Mostrando postagens classificadas por data para a consulta crítica. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta crítica. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

sábado, 23 de agosto de 2025

.: Crítica: “Memórias do Vinho”: duelo de talentos transforma palco em brinde


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Roberto Setton

Em cartaz até dia 28 de setembro no Teatro Renaissance, o espetáculo “Memórias do Vinho” reúne diversas discussões em uma mesma taça. Com texto inédito de Jandira Martini - escrito em parceria com Maurício Guilherme e finalizado pouco antes da partida dela em 2024 - e direção precisa e sensível de Elias Andreato, a peça segue com as últimas apresentações com Herson Capri e Caio Blat em um verdadeiro duelo de talentos.

O enredo parece simples: pai e filho, distantes há anos, em um reencontro por necessidade. No entanto, a adega do patriarca, repleta de garrafas raras e um diário secreto de vinhos, abre espaço para revelações, mágoas não-verbalizadas e lembranças engarrafadas pelo tempo. No espetáculo, o vinho não é apenas bebida, mas metáfora da memória, do envelhecimento e do que se guarda, às vezes com zelo, às vezes por egoísmo. É justamente nessa simbologia que o espetáculo cresce.

A narrativa, que poderia descambar para o ressentimento, é transformada em uma crônica delicada sobre a passagem do tempo, a carência afetiva e a mágica de celebrar a vida em família, mesmo quando nunca se fala o que se tem a dizer. Herson Capri imprime a maturidade de quem coleciona experiências como quem coleciona rótulos raros; Blat, por sua vez, entrega a intensidade da juventude frustrada, mas ainda capaz de sonhar. O jogo de cena é bonito de se ver: não há vaidade, há partilha. Os dois passam a bola, provocam-se e se escutam - como se o palco fosse também uma mesa de jantar em que o brinde só faz sentido se for coletivo.

Elias Andreato conduz com a sobriedade de quem sabe que menos é mais. O cenário de Rebeca Oliveira é elegante sem exageros, deixando que os atores e o texto sejam a principal safra da noite. A iluminação de Cleber Eli contribui para a atmosfera intimista, quase etílica, em que o público se vê cúmplice daquele acerto de contas. “Memórias do Vinho” é um espetáculo agradável como um bom gole: provoca sorrisos, aquece a alma e convida à reflexão. Mais do que a história de um pai e um filho, é um brinde ao que fica - o amor, os gestos, os vínculos. No final, a peça deixa no ar uma pergunta saborosa: o que guardamos em nossas próprias adegas de lembranças? Nesse caso, cabe levantar a taça e brindar: à vida, ao vinho e ao teatro.

Ficha técnica
Espetáculo "Memórias do Vinho"
Autores: Jandira Martini e Maurício Guilherme
Direção: Elias Andreato
Assistente de direção: Rodrigo Frampton
Cenário: Rebeca Oliveira
Contrarregra: Tico (Agilson dos Santos)
Figurino: Mari Chileni
Camareira: Gisele Pereira
Iluminação: Cleber Eli
Operação de luz: Ian Bessa
Operação de som: Eder Soares
Trilha: Elias Andreato
Fotos: Nana Moraes
Design e identidade visual: Rodolfo Rezende / Estúdio Tostex
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção Executiva: Elisangela Monteiro
Direção de produção: Fernando Cardoso e Roberto Monteiro
Realização: Mesa2 Produções


Serviço
Espetáculo "Memórias do Vinho", de Jandira Martini e Maurício Guilherme
Temporada: de 5 a 27 de julho - sábados, às 21h00, e domingos, às 19h00
Teatro Renaissance - Alameda Santos, 2233 - Jardim Paulista / São Paulo
Ingressos: R$ 150,00 (inteira), R$ 75,00 (meia-entrada)
Lotação: 432 lugares
Venda on-line pelo Sampa Ingressos: www.sampaingressos.com.br
Bilheteria (sem taxa de conveniência): aberta 2 horas antes das sessões.
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos
Capacidade: 432 lugares
Acessibilidade: Teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Bilheteria (sem taxa de conveniência): aberta de sexta a domingo a partir das 14h até o início do espetáculo.
Acessibilidade: o teatro comporta 432 pessoas, sendo 412 poltronas numeradas e oito espaços para cadeirantes. Dentre os 412 lugares fixos, há oito poltronas “Assentos Obeso” e outras oito poltronas para deficientes visuais com espaço reservado para o cão guia.
* O comprovante de meia-entrada deverá ser apresentado na entrada do espetáculo.

