sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

.: Grátis: peça infantil "E o Zé, Quem É?", inspirada na história de Gaspar Kauser


Livremente inspirado na história de Kaspar Hauser, infantil E o Zé, quem é? discute a construção da identidade e o respeito às diferenças. Com texto e direção de Marcello Airoldi, espetáculo da companhia Teatro de Perto tem temporada gratuita no Teatro Cacilda Becker, de 11 de fevereiro a 5 de março. Foto: Priscila Prade

A misteriosa história de Kaspar Hauser, o menino sem identidade e linguagem que foi encontrado na Alemanha em 1828, serve como fonte de inspiração para o espetáculo "E o Zé, Quem É?", com texto e direção do premiado Marcello Airoldi (que também estreia a peça “Onde Está o Walter?” e, em maio, volta em cartaz no elenco do espetáculo “Misery”, a partir da obra de Stephen King). A peça tem uma temporada gratuita no Teatro Cacilda Becker, entre os dias 11 de fevereiro e 5 de março, com apresentações aos sábados e domingos, às 16h. 

O elenco traz André Capuano, Carolina Parra, Dani Moreno, Eugênio La Salvia, Fagundes Emanuel e Silô Moreno, além dos músicos Felipe Chacon e Juh Vieira. Além disso, o espetáculo conta com a participação em off da  grande atriz Laura Cardoso. Já a direção de produção é assinada por Kiko Rieser (autor e diretor da bem-sucedida peça “Nasci Pra Ser Dercy”).

O trabalho dá continuidade à pesquisa que o autor e diretor vem desenvolvendo em teatro para crianças. Seu espetáculo anterior, “Mequetrefe sorrateiro”, lhe rendeu o Prêmio São Paulo (antigo Femsa) de autor revelação, além de indicações em diversas outras categorias. Já a relação do artista com a conhecida trajetória de Kaspar Hauser também é antiga: em 2007, ele escreveu e dirigiu a peça “A casa do Gaspar ou Kaspar Hauser, o órfão da Europa”, ao lado do Teatro Ventoforte.

A peça se passa em um país que parece fictício, dominado por um governo autoritário, e conta a história de um garoto que é encontrado no meio da praça. Sozinho e em trapos, ele não sabe falar nenhuma língua e mal consegue andar. Todos ao redor especulam de onde o menino teria vindo, mas ninguém sabe a resposta para essa pergunta. Uma pessoa desconhecida não é ninguém, concluem os agentes do governo, e alguém que não é ninguém pode se tornar qualquer coisa, o que é muito perigoso. Assim, o menino sem nome vai preso por vadiagem, e, tornando-se assunto da cidade inteira, só faz aumentar a curiosidade sobre sua identidade.

Depois de um mês, a Justiça faz um acordo com a cidade: solta o garoto, mas  obriga toda a população a ficar responsável por ele, revezando-se mensalmente em sua guarda com um auxílio financeiro. Enquanto segue a investigação para descobrir sua história, ele se torna uma espécie de filho da cidade toda e ganha finalmente um nome: Zé. Nas muitas casas em que passa a morar, Zé aprende a falar e a andar e cada um da cidade transmite a ele seus próprios valores: o Cidadão lhe explica economia e como lucrar a todo custo; a Autoridade o ensina a atirar; e a Professora é a única que o estimula a olhar para o mundo com os próprios olhos. 

Ao longo da história, Zé percebe que pode ser quem quiser e que não é necessário desvendar sua história, porque é possível reescrevê-la dali para frente. “Toda a história da peça gira em torno da busca pela história pregressa de Zé, como se ela, por si só, fosse capaz de lhe conferir uma identidade. No entanto, o desconhecimento da linguagem nos evidencia que Zé nunca esteve em contato real com outro ser humano e, portanto, jamais poderia ter desenvolvido qualquer identidade. É apenas em relação direta com os outros que somos o que somos, e isso também é um ponto fundamental de ser discutido perante um público de crianças. O respeito à diferença e à alteridade deve nascer não só pela razão ética, mas também pelo entendimento de que dependemos do outro para nos constituirmos enquanto indivíduos, seja absorvendo, seja refutando aquilo que vemos à nossa volta”, comenta o autor e diretor Marcello Airoldi.

Além desses temas, o espetáculo faz uma importante homenagem à Cultura e à Educação (simbolizada pela personagem da Professora), que, segundo o encenador, são “os pilares que constituem a identidade de qualquer pessoa e de qualquer nação”.


Sinopse do espetáculo
Em um país que parece fictício, dominado por um governo autoritário, um garoto é encontrado no meio da praça. Sozinho e em trapos, ele não sabe falar nenhuma língua e mal consegue andar. Todos ao redor especulam sobre a origem do menino, mas ninguém sabe de nada. Uma pessoa desconhecida não é ninguém, concluem os agentes do governo, e alguém que não é ninguém pode se tornar qualquer coisa, o que é muito perigoso. Assim, o menino sem nome vai preso por vadiagem, e, tornando-se assunto da cidade inteira, só faz aumentar a curiosidade sobre sua identidade. Depois de um mês, a Justiça faz um acordo com a cidade: solta o garoto, mas obriga toda a população a ficar responsável por ele.


Ficha técnica
Texto e direção:
Marcello Airoldi
Elenco: André Capuano, Carolina Parra, Dani Moreno, Eugênio La Salvia, Fagundes Emanuel e Silô Moreno
Músicos: Felipe Chacon e Juh Vieira
Participação em voz off: Laura Cardoso
Cenografia: Carol Bucek
Desenho de luz: Aline Santini
Direção e composição musical: Juh Vieira
Figurino e visagismo: Kleber Montanheiro
Videoarte e mapping: Carol Shimeji e Rafael Drodrô
Assistência de direção: Maria Meyer
Assistência de figurino: Marcos Valadão
Construção de cenário: Marcelo Andrade, Fernando Zímolo e Wanderley Wagner
Confecção de máscaras e bonecos: Juh Vieira
Costura: Salomé Abdala
Design gráfico: Carol Shimeji e Rafael Drodrô
Fotografia: Priscila Prade
Registro em vídeo: Tatoka Filmes
Mídias sociais: Inspira Comunicação
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Operação de luz: Rodrigo Palmieri
Operação de som e microfonista: Rodrigo Florentino
Operação de projeção: Carol Shimeji e Rafael Drodrô
Direção de produção: Kiko Rieser
Assistência de produção: Maria Meyer
Assistência administrativa: Lauanda Varone
Produção geral: Rieser Produções Artísticas
Realização: MAPA - Marcello Airoldi Produções Artísticas
Um espetáculo do Teatro de Perto


