sexta-feira, 11 de julho de 2025

.: Fernanda Baronne, a dubladora que fala grosso com dinossauros e divas

Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Há quem diga que dublagem é uma arte invisível. Mas quando a voz de Fernanda Baronne entra em cena - seja na pele da Viúva Negra, da Lucy alucinada ou da Zora de "Jurassic World: Recomeço" -, o que era invisível vira inconfundível. Com mais de três décadas de microfone e emoção, ela já emprestou as cordas vocais a Scarlett Johansson tantas vezes que, se a atriz americana acordasse falando português fluente, ninguém estranharia. Fernanda dubla com a precisão de quem sabe quando respirar no lugar do outro - e com a ousadia de quem sabe, também, quando não respirar.

Do dramalhão mexicano à ficção científica que treme a tela, Baronne nunca se escondeu atrás da técnica. Pelo contrário: tornou-se referência por habitar cada timbre como se fosse uma extensão de sua própria alma - mesmo quando a alma alheia é digital, barulhenta ou reptiliana. Nesta entrevista exclusiva ao Resenhando.com, Fernanda Baronne fala sobre limites, desejos, vícios sonoros e dinossauros com crises de identidade. O resultado é um passeio irreverente pelos bastidores da voz - onde o talento sempre fala mais alto.


Resenhando.com - Se a Scarlett Johansson resolvesse aprender português só para dublar a si mesma, você toparia ser a coach dela - ou preferiria evitar o risco de perder o posto?
Fernanda Baronne - 
Claro que eu toparia! Seria a minha chance de conhecer ela!!


Resenhando.com - Você dubla a Scarlett há anos. Já sonhou com ela? Já brigou com ela mentalmente por alguma fala impossível de dublar?
Fernanda Baronne - 
Nunca sonhei com ela não. No filme “Como Vender a Lua” ela me deu um trabalhinho. A personagem falava rápido demais, mas nunca briguei com ela mentalmente, não. Eu gosto de desafios!


Resenhando.com - É possível desenvolver uma espécie de carinho com as artistas que você empresta a voz? Com quem dessas artistas você mais se indentifica? Ou você impõe algum distanciamento?
Fernanda Baronne - 
É super possível! Nossa, eu tenho carinho por várias atrizes. A própria Scarlett, Jennifer Garner, Charlize Theron, Eva Green, Katherin Winnick, Carey Mulligan… Mas acho que as mais “próximas” são a Scarlett (principalmente por causa dos 10 anos de Vingadores), e a Jennifer Garner que eu dublo desde a série "Alias" e sempre me identifiquei muito com ela!


Resenhando.com - No universo de "Jurassic Park", qual dinossauro você seria?
Fernanda Baronne - 
Eu seria um dinossauro herbívoro porque tenho pavor de violência!


Resenhando.com - Alguma vez você já pensou: “essa atriz não me representa, mas vou ter que emprestar a minha voz mesmo assim”? Como lida com esse ruído entre ética e estética?
Fernanda Baronne - 
Eu acho que quando uma atriz está fazendo um personagem, ela está a serviço do personagem. Eu não estou simplesmente dublando aquela atriz especifica, estou dublando aquela personagem especifica. Então, esse tipo de coisa nunca chegou a me incomodar. Claro que se me chamassem pra dublar um vídeo de fake news ou ofensivo a alguém, eu me recusaria, mas, felizmente, isso nunca aconteceu.


Resenhando.com - Dublar envolve ceder a própria respiração a outra pessoa. Qual foi o momento em que você percebeu que isso virou, para você, uma forma de arte - e não apenas técnica?
Fernanda Baronne - 
Linda definição sobre a arte! Quando eu dou aula ou estou orientando alguém que está iniciando, eu sempre falo da respiração. Não basta falar na hora em que a pessoa falou e no mesmo ritmo; tem que respirar junto. Não basta respirar junto, tem que reproduzir as expressões. Por exemplo, quando a gente está falando e levanta uma sobrancelha no meio da frase, a nossa inflexão de voz muda. Quando a gente está falando e pega alguma coisa no chão, o nosso jeito de falar, muda. São muitos detalhes que podem parecer pequenos, mas que tornam a dublagem uma arte profunda e sútil. Eu dublo desde pequena, mas acho que comecei a sentir que a dublagem realmente passou a ser uma forma de arte, foi depois que fiz minha formação em teatro. Naquele momento, eu entendi que a dublagem era apenas mais uma ferramenta para o ator expressar a sua arte, assim como o palco, o vídeo, o rádio, e tantos outros veículos…


Resenhando.com - Você começou na dublagem quando “Carrossel” ainda era novidade e o Google nem existia. Hoje, com IA clonando vozes e rostos, o que ainda é irreplicável no trabalho de um dublador de verdade?
Fernanda Baronne - 
Você disse bem: a “IA clona”. Ela apenas replica, ela não cria. E o que ela “cria” foi alimentado por uma imensidão de dados de trabalhos artísticos protegidos por direitos autorais cujos criadores não receberam qualquer remuneração por isso. Aliás, sequer autorizaram o uso. Mesmo que um dia aprimorem a IA e ela possa soar como alguém de verdade, tem uma coisa que ela jamais vai ter: alma. Um bom trabalho de dublagem traz a alma do dublador nele. A minha maneira de dizer uma frase quando estou dublando alguma personagem feita pela Scarlett, por exemplo, vem não só de todas as experiências artísticas que eu tive até hoje como também de tudo que eu vivi até hoje. Todas as experiências, profissionais e pessoais, moldam o artista; ele é inevitavelmente a soma de todas elas. O que a IA produz é um “Frankenstein”, uma colcha de retalhos sem alma. Uma das formas de nos reconhecermos humanos é através da arte. Como vamos nos reconhecer através de   algo que foi produzido sem alma? Se um dia a IA realmente dominar a produção artística, será que não nos tornaremos meros reflexos das máquinas? Sem profundidade e sem alma? Acho que é algo sobre o qual precisamos começar a refletir bem seriamente.


Resenhando.com - Qual personagem você dublaria de novo, mas só depois de um bom vinho, um suspiro fundo e terapia?
Fernanda Baronne - 
Posso escolher dois? Jackie, de Hilary e Jackie, interpretada magistralmente pela magnífica Emily Watson, e a Marylin Monroe da Anna de Armas em Blonde.