.: Contos inéditos de Josué Guimarães são descobertos em acervo


Três textos nunca publicados em seus livros estão disponíveis na curadoria digital do projeto. Foto: Camila Guedes / UPF


O Acervo Literário de Josué Guimarães (Aljog), localizado na Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul, encontrou três contos inéditos do escritor gaúcho, além de dez textos pouco conhecidos, durante a organização de seus manuscritos. A descoberta foi feita pelo doutorando Israel Portela de Farias, bolsista do Aljog e integrante do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), no trabalho de pesquisa e catalogação do material.

Escritos entre as décadas de 1970 e 1980, os textos estão disponíveis no site da curadoria digital do projeto (curadoriadigitaljosueguimaraes.org). Dois contos já estão completos, e o terceiro deve ser finalizado até o fim de 2025, segundo o coordenador do Acervo, professor Miguel Rettenmaier da Silva. “Alguns textos não conseguimos localizar em nenhuma publicação do Josué Guimarães. É difícil trabalhar com a questão do inédito, porque muitas revistas da época já não existem. Por isso, chamamos de ‘prováveis inéditos’”, explica Israel.

Cada conto é disponibilizado na curadoria digital em quatro camadas: a primeira é o texto-base, ou seja, como foi inicialmente escrito por Josué; a segunda traz as correções feitas pelo próprio autor, geralmente com canetas vermelha e verde; a terceira inclui os retoques finais a lápis; e a última é a versão final. Essas camadas revelam diferentes estágios do processo criativo do autor, possibilitando também a análise de possíveis versões alternativas das histórias. A curadoria digital permite à população a leitura e a interpretação de obras selecionadas do escritor. “Realizamos esse trabalho para que os leitores possam acompanhar as obras e não fiquem somente no acervo, preservando a memória do Josué Guimarães com esses textos inéditos”, afirma o doutorando.

O primeiro conto, intitulado "A Dramática História de Uma Dama", chamou a atenção do Aljog por não ser encontrado em nenhuma publicação conhecida do autor. O texto foi editado durante a dissertação de mestrado de Israel. Uma carta enviada por Josué à revista Status, na qual ele solicita a possível publicação do conto, reforça a hipótese de que a obra era inédita e pensada com uma abordagem mais erótica, característica da linha editorial da revista.

Provavelmente esse material não foi publicado. Como era na década de 1970, o conto envolvia questões sobre a dominância do homem com a mulher e questões de agressões. “Josué Guimarães chegou a trocar algumas palavras também, como, por exemplo, sexo por jogo de damas”, revela Israel.

O segundo conto, intitulado "O Mágico", foi encontrado entre os manuscritos de um dos cadernos de anotações do escritor. Com oito páginas escritas frente e verso, o texto apresenta uma narrativa irônica e carregada de crítica social: um mágico preso provoca desordem entre os detentos com truques que fazem aparecer comida, sendo punido com isolamento na solitária, onde morre de fome.

O terceiro e último conto, "A Árvore de Natal", está 90% editado. Com tom irônico e cômico, o texto satiriza um homem que monta a sua árvore de Natal e não consegue mais se desfazer dela. Ele briga com o síndico do prédio por causa da árvore e acaba a jogando pela janela. “Já estou trabalhando há três anos nesse documento, mas depois que é finalizado fica muito bonito”, resume o bolsista. O site da curadoria digital também disponibiliza correspondências de Guimarães com outros escritores, como Mario Quintana e Erico Verissimo, e o jornalista e humorista Millôr Fernandes. Compre os livros de Josué Guimarães neste link.


Sobre o acervo
O Acervo Literário de Josué Guimarães está sob guarda da Universidade de Passo Fundo desde 2007. O espaço reúne mais de 8 mil itens, como objetos pessoais, máquinas de datilografia, originais de obras, exemplares de correspondência, entre outros, doados pela família do escritor.

Josué Guimarães nasceu em 7 de janeiro de 1921, na cidade gaúcha de São Jerônimo. Antes de se tornar escritor de romances, foi jornalista. Ainda jovem, mudou-se para São Paulo à procura de emprego – e foi lá que começou a trabalhar como redator e ilustrador. Ao longo da vida, também foi repórter, cronista, comentarista e diagramador. O professor Miguel Rettenmaier destaca que Guimarães viveu intensamente a vida política e foi militante da redemocratização.