Serviço
"E o Zé, Quem É?", com texto e direção de Marcello Airoldi
Temporada:
de 11 de fevereiro a 5 de março, aos sábados e aos domingos, às 16h

Teatro Cacilda Becker – Rua Tito, 295, Lapa
Ingressos:
grátis, distribuídos uma hora antes de cada apresentação
Classificação: livre
Duração: 70 minutos
Acessibilidade: acessível para cadeirantes

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

.: "Santa Evita", o romance que conta a trajetória do cadáver de Eva Perón


"Enfim, o romance que eu sempre quis ler."
, afirmou o imortal Gabriel García Márquez, autor de "Cem Anos de Solidão", sobre o livro "Santa Evita", repleto de revelações sobre Eva Perón, a mulher mais arbitrária e magnética da Argentina. Escrita pelo intelectual Tomás Eloy Martínez, a obra chega ao Brasil em nova edição pela Companhia das Letras, com tradução de Sérgio Molina. O ponto de partida são as "aventuras" do corpo embalsamado de Evita e dos patéticos personagens que se envolvem nessa história. 

Quando Evita morreu, em 1952, seu marido, o general Juan Domingo Perón, ordenou que seu corpo fosse embalsamado e exposto à nação argentina numa redoma de vidro. Três anos depois, quando o ditador caiu, o cadáver dela se tornou um fardo pesado demais para qualquer regime. Assim teve início uma das mais insólitas peregrinações de que se tem notícia. 

Sequestrado pelo Serviço de Inteligência do Exército, o cadáver vagou semanas pelas ruas de Buenos Aires, estacionou durante meses nos fundos de um cinema, prestou-se a todo tipo de paixões no sótão da casa de um capitão desmiolado até reaparecer, 16 anos mais tarde, no Velho Continente. Garanta a nova edição do livro "Santa Evita" neste link.


Sobre o autor
Jornalista e professor, além de romancista, Tomás Eloy Martínez nasceu em 1934, em Tucumán, Argentina. Depois da graduação, completou seus estudos de literatura em Paris, dedicando-se à obra de Borges. Intelectual combativo, viveu vários anos no exílio, tendo trabalhado nos Estados Unidos, Inglaterra, México e Venezuela. Foi também diretor do Programa de Estudos Latino-americanos da Rutgers University, em Nova Jersey. Morreu em janeiro de 2010. Compre o livro "Santa Evita" neste link.

.: "O Retiro", de Sarah Pearse, traz de volta a detetive a detetive Elin Warner


Um thriller sobre série de assassinatos que tem como cenário uma ilha na costa inglesa. Este é "O Retiro", o novo livro da premiada autora Sarah Pearse, lançado no Brasil pela editora Intrínseca. "O Retiro" surpreende mais uma vez por unir mistério e crimes a um cenário paradisíaco. A tradução é de André Czarnobai.

Após o sucesso de "O Sanatório", que levou a detetive Elin Warner a mergulhar em uma perigosa investigação em meio à paisagem estonteante e ilusoriamente calma dos Alpes Suíços, agora é a vez de a personagem desvendar crimes em série em uma bucólica ilha na costa da Inglaterra.

O novo thriller da autora tem como pano de fundo um idílico retiro de bem-estar inaugurado em uma ilha, que promete descanso e relaxamento para seus visitantes. Mas nada é realmente o que parece naquele lugar. O que poucos sabem é que a própria ilha, conhecida localmente como Pedra da Morte, tem um passado sombrio: foi palco de uma série de assassinatos anos antes.

Em busca de um refúgio para se distanciar de seus problemas, um grupo de hóspedes recorre aos encantos do lugar — entre eles, duas irmãs e uma prima que parecem alimentar entre si ressentimentos do passado. Não demora muito para que uma série de acontecimentos macabros comecem a transformar a estadia pacífica em um pesadelo cheio de mistérios.

Uma mulher é encontrada morta abaixo do pavilhão de aulas de ioga. Outro hóspede se afoga em um incidente durante um mergulho. Até que a detetive Elin entra em cena com a suspeita de que não há nada de acidental nas recentes ocorrências e precisa agir rápido para evitar uma nova tragédia. Pela sua experiência e intuição aguçada, ela sabe que todos ali correm perigo e que cada dia sem respostas pode resultar em um novo crime.

Mas por que alguém visaria os hóspedes deste resort de luxo? Elin deve encontrar o assassino antes que a história da ilha comece a se repetir. A maioria dos hóspedes veio para recarregar as energias. Mas alguém está ali por vingança. Após o lançamento de "O Sanatório", apontado como um dos melhores títulos da literatura de mistério da atualidade, a autora foi comparada a nomes consagrados, como Agatha Christie, Stephen King e Alfred Hitchcock. Garanta o seu exemplar de "O Retiro" neste link.


Sobre a autora
Sarah Pearse cresceu em Devon, no sudoeste da Inglaterra, e viveu muitos anos na Suíça antes de retornar ao Reino Unido. Estudou literatura inglesa e escrita criativa na Universidade de Warwick e concluiu uma pós-graduação em jornalismo. Seus contos já foram publicados em diversos veículos, e "O Sanatório" é seu romance de estreia. Foto: Rosie Parsons. Compre o livro "O Retiro" neste link.

.: "A Convocação", de Peadar O'Guilin, coloca adolescentes à prova


“As pessoas contam histórias parecidas desde sempre. Sobre criaturinhas diminutas, embora nós saibamos que os sídhes não são pequenos.”
Com essa premissa, o livro "A Convocação", escrito por Peadar O'Guilin e lançado no Brasil pela editora Melhoramentos, foi eleito pela Biblioteca de Nova York como um dos melhores livros para jovens adultos. Também é o primeiro livro da duologia "Terra Gris" e tem tradução de Jana Bianchi.

Muito parecida com a saga "Jogos Vorazes", de Suzanne Collins, o livro mistura distopia e fantasia e traz elementos de terror que trazem um lado sombrio raro de se ver em narrativas infantojuvenis. Entre os temas tratados em "A Convocação", também estão representatividade, romance, amizade, sacrifícios e resiliência. 