Resenhando.com - Se sua voz fosse congelada em âmbar, como no DNA dos dinossauros de Jurassic World, o que você gostaria que as futuras gerações ouvissem dela?
Fernanda Baronne - 
Eu adoraria que elas ouvissem minha voz dizer coisas como: “Não há mais guerras no mundo”, ou “O ser humano aprendeu a respeitar a natureza”, ou “Não há mais fome no mundo e todo mundo tem onde morar.”


Resenhando.com - Você dubla mulheres fortes, perigosas, engraçadas, misteriosas. Já teve que inventar emoções que a atriz original não entregou? Como lidar com o papel de "melhorar" a atuação alheia?
Fernanda Baronne - 
Eventualmente, nós fazemos trabalhos que não parecem estar muito bem realizados. Eu digo “parecem” porque por se tratarem de trabalhos em língua estrangeira, sempre pode ser uma falta de compreensão cultural nossa do que é a interpretação naquela cultura. Mas, sim, isso já aconteceu. Na dublagem, por termos a imagem junto, não dá pra fugir totalmente do que a atriz está expressando fisicamente. Eu sempre dou o exemplo da interpretação clássica em novelas mexicanas que, para a nossa cultura, é bem exagerada. Não dá pra fugir totalmente daquilo, senão fica falso, mas claro que dá pra melhorar, pra aproximar mais da gente. Esse “inventar emoções” nada mais é do que o trabalho de interpretação do ator. Num caso desses, é como se você estivesse pintando sobre uma tela semi pronta, mas na qual você enxerga várias possibilidades de mudança: um sombreado, um tom, um efeito de luz… Você segue o que foi começado, mas dá o seu toque a partir do momento em que pega o pincel. E, às vezes, não tem a ver mesmo com um trabalho de má qualidade, mas com um jeito de interpretar ou de falar totalmente oposto ao que temos aqui. Os K Dramas, por exemplo, que fazem muito sucesso no Brasil. A língua coreana é muito diferente da nossa, o jeito deles de falar, os fonemas, a musicalidade… mas a essência, a alma, o bom trabalho, estão lá. Cabe aos dubladores traduzir aquilo para algo que se assemelhe mais ao nosso “jeito” de viver as coisas. É isso que eu chamo de “versão brasileira”.


Resenhando.com - Em um mundo ideal, que atriz do cinema internacional você ainda não dublou - mas gostaria de dar voz como se estivesse pegando carona em sua alma?
Fernanda Baronne - 
Hipoteticamente falando, claro, porque a atriz que eu vou citar já é dublada por uma colegas super talentosa que é a Adriana Torres, eu adoraria dublar a Claire Danes. Acho ela incrível!

Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Programação do Cineflix Santos
“Jurassic World: Recomeço” | "Jurassic World: Rebirth" | Sala 3 | Ação e aventura
Classificação:
 14 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: Gareth Edwards. Elenco: Scarlett Johansson, Jonathan Bailey, Mahershala Ali e outros. Duração: 2h14. Cenas pós-créditos: não. Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

Dublado
11/7/2025 - Sexta-feira: 15h15
12/7/2025 - Sábado: 15h15
13/7/2025 - Domingo: 15h15
14/7/2025 - Segunda-feira: 15h15
15/7/2025 - Terça-feira: 15h15
16/7/2025 - Quarta-feira: 15h15

Legendado
11/7/2025 - Sexta-feira: 18h00 e 20h45
12/7/2025 - Sábado: 18h00 e 20h45
13/7/2025 - Domingo: 18h00 e 20h45
14/7/2025 - Segunda-feira: 18h00 e 20h45
15/7/2025 - Terça-feira: 18h00 e 20h45
16/7/2025 - Quarta-feira: 18h00 e 20h45

.: Crítica musical: Wanda Sá, 80 anos em plena bossa nova


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação

Wanda Sá é daqueles casos raros de amor a primeira vista. Amor esse dividido com aquele estilo musical que nasceu no Rio de Janeiro e conquistou o mundo de ponta a ponta: a bossa nova. É impossível separar Wanda Sá desse requintado estilo musical e isso é fato.

Agora que está completando 80 anos, ela decidiu comemorar em grande estilo. Um disco com oito composições inéditas, oferecidas por nomes bem conhecidos do público: Carlos Lyra, João Donato, Roberto Menescal, Cristóvão Bastos, Abel Silva, entre outros, incluindo ainda os filhos Bebel Lobo e Bernardo Lobo. Jards Macalé participa na canção "A Voz de Sal", composta por ele em parceria com Romulo Fróes.

Apesar de ser uma intérprete, Wanda Sá também se aventura na composição, ao trazer uma valsa delicada feita em parceria com o filho Bernardo Lobo, bem no espírito da bossa nova. E a amiga Joyce Moreno divide gentilmente os vocais da faixa "Se Solta Coração", outro momento sublime desse disco.

Wanda Sá conseguiu reunir o veterano Marcos Valle com Nando Reis na canção "Só Desalento". Outra parceria inédita. E faz uma delicada releitura de "There Will Never Be Another You", do repertório de Chet Baker, um dos músicos que influenciaram os pioneiros da bossa nova.

Mas para mim a faixa que definiu de vez o conceito do álbum foi “Não Pergunte Demais”, parceria de Roberto Menescal e Abel Silva, com arranjo do mestre Antonio Adolfo, que abre o disco. Wanda Sá está simplesmente magistral nessa faixa com tom saudosista típico dos anos 60.

Wanda Sá contou que está esperando o disco sair em vinil, o que ocorrerá em agosto, quando ela começa a colocar o pé na estrada para divulgar o novo trabalho. E que não demore muito, pois quem curte música de qualidade merece ouvir esse seu novo trabalho.

"Não Pergunte Demais"

"Só Desalento"

"Se Solta Coração"

.: Machado de Assis encontra Bram Stoker em romance de Edson Aran


"Quincas Borba e o Nosferatu"
, o novo romance de Edson Aran, é uma ode ao universo machadiano e à literatura gótica. Aran mistura com fluidez e humor personagens destes dois mundos que, embora pareçam distantes, são contemporâneos. Um exercício que o autor havia iniciado em "Histórias Jamais Contadas da Literatura Brasileira", indicado ao Prêmio Jabuti, mas que agora alcança um patamar ainda mais alto, com uma evidente maturidade literária e consistência narrativa.