O autor era conhecido por suas crônicas de cunho político. Suas obras foram publicadas entre 1970 e 1987. Ele faleceu em 23 de março de 1986, em Porto Alegre. Entre seus principais escritos estão: "A Ferro e Fogo" (1972), "Depois do Último Trem" (1973), "É Tarde para Saber" (1977), "Os Tambores Silenciosos" (1977), "Dona Anja" (1978) e "Camilo Mortágua" (1980).

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

.: Crítica: "A Luz", de Tom Tykwer, lança provocações poéticas sobre ser família

 

Cena de "A Luz", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2025


"A Luz", nova produção alemã do diretor Tom Tykwer de sucessos como "Corra, Lola, Corra" e "Perfume, a História de Um Assassino", apresenta uma família completamente disfuncional, os Engels, tendo nela um quinto elemento, o garotinho Dio (Elyas Eldridge) fascinado em cantar a última canção que aprendeu, "Bohemian Rapsody" do Queen. No entanto, a grande mudança acontece quando a família perde a governanta de modo totalmente assombroso, mas a substitui com a síria Farrah (Tala Al Deen).

Enquanto Farrah tenta melhorar a dinâmica da casa e unir o que está rompido entre marido, mulher e filhos, uma prática da nova empregada com o uso da luz consegue revelar segredos, não somente dos Engels, mas também da família de Farrah. Em meio a conflitos de emoções diversas despertadas que parecem, finalmente, alinhados. No entanto, as verdades ocultas de Farrah tentam modificar a existência da família implicam no pequeno Dio.

A produção que abriu o 75º Festival Internacional de Cinema de Berlim tem bela fotografia, inclui números musicais e até mesmo cenas mescladas com animação. Com roteiro e direção de Tom Tykwer, o filme de 2 horas e 42 minutos lança provocações diversas a respeito do que importa no seio familiar. Vale a pena conferir!

 

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"A Luz" ("Das Licht")Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 16 anos. Duração: 2h42. Direção: Tom Tykwer. Roteiro: Tom Tykwer. Elenco: Tala Al Deen, Lars Eidinger, Nicolette Krebitz. Sinopse: Em A Luz, uma família alemã disfuncional enfrenta o próprio colapso enquanto lida com os problemas típicos da modernidade. Tim e Milena dividem um apartamento em Berlim com seus filhos gêmeos Frieda e Jon e o enteado de Tim e filho de Milena, o jovem Dio. Apesar de viverem sob o mesmo teto, os cinco vivem vidas separadas, pouco interessados um no outro. Essa relação individualista e sem afeto, porém, está prestes a mudar quando uma misteriosa e magnética doméstica chamada Farrah entra em cena. A presença da síria desafia a família Engels de maneiras inesperadas, revelando emoções enterradas e verdades ocultas. Farrah, entretanto, tem seu próprio plano, um que promete abrir uma nova dimensão para os cinco e mudar a forma como a família entende o mundo para sempre. Confira os horários: neste link

Trailer "A Luz"



Leia + 

.: Com pinta de clássico, "A Luz" marca o retorno de Tom Tkywer aos cinemas

.: Crítica: "Ainda Estou Aqui" emociona com lado sombrio da história do Brasil

.: 10 motivos para ler "Ainda Estou Aqui", obra que marca a luta pela verdade

.: Crítica: "Uma Família Feliz" faz roer as unhas e entrega desfecho chocante

.: Uma Família Feliz: Raphael Montes chega à lista dos mais vendidos

.: Crítica: "Drácula: Uma História de Amor Eterno" é romântico e apaixonante

.: Crítica: "A Prisioneira de Bordeaux" e a lição recebida por uma desconhecida

.: Crítica: "Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda" entrega nostalgia em bom filme

.: "Amores Materialistas" parece filme francês, mas acaba do jeito americano

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

.: Estreias do Cineflix Santos: amores desajustados e sinceridade sem limites


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com.