Cheio de aventuras, o livro oferece um ritmo ágil e repleto de suspense. A cada capítulo a tensão vai aumentando porque a qualquer momento um adolescente pode ser convocado para enfrentar um desafio. Poucas pessoas voltam, e os que conseguem retornar, voltam com sequelas físicas e mentais.

Nessa, a protagonista de 14 anos, teve poliomielite, o que faz com que ela seja totalmente negligenciada e tenha dificuldades para se locomover. A deficiência da personagem leva a todos acreditarem que ela não é capaz de sobreviver, mas ela está determinada a mostrar a todos que estão enganados. "Eu vou sobreviver. Quero ver quem vai me impedir", afirma a empoderada protagonista em determinado momento do livro.

A mitologia irlandesa está presente na obra de Peadar O'Guilin. Há milhares de anos, os irlandeses baniram os sídhes para outro mundo. Desde então, essas belas e terríveis criaturas feéricas têm vivido em um lugar de horrores e sem cor, a Terra Gris, onde alimentam um grande plano de vingança… que está cada vez mais perto de se concretizar.

A protagonista do livro sabe que em breve será sua hora de receber a convocação, o que pode acontecer no meio do dia ou da noite. Em um instante ela estará aqui e, no próximo, vai acordar sozinha na infernal terra dos sídhes. Ela será localizada, caçada e enviada de volta a seu mundo em pedaços… a menos que faça parte do raro grupo dos que sobrevivem por 24 horas – ou três minutos do tempo humano – e voltam para casa quase como eram antes de partir.

Quase, porque ninguém passa por essa experiência sem alguma mudança. Mas sobreviver envolve muito mais do que lutar contra os inimigos feéricos; a jovem e seus colegas precisam aprender a lidar com o luto, com a perda dos amigos – que vão sendo dizimados um a um – e com ameaças que até então desconheciam e que estão mais perto do que imaginam. Garanta o seu exemplar de "A Convocação" neste link.


O que disseram sobre o livro

"Extremamente imaginativo; vai agradar fãs de Jogos Vorazes." – Daily Mail

"PERFEITO para fãs de 'As Crônicas de Gelo e Fogo'." – BuzzFeed

"Intenso, fascinante... De ritmo incrivelmente rápido." – Publishers Weekly


.: "É Assim que Começa", a continuação do romance "É Assim que Acaba"


Preparem os seus coraçõezinhos para a mais aguardada sequência literária desde que você finalizou a última página do último romance que você adorou ler. Em "É Assim que Começa", a aguardada sequência de "É Assim que Acaba" lançada pela editora Galera Record, os personagens Lily e Atlas - que serão interpretados no cinema por Blake Lively e Chris Wood - estão de volta. A continuação chega para consagrar novamente Coleen Hoover como a autora mais vendida do Brasil.

A escritora é um fenômeno editorial, acumulando não só milhões de visualizações no TikTok, mas também milhões de exemplares vendidos. Na sequência de "É Assim que Acaba", Lily Bloom continua administrando uma floricultura. Seu ex-marido abusivo, Ryle Kincaid, ainda é um cirurgião. Mas agora os dois estão oficialmente divorciados e dividem a guarda da filha, Emerson.

Quando Lily esbarra em Atlas, com quem não fala há quase dois anos, parece que finalmente chegou o momento de retomar o relacionamento da adolescência, já que ele também está solteiro e parece retribuir os sentimentos de Lily. Mas apesar de divorciada, Lily não está exatamente livre de Ryle. Culpando Atlas pelo fim de seu casamento, Ryle não está nada disposto a aceitar o novo relacionamento de Lily, ainda mais com Atlas, o último homem que aceitaria ver perto de sua filha e da ex-esposa.

Alternando entre os pontos de vista de Atlas e Lily, É assim que começa retoma logo após o epílogo de É assim que acaba. Revelando mais sobre o passado de Atlas e acompanhando a jornada de Lily para abraçar a sua segunda chance, no amor enquanto lida com um ex-marido ciumento, É assim que começa prova que ninguém entrega uma leitura mais emocionante do que Colleen Hoover. Garanta o seu exemplar de "É Assim que Começa" neste link.


O que disseram sobre o livro
“Em uma história permeada de tensão com lampejos de esperança, Hoover captura perfeitamente as dores de um coração partido e a felicidade de começar de novo.” ― Kirkus Review

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

.: Crítica: "O Pior Vizinho do Mundo" é surpreendentemente emocionante

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em fevereiro de 2023


Um senhor rabugento que não leva o mesmo nome de Carl Fredricksen da animação Disney "Up - Altas Aventuras", mas que também consegue emocionar o público enquanto sofre com a ausência da esposa. Eis Otto Anderson, O-T-T-O, o protagonista de "O Pior Vizinho do Mundo", magistralmente interpretado por Tom Hanks que está em cartaz no Cineflix Cinemas.

O longa de 2h06, nos primeiros minutos apresenta um mocinho em idade avançada e pra lá de insuportável exigindo tudo em seu lugar no condomínio em que vive. Sim! Você primeiro detesta Otto para depois amá-lo. Sem motivos para seguir em frente, ele passa a realizar diversas tentativas de tirar a própria vida. Contudo, é a chegada de Marisol (Mariana Treviño) e Tommy (Manuel Garcia-Rulfo) que desvia Otto de seu objetivo.

Conforme a trama vai crescendo e ganhando forma, a chatice do velhinho cheio de manias mostra o quão grande o coração dele é, seja ajudando Tommy a estacionar um carro com trailer ou a dar abrigo a Malcolm (Mack Bayda), ex-aluno transgênero de sua esposa Sonya (Rachel Keller). E, claro, não se iluda com as tiradas divertidas do texto brilhante, "O Pior Vizinho do Mundo" faz chorar -por vezes. 

O filme dirigido por Marc Forster é delicado e cria toda a história de amor entre Otto e Sonya, portanto conhecemos o rabugento ainda moço, interpretado por Truman Hanks, filho do ator protagonista na vida real, mas é ao esbarrar na forma que aborda o suicídio consegue ser extremamente tocante. Tanto é que ao fim apresenta informações e número de contato para ajuda em casos semelhantes. 