Lançado pela editora Faria e Silva, do Grupo Editorial Alta Books, o livro tem uma história que leva o leitor ao Rio de Janeiro do Brasil Império e nos coloca diante de um encontro surpreendente entre os personagens machadianos e o demoníaco conde Drácula que se oculta no Paço Imperial. A crônica social de Machado se mistura com naturalidade ao terror epistolar de Bram Stoker. O leitor se diverte com as divertidas incursões de Brás Cubas pelas ruas do então elegante centro do Rio e nos aterrorizamos com as visitas de Drácula à frágil e impulsiva Capitu.

Inteligente, divertido e assustador, "Quincas Borba e o Nosferatu" reflete um longo trabalho de pesquisa de Edson Aran e evidencia sua paixão pela literatura, pelos romances clássicos e, acima de tudo, pela arte de escrever. Compre o livro "Quincas Borba e o Nosferatu" neste link.


Sobre o autor
Edson Aran
é autor de 13 livros de ficção e não-ficção. Entre eles, estão o best-seller "Conspirações" - tudo o que não querem que você saiba, a sátira cyberpunk "Delacroix Escapa das Chamas" e "Histórias Jamais Contadas da Literatura Brasileira", indicado ao Prêmio Jabuti na categoria Crônicas. Aran também atua como jornalista e comandou as principais revistas masculinas do país, incluindo Playboy e VIP. Desde 2013, se dedica aos roteiros de cinema e TV. Compre o livro "Quincas Borba e o Nosferatu" neste link.

.: Entre o luxo e o desejo, "Emmanuelle" volta com sofisticação e controvérsia


A personagem que revolucionou o erotismo nos cinemas retorna às telas brasileiras repaginada em "Emmanuelle", nova produção francesa dirigida por Audrey Diwan, vencedora do Leão de Ouro por L'Événement. A estreia do longa nos cinemas brasileiros será nesta quinta-feira, dia 10 de julho, com distribuição da Imovision. É um reboot ousado e moderno da franquia que começou nos anos 1970, agora protagonizado por Noémie Merlant ("Retrato de uma Jovem em Chamas"), ao lado de Naomi Watts e Will Sharpe.

O filme teve sua estreia mundial no prestigiado Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em setembro de 2024, e depois uma passagem discreta por salas francesas. Baseado no romance de Emmanuelle Arsan, publicado em 1967, esta nova encarnação de "Emmanuelle" busca reinterpretar a jornada de descoberta sexual da protagonista a partir de uma perspectiva feminina mais contemporânea.

A direção sensível e provocadora de Diwan, em parceria com o roteiro coescrito com Rebecca Zlotowski, aposta menos na exploração e mais na subjetividade dos desejos, em uma abordagem elogiada por parte da crítica como "mais cerebral do que carnal". A trama acompanha Emmanuelle, uma executiva de uma rede de hotéis de luxo, enviada a Hong Kong para avaliar a performance de um hotel da rede e encontrar razões para dispensar a gerente local, Margot (Naomi Watts). 

Mas a viagem, inicialmente profissional, é transformada em uma busca pessoal por prazer, liberdade e reconexão com o próprio corpo. Entre experiências sensoriais em ambientes luxuosos e encontros intensos com diferentes personagens - incluindo o enigmático Kei (Will Sharpe) - Emmanuelle atravessa uma jornada de erotismo, autoconhecimento e frustração emocional. Um detalhe curioso: parte das filmagens ocorreu nas Chungking Mansions, locação famosa do filme "Amores Expressos" (1994), de Wong Kar-wai, cineasta cultuado por Audrey Diwan.

O elenco também conta com Jamie Campbell Bower (Stranger Things), Chacha Huang, Anthony Wong e Carole Franck. A produção passou por Paris e Hong Kong, e incorporou elementos visuais sofisticados e referências ao cinema asiático contemporâneo. Inicialmente, Léa Seydoux havia sido escalada para o papel principal, mas foi substituída por Merlant em 2023.

Embora o filme tenha chamado atenção por sua proposta de renovar uma franquia famosa pela ousadia, a recepção crítica internacional foi polarizada. No site Rotten Tomatoes, Emmanuelle de 2024 acumula apenas 17% de aprovação entre os críticos - uma média decepcionante de 4,8/10 - com parte da imprensa considerando a produção "uma odisseia erótica sem brilho", apesar da excelência técnica e da densidade temática prometida. Ainda assim, a estética refinada e a tentativa de romper com o erotismo masculino tradicional tornam o filme um experimento cinematográfico relevante, sobretudo em tempos de debate sobre representação e sexualidade no audiovisual.

Para o público brasileiro, acostumado a associar "Emmanuelle" aos filmes exibidos no "Cine Privê" da TV Bandeirantes nos anos 1990, a nova versão deve surpreender: trata-se de um drama erótico elegante, que pretende ser feminista e reflexivo, ainda que sem abandonar o apelo sensual. A classificação indicativa é, naturalmente, para maiores de 18 anos. O filme promete reabrir o debate sobre o erotismo no cinema contemporâneo: pode uma mulher se redescobrir em meio ao luxo, ao desejo e à culpa? Audrey Diwan, ao que tudo indica, quer provocar mais do que seduzir.


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Programação do Cineflix Santos
“Emmanuelle” | Sala 4
Classificação:
 18 anos. Ano de produção: 2024. Idiomas originais: inglês e francês. Direção: Audrey Diwan. Roteiro: Audrey Diwan e Rebecca Zlotowski. Elenco: Noémie Merlant,Will Sharpe, Jamie Campbell Bower, Naomi Watts, Chacha Huang e outros. Duração: 1h45. Cenas pós-créditos: não. Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

Legendado
11/7/2025 - Sexta-feira: 20h50
12/7/2025 - Sábado: 20h50
13/7/2025 - Domingo: 20h50
14/7/2025 - Segunda-feira: 20h50
15/7/2025 - Terça-feira: 20h50
16/7/2025 - Quarta-feira: 20h50

.: Evento de leitura revela psicologia oculta nas obras de Machado de Assis


Adelmo Marcos Rossi propõe análise inédita sobre estrutura psicológica dos textos do maior escritor do Brasil. Foto: divulgação


O autor Adelmo Marcos Rossi começa, no dia 26 de julho, uma leitura coletiva e comentada do seu livro "O Imortal Machado de Assis - Autor de Si Mesmo", conduzida ao vivo pelo Google Meet, sempre aos sábados, das 19h às 21h. A proposta é analisar, parágrafo por parágrafo, como a obra revela uma psicologia conceitual presente em Machado de Assis - antecipando até mesmo descobertas que seriam atribuídas, décadas depois, a Freud. 

