domingo, 18 de abril de 2021

.: Atriz e diretora Nadja Naira apresenta exercício cênico "Descartes com Lentes"


A atriz e diretora teatral Nadja Naira, da Companhia Brasileira de Teatro, durante apresentação de "Descartes com Lentes". Foto: Elenize Dezgeniski

Neste domingo, dia 18, às 19h, o Teatro #EmCasaComSesc recebe a atriz e diretora teatral Nadja Naira, da Companhia Brasileira de Teatro, com o exercício cênico "Descartes com Lentes". Com direção de Marcio Abreu, a montagem traz à cena um conto do escritor Paulo Leminski (1944-1989). No texto, Leminski imagina uma vinda hipotética do filósofo francês René Descartes ao Brasil, a convite do conde Maurício de Nassau. 

Junto com sua comitiva, repleta de cientistas, naturalistas, desenhistas e pintores, Descartes tenta desvendar e descrever as excentricidades e belezas do país tropical; procura filosofar sobre o Brasil e o modo de vida do seu povo. A apresentação será realizada na sede da companhia, no prédio histórico do Largo da Ordem, em Curitiba, com adaptações que fazem da obra uma performance-aula-memória. Classificação indicativa: 16 anos.

No ar desde maio do ano passado, a programação Teatro #EmCasaComSesc segue em 2021 com espetáculos diversificados, sempre mesclando artistas, companhias e grupos consagrados no cenário brasileiro com as novas apostas. As apresentações seguem às quartas-feiras e aos domingos, sempre às 19h, no Instagram Sesc Ao Vivo e no YouTube Sesc São Paulo .

Em conformidade ao anúncio do Governo de São Paulo, que reclassificou todo o estado para a fase mais restritiva da quarentena onde são permitidas apenas atividades essenciais, as transmissões do #EmCasaComSesc serão realizadas da residência ou estúdio de trabalho dos artistas, seguindo todos os protocolos de segurança.

A série #EmCasaComSesc teve início em abril de 2020, com um conjunto de transmissões ao vivo das linguagens de Música, Teatro, Dança, Crianças e Esporte - que somaram 13,5 milhões de visualizações, até dezembro do ano passado, no total de 434 espetáculos. Transmissões ao vivo acontecem no YouTube do Sesc São Paulo e no Instagram do Sesc Ao Vivo: youtube.com/sescsp e instagram.com/sescaovivo.

.: Espetáculo "O Menino das Marchinhas" promete música no Diversão em Cena


Espetáculo - baseado na vida e obra de Braguinha - será transmitido online neste domingo, dia 18 de abril, a partir das 16h. Foto: Diego Morais


O musical "O Menino das Marchinhas - Braguinha para Crianças" levará para a vida e obra do artista ao palco do Diversão em Cena ArcelorMittal. A peça será transmitida ao vivo neste domingo, dia 18 de abril, às 16h, pelo canal no Youtube da Fundação ArcelorMittal e na página do Facebook do Diversão em Cena.

O enredo do espetáculo destaca a história de Carlinhos, um menino que amava música e sempre teve grande apoio por parte de sua avó. O pai Jerônimo era contra as ambições artísticas do filho, mas ao ouvir as canções compostas pelo garoto, ele muda de ideia.

Ao longo da apresentação, são abordados temas como o valor da família, da amizade e das relações humanas, que são entremeados pelos grandes sucessos de Braguinha, tais como "Balancê", "Cantores do Rádio", "Pirulito que bate bate", "Chiquita Bacana" e "Pirata da Perna de Pau". Elas transportaram o público aos divertidos carnavais de rua da década de 1920.

Considerado o maior programa de formação de público para teatro infantil no Brasil, o Diversão em Cena ArcelorMittal é viabilizado por meio das Leis de Incentivo à Cultura Federal e Estaduais (São Paulo e Minas Gerais). Ao longo de mais de uma década, cerca de 500 mil pessoas já conferiram aos mais de 1,3 mil espetáculos apresentados.

Em decorrência da pandemia, o programa continuará a adotar o modo remoto para apresentação das atrações de maneira segura. Elas seguem todos os protocolos sanitários preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O Diversão em Cena não abre mão do seu objetivo: contribuir para a democratização da cultura e oferecer uma programação regular de qualidade.