"O Pior Vizinho do Mundo" é surpreendentemente emocionante, embora faça, sendo completamente diferente do antigo filme com Hanks, de 1989, "Meus Vizinhos São um Terror""O Pior Vizinho do Mundo" é indiscutivelmente, um filme lindo que trata o sentimento da solidão mesmo diante da força da amizade que pode estar na próxima porta ao lado ou a frente de casa. Imperdível!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


Filme: "O Pior Vizinho do Mundo" ("A Man Called Otto" )
Gênero: drama/comédia
Classificação: 14 anos
Ano de produção: 2022
Direção: Marc Forster
Roteiro: David Magee
Duração: 2h06m
Elenco: Tom Hanks (Sr. Otto), Mariana Treviño (Marisol), Rachel Keller (Sonya), Manuel Garcia-Rulfo (Tommy)

Trailer





Leia +

.: Resenha crítica de "Up - Altas Aventuras", animação Disney Pixar

.: Oscar 2010 indica 10 longas na categoria melhor filme

.: Lista: filmes que completam 10 anos em 2019. Confira!

.: Cineflix: estreia de suspense de M. Night Shyamalan e indicados ao Oscar


O suspense "Batem à Porta" ("Knock At The Cabin"), de M. Night Shyamalan, e indicados ao Oscar 2023 estreiam no Cineflix Cinemas, em SantosA comédia dramática "Os Banshees de Inisherin" ("The Banshees of Inisherin"), com Barry Keoghan, Colin Farrell e Brendan Gleeson, e "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" ("Everything Everywhere All at Once"), com Michelle Yeoh, Stephanie Hsu e Ke Huy Quan disputam a vaga de Melhor Filme na premiação.

Candidato sueco a uma vaga no Oscar 2023 de Melhor Filme Estrangeiro "Garoto dos Céus" ("Boy from Heaven") deve fazer a alegria daqueles que gostam de filmes alternativos. Para a garotada, a animação "O Grande Mauricinho" ("The Amazing Maurice"), com Marcelo Adnet e Sophia Valverde é uma das opções. Assim como "Gato de Botas 2: O Último Pedido" ("Puss in Boots: The Last Wish").  

Também estão em cartaz o suspense 
"M3GAN", sobre uma boneca assassina, e o drama "O Pior Vizinho do Mundo" ("A Man Called Otto"), com Tom Hanks, Mariana Treviño, Rachel Keller e outros.  Os críticos de cinema do portal Resenhando.com assistem as estreias dos filmes no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. Confira os dias, horários e sinopses dos filmes para você ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do cinema. Programação do Cineflix em outras localidades neste link ou no app Cineflix.

Estreias da semana no Cineflix Santos

"Batem à Porta" ("
Knock At The Cabin")
Gênero: suspense. Classificação: 14 anos. Ano de produção: 2022. Idioma: inglês. Direção: M. Night Shyamalan. Roteiro: Steve Desmond, Michael Sherman e M. Night ShyamalanDuração: 1h40. Elenco: Dave Bautista, Jonathan Groff, Bem Aldridge e outros. Distribuidora: Universal Pictures. Sinopse: durante as férias em uma cabana remota, uma jovem e seus pais são feitos reféns por quatro estranhos armados que exigem que a família faça uma escolha impensável para evitar o apocalipse.

Sala 1 (legendado)
2/2/2023 - Quinta-feira: 18h50
3/2/2023 - Sexta-feira: 18h50
4/2/2023 - Sábado: 18h50
5/2/2023 - Domingo: 18h50
6/2/2023 - Segunda-feira: 18h50
7/2/2023 - Terça-feira: 18h50
8/2/2023 - Quarta-feira: 18h50

"Batem à Porta" - Trailer legendado



"Garoto dos Céus" ("
Boy from Heaven")
Gênero: drama. Classificação: 14 anos. Ano de produção: 2022. Idioma: egípcio. Direção e roteiro: Tarik SalehDuração: 2h. Elenco: Tawfeek Barhom, Fares Fares, Mohammad Bakri e outros. Distribuidora: Pandora Filmes. Sinopse: "Garoto dos Céus" é o candidato sueco a uma vaga no Oscar 2023 de Melhor Filme Estrangeiro. Filho de um pescador humilde, Adam (Tawfeek Barhom) recebe uma bolsa de estudos para cursar na Al-Azhar, a mais importante universidade do Cairo. Lá, é o epicentro do poder do islamismo sunita.

Sala 1 (legendado)
2/2/2023 - Quinta-feira: 21h
3/2/2023 - Sexta-feira: 21h
4/2/2023 - Sábado: 21h
5/2/2023 - Domingo: 21h
6/2/2023 - Segunda-feira: 21h
7/2/2023 - Terça-feira: 21h
8/2/2023 - Quarta-feira: 21h

"Garoto dos Céus" - Trailer legendado


"O Grande Mauricinho" ("The Amazing Maurice")
Gênero: animação. Classificação: livre. Ano de produção: 2022. Idioma: inglês. Direção: Florian Westermann e Toby GenkelRoteiro: Terry Rossio. Duração: 1h33. Dubladores: Marcelo Adnet, Sophia Valverde e outros. Distribuidora: Imagem Filmes. Sinopse: Mauricinho (Marcelo Adnet) é um gato falante que viaja de cidade em cidade vendendo seu negócio de exterminação de ratos. Mas ele também é um malandro, vendendo habilidades felinas para enganar as pessoas que o contratam. Ele não faz isso tudo sozinho. Junto com seu parceiro Kinho, um flautista mágico, eles convocam uma horda de ratos e os levam para fora da cidade. Assim que o "trabalho" é feito e o dinheiro da recompensa está em suas patas, ele divide com Kinho e...os ratos. Os ratos, também, não são qualquer espécie de roedores, já que eles falam, se vestem e vivem em uma comunidade paradisíaca com o dinheiro que faturam com Mauricinho e Kinho. Tudo vai bem até que eles decidem golpear a cidade de Bad Blintz, onde conhecem uma garota obcecada por livros, Marina, que os leva em uma aventura para resolver um grande mistério da cidade.