A semana de estreias no Cineflix Santos, no Miramar Shopping, traz duas produções que mexem com as convenções da comédia romântica e dos dramas pessoais. De um lado, o cinema nacional apresenta “Uma Mulher Sem Filtro”, com Fabiula Nascimento em seu primeiro papel principal nas telonas, em uma comédia que brinca com os limites da franqueza absoluta. Do outro, Hollywood aposta em um olhar moderno e irônico sobre as contradições do amor em “Amores à Parte”, estrelado por Dakota Johnson e Adria Arjona. Confira os detalhes de cada produção, horários e classificação indicativa. Programação completa e ingressos: clique aqui.

“Uma Mulher Sem Filtro” (“Sin Filtro”)
Na comédia brasileira dirigida por Arthur Fontes e escrita por Tati Bernardi, Fabiula Nascimento vive Bia, publicitária sobrecarregada por um casamento acomodado, um chefe machista e uma rotina emocionalmente desgastante. Tudo muda quando, após uma sessão esotérica com a excêntrica Deusa Xana (Polly Marinho), ela perde qualquer filtro social e passa a dizer exatamente o que pensa — para o desespero de colegas, amigos e familiares. O elenco traz ainda Camila Queiroz, Emílio Dantas, Samuel de Assis e Júlia Rabello. Curiosidade: o final do filme foi alterado poucos dias antes do fim das filmagens a partir de uma sugestão da própria Fabiula, incorporada por Bernardi e Fontes. Distribuição da H2O Films com codistribuição da RioFilme.

Sessões no idioma original na Sala 4
De 21 a 27 de agosto: todos os dias às 15h00, 17h00, 19h00 e 21h00
Classificação: 12 anos | Duração: 92 minutos | Distribuição: H2O Films / RioFilme


“Amores à Parte” (“Splitsville”)
Escapando do convencional, o longa dirigido por Michael Angelo Covino, com roteiro assinado em parceria com Kyle Marvin, mergulha nas tramas afetivas de um casal em crise. Carey (Marvin) vê o mundo desabar quando a esposa Ashley (Adria Arjona) confessa uma traição e pede o divórcio. Ao buscar apoio nos amigos Julie (Dakota Johnson) e Paul (Covino), descobre que eles vivem um casamento aberto — o que o leva a experimentar a mesma liberdade, mas ultrapassando limites e mergulhando em um caos emocional hilariante. A produção estreou mundialmente em Cannes 2025, conquistando a crítica pelo humor ácido aliado à emoção sincera. Distribuição no Brasil pela Diamond Films.

Sessões legendadas na Sala 3
De 21 a 27 de agosto: todos os dias às 16h00, 18h20 e 20h40
Classificação: 14 anos | Duração: 100 minutos | Distribuição: Diamond Films


Serviço Cineflix Santos
Miramar Shopping - Rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, Santos/SP
Programação completa e ingressos: clique aqui

Disponível também no app da Cineflix
O portal Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

.: Crítica: "A Melhor Mãe do Mundo" lava a alma dos abusos com encantamento

 

Cena de "A Melhor Mãe do Mundo", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2025


Impressionante e sensível. Eis a produção nacional "A Melhor Mãe do Mundo"dirigida por Anna Muylaert ("Que Horas Ela Volta?") sobre Maria da Graça, conhecida por Gal (Shirley Cruz), catadora de recicláveis, mãe de uma garotinha e um menininho, que decide prestar queixa na delegacia dos abusos que sofre de seu parceiro Leandro (Seu Jorge). Ao fugir de casa puxando um carrinho com seus filhos dentro, escondendo o desespero e medo, ela se mostra forte para alimentar a narrativa de que os três estão embarcando numa aventura.

Empolgados com a situação, os inocentes Rihanna (Rihanna Barbosa) e Benin (Benin Ayo) seguem a viagem vendo encanto em cada minuto de fuga da mãe -menos quando bate a fome, por vezes. Com o pouco dinheiro que recebeu do trabalho, algo que o marido tinha deixado no móvel, debaixo de uma arma, Gal vai encostando em praças para o descanso, quando numa noite um show de fogos de artifícios no céu anima mais o trio. Logo, tudo vira festa quando Rihanna e Benin descobrem que o destino final do trajeto é a casa da prima de Gal, no terminal Corinthians/Itaquera

Na telona, as crianças que amam o timão, desenham a suavidade, o encantamento e a diversão no longa dramático com 1 hora e 45 minutos de duração. Seja ao buscarem latinhas de alumínio vermelhas para o desafio da mãe, quando a garota deixa claro o descontentamento com a reaproximação de Leandro, as falas engraçadas e puras do pequeno Benin ou ao surgir diante de mãe e filhos, um "amigo" com um cavalo branco, tal qual São Jorge invocado há pouco na história.

