segunda-feira, 14 de junho de 2004

.: Resenha de "O Golpe de 64 e a Ditadura Militar", Júlio José Chiavenato

Torturas e perseguições retratam o Golpe de 64
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em junho de 2004


Em "O Golpe de 64 e a Ditadura Militar", Júlio José Chiavenato saúda o leitor com uma frase do político francês Jean Jaurès: Só pode haver revolução onde há consciência. É assim, que o leitor 'tem uma idéia' do teor de toda obra, que retrata um período de violência política, tortura, mortes e perseguições a todo tipo de ser humano que batalhasse pelos seus direitos em uma época de repressão total a toda e qualquer forma de pensar e expressar que não seguisse os moldes dos militares.

Na introdução Chiavenato fala: "Entre 1964 e 1984, a ditadura no Brasil destruiu a economia, institucionalizou a corrupção e fez da tortura uma prática política. Envileceu a nação e abalou o caráter brasileiro. Alienou as novas gerações, tornando-as incapazes de entender a sociedade em que vivem".

Aqui percebe-se que o pesquisador consegue descrever o passado e o presente em um único parágrafo. É no passar das páginas que pode-se saber a fundo o que aconteceu, há 40 anos, período de ditadura militar. Época em que muitos jovens do século XXI nem se quer sonhavam em estar aqui, e muito menos fazer parte de uma juventude desorientada e sem motivos para retrucar e exigir os seus direitos.

O livro que está dividido em 12 capítulos comenta as incoerências dos presidentes, os momentos de conspiração contra João Goulart, o Golpe, a desnacionalização, a prática política da ditadura, a linha dura no poder, a política econômica do regime militar, a repressão e a luta armada. No decorrer do livros muitas siglas são citadas, mas nem neste detalhe o autor peca, pois há um glossário de siglas, desde A-2, Serviço Secreto da Aeronáutica a VPR, Vanguarda Popular Revolucionária.

"O Golpe de 64 e a Ditadura Militar" é mais do que uma aula de história em formato de livro. É um registro da história que não deve ser esquecido, mas estudado e 'relembrado' para todos possam entender os motivos de tantas indiferenças para com a população durante as trocas de governos, a plena e total corrupção.

Livro: O Golpe de 64 e a Ditadura Militar
Autor: Júlio José Chiavenato
192 páginas
Editora: Moderna

domingo, 13 de junho de 2004

.: Resenha de "Minha Vida", Suzana Flag (Nelson Rodrigues)

Suzana: O eu-poético feminino de Nelson Rodrigues
Por: Helder Moraes Miranda

Em junho de 2004


Personagem de si mesmo, Nelson Rodrigues nos presenteia com a autobiografia no pseudônimo Suzana Flag, "Minha vida", a misteriosa mulher que havia escrito os folhetins anteriores: "Meu Destino é Pecar" e "Escravas do Amor" (em 1944), os quais fizeram grande sucesso.

Tanto que Suzana virou celebridade nacional, recebendo cartas de homens apaixonados (até mesmo de presidiários). Poucos sabiam que a verdadeira Suzana Flag se barbeava com "Gilette". O alter-ego da personagem era o polêmico escritor que refugiava no pseudônimo feminino para fugir da censura que imperava na época.

Ao contar a história mirabolante da "pobre" escritora, Nelson descreve detalhes da própria vida, como as tragédias que presenciou na juventude. No folhetim mais ousado (porque não?) de Suzana Flag, ele difundiu as idéias mais polêmicas que, até então, eram apresentadas somente em suas peças teatrais. A verdadeira face da "escritora" começa a ser esboçada.

Nunca uma autobiografia de um personagem refletiu tanto o autor. Afinal, como Suzana estava contando a própria vida, tinha a liberdade de contar apenas a verdade nada mais que isto, embora o pseudônimo confesse no início de romance a tentação de criar em cima dos fatos. Essa foi a única menção à escrita de Suzana Flag. Na obra, se tratando de uma "autobiografia" romanceada de uma escritora, ficou faltando explorar mais o assunto.

Era impossível que os leitores acreditassem no que liam. Antes de morrer, a mãe de Suzana lhe roga uma praga: "Você há de encontrar o homem que vai te fazer...", antes de terminar a frase ela morre, para o alívio da filha, assombrada.