Ficha técnica
Espetáculo: "O Menino das Marchinhas - Braguinha para Crianças"
Direção: Diego Morais
Direção musical: Claudia Elizeu
Roteiro original: Pedro Henrique Lopes
Coreografias: Victor Maia
Elenco: Pedro Henrique Lopes (Carlinhos), Martina Blink (Dona Isaura), Jean Pontes (Henrique), Augusto Volcato (Alvinho) e Beto Vandesteen (Sr. Jerônimo Braga)
Cenário e figurinos: Clívia Cohen
Iluminação: Pedro Mendonça
Produção e realização: Entre Entretenimento

Serviço
Espetáculo:
 "O Menino das Marchinhas - Braguinha para Crianças"
Data: domingo, dia 18 de abril 
Horário: 16h
Diversão em Cena ArcelorMittal
Disponível em: www.youtube.com/FundacaoArcelorMittal


.: Cia. O Grito em peças infantis para serem vistas e ouvidas pelo WhatsApp


Imagem do espetáculo "O Gigante Adamastor", que a Cia. O Grito montou, e agora está com uma versão online, via whatsapp em parceria com o Sesc Santos. Foto: Fellipe Oliveira

Já que não dá para ir ao teatro infantil, que tal assistir peças pelo WhatsApp? A Cia. O Grito propõe uma experiência teatral diferente para crianças e famílias com a apresentação de peças curtinhas via WhatsApp . Nos dois últimos finais de semana de abril – dias 17 e 18, 24 e 25 de abril, sábados e domingos em diversos horários. 

O projeto integra a programação do Sesc Santos. Para assistir é necessário fazer inscrição no link bit.ly/sescspcurso, escolher o dia de preferência e informar o número do WhatsApp. No cardápio são oferecidas duas opções de espetáculos teatrais do próprio grupo, adaptados para esse formato fofinho: "Diana Luana" (dias 17 e 24 de abril, sábados, em diversos horários) e "As Aventuras de Zito e o Gigante Adamastor" (dias 18 e 25 de abril, domingos, em diversos horários) - Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2018 de melhor iluminação (Robson Lima), eleita uma das melhores de 2018 pelo Guia da Folha e finalista do Prêmio APCA 2018.

O projeto Experiências cênicas para a família é para ser assistido pela telinha do celular e propõe que o viajante, ops, o público, embarque junto com os atores numa aventura delicada e criativa ao longo de aproximadamente 20 minutinhos, tempo que passa rápido e fica um gosto de quero mais. Por meio do aplicativo um dos artistas entra em contato e conduz a experiência por meio de chamadas de vídeo e de voz, envio de imagens e de textos. 

Os atores do elenco do grupo se revezam para apresentar as histórias, encenadas com o apoio de recursos de áudio e vídeo pré-gravados. Antes de partir, como numa viagem de avião em que o comissário passa as instruções para um vôo tranquilo, um dos artistas faz um check-list para combinar ações. Caso caia a ligação, por exemplo, um sinal de perigo poder avisar o problema através de um emoji com carinha de desespero. Ao contrário, se a experiência estiver sendo agradável quem assiste pode postar uma imagem de satisfação. Entre um e outro vídeo gravado com a historinha, a atriz ou o ator falam ao vivo com quem está do outro lado da linha.

O ator Wilson Saraiva conta que as vivências virtuais nasceram em meio à pandemia da Covid-19 e a impossibilidade de artistas e público se encontrarem nos palcos, praças e ruas. “O projeto tem como objetivo levar, em uma abordagem exclusiva, a cada família, as histórias de dois espetáculos do repertório da companhia. Nesta ação, cada artista é responsável pela condução de uma serie de interações (envios de vídeos, áudios, imagens, textos e ligações) para contar uma das histórias de nossas peças para a família por meio do uso do aplicativo whatsapp”, fala diretor Roberto Moretho. 

Mas porque WhatsApp? “O aplicativo é amplamente usado pela população brasileira. As operadoras oferecem pacotes de dados ilimitados de acesso, dada sua importância e relevância na comunicação. Pensando nisso, vimos essa oportunidade do uso do ‘zap’ para contar nossas histórias e, ao mesmo tempo, permitir que famílias com menor poder aquisito de tecnologia possam usufruir da experiência”, explica o ator Wilson.


"Diana Luana"
Nessa vivência o público conhecerá a história da protagonista, trilhas originais do espetáculo e personagens inéditos que integraram o processo de criação da obra. Para participar é necessário que a criança e o responsável tenham um celular com WhatsApp. É a história da Diana Luana, uma criança que vive nas ruas de uma cidade e sonha em ser astronauta para voar até a lua e reencontrar o colo de sua mãe que virou uma estrela.  Mas para realizar esse sonho, ela vai enfrentar frios mais gelados que o polo Norte, bruxas e feiticeiros nas ruas durante o dia e a noite. Do celular, o participante acompanha a saga dessa menina até as estrelas.