Durante os encontros, o pesquisador abordará temas como o medo da castração, o riso enquanto defesa, o trágico imprevisível da vida (caiporismo), entre outros conceitos psicológicos. A leitura revela como o Bruxo do Cosme Velho se apoiava em estruturas simbólicas profundas da cultura humana, promovendo uma investigação literária que transcende o tempo e o gênero. Compre o livro "O Imortal Machado de Assis - Autor de Si Mesmo" neste link. 


Sobre o autor
Engenheiro civil (UFES, 1980), mestre em Ciência de Sistemas (Tóquio, 1990), psicólogo (UFES, 2010), mestre em Filosofia (UFES, 2015) e microempresário, Adelmo Marcos Rossi dedica quase 15 anos aos estudos sobre psicanálise. Fundador do Grupo de Pesquisa do Narcisismo, também é autor do livro “A Cruel Filosofia do Narcisismo - Uma Interpretação do Sonho de Freud” (2021). Após um longo período de pesquisa acerca das relações entre as obras machadiana e freudiana, publicou "O Imortal Machado de Assis - Autor de Si Mesmo". Compre o livro "O Imortal Machado de Assis - Autor de Si Mesmo" neste link.

Serviço
Leitura comentada do livro "O Imortal Machado de Assis - Autor de Si Mesmo"

A partir de 26 de julho de 2025, aos sábados, das 19h00 às 21h00
Plataforma Google Meet
Duração: semanal, até a conclusão do livro
Inscrições e informações: Juliana Santa Clara Moreira – (27) 99767-6328

quinta-feira, 10 de julho de 2025

.: Crítica: musical “Wicked” desafia a gravidade e as expectativas


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação/Jairo Goldflus

Existe um momento em que o teatro deixa de ser teatro e passa a ser transcendência, em que a arte deixa de apenas entreter e começa a transformar. “Wicked - A História Não Contada das Bruxas de Oz”, em cartaz no Teatro Renault, é exatamente isso: um salto entre o bom e o inesquecível. E se a palavra “clássico” já pairava sobre essa história nascida nos palcos da Broadway, o que se vê na terceira montagem brasileira é o nascimento de um novo patamar para o teatro musical no país.

Myra Ruiz não interpreta Elphaba - ela É Elphaba. E isso não é apenas um elogio, é um aviso. Prepare-se para testemunhar uma entrega artística de tirar o fôlego, que combina técnica vocal absurda, presença cênica hipnótica e uma força emocional que faz tremer a poltrona. Ver Myra “voar” - literalmente e metaforicamente - enquanto canta “Desafiando a Gravidade” é uma experiência de se guardar talismã verde-esmeralda. Em uma era de performances cada vez mais plastificadas, ela entrega verdade.

Bel Barros, como Glinda, na apresentação que substituiu Fabi Bang, encontra o tom exato entre o carisma solar e a frivolidade encantadora da bruxa boa. A química com Myra é mais do que uma parceria: é a prova de que antagonismos podem gerar beleza. Já Luisa Bresser, como Nessarose, mostra um domínio emocional raro para tanta juventude. A transição da atriz, de doce para amarga, é digna de nota - e, se o futuro da dramaturgia musical brasileira precisa de representantes, ela certamente já está convocada.

Hipólyto, como Fiyero, encontra mais um papel que o desafia e o valoriza. O Fiyero interpretado por ele tem charme, mas também tem camadas - algo raro nesse tipo de papel. E Cleto Baccic, como sempre, é a cereja do bolo: o Mágico de Oz dele destila cinismo com vulnerabilidade, lembrando a todos os espectadores que até o poder pode ser patético. Há algo que diferencia esta montagem das anteriores: ela ouve o tempo. 

Sob a direção de Ronny Dutra e com novos figurinos, efeitos visuais e sistemas de voo que parecem saídos de uma ficção científica glamurosa, o espetáculo conecta-se às angústias e urgências do presente. A mensagem de resistência, identidade e amizade feminina não poderia ser mais atual. “Wicked” não é apenas um musical: é uma alegoria queer, um manifesto feminista, uma crítica às narrativas oficiais. Tudo isso embalado em luz verde e rosa, plumas, vassouras e canções que colam na alma.

Além disso, o projeto extrapola os limites do palco. O leilão de figurinos em prol do GIV, as ações durante o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ e a participação ativa do elenco em iniciativas sociais mostram que esta produção entende o que significa “teatro vivo”. Se o teatro é um espelho, “Wicked” é aquele espelho mágico que nos mostra não só quem somos, mas quem podemos ser.

E que prazer vê-lo em cartaz justamente agora, quando a cultura brasileira parece, mais do que nunca, precisar de esperança, de empatia e de um pouco de feitiçaria também. Não é novidade que "Wicked" sempre será o melhor espetáculo do ano em todas as vezes em que estiver em cartaz. Mas, sem qualquer exagero, também é o melhor espetáculo que você terá a honra de assistir em toda a sua vida.


Serviço
"Wicked - A História Não Contada das Bruxas de Oz"
Quartas, quintas e sextas-feiras, às 20h00. Sábados e domingos, às 15h00 e às 19h30.
Teatro Renault - Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - República/São Paulo.
Bilheteria oficial no Teatro Renault (sem taxa de conveniência): de terça a domingo, das 12h00 às 20h00 (exceto feriados). Site e app Ticket For Fun: ticketsforfun.com.br.
Temporada estendida até 10 de agosto de 2025.