Pouco tempo depois, o pai se mata com um tiro na cabeça, nenhuma mulher da família gosta da personagem principal. Todas a consideram uma biscate, como a mãe, e não é raro uma delas dizer: "Você não pode ver rapaz!" Para complicar a situação, Suzana quer vingar a morte dos pais, casando-se com o suposto amante da mãe (Jorge), o qual "teria" causado toda a tragédia no lar.

O que a mocinha não espera é que o seu tio Aristeu, odiado pela calculista avó, planeja levá-la junto com a sua família e a do noivo para uma ilha perdida, em que não há regras e as únicas leis são ditadas por ele. Lá Suzana irá ficar dividida entre três homens: Jorge, Aristeu e Cláudio, melhor amigo do próprio tio. No entanto, a personagem acaba envolvida em uma trama diabólica. Bom para quem quer sentir novamente, ou pela primeira vez, o delicioso sabor de uma época perdida e marcada pela inocência.


Livro: Minha Vida
Autora: Suzana Flag (Nelson Rodrigues)
238 páginas
Editora: Companhia das Letras

sábado, 12 de junho de 2004

.: Ninguém é perfeito!

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em junho de 2004


A tampa da sua panela! É complicado encontrar este par exato, mesmo porque ninguém é perfeito. Contudo, as diferenças entre um casal podem saltar aos olhos alheios, mas entre os dois pode haver muita cumplicidade e amor. Os ajustes acontecem ao passar dos dias, meses e anos de namoro, e muitos são os casais que confirmam: mesmo após anos de namoro e casamento, ainda há muito a aprender e entender o outro.

Caso o seu namoro esteja assim, meio desajustado, não se descabele e tente ver o que vocês dois tem em comum. E não é porque vocês não gostam das mesmas coisas que vocês não são feitos um para o outro. É lógico que se parar pra pensar, temos Brad Pitt, que apesar de lindo, não é perfeito, pois ele está sempre de namorada nova. Isso prova que ir à procura de um novo amor não é a solução das diferenças entre namorados. (Parece que o galã, está mais maduro e está tentando se ajustar com a atriz Jennifer Aniston).

Quando há um enorme contraste entre um homem e uma mulher, não há nada como uma boa conversa, porque ter de aturar egoísmo, imaturidade, galantismo desorganização, pão-durismo e um par calado, não é nada fácil.

Por esse motivo, saiba manter um equilíbrio no seu relacionamento, além de ver que nem todo mundo tem só defeitos, mas sim qualidades, que às vezes, podem ser maiores que defeitinhos bobos. Respeite os seus sentimentos e o do seu amor, mas antes de tudo tenha muita sinceridade.


Formas de melhorar o relacionamento:

Egoísta: Mostrar que existem outros assuntos na vida, além da vida dele.

Namorador(a): Conversar sério e começar a impor limites para que você não acabe se machucando e nem a ele (a).

Boca fechada:
 A solução para haver mais diálogo é conquistar a confiança do seu amor.

.: Resenha de "Footloose: Completamente Livre", Kate Cann

A idade da razão
Por: Helder Moraes Miranda

Em junho de 2004



"Footloose" é o livro ideal para quem pretende curtir as férias, mas não vai sair de casa. Conta a história de três colegas de escola; Kelly, Jade e Sarah, cada uma com sua história de vida e um drama pessoal, que resolvem passar uma temporada na Grécia.

Apesar dos termos fortes para ser voltado ao público infanto-juvenil o livro retrata bem os pensamentos dos adolescentes; a sensação e os anseios de liberdade quando estão fora do controle dos pais, os relacionamentos, as aventuras, amor e sexo.

O livro, publicado pela ARX Jovem, escrito por Kate Cann e traduzido por Melissa Kassner, começa quando Mike, namorado autoritário de Kelly, resolver levar a moça para a viagem que havia planejado tempos atrás.

Pela primeira vez Kelly resolver contrariar o namorado e partir para uma viagem ao lado das colegas de classe Jade (a ex-feia do colégio que se tornou linda) e Sarah (a melhor amiga de Jade). Tudo parecia correr extremamente como o esperado: animação, agito, sol, praia, noite mal-dormidas, discussões e aventuras.

O que ela (Kelly) não esperava era conhecer Nick, o oposto do namorado, e repensar então, os seus valores. A confusão está armada quando Mike e os amigos resolvem aparecer no lugar em que as garotas estão hospedadas. Não perca Footloose: Completamente Livre, vai fazer você viajar nestas férias.