"As Aventuras de Zito e o Gigante Adamastor"
Na vivência, o público entra em contato com a narrativa do espetáculo e trechos da poesia dos Lusíadas, além de conhecer os personagens e parte da trilha sonora do espetáculo O Gigante Adamastor. Pedro, irmão mais velho de Zito, desaparece misteriosamente com a chegada de um circo em sua cidade. Para procurar o irmão, Zito recorre ao público, do outro lado do telefone, que ajudará a desvendar esse mistério. Zito, o protagonista da história, entra em contato por meio de chamadas de vídeo e de voz, envio de imagens e texto, e contará uma das suas maiores aventuras.


Ficha técnica
"Diana Luna" –
Dias 17 e 24 de abril, sábados, diversos horários. Experiência cênica ou vivência virtual para crianças inspirada no espetáculo homônimo. Duração: aproximadamente 20 minutos. Dramaturgia: Marcelo Romagnoli. Direção:  Roberto Morettho. Atuação: Wilson Saraiva, Samira Pissinato, Junia Magi e Fúlvio Bicudo. Trilha original: Eugenio Lima. Criação e edição de vídeos e áudios para os experimentos: Companhia O Grito. Classificação indicativa: a partir de 5 anos. Gratuito. Inscrições pelo link: bit.ly/sescspcurso


"As Aventuras de Zito e o Gigante Adamastor" – Dias 18 e 25 de abril, domingos, em diversos horários. Experiência cênica ou vivência virtual para crianças inspirada no espetáculo "O Gigante Adamastor". Duração: aproximadamente 20 minutos. Dramaturgia: Heloísa Prieto. Direção: Roberto Morettho. Atuação: Wilson Saraiva, Samira Pissinato, Junia Magi. Trilha original: Maurício Maas. Criação e edição de vídeos e áudios para os experimentos: Companhia O Grito. Classificação indicativa: a partir de 5 anos. Gratuito. Inscrições pelo link: bit.ly/sescspcurso.  Ideal para famílias embarcarem em uma experiência divertida.

sábado, 17 de abril de 2021

.: "Eleventeen": o canto do cisne de Lee Kerslake


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Falecido em setembro de 2020, o baterista Lee Kerslake deixou um legado importante na história do rock. Mas antes de partir conseguiu deixar gravado um álbum solo com canções inéditas. A produção chega agora ao público e funciona como o seu canto do cisne.

Com uma carreira que remonta à década de 60, o primeiro passo de Lee Kerslake para os holofotes do rock foi com a banda The Gods, gravando "Genesis" em 1968 e "To Samuel A Son" em 1969. Mas foi a partir de 1972, quando entrou no grupo britânico Uriah Heep que ele passou a se projetar como um dos grandes bateristas de sua época, permanecendo na banda por mais de 30 anos. Foi no Heep que ele acabou sendo apelidado de The Bear (O Urso).

No início dos anos 80, participou das gravações dos dois primeiros álbuns solo de Ozzy Osbourne, apontados como os melhores da carreira do ex-vocalista do Black Sabbath. E mais recentemente fundou o grupo Living Loud com o cantor Jimmy Barnes, o guitarrista Steve Morse e o baixista Bob Daisley, além do tecladista Don Airey.

Em 2007, decidiu deixar o Uriah Heep por conta de seus problemas de saúde. Alguns anos depois, em 2015, começou a produzir as canções desse seu primeiro disco, finalizando a produção em 2019, que agora está sendo divulgada de forma póstuma em sua homenagem.

"Eleventeen" é uma coleção de oito canções, sete delas escritas ou co-escritas por Lee, começando com a singela "Celia Sienna", passando pela igualmente ótima "Take Nothing For Granted", inspirada em sua esposa e mais algumas coisas de sua vida. Há ainda uma versão de "You´ve Got a Friend", de Carole King, que Lee fêz questão de dedicar a todos os seus amigos da música.

Esse disco representa não somente a despedida de um músico. Deixa claro a sua genialidade, que ia muito além das baquetas e de um kit de bateria ao fundo do palco. Faz justiça ao músico que ele sempre foi, com toda certeza.

"Celia Sienna"

"Home Is Where The Heart Is"

 "Take Nothing for Granted"


.: "Clarice e os Corações Selvagens" traz Kate Hansen de volta ao teatro


O espetáculo "Clarice e os Corações Selvagens" marca o retorno de Kate Hansen de volta ao teatro. Com dramaturgia de Júlio Kadetti e direção de Marcelo Drummond. Foto: João Caldas

 Afastada dos palcos desde meados de 2019, a atriz  Kate Hansen - duas vezes premiada com o troféu APCA de melhor atriz e com o prêmio Air France - retorna à cena teatral com a encenação de "Clarice e os Corações Selvagens", texto escrito por Júlio Kadetti especialmente para ela. 

Na direção está Marcelo Drummond, ator, diretor, dramaturgo, iluminador e produtor conhecido pelo seu trabalho no Teatro Oficina onde, ao lado de Jose Celso Martinez, criou o grupo UZYN A U ZONA. Kate também tem sua história ligada a do Teatro Oficina, onde trabalhou e deixou sua marca.