Emocionante, forte e reflexivo ao retratar a situação real de tantas mulheres, "A Melhor Mãe do Mundo", com roteiro de Anna Muylaert, Grace Passô, Mariana Jaspe, é o tipo de filme brasileiro que dá orgulho de se ver na tela de cinema. Não somente pela trama muito bem apresentada e defendida com primor por Shirley Cruz, com o apoio do elenco mirim, além das cenas com Seu Jorge (muito amado pelos brasileiros) na pele de um homem odioso ou da amizade verdadeira com Munda (Rejane Faria), quem socorre no momento necessário. "A Melhor Mãe do Mundo" entrega estética e conceito, além de uma trilha sonora animadíssima. Imperdível!

 

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"A Melhor Mãe do Mundo" ("nacional")Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 14 anos. Duração: 1h45. Direção: Anna Muylaert. Roteiro: Anna Muylaert, Grace Passô, Mariana Jaspe. Elenco: Shirley Cruz (Gal), Luedji Luna (Valdete), Rihanna Barbosa (Rihanna), Seu Jorge (Leandro), Benin Ayo (Benin), Dexter, o Oitavo Anjo (Babu), Ayomi Domenica (Adjane), Lourenço Mutarelli (Reginaldo). Sinopse: A catadora de recicláveis Gal decide fugir dos abusos do marido Leandro após tentar denunciá-lo e ser ignorada pela polícia. Focada em proteger seus filhos, a mulher abandona a casa e para garantir a inocência deles, Gal os faz acreditar que estão vivendo uma grande aventura. Confira os horários: neste link

Trailer "A Melhor Mãe do Mundo"



Leia + 

.: "A Melhor Mãe do Mundo" transforma fuga em grande aventura nas ruas de SP

.: Crítica: "Ainda Estou Aqui" emociona com lado sombrio da história do Brasil

.: 10 motivos para ler "Ainda Estou Aqui", obra que marca a luta pela verdade

.: Crítica: "Uma Família Feliz" faz roer as unhas e entrega desfecho chocante

.: Uma Família Feliz: Raphael Montes chega à lista dos mais vendidos

.: Raphael Montes lança romance inédito que inspirou filme "Uma Família Feliz"

.: Crítica: "Drácula: Uma História de Amor Eterno" é romântico e apaixonante

.: Crítica: "A Prisioneira de Bordeaux" e a lição recebida por uma desconhecida

.: Crítica: "Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda" entrega nostalgia em bom filme

.: "Amores Materialistas" parece filme francês, mas acaba do jeito americano

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

.: Lançamento do livro “A Pintura Branca e Preta", de Hélio Cabral, na Dan Galeria


No encontro entre texto e imagem, a obra recente de Hélio Cabral encontra em Leon Kossovitch um intérprete atento à lógica interna de sua pintura. O lançamento do livro "A Pintura Branca e Preta", de Hélio Cabral, coincide com a abertura de uma exposição na Dan Galeria, criando um campo de fricção entre a reflexão crítica e a experiência direta da obra.

Cabral explora um território onde o branco e o preto não funcionam como polos opostos, mas como forças simultâneas, tensionadas no traço. Em suas telas, a luz não se revela como simples claridade externa, mas como processo interno à própria construção pictórica — uma luminescência que emerge de gestos lançados, cortados, interrompidos, jamais resolvidos em superfícies contínuas.

O que se vê são linhas que giram, se cruzam e se interrompem, desobedecendo à previsibilidade de qualquer forma estável. O gesto, às vezes brusco, às vezes contido, conduz a matéria como quem acompanha a correnteza sem impor-lhe direção: um exercício de presença e atenção que aproxima a pintura de práticas corporais como o Tai Chi Chuan, nas quais a precisão não é contrária à serenidade.

O uso do gesso acrílico sobre têmpera, seco contra seco, preserva a pureza das tintas e mantém viva a tensão entre luz e treva, evitando o cinza conciliador que diluiria a fricção. Ao recusar a homogeneidade e a previsibilidade, Cabral sustenta o que Kossovitch chama de “trajetória desviante”: um fazer que se constrói no próprio ato, sem se submeter a preceitos prévios. O livro da Edusp, acompanhado pela conversa entre o crítico, o artista e o sociólogo Sergio Miceli, aprofunda esse campo de leitura, revelando como a pintura branca e preta de Cabral opera não apenas como imagem, mas como método e pensamento - uma prática que se equilibra entre o controle e a abertura ao acaso.