Livro: Footloose: Completamente Livre
Autora: Kate Cann
288 páginas
Editora: ARX JOVEM

sexta-feira, 11 de junho de 2004

.: Perfume: Uma arma de sedução

Por: Iory Keller 
Em junho de 2004


Quando uma pessoa compra um perfume, ela não está comprando apenas uma fragrância, mas sim buscando um estilo, um glamour, um sonho. O comércio de perfumes parece moderno, porém existe desde antiguidade.

Historiadores acreditam que o primeiro perfume surgiu no templo de Edfu, no Egito em 176ac, uma homenagem a Deusa do Amor, nesta época os egípcios já utilizavam ervas, madeira, e mirra para queimarem em rituais religiosos como oferenda aos deuses. Dessa forma surgiu o nome per fumum, que significa através da fumaça.

O primeiro perfume surgiu em 1370. Era uma concentração de óleos essenciais conhecidos como L'eau de La Reine d'Hongrie (Água da Rainha da Hungria). Um ermitão deu a ela a fórmula, dizendo que conservaria sua beleza e que tinha poderes afrodisíacos, no entanto, o que se sabe é que aos 72 anos ela foi pedida em casamento pelo Rei da Polônia.

Criar uma fragrância é tão importante quanto compor uma música, todos os ingredientes devem estar em perfeita harmonia. O perfume representa uma jóia em estado líquido. Para a criação de uma fragrância são necessárias em média 3.000 ingredientes, que podem ser extraídos da natureza como flores, ervas aromáticas, frutas cítricas, madeiras, especiarias e resina.

As matérias-primas de origem animais são responsáveis pelo fixador do perfume entre eles, temos o almíscar produzido por cabras que habitam no Himalaia, civette uma substância secretada pelos gatos silvestres indianos, castoreum substância extraída dos castores que lubrifica os seus pelos, sem a necessidade de sacrificar os animais e o âmbar gris, que é uma secreção do intestino grosso do cachalote (espécie de baleia) recolhido nas águas do oceano índico.

O perfume leva em torno de 6 meses a 2 anos para ser elaborado e se divide em três fases: notas de cabeça que são as voláteis, duram apenas alguns segundos e é a primeira impressão da fragrância, as notas de coração onde se encontra a composição do perfume, e as notas de fundo onde estão os fixadores que dão corpo a fragrância e determinam o tempo de duração na pele. Para conquistar ou tentar seduzir através de uma fragrância, é importante descobrir o perfume ideal para o momento, para revelar a sua personalidade.

.: Resenha de "Caminhando com Jesus", Carlos Mesters e Mercedes Lopes

A palavra de Deus em estudo
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em junho de 2004


Marcos, apóstolo de Jesus Cristo, escreveu o seu evangelho para ajudar as comunidades a encontrar uma resposta para os seus problemas e preocupações. "Ele recolher vários episódios e palavras de Jesus e os uniu entre si como tijolos numa parece. Os tijolos já eram antigos e conhecidos. Vinham das comunidades, onde eram transmitidos oralmente nas reuniões e celebrações. Os desenhos que os tijolos formavam era nova. Vinha de Marcos, da sua experiência de Jesus".

Esta á a base do livro Caminhando com Jesus: Círculos Bíblicos do Evangelho de Marcos, de Carlos Mesters e Mercedes Lopes, publicado pela Editora Paulus e o Centro de Estudos Bíblicos (2003, 274 páginas). Grupos religiosos sempre realizam círculos bíblicos, mas nem sempre sabem por onde começar e focar. Este livro é um grande apoio a católicos que gostam de estudar a Bíblia, mesmo porque o Evangelho de Marcos foi escrito para ser lido e ouvido em comunidade. 

"Quando você lê um livro sozinho, você sempre pode parar e voltar atrás, para ligar uma coisa com a outra. Mas quando você está na comunidade e lá na frente alguém está lendo o Evangelho, você não pode gritar: 'Pare! Leia mais uma vez! Não entendi direito!'", já ressaltam os autores na introdução do livro.

Este livro explica a como fazer círculos bíblicos e como passá-los aos leigos. Por esse motivo, nos 43 círculos o religioso terá: acolhida (cantos e boas vindas), momento para reflexão, como fazer a leitura e como tornar a palavra de Deus em ação, além de comentários que podem ser feitos pelo grupo reunido.

