urgência. Quando vemos os guaxinins lutando contra o desaparecimento de uma floresta, é impossível não pensar nas questões ambientais que ameaçam o planeta hoje - desmatamento, mudanças climáticas, perda de biodiversidade.
"Pom Poko" é daqueles filmes que ultrapassam a categoria de “animação” para se tornarem documentos culturais. Ele mostra que a fantasia pode ser a ferramenta mais eficaz para revelar a realidade, que os bichos podem ser espelhos da humanidade, e que a luta pela preservação do meio ambiente não é apenas um tema da década de 1990, mas um chamado contínuo. Em última instância, o filme lembra que todos estão conectados à natureza e que ignorar isso é cavar nossa própria ruína. "Pom Poko" é para rir, emocionar-se e, sobretudo, refletir. Uma obra a ser estudada, revisitada e, quem sabe, levada como alerta para as gerações que ainda virão.
Na live session filmada em plano sequência, o disco se revela sem cortes, como quem encara o risco de ser visto sem máscara. Nesse cenário, ZéVitor reconstrói, arqueólogo e inventor, as peças de um quebra-cabeça cultural que atravessa séculos e territórios. Entre colaborações que vão da voz do pai, o ator e músico Jackson Antunes, à artista galega Antía Muíño, o músico afirma um lugar raro: o de quem não se contenta com a repetição do que já foi ouvido. Nesta entrevista exclusiva ao portal Resenhando.com, ele fala sobre ritos de passagem, tradições que respiram, rebeldias estéticas e tormentas criativas que ainda pedem para virar música.