.: Com Rihanna azul, "Os Smurfs" cantam alto em nova aventura musical


"Smurfs", o novo longa-metragem musical em animação e live-action da Paramount Animation, foi antecipada para esta quinta-feira, dia 10 de julho. Dirigido por Chris Miller (conhecido por "Shrek 3" e "Gato de Botas"), com co-direção de Matt Landon, o filme busca resgatar a essência das histórias originais criadas por Peyo. 

O elenco brasileiro de dublagem tem no elenco Bruno Gagliasso, como Gargamel e o Razamel, além de Jeniffer Nascimento, Diego Martins e Tatá Estaniecki. A trama acompanha Smurfette, que lidera uma missão no mundo real para resgatar o Papai Smurf, sequestrado pelos bruxos Gargamel e Razamel. Ao longo da aventura, os Smurfs formam alianças com novos aliados e descobrem o que realmente importa. 

Na versão americana, o filme contará com a cantora Rihanna como Smurfette, que assume as músicas originais e é produtora musical do filme, e John Goodman, como Papai Smurf. James Corden dubla um novo personagem chamado "Sem Nome". Esse personagem aparece na primeira imagem do filme ao lado de Papai Smurf e Smurfette, e terá um papel importante na trama. 

Com forte apelo nostálgico, mas também voltado para uma nova geração, o novo "Smurfs" busca equilibrar o humor ingênuo dos personagens clássicos com a sofisticação da música pop contemporânea. É uma aventura musical que, mesmo cercada de críticas sobre sua profundidade narrativa, promete encantar crianças e fãs da franquia - com a vantagem extra de oferecer a rara chance de ver (e ouvir) uma Rihanna "azulada". No Brasil, o filme será exibido com sessões diárias em salas como a do Cineflix Santos, sempre às 15h00, entre os dias 10 a 16 de julho. Há uma cena pós-créditos. 


Bastidores e curiosidades
Rihanna já conhecia bem o universo dos Smurfs desde a infância, o que a tornou uma escolha natural para Smurfette, segundo a produção. James Corden, no elenco como o personagem Sem Nome, contou que tentou por oito anos incluir Rihanna no Carpool Karaoke, e finalmente pôde cantar com ela – mesmo que em forma de personagem animado no filme. O compositor Henry Jackman (de "Puss in Boots") assina a trilha sonora musical do filme. 

O filme fez pré-estreia mundial em Bruxelas em 28 de junho de 2025, mesclando fantasia com cenas em live-action - e foi seguido por um curta de "Bob Esponja, Order Up", nos cinemas  A recepção inicial foi mista. O site Rotten Tomatoes destacou que a proposta talvez soe confusa para diferentes públicos. Além disso, críticas apontam que a história é básica, com pouco foco na música, e questionam o apelo geral. Por outro lado, a animação e a musicalidade - especialmente de Rihanna - receberam elogios.


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Programação do Cineflix Santos
“Smurfs” | Sala 2 | Animação
Classificação:
 livre. Ano de produção: 2025. Idioma original: inglês. Direção: Chris Miller. Co-direção: Matt Landon. Roteiro: Pam Brady. Elenco: Rihanna, James Corden, John Goodman e outros. Duração: 1h32. Cenas pós-créditos: sim. Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.


Dublado
10/7/2025 - Quinta-feira: 15h00
11/7/2025 - Sexta-feira: 15h00
12/7/2025 - Sábado: 15h00
13/7/2025 - Domingo: 15h00
14/7/2025 - Segunda-feira: 15h00
15/7/2025 - Terça-feira: 15h00
16/7/2025 - Quarta-feira: 15h00

quarta-feira, 9 de julho de 2025

.: Crítica: "Megan 2.0" é sequência fraca que não supera "Acompanhante Perfeita"

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em julho de 2025


A verdade é que "M3gan", o longa de terror com ficção científica com um toque de zoeira, surpreendeu positivamente a todos em janeiro de 2023 a ponto de anunciar uma sequência. Com data marcada para a estreia nos cinemas em 2025, antes, "M3gan 2.0" lançou trailers geradores de total empolgação para o público que foi fisgado dois anos antes. Contudo, o segundo filme não consegue realizar nem a metade da metade prometido ao som de "Toxic" na voz de Britney Spears.

Até mesmo a bonequinha cibernética assassina, dirigida mais uma vez por Gerard Johnstone, surge na trama perdida. Desta vez, a dançarina que faz jorrar sangue, canta e está mais comedida. Um dos pontos mais negativos e que acontece logo no início da produção, é o fato de demorar horrores para ela aparecer em cena. Seja por primeiramente ter perdido sua estrutura original ou por ser colocada num "corpo" provisório que pouco permite. "M3gan 2.0" parece que deseja ser levado a sério e erra feio, embora lance algumas piadinhas.

Assim, Megan fica sem propósito, tanto quanto o filme todo em suas 2 horas de duração. A boneca assassina dançante chega a perder o protagonismo para a novata Amelia (Ivanna Sakhno), num corpo de mulher, a máquina de matar adulta é focada, uma vez que foi criada a partir da base de dados de Megan com maior aprimoramento. Para acabar com a nova ameaça, Megan precisa retornar e Gemma (Allison Williams) o faz -para a alegria de Cady (Violet Mcgraw, A Maldição da Residência Hill").

Enquanto o filme vai passando, por vezes, quem curtiu o primeiro, fatalmente, irá se perguntar a respeito da necessidade desse retorno. E a resposta é que não, a bonequinha nem mesmo deveria ter voltado, não assim de modo aleatório e com um enredo totalmente fraco. Infelizmente, "M3gan 2.0" não acontece. É chato, sem sentido e descartável, ainda que valha a pena por trazer uma Megan crescida. Por outro lado, fica como um autêntico "M3gan 2.0" o longa "Acompanhante Perfeita", embora seja para maiores.


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Megan 2.0" (Megan 2.0"). Ingressos on-line neste linkGênero: terror, ficção científicaClassificação: 14 anos. Duração: 2h04. Direção: Gerard Johnstone. Roteiro: Gerard Johnstone, Akela CooperElenco: Ivanna Sakhno, Allison Williams, Violet McgrawSinopse: Dois anos após M3GAN sair do controle, sua criadora, Gemma, tornou-se defensora da regulamentação da I.A. Confira os horários: neste link

Trailer "Megan 2.0"



Leia + 

: Crítica: "M3gan" é terror que julga a dependência da tecnologia

.: "M3GAN 2.0", aguardada sequência do thriller, chega aos cinemas

.: Crítica: "Acompanhante Perfeita" é a objetificação da mulher em suspense 10

.: "Superman": herói menos mártir e mais humano chuta sombras da DCU


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com.