Vale a pena ter este livro em mãos quando se planeja estudar a Bíblia, pois mesmo que queira estudar outro caderno bíblico é só seguir os tópicos que se repetem no livro Caminhando com Jesus: Círculos Bíblicos do Evangelho de Marcos.

Livro: Caminhando com Jesus: Círculos Bíblicos do Evangelho de Marcos
Autores: Carlos Mesters e Mercedes Lopes
296 páginas
Editora: Paulus (em cojunto com o Centro de Estudos Bíblicos)

.: Resenha de "A Fórmula do Texto", Wander Emediato

A língua portuguesa desmistificada
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em junho de 2004


Quantas vezes nos pegamos em dúvidas cruéis sobre a língua portuguesa? Sem contar as vírgulas e crases que nos tiram nosso sossego. Este era um dos casos que se repetiam em classe com o professor Wander Emediato. Até que um dia o professor disse: "Escutem, basta colocar no parágrafo uma frase do tipo 'Embora A, B'. Por exemplo: 'Embora a economia brasileira esteja razoável (A), os problemas sociais continuam graves (B)'.".

Simples, não? Pois bem, este é o intuito da obra de Wander Emediato, A Fórmula do Texto: Redação, Argumentação e Leitura - Técnicas inéditas de redação e ensino médio. Antes que uma nuvem paire sob sua mente. Não, este não é um livro matemático. Ele apenas traz o Português de uma forma mais descompromissada, mas objetiva e fascinante, pois ele segue a gramática representada pelas formas de raciocínio, e que só lhe falta praticá-la sistematicamente.

Em dez capítulos de livro, é possível assimilar muitas dicas para as regras de acentuação, coesão textual, argumentação, enredo entre outros importantes detalhes da Língua Portuguesa. Na introdução, o autor justifica o tema do livro: "Cresce cada vez mais o interesse dos alunos brasileiros pelo domínio da comunicação escrita e da língua portuguesa. Esse interesse surge da tomada de consciência da importância do idioma nacional e da comunicação na vida diária e profissional".

O livro de 296 páginas, traz no primeiro capítulo as funções da linguagem e do discurso, pois conforme o autor, "comunicar é adaptar-se a uma situação de comunicação e engajar-se em um interação com alguém... É através da linguagem que materializamos nossas intenções em relação ao outro".

Este é um livro inovador, pois traz um método sistêmico de produção textual, como um conjunto de procedimentos na prática de redigir textos mais pensados e de grande conteúdo, sem se prender em manuais da Língua Portuguesa.

Livro: A Fórmula do Texto
Autor: Wander Emediato
296 páginas 
Ano: 2003
Editora: Geração Editorial

quinta-feira, 10 de junho de 2004

.: Resenha de "Blonde", Joyce Carol Oates

A desconstrução do mito
Por: Helder Moraes Miranda

Em junho de 2004


Chega ao Brasil o romance "Blonde", biografia romanceada da atriz Marilyn Monroe dividida em dois volumes, escrita por Joyce Carol Oates e publicada aqui pela Editora Globo. Para os mais conservadores - aqueles que, por uma razão sem sentido, não gostaram do livro - a publicação peca por tratar a lendária atriz de maneira diferenciado, abordando seus dilemas como os de uma pessoa comum, e não a tratando como o mito, em cima de um pedestal, idolatrado por gerações. 

Se os conservadores torceram o nariz, a crítica especializada e inteligente deve alertar: "Blonde" celebra a existência de Marilyn Monroe e não a deixa ficar desinteressante. As 408 páginas que recheiam o primeiro volume dissecam a vida da estrela, enfocando mais o lado da mulher, do ser humano. Não há novidades na biografia de Marilyn, mas sim em como ela é abordada. Todos sabem do relacionamento conturbado com a mãe, dos abortos, das drogas e do envolvimento com o então presidente dos Estados Unidos J.F.K. 

Uma das mais significativas e ousadas obras publicadas sobre Marilyn Monroe no Brasil, os dois volumes de "Blonde" apresentam a atriz como um ser frágil e um tanto desequilibrada. A segunda parte de "Blonde" já mostra uma Marilyn que alcançou a fama, mas não consegue se desvencilhar de um passado, não tão distante e repleto de sofrimentos que marcaram a alma. A obra retrata também os relacionamentos conturbado, a má fama com os homens, o incômodo causado pela fama, as indagações, a relação com a imprensa e a busca pelo aprimoramento e reconhecimento como atriz, da menina elevada ao status de símbolo sexual. 