O espetáculo tem como personagem central Clarice, mulher branca de classe média que, impactada pela notícia da morte de um jovem negro, assassinado com 13 tiros pela polícia, questiona não só as regras que autorizam a violência policial em uma sociedade fortemente marcada pelas diferenças sociais e de raça, como também, e principalmente, sobre a responsabilidade que cada um de nós, “cidadãos de bem”, temos sobre isso.

Kate Hansen interpreta esta mulher que põe em cheque suas crenças de vida após o crime, questionando não apenas a violência da metrópole, mas também a inércia da sociedade e as diferenças sociais. Partindo de um fato real; o assassinato do m úsico carioca Eva ldo do Santos Rosa, morto em 2019 com oitenta tiros disparados por militares,  Júlio Kadetti recorreu a  Nietzsche ("A Genalogia da Moral"), Clarice Lispector  ("O Mineirinho") e ao "Evangelho de Jesus",  para criar uma obra teatral que denúncia a cumplicidade da elite brasileira com o fascismo e a violenta policial, que faz vítimas, principalmente, entre os pobres e os negros das periferias das grandes cidades.


Júlio Kadetti
Autor de espetáculo de grande sucesso de critica e público; "Luz Del Fuego" e "Lili Carabina", premiado pela Secretaria de Cultura do estado de São Paulo com o prêmio Narizinho de teatro infantil pelo espetáculo "A Pedra Mágica" e escolhido como um dos dez melhores dramaturgos brasileiros de 2018 em um grupo ao lado de Chico Buarque e Jose Celso Martinez Correa, Júlio Kadetti, que fez parte do grupo que criou a novela "O Sétimo Guardião", e que atualmente tem duas séries ("Dentro da Noite" e "Caminhos Cruzados") e um seriado ("Seria Cômico se Não Fosse Trágico") parados por culpa da pandemia, faz questão de deixar claro que não se considera um dramaturgo, mas sim um roteirista: “Eu sou um roteirista que escreve para o teatro. Um roteirista que ama o teatro, mas é apaixonado pela televisão!  Pra mim, TV é entretenimento, enquanto o teatro, além de entreter e emocionar, me dá mais liberdade para discutir assuntos importantes como política e religião”.


Retorno, doença e otimismo
Estrela da televisão, do teatro e do cinema. Kate Hansen, que tem no currículo 20 novelas e séries de sucesso e 15 filmes campeões de bilheteria, comemora a volta aos palcos. “Sinto como se estivesse ganhando um presente no momento desse retorno, uma fase especial, estou me sentindo amada, agradecida, orgulhosa também".

Autor e diretor recebem elogios da atriz. “O Júlio Kadetti, além de talentoso dramaturgo com um olhar muito apurado para o ser humano e uma posição política muito forte, é um ser humano ímpar. Marcelo Drummond, companheiro de longa data que conheci no Teatro Oficina ao lado de Zé Celso com quem produzimos espetáculo marcantes como Hamlet,  é uma mistura perfeita de talento, sensibilidade e irreverência. Um diretor seguro e, assim como Kadetti, muito bem posicionado politicamente.  Juntos formamos a equipe perfeita para levar adiante este espetáculo que nada mais é que um libelo contra o fascismo”.

Linda, com uma presença forte que encanta, seduz e impõe respeito, Kate Hansen está enfrentando um câncer com bravura, de peito aberto. Desde que descobriu, em setembro de 2020, passou por cirurgia e sessões quimioterapia. Agora está na fase da radioterapia. A volta aos palcos, colabora no enfrentamento da doença e ajuda a manter a cabeça ocupada. “Nunca fiquei doente em toda vida, a não ser coisas simples. Está sendo o maior desafio ver a cara da Morte com coragem, fé e confiança. Isso não é uma condenação, é uma batalha para que a vida vença. A Medicina e a Ciência estão muito avançadas, acredito que sairemos vitoriosos”, diz, externando gratidão ao SUS (Sistema Único de Saúde), por onde foi operada. “É um bem precioso, vamos cuidar dele. E o meu trabalho é uma vocação, paixão. A arte salva, como os amigos, o trabalho, a natureza, o otimismo e a esperança, essa estranha mania de ter fé na vida”.

Drummond e a encenação
Marcelo acredita que a peça reflete o momento atual por meio da história da personagem. “Branca, olhos claros, de classe alta, com certos privilégios em relação aos desfavorecidos, ela saca isso, é seu momento de transformação. É legal, estou descobrindo a peça junto com Kate”, diz o diretor, que traz na bagagem, entre outros trabalhos para o teatro, "Uma Coisa Inofensiva", "As Boas", "Ham-Let", "Para Dar um Fim no Juízo de Deus", "Cacilda", "As Bacantes", "Boca de Ouro" e "Os Sertões".