O melhor filme do "Superman" de todos os tempos não tem vergonha de ser solar - e isso é revolucionário. Em tempos em que super-heróis se tornaram mártires sisudos ou memes ambulantes, o filme estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 10 de julho, após anos em que o personagem foi soterrado por versões sombrias e soturnas. O filme devolve ao kryptoniano a leveza, a compaixão e a fé na bondade humana. E faz isso sem soar ingênuo - pelo contrário: este é, talvez, o "Superman" mais consciente, político e espirituoso já feito.

O novo longa-metragem de James Gunn não só resgata o idealismo que sempre foi a essência do herói, mas faz isso com ironia, consciência geopolítica e uma química tão explosiva entre os protagonistas que faz qualquer outro casal Clark/Lois parecer encenação de formatura. David Corenswet encarna um Superman que não é aquele escoteiro de moral imaculada, mas um herói humano demais: arrogante em certos momentos, cego em outros, e brilhantemente perdido entre salvar o mundo e pagar o aluguel. 

E a mágica acontece quando entra em cena a Lois Lane de Rachel Brosnahan - espirituosa, sagaz, com faro jornalístico afiado e, finalmente, com olhos que não se enganam diante de um par de óculos. Esqueça a Lois enganada por um disfarce ridículo. Aqui, ela sabe. E isso muda tudo. James Gunn, recém-egresso da Marvel e dos irreverentes personagens de "Guardiões da Galáxia", aplica no filme a mesma alquimia: ação com afeto, humor com consciência e personagens que se contradizem, erram e brilham. "Superman" tem cenas épicas, mas são os detalhes que encantam.

Nicholas Hoult oferece um Lex Luthor de digestão lenta: não é o vilão megalomaníaco instantâneo que o público está habituado a ver, mas uma ameaça que fermenta, cínica e atual, como os verdadeiros tiranos dos tempos de hoje. Gunn não se furta a críticas diretas - há sátiras impiedosas às redes sociais, à cultura da performance e aos ditadores de sempre. Há humor inteligente, que não teme rir da própria mitologia. 

É como se o Superman tivesse bebido do espírito anárquico dos Guardiões da Galáxia, mas com luz solar ao invés de sarcasmo sombrio dos filmes da DC Comics. Há até algo do lirismo dos primeiros "Homem-Aranha", de Sam Raimi, na forma como Gunn filma entre a leveza do voo e a melancolia do dever. O elenco de apoio é um trunfo à parte. Skyler Gisondo é um Jimmy Olsen deliciosamente fora do eixo, enquanto Sara Sampaio surpreende como uma Eve Teschmacher magnética, charmosa e tão tridimensional que merecia um spin-off

Mas quem de fato sequestra o coração da plateia é Krypto, o cachorro da Supergirl. Brilhando em todas as cenas, ele é o elo afetivo entre a insanidade dos poderes e a necessidade de carinho. Falando em Supergirl, Milly Alcock surge como uma força da natureza: imperfeita, irreverente e caótica. Em pouco tempo de tela, ela convence o público de que o futuro da DC pode ser mais feminino, imprevisível e complexo. 

O filme ainda introduz, com timing cômico preciso, heróis como Senhor Incrível (Edi Gathegi) e Lanterna Verde (Guy Gardner) . Eles aliviam a tensão sem parecerem alívio cômico: são presenças integradas, vivas, parte da engrenagem de um universo que parece, pela primeira vez em anos, realmente conectado.

A crítica social está por toda parte: das sátiras mordazes aos ditadores até a zombaria elegante da idiotização causada pelas redes sociais. "Superman" fala de guerras, poder, ego e influência - tudo isso com a leveza de quem não precisa gritar para ser ouvido. O longa sabe onde pisa, e cada fala tem uma espinha crítica sutil, porém contundente. E, sim, há duas cenas pós-créditos. No final, "Superman" não devolve ao público apenas o personagem, mas um sentimento quase extinto nos tempos atuais: a esperança. E isso, vindo de Hollywood, é quase um superpoder.


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Programação do Cineflix Santos
“Superman” | Sala 4
Classificação:
 PG13. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: James Gunn. Elenco: David Corenswet, Rachel Brosnahan, Nicholas Hoult e outros. Duração: 2h09. Cenas pós-créditos: sim. Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.


Dublado
9/7/2025 - Quarta-feira: 15h40
10/7/2025 - Quinta-feira: 15h40
11/7/2025 - Sexta-feira: 15h40
12/7/2025 - Sábado: 15h40
13/7/2025 - Domingo: 15h40
14/7/2025 - Segunda-feira: 15h40
15/7/2025 - Terça-feira: 15h40
16/7/2025 - Quarta-feira: 15h40


Legendado
9/7/2025 - Quarta-feira: 18h20 e 21h00
10/7/2025 - Quinta-feira: 18h20 e 21h00
11/7/2025 - Sexta-feira: 18h20 e 21h00
12/7/2025 - Sábado: 18h20 e 21h00
13/7/2025 - Domingo: 18h20 e 21h00
14/7/2025 - Segunda-feira: 18h20 e 21h00
15/7/2025 - Terça-feira: 18h20 e 21h00
16/7/2025 - Quarta-feira: 18h20 e 21h00


.: Entrevista: Bruno Baroni transforma caos hospitalar em comédia de plantão


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Abílio Gil

Ele já salvou vidas com estetoscópio na mão e agora arranca gargalhadas com um jaleco e uma peruca loira. Bruno Baroni, médico formado em 2020 em plena pandemia, decidiu que o hospital também podia ser palco - e viralizou ao transformar o cotidiano tenso das emergências em esquetes que dialogam com milhões de seguidores. Agora, ele leva esse universo para os palcos com a comédia teatral “Eu Também Sou Médico”, que mistura stand-up, personagens hilários e caos institucional com precisão cirúrgica.  O espetáculo fica em cartaz até dia 29 de julho no Teatro Uol, com sessões às terças, às 20h00. Depois, parte em turnê por Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. 