A desconstrução do mito: Como pano de fundo, a escritora combina dados biográficos com ficção, aborda o início da carreira e a podridão do meio artístico na época, a fama e os medicamentos para dormir. "Blonde 2" recria os últimos dias de um dos maiores mitos de Holywood - Norma Jeanne Baker - protagonista de uma das cenas mais célebres do cinema norte-americano: a da garota de vestido branco apanhada por uma corrente de ar, sobre o gradil do metrô. Mal sabia ela, que esta cena iria imortalizá-la, principalmente nos rostos dos homens de todas as épocas. 

Mais sobre Blonde: Concorrente do prêmio Pulitzer de literatura, um dos mais importantes dos Estados Unidos, Blonde tem várias citações de artistas e pensadores conceituados como Charles Darwin, H. G. Wells, Arthur Schopenhauer, Sigmund Freud, e Blaise Pascal. Também foram consultadas as seguintes obras: Legend - The Life and Death of Marilyn Monroe (Fred Giules, 1985), Goddes - The Secret Lives Of Marilyn Monroe (Anthony Summers, 1986), Marilyn Monroe - A Life of the Actress (Carl E. Rollyson Jr., 1986), Marilyn Monroe (Graham McCann, 1987) e Marilyn(Norman Mailer, 1973).

Livro: Blonde
Autora: Joyce Carol Oates
408 páginas
Editora: Globo

quarta-feira, 9 de junho de 2004

.: Artigo: Um tapinha não dói nas novelas

Em junho de 2004

Toda novela que se preze precisa ter uma grande vilã. E toda vilã que se preze precisa e merece levar uns sopapos. O público vai o delírio.


Sei que o assunto já não é novidade. Já foi pauta do Vídeo-Show, criou polêmica entre os críticos de TV há alguns tempos. Sei também que corro o risco de ser mal interpretado, de acharem que estou fazendo apologia da violência contra a mulher. Porém, insisto neste assunto: os telespectadores gostam de ver as vilãs apanharem. É um sadismo necessário para nós, que do lado de fora da telinha, torcemos pelos protagonistas das telenovelas.

O exemplo mais recente aconteceu dia desses. O público ficou extasiado quando Maria Clara (Malu Mader) foi à forra e meteu a mão na fuça de Laura (Cláudia Abreu) em "Celebridade". Lindas e rivais, elas se cruzam na entrega do "Troféu Celebridade". Laura recebe o prêmio pela coletânea Pixinguinha, ideia roubada da protagonista. Dar uma surra na bandida era o mínimo que se esperava da ex-Musa do Verão, aquela que foi sem nunca ter sido, após todos os maus-bocados que passou devido à vingança da loura diabólica e obsessiva.

A cena remete a outra escrita por Gilberto Braga, em "Vale Tudo" (1988). A mãe Raquel (Regina Duarte) rasga o vestido de noiva da filha Maria de Fátima (Glória Pires) e a esbofeteia. Foi pouco para a vilã, que vendeu a casa deixando a própria mãe na rua e em nome de dinheiro era capaz de armar as maiores artimanhas, inclusive contra sua progenitora.

Há outras malvadas que levaram porradas homéricas na teledramaturgia. Em "A Próxima Vítima" (1995), de Sílvio de Abreu, Isabela Ferreto (Cláudia Ohana), ao ser pega pelo noivo Diego (Marcos Frota) aos beijos com o tio no dia do próprio casamento, além de apanhar na cara e levar diversos chutes, rolou da escada vestida de noiva. Já é a segunda noiva agredida nesses poucos parágrafos. No final da trama Isabela ainda ganhou uma cicatriz no rosto após uma facada do tio/marido Marcelo (José Wilker) ao pegá-la com o amante. Apesar do público aplaudir de pé a cicatriz na face da perigosa herdeira dos (as) Ferreto, foi criada uma polêmica: os homens ainda devem lavar sua honra com sangue?