Em ensaios desde o início de janeiro, Kate e o Marcelo ficaram cerca de um mês no trabalho de mesa, na leitura do texto, antes de partir para a montagem das cenas. Consciente que tem em mãos um texto forte, pro fundo e atual a ponto de provocar muita polêmica, Marcelo diz que  está concebendo a montagem de  "Clarice e os Corações Selvagens"  de forma simples. “Busco a maior simplicidade em um trabalho mais voltado para a interpretação de Kate, que é uma grande atriz”.

O espetáculo tem como protagonista uma mulher confinada não só em um espaço físico, o quarto, mas principalmente dentro dela. Para conceber o cenário que reflete esse confinamento físico, psicológico, emocional e espiritual , a produção conta com o talento e a maestria da cenógrafa Marília Gallmeister. “Pedi a Marília que buscasse soluções simples e sem muito rococó”. A música, parte importante do espetáculo,  já que a personagem, confinada , recebe notícias do mundo através do rádio, ficará sob responsabilidade do músico Tin Oliveira, que assina a trilha sonora  que contará com nomes como Billy Holiday. Tin Oliveira, também “atuará” no espetáculo em gravaç& amp; atil de;o de áudio onde  interpretará o locutor do rádio.

Outra área da montagem que mereceu especial atenção é a iluminação, assinada por Luana Della Crist. Segundo o diretor, para criar o ambiente descrito pelo autor. “A luz tem que ter volume, contraluz, precisa ser pensada para expressar os sentimentos da protagonista”. Filosofia, violência, flor de lis e “coisas sobre as quais só sabemos de ouvir falar”. Segundo Júlio Kadetti, que é formado em filosofia,  o texto partiu de uma constatação social; “sabemos de algumas coisas só de ouvir falar. O ser humano quer uma pílula de informação hoje, depois vira a página em busca de outras. O que os brancos bem nascidos presos em seus condomínios monitorizados por câmeras e em seus carros blindados sabem de fato sobre a violência contra os pretos? Para saber de fato o que é essa violência você precisa ser preto e viver na periferia”.

O espetáculo, que  não é uma adaptação de uma obra da Clarice Lispector, mas inspirado na crônica "O Mineirinho" escrito por Clarice Lispector, tem como protagonista uma mulher branca e de olhos azuis, típica representante da classe média brasileira que se auto denomina “ elite”, que acorda no meio da madrugada, abalada pela notícia que a polícia matou um jovem negro da periferia com 13 tiros.  Esse fato faz com que ela passe a questionar que  responsabilidade uma pessoa como ela tem sobre esses fatos que tem se tornado corriqueiros.

"Clarice e os Corações Selvagens" é um espetáculo político que objetiva entreter e emocionar, mas que também quer fazer pensar no real sentido de termos como  “ racismo estrutural, fascismo, vidas negras importam".    

Ficha Técnica
Espetáculo: 
"Clarice e os Corações Selvagens" 
Dramaturgia - Júlio Kadetti. Direção: Marcelo Drummond.  Elenco: Kate Hansen e Tin Oliveira (personagem do rádio).  Cenografia e Figurino: Marília Gallmeister. Fotografia: João Caldas.  Iluminação: Luana Della Crist. Captação de imagens: Lucas Margutti. Designer: Nicholas Binotto. Produção e Administração: Michelle Gabriel. Assessoria de Imprensa: M. Fernanda Teixeira e Macida Joachim/ ArtePlural.


Serviço
Espetáculo: 
"Clarice e os Corações Selvagens"
Transmissão via Sympla de 16 a 21 de abril, às 21h, com ingressos a R$ 10 e 60 minutos de duração.


.: Livro "As Américas e a Civilização", de Darcy Ribeiro, é relançado após 52 anos


Após 52 anos da primeira edição, Global Editora relança Darcy Ribeiro: "As Américas e Civilização". Obra traz novo projeto gráfico de Victor Burton, ganhador do prêmio "Jabuti de Capa", em 2005. 

Livro que compõe os "Estudos de Antropologia da Civilização", a obra "As Américas e a Civilização", escrito pelo antropólogo Darcy Ribeiro, apresenta reflexões surgidas durante o período em que o intelectual esteve no exílio, além de tratar de uma profunda análise dos processos histórico-culturais vividos pelos povos da América, a partir da perspectiva inovadora abordada pelo autor, a qual buscou evitar o tradicionalismo marcado pela visão eurocêntrica. O lançamento pela Global Editora acontece em abril.