A peça, em parceria com a roteirista e atriz Thaisa Damous, estreia em São Paulo e já tem sessões esgotadas. Na encenação, Bruno dá vida a tipos reconhecíveis por qualquer brasileiro que já passou por um postinho ou UPA: desde a residente insegura até a temida Doutora Dinossauro. Mas é com a enfermeira Sandra, diva do SUS e fenômeno nas redes, que ele conquista plateias e desafia os estereótipos do profissional de saúde.

Nesta entrevista exclusiva ao Resenhando.com, Bruno Baroni fala sobre vaidade médica, humor como remédio, a responsabilidade de rir do que dói - e como sobreviveu ao plantão mais longo do mundo: o da pandemia. Prepare-se para uma consulta fora do comum. E pode rir à vontade: aqui, o convênio é com o bom senso.

Resenhando.com - Você viralizou com a enfermeira Sandra. Mas diga com sinceridade de jaleco: quem é mais difícil de lidar, o algoritmo ou o paciente que “só quer uma dipirona”?
Bruno Baroni - Com toda a certeza o algoritmo! Até porque o algoritmo é algo completamente instável e imprevisível! Eu estudei seis anos de medicina e três anos de pós-graduação em dermatologia, então sou preparado pra tratar e cuidar do paciente! Quando aprendemos medicina, não é ensinado só o tratamento de uma doença, mas tambem aprendemos a como lidar com todas as possíveis complicações que podem acontecer com um paciente! Já o algoritmo, não é algo que aprendemos em lugar nenhum! Ainda mais eu, que cai de paraquedas nesse mundo do entretenimento, sem nenhuma pretensão.

Resenhando.com - A medicina exige precisão. A comédia exige timing. Quando o plantão virou palco e você decidiu que o estetoscópio também podia ser microfone?
Bruno Baroni - A comédia sempre fez parte da minha personalidade! Eu consumia quando criança muito conteúdo de humoristas muito conhecidos, e me identificava naquilo que eu via nos comediantes! Eu sempre tive esse olhar mais cênico das coisas, e conseguia visualizar cenas na minha cabeça de coisas do cotidiano que poderiam ser traduzidas em cenas de comédia! Quando o meu reconhecimento na internet aconteceu eu vi que eu conseguia levar pras pessoas o meu ponto de vista das coisas! Mas eu sinto que eu tenho uma necessidade de levar o riso pras pessoas de uma maneira mais próxima! Quero estar de frente com as pessoas! Eu me juntei com minha amiga roteirista Thaisa Damous em dezembro e decidi! Vamos escrever juntos uma peça, e vamos pros palcos!


Resenhando.com - 
Qual foi a primeira vez que você riu - de nervoso - dentro de um hospital? E teve que disfarçar com um “licença, vou ali buscar o prontuário”?
Bruno Baroni - É dificil lembrar de um momento específico! Ate porque minha memória é uma coisa a ser estudada, de tão enferrujada! Mas eu me lembro de momentos que me marcavam! Os momentos de alegria e risos na hora do café, quando todos os setores se juntavam em um só lugar pra fofocar e
compartilhar histórias! Enfermeiros, técnicos, médicos, auxiliares de limpeza, recepcionistas, todos em um só lugar rindo em unidade! Aquilo me trazia um conforto tão grande! Eu sempre sentia que o riso trazia as pessoas a se unir! Aqueles momentos para mim eram mágicos!


Resenhando.com - 
“Eu Também Sou Médico” mistura stand-up, teatro e caos hospitalar. Você aredita que, no fundo, médicos e atores vivem do mesmo combustível: improviso e vaidade?
Bruno Baroni - Não acredito que os médicos e atores vivam de um combustível de improviso e vaidade! Até porque os atores e médicos devem fazer uma desconstrução do ego, tanto para ter empatia e se colocar no lugar do paciente, quanto nos palcos quando se entrega a um papel de algum personagem!


Resenhando.com - 
Sandra, sua enfermeira pop, virou oráculo da saúde pública nas redes. O que ela diria hoje para um estudante do primeiro ano de medicina? 
Bruno Baroni - Ela diria para colar na enfermagem! E sempre tratar todo o setor de maneira educada! Porque uma boa relação com a equipe do plantão faz com que o trabalho flua muito melhor! Ainda mais quando estamos começando! Todos estão ali para te ajudar, e te ver ajudar o próximo


Resenhando.com - 
Entre a pandemia e a fama, o que você aprendeu sobre remédio que não se compra em farmácia?
Bruno Baroni - A empatia! Saber se colocar no lugar do outro é algo que não se compra. E é o diferencial na hora de formar um profissional competente e humanizado. Saber entender as dificuldades e medos do meu paciente, e saber cuidar de forma individualizada cada pessoa!

Resenhando.com - Você se formou em 2020, no meio do colapso. Agora estreia nos palcos. Como foi sair da linha de frente da UTI direto para a coxia do teatro?
Bruno Baroni - Desde o último ano de faculdade comecei a fazer videos para a internet, e meu
crescimento aconteceu de forma muito espontânea e exponencial! Minha paixão pela comédia só foi
crescendo a cada ano! Eu tenho um prazer enorme em fazer o outro rir, tirar uma gargalhada de alguém!
E eu queria muito levar isso pras pessoas pessoalmente e nao só pela tela do celular!


Resenhando.com - 
Você está com quase três milhões de seguidores e uma peça em turnê. Em que
momento você se deu conta de que também era 
artista - e não só médico comediante?
Bruno Baroni - Nunca me enxerguei so como um médico comediante! Sentia que eu era um profissional multifacetado! Ao mesmo tempo medico, ao mesmo tempo humorista, criador de conteúdo!
Mas senti que queria essa mudada de chave na carreira indo pros palcos pra sentir o calor do publico!
Transformar aquele publico das redes em publico que eu poderia enxergar, abraçar e agradecer por todo
o carinho que me deram. Porque foi esse carinho que me fez chegar até aqui! Foi esse carinho que me
fez me sentir talvez o artista que sou hoje!