Sala 3 (dublado)
2/2/2023 - Quinta-feira: 14h50 - 16h50
3/2/2023 - Sexta-feira: 14h50 - 16h50
4/2/2023 - Sábado: 14h50 - 16h50
5/2/2023 - Domingo: 14h50 - 16h50
6/2/2023 - Segunda-feira: 14h50 - 16h50
7/2/2023 - Terça-feira: 14h50 - 16h50
8/2/2023 - Quarta-feira: 14h50 - 16h50

"O Grande Mauricinho"- Trailer dublado


"
Os Banshees de Inisherin" ("The Banshees of Inisherin")
Gênero: comédia dramática. Classificação: 16 anos. Ano de produção: 2022. Idioma: inglês. Direção e roteiro: Martin McDonagh. Duração: 1h54. Elenco: Barry Keoghan, Colin Farrell, Brendan Gleeson e outros. Distribuidora: Disney. Sinopse: dois amigos de longa data diante de um impasse terminam a amizade. Essa atitude gera consequências alarmantes para ambos.

Sala 2 (legendado)
2/2/2023 - Quinta-feira: 15h35 - 18h - 20h30
3/2/2023 - Sexta-feira: 15h35 - 18h - 20h30
4/2/2023 - Sábado: 15h35 - 18h - 20h30
5/2/2023 - Domingo: 15h35 - 18h - 20h30
6/2/2023 - Segunda-feira: 15h35 - 18h - 20h30
7/2/2023 - Terça-feira: 15h35 - 18h - 20h30
8/2/2023 - Quarta-feira: 15h35 - 18h - 20h30

"Os Banshees de Inisherin" - Trailer legendado


"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" ("Everything Everywhere All at Once")

Gênero: aventura. Classificação: 14 anos. Ano de produção: 2022. Idioma: inglês. Direção e roteiro: Dan Kwan e Daniel Scheinert. Duração: 2h21. Elenco: Michelle Yeoh, Stephanie Hsu e Ke Huy Quan e outros. Distribuidora: Diamond Films. Sinopse: uma ruptura interdimensional bagunça a realidade e uma inesperada heroína precisa usar seus novos poderes para lutar contra os perigos bizarros do multiverso.

Sala 1 (legendado)
2/2/2023 - Quinta-feira: 18h10
3/2/2023 - Sexta-feira: 18h10
4/2/2023 - Sábado: 18h10
5/2/2023 - Domingo: 18h10
6/2/2023 - Segunda-feira: 18h10
7/2/2023 - Terça-feira: 18h10
8/2/2023 - Quarta-feira: 18h10

"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" - Trailer legendado

Seguem em cartaz no Cineflix Santos

"Gato de Botas 2: O Último Pedido" ("Puss in Boots: The Last Wish")
Gênero: animação. Classificação: 10 anos. Ano de produção: 2022. Idioma: inglês. Direção: Joel Crawford. Roteiro: Tom Wheeler. Duração: 1h42. Dubladores originais: Antonio Banderas, Salma Hayek, Harvey Guillen e outros. Distribuidora: Universal Studios. Sinopse: por conta de seu gosto pelo perigo e pelo desrespeito à segurança pessoal, o Gato de Botas descobre que perdeu oito das nove vidas que têm direito. Com apenas uma vida restante, ele precisa pedir ajuda para uma antiga parceira - que atualmente é sua rival e inimiga mortal, Kitty Pata Mansa - para continuar vivo. Então, o destemido bichano parte em uma jornada épica pela Floresta Negra para encontrar a mítica Estrela dos Desejos, capaz de proporcionar o legendário Último Desejo e restaurar as vidas que perdeu.

Sala 1 (dublado)
2/2/2023 - Quinta-feira: 15h30
3/2/2023 - Sexta-feira: 15h30
4/2/2023 - Sábado: 15h30
5/2/2023 - Domingo: 15h30
6/2/2023 - Segunda-feira: 15h30
7/2/2023 - Terça-feira: 15h30
8/2/2023 - Quarta-feira: 15h30

"Gato de Botas 2: O Último Pedido"- Trailer dublado


"M3GAN" (título original)

Gênero: suspense. Classificação: 14 anos. Ano de produção: 2022. Idioma: inglês. Diretor: Gerard Johnstone. Roteiro: Akela CooperDuração: 1h41. Elenco: Allison Williams, Ronny Chieng, Violet McGraw e outros. Distribuidora: Universal Studios. Sinopse: "M3GAN" é uma maravilha da inteligência artificial, uma boneca realista programada para ser a melhor amiga de uma criança. Uma robótica brilhante dá a sua jovem sobrinha um protótipo "M3GAN", mas a máquina logo se torna violenta.

Sala 4 (dublado)
2/2/2023 - Quinta-feira: 15h15
3/2/2023 - Sexta-feira: 15h15
4/2/2023 - Sábado: 15h15
5/2/2023 - Domingo: 15h15
6/2/2023 - Segunda-feira: 15h15
7/2/2023 - Terça-feira: 15h15
8/2/2023 - Quarta-feira: 15h15

"M3GAN" - Trailer legendado


"O Pior Vizinho do Mundo" ("
A Man Called Otto")
Gênero: drama. Classificação: 14 anos. Ano de produção: 2022. Idioma: inglês. Direção: Marc Forster. Roteiro: David MageeDuração: 2h05. Elenco: Tom Hanks, Mariana Treviño, Rachel Keller e outros. Distribuidora: Sony Pictures. Sinopse: Otto Anderson é um viúvo rabugento que criticar e julga todos os que estão ao redor dele. Quando conhece a perspicaz e grávida Marisol, a nova vizinha que se muda com toda a família para a casa da frente, nasce uma amizade inesperada e transformadora.

Sala 1 (legendado)
2/2/2023 - Quinta-feira: 17h35 - 20h10
3/2/2023 - Sexta-feira: 17h35 - 20h10
4/2/2023 - Sábado: 17h35 - 20h10
5/2/2023 - Domingo: 17h35 - 20h10
6/2/2023 - Segunda-feira: 17h35 - 20h10
7/2/2023 - Terça-feira: 17h35 - 20h10
8/2/2023 - Quarta-feira: 17h35 - 20h10

"O Pior Vizinho do Mundo" - Trailer legendado


terça-feira, 31 de janeiro de 2023

.: Porque todo mundo está falando do livro "É Assim que Acaba"


Não se fala outra coisa desde que a aguardada adaptação de "É Assim que Acaba", livro mais vendido no Brasil em 2022 e sucesso mundial da americana Coleen Hoover, definiu quem serão os rostos da história no cinema: a atriz Blake Lively, que ficou conhecida pelo papel de Serena van der Woodsen na primeira versão do seriado "Gossip Girl", e Justin Baldoni, galã da série "Jane the Virgin". Ambos viverão o casal protagonista Lily e Ryle. “Eles têm o que é preciso para trazer esses personagens para a vida”, comemorou a escritora nas redes sociais.