A obra faz parte de um ciclo de análises, como citado acima, e integra uma linha de   pensamento que contempla temas importantes, como "O Processo Civilizatório", "O Dilema da América Latina", "As Américas e a Civilização" e "Os Brasileiros", assunto que apresenta os subtemas "Teoria do Brasil" e "Os Índios e a Civilização".

"É importante ressaltar que nesse livro Darcy coloca como desafio temáticas espinhosas, que vão desde os percursos que marcaram as diferentes populações esse vasto continente americano, até os descaminhos dos habitantes da  América do Norte, central e do Sul", explica Saulo Pessoa, graduado em história.

Essa sétima edição, publicada pela Global Editora, traz projeto gráfico desenvolvido por Victor Burton, designer na área editorial há 44 anos e ganhou prêmios, como Jabuti de Capa em 2005. O livro também traz dados de extremo conhecimento do antropólogo que, ao longo de 566 páginas, reúne estudos de anos e toca em questões pouco conhecidas, com uma propriedade de quem não apenas foi a campo pesquisar, mas que também percorreu boa parte das terras americanas. Você pode comprar o livro neste link.

Sobre o autor
Darcy Ribeiro
 nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922. Formou-se em Ciências Sociais na Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em 1946. Construiu uma brilhante carreira intelectual de projeção internacional, notadamente nos campos da antropologia e da etnologia. Destacou-se como escritor, educador e político, além de ter sido figura presente nos momentos centrais da história brasileira da segunda metade do século XX. Foi senador da República entre 1991 e 1997, e membro da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em Brasília, em 17 de fevereiro de 1997.


.: Espetáculo "Gestos Transitantes em Campo Expandido" estreia


"Gestos Transitantes em Campo Expandido" será apresentado entre os dias 17 e 26 de abril, aos sábados, domingos e segundas-feiras pela plataforma Zoom de forma gratuita.

Entre os dias 17 e 26 de abril, aos sábados e domingos às 18h e às segundas-feiras às 15h, o Núcleo Dédalos irá apresentar o espetáculo “Gestos Transitantes em Campo Expandido” pela plataforma Zoom de forma gratuita. A peça acontece ao vivo em formato de vídeo performance e tem a interatividade como característica importante na sua construção poética.

O espetáculo é um desdobramento do trabalho “Gestos Transitantes” realizado em 2019 na cidade de Piracicaba. Na oportunidade, a diretora Sayonara Pereira investigou as memórias corporais, as gestualidades impressas nos corpos dos intérpretes, e seus afetos, em trânsito por diversos espaços cênicos. Ao longo de 2020, com a pandemia e o isolamento social, a peça ganhou outra dimensão: a necessidade de percorrer espaços por meio da virtualidade e de diminuir as distâncias entre os corpos cruzando as linguagens da dança, teatro e do audiovisual; pesquisa pela qual o grupo já se interessava.

A peça será apresentada por Luiza Banov, Nadya Moretto e Ametonyo Silva e durante as apresentações o público poderá interagir por meio do áudio e do vídeo. A ideia é criar um diálogo entre o processo e a prática, entre os artistas que estarão em cena e os espectadores; ou seja, a tentativa de atravessar a "quarta parede” que separa o público do “palco” e através das telas mover gestos e saudades. Este projeto foi contemplado pelo edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc Nº37 (2020) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo


Sobre o Núcleo Dédalos
O Núcleo Dédalos de pesquisa de/em movimento é um espaço de criação e pesquisa que se dedica a explorar o Movimento e suas intersecções. Surgiu em 2010 da necessidade de estabelecer um diálogo com as formas contemporâneas de fazer arte, propondo um espaço de pesquisa e prática para tal. Fundado e sediado na cidade de Piracicaba – SP, abraça diversificadas áreas das artes da cena e é idealizado por Luiza Banov, que ao longo de seu percurso na dança vem consolidando parcerias com o Polyglot Theater (Austrália), Luiza Bráz de Batistas, Trier Theater (Alemanha) e desde 2011 em diálogo com o Lapett (Laboratório de Pesquisa em Tanz Theatralidades-ECA/USP) dirigido por Sayonara Pereira, edificando assim a proposta multidisciplinar deste espaço artístico.