Serviço
Lançamento do livro "A Pintura Branca e Preta", de Hélio Cabral – Leon Kossovitch
Conversa com Leon Kossovitch, Hélio Cabral e Sergio Miceli
Quarta-feira, dia 20 de agosto de 2025, das 18h00 às 21h00
Exposição: "A Pintura Branca e Preta" – Hélio Cabral
Abertura: 20 de agosto de 2025, 18h00
Local: Dan Galeria – Rua Estados Unidos, 1638, Jardim América/São Paulo

.: Peça teatral “Enrolados - A Comédia” em única apresentação no Teatro Gazeta


Dirigida por Rodrigo Candelot, de “Tropa de Elite 2” e “D.P.A” e que também integra o elenco, o espetáculo “Enrolados - A Comédia” faz única apresentação na próxima sexta-feira, dia 22 de agosto, às 21h00, no Teatro Gazeta. A produção estreou em 2017 no Rio de Janeiro, onde ficou em cartaz por três anos ininterruptos, reunindo um público de cerca de 15 mil pessoas.

A comédia, primeira direção teatral de Rodrigo Candelot, propõe inovação e valorização de textos de programas humorísticos de grande sucesso nos últimos anos na TV. A montagem inspirou-se em séries como “Os Normais” e “Comédia da Vida Privada” e filmes como “Pequeno Dicionário Amoroso” e traz livres adaptações de textos de Fernanda Young, Alexandre Machado e Paulo Halm, e textos de autores contemporâneos como Paula Rocha, Raul Franco, Cristina Fagundes e do próprio Rodrigo Candelot.

Montada sob a forma de esquetes de humor, “Enrolados - A Comédia”, apresenta histórias sobre amor, flerte, sexo, ciúmes, brigas e outros conflitos gerados em relacionamentos amorosos e familiares. São situações cômicas diárias com as quais todos nos identificamos e nos divertimos. A peça faz uma crítica de forma bem-humorada sobre padrões de comportamento do ser humano.


Sobre o elenco
Diretor de "Enrolados - A Comédia", Rodrigo Candelot também integra o elenco. Ele está no ar em “Paulo o Apóstolo”, da Record, em Volte Sempre do Multishow e estará na quarta temporada de Arcanjo Renegado. Ficou nacionalmente conhecido como o Coronel Formoso de “Tropa de Elite 2” e o Carlos Eduardo de “DPA”. Charles Paraventi ficou imortalizado como o Professor Afrânio de “Malhação”, foi o Tio Sam de “Cidade de Deus”, além de ter participado da produção internacional ao lado de Denzel Washigton, no filme “Chamas da Vingança”. Em breve ele filma “Os Farofeiros 3”. Pitty Webo, a eterna Marcinha de “Mulheres Apaixonadas” integrou o sucesso teatral “Confissões de Adolescente” e está em cartaz com “Mulheres Solteiras Procuram”. Dani Costa participou de “Verdades Secretas” entre outros trabalhos em Teatro e TV.

Ficha técnica
"Enrolados - A Comédia"
Direção, concepção e dramaturgia: Rodrigo Candelot
Textos: livres adaptações de textos de Fernanda Young e Alexandre Machado e textos de Paulo Halm, Marcus Alvisi, Cristina Fagundes, Rodrigo Candelot, Raul Franco, Pitty Webo, Leo Luz, Paula Rocha, Igor Paiva, Lucas Domso e Camila Abrantes.
Elenco: Rodrigo Candelot, Charles Paraventi, Pitty Webo e Dani Costa.
Assistente de direção: Alexandre Méziat
Iluminação: Fernanda Mantovani
Cenografia: José Dias
Figurinos: Constança Whitaker
Direção de movimentos: Johayne Hildefonso
Direção musical: D’Alessandro Mangueira
Programador Visual: Thiago Ristow
Fotografia: Wagner Meier
Direção de produção: C5 produções e Capangas Produções
Realização: Capangas Produções Artísticas.