Considerado o livro do ano, que virou febre no TikTok e sozinho já acumulou mais de um milhão de exemplares vendidos no Brasil. É assim que acaba é o romance mais pessoal da carreira de Colleen Hoover, discutindo temas como violência doméstica e abuso psicológico de forma sensível e direta. 

Em "É Assim que Acaba", a autora Colleen Hoover apresenta ao leitor Lily, uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela.

Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja? "É Assim que Acaba" é uma narrativa poderosa sobre a força necessária para fazer as escolhas certas nas situações mais difíceis. Considerada a obra mais pessoal de Hoover, o livro aborda sem medo alguns tabus da sociedade para explorar a complexidade das relações tóxicas, e como o amor e o abuso muitas vezes coexistem em uma confusão de sentimentos. Garanta o seu exemplar de "É Assim que Acaba" neste link.


O que disseram sobre o livro
“Um romance corajoso, de partir o coração, que enfia as garras em você e não te solta... Ninguém escreve sobre sentimentos tão bem quanto Colleen Hoover.”  Anna Todd, autora da série "After"

“...Você vai sorrir em meio às lágrimas.”  Sarah Pekkanen, autora de "Perfect Neighbors"

“Imperdível. Com um drama fascinante e verdades dolorosas, esse livro retrata de maneira poderosa a devastação que o abuso pode causar - e a força de quem sobrevive a ele...”  Kirkus Review

.: "A Repetição", de Pedro Cesarino, revela mundos pouco explorados


Escritas a partir de fatos reais e documentos históricos, duas novelas feéricas que revelam mundos ainda pouco explorados na literatura brasileira. Este é o romance "A Repetição", de Pedro Cesarino, lançado pela editora Todavia.

No livro, Totanauá é o primeiro de seu povo a aprender a ler. Escuta do papel palavras estranhas que falam sobre um novo tempo. Tenta transmiti-las aos seus parentes, que recebem as revelações sem saber se creem ou não no velho homem. Seguido de perto por um sobrinho aprendiz, Totanauá reluta em ensiná-lo sobre o corpo invisível presente nas folhas de jornal encontradas em sua aldeia isolada numa Amazônia fictícia.

Acomodado no jardim de um hospital, M. ouve relatos de pessoas perturbadas com sonhos de parentes mortos por uma doença devastadora. Durante a noite, ele recebe visitas de mulheres-espírito que entram pela janela de seu apartamento. Trarão elas explicações sobre os sonhos enigmáticos? Terão os sonhos alguma relação com o estado desolador em que se encontra a metrópole e todo o território em que vive M., assolado pelo contágio, pelo caos político e climático? 

Um passado de crueldade clama pela dívida não paga que formou o território e que, agora, o persegue com sua sina. Desde seu apartamento, o narrador rememora a infância e descobre documentos que se relacionam ao passado através dos sonhos e das visões das mulheres. Quem poderá acreditar em suas palavras, agora que elas revelam o que se pretende esquecer?

Nessas duas novelas reunidas em "A Repetição", o autor Pedro Cesarino narra com maestria o percurso de dois personagens envolvidos em dilemas sobre a verdade. Situados em mundos distintos — a floresta, a metrópole e o litoral —, ambos se confrontam com a herança da escravidão, da violência contra povos indígenas e da exploração econômica. Valendo-se de fatos reais, estudos e documentos históricos para a escrita de ficção, Pedro Cesarino desenvolve um registro narrativo e imagético heterodoxo, estabelecido a partir da interlocução com pensamentos indígenas e afrocentrados ainda pouco presentes na literatura brasileira contemporânea. Compre o livro "A Repetição" neste link.


O que disseram sobre o livro
“… neste lugar em que operam outras forças, capazes de anular todas as fronteiras que pacientemente estabelecemos entre o humano, o animal e a natureza, entre o mito e a realidade.” — Gladys Marivat, Le Monde

“Pedro Cesarino, amigo do criar, nesta obra-dobra, trabalha com transmutações, ires-e-voltares, acontecimento que morre para acontecer, floresta, abismo, cidade, fumaça, incorporação, cores, paredes, (re)abertura de corpo. São fluxos que queremos acompanhar para que nos transformemos, assim, noutras poéticas. Se encantamentos modulam e singram a vida, a narrativa aqui presente modula encantamentos, num rio de forças que, tendo estado sempre aí, ainda estão por chegar. Eis uma possível repetição. Mas o que falará belamente sobre isto são as palavras regadas por este autor potente, que se coloca assumidamente em relação para inventar e se juntar a mundos.” — Tiganá Santana


Trecho do livro
Quando Américo não estava lá, quando trabalhava com o Gordo e dormia no galpão, quando tocava os bois e tirava as bicheiras, foi que chegou o papel, negócio chamado de jornal. Ninguém tinha visto aquilo antes, nem mesmo os parentes mais velhos. Agora todo mundo via aqueles papéis que embalavam as mercadorias. Américo tinha achado que era apenas casca de árvore da fazenda que só o Gordo plantava e que eles davam para os peões e os cachorros dormirem na friagem. Mas não era isso, ele percebia agora. O papel cuidava das mercadorias, aquelas coisas que os brancos usavam, prato branco de cerâmica, copo de vidro, tudo aquilo. Era para isso que servia aquele jornal.

Muito se falava sobre aquela casca das coisas que agora chegava nas aldeias. O velho Neco Preto pensou que os pratos já nasciam assim, com as folhas enroladas em torno deles. Era mesmo por isso que os pratos ficavam brancos. Passavam toda a sua sujeira para a casca até saírem claros e brilhantes, feito as pessoas que deixam seus corpos e ficam mais fulgurantes, ele pensava. Era assim que conversavam sobre aquelas peles cada vez mais presentes.