Ficha técnica
Espetáculo: 
"Gestos Transitantes em Campo Expandido"
Direção geral, coreografia e concepção de trilha sonora: Sayonara Pereira
Intérpretes criadores: Luiza Banov, Nadya Moretto e Ametonyo Silva
Sonoridades e visualidades: Eduardo Joly
Design gráfico: Nina Ricci e Paulo Santini
Artista visual mediadora: Nina Ricci
Técnico de plataforma virtual: Mateus Fávero
Estagiário: Gustavo Vieira
Produção: Núcleo Dédalos
Assessoria de imprensa: Bruno Guzzo

Serviço:
Espetáculo:
"Gestos Transitantes em Campo Expandido"
Data: entre 17 e 26 de abril
Horário: sábado e domingo, às 18h, e segunda-feira, às 15h
Local: Plataforma Zoom – links disponibilizados nos perfis do Núcleo Dédalos nas mídias sociais e via plataforma Sympla.
Instagram: https://www.instagram.com/nucleodedalos/
Facebook: https://www.facebook.com/nucleodedalos/
Site: https://nucleodedalos.art.br/


.: "Cosmoceânica" lança musical online e gratuito "AnDanças: Lado B"


Cosmoceânica estreia espetáculo musical online "AnDanças: Lado B". “Nascemos entre oceanos e galáxias, navegamos em submarinos solares com baleias lunares, na primeira e inúmeras infâncias. Somos viajantes dançantes nesse mundo, rumo ao infinito.”

O espetáculo musical infantil "AnDanças: Lado B", da Cosmoceânica, chega para dialogar e complementar o show (que cumpriu temporada em março) e as linguagens artísticas investigadas pelos multicosmoartistas da banda – Milena Filó, Fabrício Zava, Fábio Supérbi e Daniel Martire. A temporada acontece até dia 25 de abril, pelo canal do YouTube oficial da banda e instituições parceiras. 

As cenas coreografadas conduzem a obra de forma fluida, instigante e dançante e acontecem em três espaços: na casa do casal de artistas, no palco de um teatro e nas ruas de uma cidade em algum lugar perdido no tempo e espaço. 


Sinopse do espetáculo
Maria, a pequena protagonista, transita entre as imagens. Tudo é fruto de sua imaginação nesse mundo de pequenas e grandes descobertas. Este espetáculo também conta sobre o contexto histórico em que estamos vivendo e sobre nossas redescobertas nesse mundo como, mães, pais, avós, avôs, tias, tios, pessoas e seres humanos feitos para sonhar e dançar.

O enredo se divide em seis partes, com muito ritmo inspirado na cumbia - música típica da Colômbia: o nascimento da Cosmoceânica; o dia em que Maria sonhou com andarilhos; o seu esforço do primeiro passo; o desejo de conquistar a casa, as ruas, os lugares, cidades, países, luas, planetas e galáxias; a primeira dança e um epílogo sobre nascimentos. 

A Cosmoceânica é uma banda cênica com obras artísticas voltadas principalmente para a primeira infância. Porém, sabemos também que, de maneira lúdica e divertida nossas obras são para toda a família e todes, pois uma criança não se desenvolve sozinha. É por meio da interação, desse diálogo da criança com os adultos que a fruição com a arte acontece e descobrimos o mundo.


Ficha técnica
Espetáculo:
“AnDanças: Lado B”
Vocal, atuação, dramaturgia, piano, direção cênica, figurino e mãe de Maria: Milena Filó
Vocal, composição, violão, atuação, direção musical e pai de Maria: Fabrício Zava
Narrador, dramaturgia, vocal, concepção e confecção de capacete de astronauta: Fábio Supérbi   
Atuação, vocal, sax, concepção e confecção de capacete de astronauta: Daniel Martire
Ukulele: Kika
Músico antropocósmico, diversos instrumentos: Pipo Pergoraro
Bateria e percussão: Lenis Rino
Mixagem e masterização: Pedro Montessanti
Edição de vídeo: Shot Filmes
Direção de produção: Aura Cunha
Produção executiva: Yumi Ogino
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Marketing Digital: Emi Takahashi
Design visual: Marcos Magon

Serviço
Espetáculo:
 “AnDanças: Lado B”
Todas as transmissões ocorrerão no canal do Youtube banda:  Cosmoceânica Banda
Simultaneamente, a cada dia, ocorrerá, também, em canais parceiros.
17 de abril, sábado | 16h - Teatro Paulo Eiró + Biblioteca Hans Christian Andersen
18 de abril, domingo |16h - Teatro Paulo Eiró
23 de abril, sexta-feira | 16h - Conservatório Municipal de Socorro + Fábrica de Cultura
24 de abril, sábado | 16h - Teatro Cacilda Becker  + Biblioteca Professor Nelson Foot
25 de abril, domingo | 16h - Teatro Cacilda Becker
Classificação indicativa: livre
Duração: 30 minutos
Grátis

.: "Ursinho Pimpão", do Circo de Teatro Tubinho, tem apresentações virtuais


Dica de espetáculo infantil para este fim de semana: "Ursinho Pimpão" do Circo de Teatro Tubinho.