Outra que apanhou feio foi Laura (Viviane Pasmanter) de "Por Amor" (1997), de Manoel Carlos. Sua rival Eduarda (Gabriela Duarte) lhe deu uma surra de jornal na cara e a empurrou de cadeira de rodas na piscina. Fenomenal! Ainda nesta trama houve duelo de vilãs: Branca Letícia (Suzana Vieira) e Isabel (Cássia Kiss) se atracaram e rolaram escada abaixo.

Uma das surras mais esperadas da atualidade foi em "Mulheres Apaixonadas" (2003), também de Maneco. O vilão Marcos (Dan Stuban) vivia espancando a ex-mulher Rachel (Helena Ranaldi). Eis que um dia ele se envolve com a terrível Dóris (Regiane Alves) que maltratava os inocentes avós. Não deu outra. Um belo dia ela levou suas merecidas pancadas.

Também foi numa trama de Manoel Carlos que uma vilã, que apesar de aprontar muito nem era tão nociva assim, apanhou de quase todo o elenco. Trata-se de Íris (Débora Secco) em "Laços de Família" (2000). Vida de vilã não é fácil. Pobrezinhas!





terça-feira, 8 de junho de 2004

.: Lento Despertar, por Marcelo Luciano Martins Di Renzo

Lento Despertar
Por: Marcelo Luciano Martins Di Renzo

Em junho de 2004




pela fresta da janela

violando da madrugada

o silêncio,

raio de sol

desperta meus sentidos

latinos sentimentos

a ela - dormita, ainda - 

me impelem.

segunda-feira, 7 de junho de 2004

.: Resenha de "Tipo Assim, Clarice Bean", Lauren Child

Uma quase "Sherlock Holmes" 
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em junho de 2004



Tipo assim... Clarice Bean é uma garota que está em um mundo cheio de personagens chatos e implicantes, como por exemplo, a própria mãe que só sabe lhe dizer: Tire os cotovelos da mesa, Não belisque o seu irmão e por aí vai. Esta é personagem principal de "Tipo Assim, Clarice Bean", de Lauren Child.

Clarice tem 11 anos e três irmãos, o que soma uma família de seis membros. Uma das paixões dela é ler as histórias de Ruby Redfort. Clarice e Betty, sua melhor amiga são ab-so-lu-ta-men-te fanáticas pela Coleção Ruby Redfort. Nesta série temos uma menina detetive, e ao contrário de Clarice, ela não tem irmãos e estão sempre vivendo aventuras sensacionais. Clarice? O máximo que faz é ir na venda sozinha e nem recebe correspondência em seu nome, apenas as de propaganda de produtos como a de colete térmico.

Contudo, a vida de Clarice não é moleza. Além de ter que aturar Roberto, um vizinho super mala-sem-alça e a Graça Grapello uma garota super metida que está na classe da detetive mirim. Além de tudo isso, Clarice tem de agüentar uma professora, azeda que está sempre de olho no que ela faz. Motivo: Clarice tem fácil desconcentração. 

Agora Clarice tem que apresentar um trabalho para a professora, mas ela irá precisar mostrar o que aprendeu com a leitura da Coleção Ruby Redfort. Mas isso será tão difícil quanto resolver um mistério grande que Clarice sente-se encarregada de solucionar.

Este livro traz uma didática muito boa, o que facilita a leitura e interação do leitor mirim (indicado para crianças com 10 e 11 anos). A publicação tem inúmeras ilustrações, muitas vezes cômicas, como a escrita da história, que é leve, mas engraçado. Um exemplo está nas páginas 14 e 15 em que diz: "Antigamente eu não lia muito. Isso só aconteceu quando minha avó me deu um livro chamado Uma Menina Chamada Ruby. Minha mãe sempre diz que foi aí que eu passei a viver "encaramujada" nos livros." Na figura, Clarice está desenhada de forma muito bem-humorada, um "caramujinho", até com "anteninha". Este livro de Lauren Child é indicado ao público juvenil que gosta de aventuras de detetives.

Livro: Tipo Assim, Clarice Bean
Autora: Lauren Child
202 páginas
Editora: Ática

.: Vendomar, por Marcelo Luciano Martins Di Renzo

Vendomar
Por: Marcelo Luciano Martins Di Renzo

Em junho de 2004






Há dias importantes,

outros não. Há noites

bonitas com luar,

estrelas, brisa. Há gente

maravilhosa ao redor.

É só abrir os olhos, o coração.
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