Curica Branca tentou comer o papel misturado com água para ver se era bom. Comeu muitas folhas e ficou bem por algum tempo. Foi durante a noite que ele começou a ver cobras andando por cima de seu corpo. Vomitou tanto que quase morreu. Américo começava a entender que tinha jeito certo de comer aquela casca das coisas, que era feita para elas aparecerem. Era parecido com a casa do Gordo, onde ele jamais entrou mas que brilhava com suas janelas de vidro. Também aquela casa devia ter a sua casca, que era o papel que o Gordo jogava para o pessoal dormir no galpão.

Foi então que Totanauá levantou. Ele parecia estar bravo. Pegou um pedaço de papel, um pedaço cheio de escritas, e começou a falar atropelando as palavras, engolindo aqueles ditos todos que saíam pelos dentes.

Negócio de casca que chegou aqui agora para a gente! — ele dizia. — Esse papel, essas linhas é que eles usam para falar! Eu sei que isso é outra coisa! Jornal, livro, revista! É isso que eles chamam quando põem na frente do olho para pensar! Vocês não sabem de nada!

Totanauá disse tudo isso muito rápido, quase vomitando, avermelhado, e depois sentou em silêncio. Ficou ali em sua sombra, batendo o pé no chão. O pessoal começou a conversar, inquieto, sem entender direito o que ele queria dizer. Então Totanauá levantou de novo, subiu no banco e lá ficou. Fez que ia falar, mas parecia que as palavras não saíam da sua boca. Ia ficando nervoso, chacoalhava os papéis com as mãos, tentava falar, mas a fala não saía. Os parentes mexiam com ele, davam risada dos engasgos, e o velho ficava mais nervoso, encalhado nas palavras, até que desistia e se deixava tomar pelo silêncio. Sentava ainda mais aflito, batendo o pé mais forte no chão, coçando a cabeça.


Sobre o autor
Pedro Cesarino
é escritor e antropólogo, autor do romance "Rio Acima" (Companhia das Letras, 2016, traduzido como L’attrapeur d’oiseaux, Rivages, 2022) e de outros estudos sobre cosmologias e poéticas ameríndias, entre eles "Oniska: Poética do Xamanismo na Amazônia" (Perspectiva, 2011) e "Quando a Terra Deixou de Falar: Contos da Mitologia Marubo" (Ed. 34, 2013). É professor do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo. Garanta o seu exemplar de "A Repetição" neste link.

.: Entrevista com a desmascarada: Erika Januza é a Brocolee do reality


Brocolee no programa "The Masked Singer Brasil", a atriz Erika Januza se divertiu no programa. Foto: Globo/Maurício Fidalgo

Na tarde do último domingo, dia 29, foi a vez da Brocolee ser desmascarada no "The Masked Singer Brasil". A atriz Erika Januza deu vida a personagem cantando a música "Sua Cara" de Pabllo Vittar e Anitta. No Fight Fofo Final, enfrentou a dupla Romeu e Julieta com a canção "Pro Dia Nascer Feliz" da banda Barão Vermelho

“Eu gostava muito do fato de ninguém saber quem era eu e gostava de brincar com as pessoas fazendo sinais para aguçar a curiosidade delas. E até com a fantasia, eu brincava com quem estava nos bastidores e virava mesmo a personagem. Pra mim foi muito bom brincar com esse lado lúdico de ser uma coisa tão distante da minha realidade de ser atriz", conta.  

"The Masked Singer Brasil" é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil, baseado no formato sul-coreano criado pela Mun Hwa Broadcasting Corp, tem supervisão artística de Adriano Ricco (TV Globo) e direção de Marcelo Amiky (Endemol Shine Brasil). O reality vai ao ar nas tardes de domingo após "Minha Mãe Cozinha Melhor que a Sua".


Conte um pouco da experiência de participar do ‘The Masked Singer Brasil’?
Erika Januza -
Foi uma experiência muito diferente, desde a forma sigilosa do programa e também como a gente tinha que andar em lugares públicos com o moletom escrito 'Não fale comigo'. Eu gostava muito do fato de ninguém saber quem era eu e gostava de brincar com as pessoas fazendo sinais para aguçar a curiosidade delas. E até com a fantasia, eu brincava com quem estava nos bastidores e virava mesmo a personagem. Pra mim foi muito bom brincar com esse lado lúdico de ser uma coisa tão distante da minha realidade de ser atriz. Eu amei a experiência, mas eu nunca tinha cantado. Eu não sei cantar, mas sempre tive vontade, apesar da timidez. Tudo muito diferente do que já fiz. 

 

Qual a parte mais difícil deste desafio? E a mais fácil?
Erika Januza - 
A parte mais difícil foi cantar. Me ouvir cantando era muito diferente eu sempre falava: 'Meu Deus, tá muito ruim' (risos). No início eu queria cantar como a música era originalmente, mas depois eu entendi que eu poderia colocar a personalidade da Brocolee. E a parte mais fácil era guardar o segredo. Apesar de normalmente ser o mais difícil, eu sou boa nisso, sempre falava para as pessoas que estava indo trabalhar, mas sem falar o que era. 

 

Como foi ver outras pessoas chutando nomes diferentes do seu e depois ver a reação dos jurados quando você foi desmascarada?
Erika Januza - 
Ninguém nem fazia ideia. Todo mundo ficou muito surpreso. Eu achei que iam me descobrir muito rápido, mas eu tentei não ser eu o tempo inteiro. Até o último segundo ninguém adivinhou. Para mim é uma experiência que vai ficar para sempre.

 

.: Entrevista: Ricardo Pereira relembra experiência em “Como Uma Onda”


Primeira novela da Globo protagonizada por um ator estrangeiro mostra a disputa de duas irmãs pelo amor de um jovem português. Foto: Globo/Divulgação


Chega ao Globoplay a novela “Como Uma Onda”, que convida o público a embarcar nas aventuras do açoriano Daniel, interpretado pelo ator Ricardo Pereira. Ao tentar fugir dos capangas do rigoroso pai de sua namorada portuguesa, ele é colocado em um navio com destino ao Brasil e vai parar no litoral de Santa Catarina, onde é encontrado sujo e maltrapilho por Lenita (Mel Lisboa), moça que o rapaz já havia conhecido brevemente em uma viagem dela a Portugal. 