Neste sábado, dia 17, e domingo, dia 18 de abril, pais e filhos podem se divertir juntos, sem sair de casa. Alegria, diversão e um convite para revisitar as memórias de infância de muitos adultos são pitadas do tempero do espetáculo Ursinho Pimpão do Circo de Teatro Tubinho. Nesse final de semana, a trupe se transporta para os palcos virtuais do Teatro Popular João Caetano, sempre às 16h. Para assistir gratuitamente é preciso entrar nas redes sociais (https://www.facebook.com/teatropopularjoaocaetano).

O" Ursinho Pimpão" do Circo de Teatro Tubinho, escrito por Lea Benvenuto, vai levar o espectador para uma viagem de encantamento pelo mundo das tradicionais histórias infantis. Nessa apresentação, o ursinho de pelúcia de Belinha, magicamente ganha vida. Juntos, Pimpão e Belinha, vão curtir divertidas aventuras com a Vovó da Chapeuzinho Vermelho, Peter Pan e os perigosos Lobo Mau e Capitão Gancho.

Esse espetáculo infantil integra o repertório de mais de cem peças teatrais do Circo de Teatro Tubinho, companhia circense itinerante de lona, que há 20 anos percorre as cidades do interior do país apresentando um espetáculo teatral diferente a cada noite.

Desde o começo da pandemia, a trupe se reinventou e este projeto faz parte da temporada on-line de espetáculos ao vivo que foi realizado com apoio do Edital de Fomento ao Circo - Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Além dessa apresentação nas redes sociais do Teatro João Caetano haverá ainda apresentação virtual no Teatro Alfredo Mesquita, nos dias 24 e 25 de abril.

Serviço:
Espetáculo:
"O Ursinho Pimpão"
Datas: 17 e 18 de abril
Horário: 16h
Quanto: grátis
Nas redes sociais do Teatro Popular João Caetano
https://www.facebook.com/teatropopularjoaocaetano
http://www.facebook.com/circotubinho

E mais: dias 24 e 25 de abril, às 16h – Teatro Alfredo Mesquita https://www.facebook.com/teatroalfredomesquita


.: #EmCasaComSesc recebe Cia. Cabelo de Maria com o musical "Ping Pong"


Renata Mattar (sanfona e voz) e Gustavo Finkler (violão e voz), da Cia. Cabelo de Maria, apresentam o espetáculo musical "Ping Pong". Foto: Jefferson Coppolla

Neste sábado, dia 17, às 15h, Renata Mattar (sanfona e voz) e Gustavo Finkler (violão e voz), da Cia. Cabelo de Maria, apresentam diretamente de São Paulo o espetáculo musical "Ping Pong", que trabalha a diversidade por meio das canções. No ar desde maio do ano passado, a programação do Crianças #EmCasaComSesc segue em 2021 com apresentações diversificadas, sempre mesclando artistas, companhias e grupos consagrados no cenário brasileiro com as novas apostas. As transmissões permanecem aos sábados, mas este ano em novo horário, às 15h, no Instagram Sesc Ao Vivo e no YouTube Sesc São Paulo.

Em conformidade ao anúncio do Governo de São Paulo, que reclassificou todo o estado para a fase mais restritiva da quarentena onde são permitidas apenas atividades essenciais, as transmissões do #EmCasaComSesc serão realizadas da residência ou estúdio de trabalho dos artistas, seguindo todos os protocolos de segurança. Misturando vários ritmos e estilos da música regional com o realismo fantástico, o folclore brasileiro e o humor, o show trabalha a diversidade de várias maneiras. 

As canções falam de personagens "diferentes", como a centopeia que tem uma perna mais curta que as outras; a menina que sabe criar ventos, ventinhos e ventanias; o menino que só encontra satisfação ao jogar xadrez; a mula sem cabeça que não tem problemas - afinal, não tem cabeça -, e o garoto que é o sétimo filho, depois de seis irmãs, e se transforma em lobisomem nas noites de lua cheia da quaresma. Durante a apresentação, os artistas interagem com o público, propondo brincadeiras.

Renata Mattar e Gustavo Finkler têm uma longa estrada permeada de trabalhos voltados ao público infantil. Desde 2007 unidos na Cia Cabelo de Maria, criaram os espetáculos "São João do Carneirinho", "A Palavra É", "Imbalança Eu Caio" e "POIN - Pequena Orquestra Interativa". Atualmente, a Cia tem sete espetáculos no repertório. Renata atuou no grupo Palavra Cantada (SP) e Gustavo é fundador do grupo Cuidado Que Mancha (RS).

A série #EmCasaComSesc teve início em abril de 2020, com um conjunto de transmissões ao vivo das linguagens de Música, Teatro, Dança, Crianças e Esporte - que somaram 13,5 milhões de visualizações, até dezembro do ano passado, no total de 434 espetáculos. O espetáculo pode ser assistido pelo YouTube - youtube.com/sescsp - e Instagram - instagram.com/sescaovivo.

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