Ficha técnica
Espetáculo “Eu Também Sou Médico”
Elenco: Bruno Baroni e Thaisa Damous
Texto: Bruno Baroni e Thaisa Damous
Direção: Camila Vaz e Thaisa Damous
Produção: Ika Tronco
Figurino: Danilo Diniz
Iluminação: Vini
Cenografia: Grazi Bastos
Assessoria de Imprensa: Angelina Colicchio e Diogo Locci - Pevi 56 


Serviço
Espetáculo “Eu Também Sou Médico”
Teatro Uol (Av. Higienópolis, 618 - Consolação)
Até dia 29 de julho, terças-feiras, às 20h00
Ingressos: entre R$ 45,00 e R$ 120,00. À venda pelo site do Teatro Uol
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos

.: Com mais de 40 anos, "Brasil: Nunca Mais" terá primeiro lançamento público


Primeiro lançamento público em 40 anos, terá programação com exposição, parte da equipe que fez o livro e roda de conversa com autógrafos

O Memorial da Resistência de São Paulo, com a Editora Vozes, realiza neste sábado, dia 12 de julho, a partir das 14h00, o evento “Brasil: Nunca Mais - 40 Anos”, em celebração às quatro décadas da publicação da obra que se tornou referência na luta pelos direitos humanos no Brasil. É a 43ª edição do livro e o primeiro lançamento público do livro em 40 anos, com presença de parte da equipe que driblou a ditadura em um trabalho realizado em sigilo absoluto que recebeu o codinome de “Projeto A”.

Entre as presenças confirmadas, estão Paulo Vannuchi -  jornalista, ex-preso político, ex-ministro dos Direitos Humanos e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos; Frei Betto - Frade Dominicano, jornalista, escritor brasileiro e ex-preso político; e Ricardo Kotscho - jornalista, escritor e secretário de imprensa no governo Lula 1. Conhecido como a mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985), o livro "Brasil: Nunca Mais", lançado em julho de 1985, ficou 92 semanas na lista dos livros mais vendidos de não ficção no Brasil.

Empreendido entre 1979 e 1985, o projeto "Brasil: Nunca Mais" é a mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985), o projeto foi conduzido sob sigilo por advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos, que acessaram legalmente os arquivos do Superior Tribunal Militar (STM) e fez cópias de mais de 700 mil páginas de processos, nos quais vítimas e testemunhas relataram torturas, prisões arbitrárias e outros crimes cometidos por agentes do Estado.

Com base nesse vasto material documental, o livro revelou ao público nacional e internacional a dimensão das violações sistemáticas dos direitos humanos no Brasil, se tornando um marco na redemocratização e na construção de políticas de memória e justiça. A publicação teve repercussão imediata e "Brasil: Nunca Mais" ficou 92 semanas na lista dos livros mais vendidos de não-ficção no Brasil quando foi lançado, além de ter sido publicado simultaneamente no exterior como estratégia de proteção e visibilidade. A iniciativa inspirou projetos semelhantes em outros países da América Latina e ajudou a consolidar o debate sobre verdade, reparação e justiça de transição.

A programação do evento inicia-se com uma visita mediada pelo curador da exposição, Diego Matos, seguida de uma mesa com convidados que participaram da redação e coordenação editorial do livro, com mediação do jornalista Camilo Vannuchi, que também apresentará seu novo podcast sobre a memória do projeto "Brasil: Nunca Mais". O encerramento terá venda da edição comemorativa da obra (43ª edição) pela Editora Vozes, coquetel de confraternização e sessão de autógrafos do livro.
 

Curiosidades sobre o projeto
O trabalho foi realizado em sigilo absoluto e recebeu o codinome de “Projeto A”. Os documentos copiados foram enviados para fora do Brasil e microfilmados nos Estados Unidos, para garantir sua segurança. A produção contou com o apoio logístico da Arquidiocese de São Paulo, tornando-se um raro caso de cooperação entre igrejas cristãs e movimentos de direitos humanos durante a ditadura. A sistematização dos dados resultou em um dos primeiros grandes bancos de dados sobre violações de direitos humanos na América Latina. “Compre a edição comemorativa de 40 anos de "Brasil: Nunca Mais" neste link.

Equipe do projeto BNM, legenda da Esquerda para a direita: Dom Paulo Evaristo Arns, Reverendo Jaime Wright, Philipe Potter- secretário de Conselho Mundial de Igrejas, Charles Roy Harper Jr.- Pastor brasileiro e membro do Conselho Mundial de Igrejas em Genebra.  Rabino Henry Sobel, o jurista Hélio Bicudo,  Frei Betto, Paulo de Tarso Vannuchi, Luiz Eduardo Greenhalgh, Ricardo Kotscho, Eny Raimundo Moreira, Leda Corazza, Carlos Lichtsztejn, Anivaldo Padilha, Luis Carlos Sigmaringa Seixas, Marco Aurélio Garcia e Petrônio Pereira de Souza 


Programação
Espaço expositivo - 3º andar
14h00 | Visita mediada à exposição temporária Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais, com o curador Diego Matos
Inscrições abertas: Visita mediada "Uma Vertigem Visionária - Brasil: Nunca Mais" (vagas limitadas)

Auditório - 5º andar
15h00 | Abertura oficial
Com Ana Pato, Diretora Técnica do Memorial da Resistência de São Paulo, e Thiago Alexandre Haykawa, diretor da Editora Vozes.

15h15 | Apresentação e lançamento da série em podcast "Nunca Mais"
Produção pela NAV Reportagens e narrado pelo jornalista e escritor Camilo Vannuchi.

15h30 | Mesa de debate “Brasil: Nunca Mais - 40 Anos”
Com a participação de Paulo Vannuchi, jornalista e cientista político; Ricardo Kotscho, jornalista e escritor; e Frei Betto, frade dominicano e escritor — ambos diretamente envolvidos na elaboração do projeto original. A mediação será conduzida pelo jornalista e escritor Camilo Vannuchi.

16h30 | Confraternização
Coquetel, venda de livros e sessão de autógrafos

16h30 | Coquetel e sessão de autógrafos

Memorial da Resistência de São Paulo
Largo General Osório, 66 – Santa Efigênia / São Paulo - SP

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.