O estrangeiro passa então a trabalhar como mordomo na casa da família da jovem e se torna motivo de disputa entre ela e sua irmã Nina (Alinne Moraes). As duas moças, que se interessaram por Daniel desde que o viram pela primeira vez no exterior, terão a oportunidade de conhecê-lo de perto e conquistar seu coração.  A estreia faz parte do projeto Resgate de clássicos de dramaturgia do Globoplay, que traz, todo mês, duas novelas e uma minissérie do acervo da Globo para o catálogo da plataforma.  

“'Como Uma Onda' é uma novela muito especial para mim. Foi o início da minha carreira no Brasil, em uma novela que teve, pela primeira vez na história da Globo, um protagonista estrangeiro. Tenho lembranças maravilhosas dos bastidores. A Mel e a Alinne são minhas amigas até hoje. Nos divertimos muito nesse trabalho!”, lembra o ator Ricardo Pereira, que garante que faz questão de não perder nenhum capítulo da trama para matar a saudade. 

Escrita por Walther Negrão, com direção geral de Dennis Carvalho e Mauro Mendonça Filho, “Como Uma Onda” foi exibida originalmente na Globo em 2004 e tem em seu elenco nomes como Ricardo Pereira (Daniel), Alinne Moraes (Nina), Mel Lisboa (Lenita), Henri Castelli (Jorge Junqueira), Maria Fernanda Cândido (Lavínia), Cauã Reymond (Floriano), Sheron Menezzes (Rosário), Elias Gleizer (Velho Bartô), Laura Cardoso (Dona Francisquinha), Marcos Caruso (Dr. Prata), Sérgio Malheiros (Frank), Kadu Moliterno (Amarante), Herson Capri (Sandoval), Bianca Byington (Maria da Encarnação Junqueira), Tato Gabus Mendes (Pedroca) e Ernani Moraes (Quebra-Queixo). Confira abaixo a entrevista com o ator Ricardo Pereira.


Qual foi o impacto dessa novela, sua primeira no Brasil, em sua carreira e vida pessoal?
Ricardo Pereira -
“Como Uma Onda” é uma novela muito especial para mim. Marcou o início da minha carreira no Brasil. Uma novela incrível, com um elenco maravilhoso, que se apoiou, se abraçou e construiu um projeto que deixou muitas saudades em todos. Pela primeira vez na história da Globo, uma novela trouxe um protagonista estrangeiro. Um desafio muito grande para mim, com muito trabalho e muitos aprendizados, que guardo no meu coração. 


Após quase 20 anos do lançamento original, qual é a expectativa para a estreia da obra no Globoplay?
Ricardo Pereira -
 A expectativa é imensa! Quero muito rever, poder voltar no tempo, acompanhar e reviver de novo essa história. Será uma oportunidade muito especial para mim.


Como foi a recepção do público na época da novela?
Ricardo Pereira -
 A recepção foi incrível. Além de trazer uma história boa e um elenco talentoso, tinha o fato de ter um estrangeiro protagonizando a novela. Então tinha uma curiosidade no ar de saber quem era aquele novo ator. Eu lembro até hoje do carinho do público nas ruas, eu adorava.   


Resgatando pela memória, quais foram os grandes momentos do personagem na história que te marcaram e você lembra até hoje?
Ricardo Pereira -
 Eu acho essa história que o Walther Negrão construiu muito bacana porque ela fala de amor. Um amor que, muitas vezes, aparece quando a gente menos espera. Meu personagem, o Daniel Cascaes, entra num navio e viaja de Portugal para um lugar que não conhece, é acolhido por uma família e acaba encontrando o amor aí. Essa é uma trama para quem gosta de histórias sobre o amor e os bons encontros da vida.


Tem lembranças dos bastidores das gravações da novela?
Ricardo Pereira - 
Tenho recordações maravilhosas. Eu tive a oportunidade de aprender com atores incríveis, que me receberam muito bem e sempre me deram a mão. Foi uma troca ótima. Tínhamos uma grande ligação e sintonia entre elenco, direção, produção e equipe. Continuo encontrando muitos dos que trabalharam comigo nessa novela em outras produções e guardo para a vida toda.   


Como era a relação com as atrizes Mel Lisboa e Alinne Moraes?
Ricardo Pereira -
A Mel e a Alinne são minhas amigas até hoje. As duas foram muito especiais para mim nessa fase da minha carreira, me abraçaram nessa minha chegada ao Brasil, na primeira novela brasileira. Nos divertimos muito fazendo “Como Uma Onda”. Além da minha amizade, elas têm também a minha admiração pelas incríveis atrizes que são, pela carreira tão especial que as duas têm construído ao longo dos anos. É uma relação que dura até hoje e eu só guardo boas memórias. A Mel acabei encontrando agora em “Cara e Coragem” e, logo, logo, vou encontrar a Alinne em outro trabalho.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

.: "O Avesso do Bordado": biografia de Marco Nanini é lançada


A história de Marco Nanini se confunde com a própria história da dramaturgia brasileira. Depois de quatro anos de pesquisa, a jornalista Mariana Filgueiras publica o livro "O Avesso do Bordado: Uma Biografia de Marco Nanini" pela Companhia das Letras. Ela apresenta aos leitores a trajetória e o legado desse artista inigualável, que criou personagens inesquecíveis no cinema, teatro e TV.

Um dos artistas mais geniais e profícuos do Brasil, Marco Nanini é um gigante da atuação, respeitado por seus pares, premiado pela crítica e amado pelo grande público. Não houve um só ano, desde 1965, quando pisou num palco pela primeira vez, em que ele não tenha interpretado um personagem.

Nanini participou de mais de cem produções, passou pelo teatro clássico e moderno, pelo teatro político e de vanguarda e pelos musicais. Ele fez pornochanchadas; cinema de retomada, cinema comercial e cinema de arte; novelas; programas de humor e seriados de linguagem iconoclasta. Estourou bilheterias com obras populares, apresentou filmes em festivais internacionais. Viu seus personagens virarem fantasias de Carnaval, gírias nas ruas, nomes de animais de estimação. Produziu, dirigiu, escreveu.

Para contar a história dos quase sessenta anos de carreira de Marco Nanini, Mariana Filgueiras investigou a fundo sua trajetória, influências e principais trabalhos, oferecendo ao leitor um texto primoroso e ao mesmo tempo divertido. Garanta o seu exemplar de "O Avesso do Bordado: Uma Biografia de Marco Nanini" neste link.

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.