Serviço
"Enrolados - A Comédia"
Direção, concepção e dramaturgia: Rodrigo Candelot
Textos: livres adaptações de textos de Fernanda Young e Alexandre Machado e textos de Paulo Halm, Marcus Alvisi, Cristina Fagundes, Rodrigo Candelot, Raul Franco, Pitty Webo, Leo Luz, Paula Rocha, Igor Paiva, Lucas Domso e Camila Abrantes.
Elenco: Rodrigo Candelot, Charles Paraventi, Pitty Webo e Dani Costa.
Duração: 70 minutos
Gênero: comédia
Classificação etária: 14 anos
Data: 22 de agosto, sexta-feira, às 21h00
Ingresso: R$ 95,00 (inteira) | R$ 47,50 (meia-entrada)
Ingressos on-line: https://bileto.sympla.com.br/event/108141/d/327035/s/2235322


Bilheteria
Segunda a sexta-feira: das 14h00 às 20h00 ou até o horário do último espetáculo (segunda fechado)
Sábado: das 14h00 às 20h00, ou até o horário do último espetáculo
Domingo: das 14h00 às 20h00, ou até o horário do último espetáculo (segunda fechado)
Teatro Gazeta | 700 lugares
Av. Paulista, 900, Bela Vista / São Paulo
Cafeteria e acessibilidade

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

.: Crítica musical: "Help", há 60 anos, a perda da inocência dos Beatles

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto:divulgação

Há 60 anos, os Beatles lançavam a trilha de seu segundo filme, "Help". O disco simbolizou uma mudança de postura na produção musical, com composições que exploravam mais os recursos do estúdio. Ainda que os hits que marcaram a beatlemania ainda estivessem presentes no repertório, era possível notar uma postura diferente dos Fab Four.

Em relação a trilha do primeiro filme, o "A Hard Day's Night" (que no Brasil se chamou "Os Reis do Ie-Ie-Ie"), e ao álbum "Beatles For Sale", os Fab Four estavam dando um passo adiante. A começar pela faixa título, considerada uma obra prima do período da beatlemania, com backing vocals colocados de forma genial em cima de um arranjo igualmente excelente.

John Lennon revelaria anos mais tarde que esse período da banda foi um dos mais difíceis para ele, em função da superexposição na mídia da época. E que a música era realmente um pedido de ajuda que ele procurou expor. Isso inclusive pode ser facilmente notado na letra: “When I was younger, so much younger than today/ I never needed anybody's help in any way/ But now these days are gone, I'm not so self assured/ Help me if you can, I'm feeling down”. ("Quando eu era jovem, muito mais jovem que hoje/Nunca precisei da ajuda de ninguém em nenhum sentido/Mas agora estes dias se foram, não sou seguro de mim mesmo/Agora descobri que mudei de ideia e abri as portas/Ajude-me se você puder, estou triste").

Outro momento brilhante desse álbum foi a balada "You've Got To Hide Your Love Away", também composta por John Lennon que foi inspirada no estilo de Bob Dylan. . Foi esse período que os Beatles conheceram Dylan pessoalmente. Eles se conheceram em 1964 e, desde então, desenvolveram uma relação de admiração mútua e colaboração, com trocas criativas e influências mútuas, apesar de algumas tensões ocasionais. 

O disco segue com momentos de protagonismo de Paul McCartney nas faixas "The Night Bewfore" e "Another Girl". Lennon volta a solar o vocal nas faixas "You´re Going To Lose That Girl" e na incrível "Ticket To Ride", com um memorável trabalho de Ringo Starr na bateria. As demais faixas contam com duas ótimas composições de George Harrison ("I Need You e You Like Me Too Much") e dois covers, sendo um deles cantado por Ringo (a canção folk "Act Naturally") e o rock´n roll raiz de "Dizzy Miss Lizzy" (de Larry Williams) cantado por John Lennon.

Não poderia deixar de citar a balada "Yesterday", que foi gravada por Paul McCartney acompanhado por um quarteto de cordas, o que era uma novidade para o grupo na época. Essa canção se tornaria uma das mais regravadas do repertório dos Beatles nos anos seguintes. As faixas "It´s Only Love", "I´ve Just Seen" a "Face e Tell Me What You See" complementam o disco mantendo aceso o clima da Beatlemania na sonoridade da banda.

A trilha de "Help" simboliza o início de mudança de paradigma musical. Eles passariam a utilizar mais os recursos que tinham no estúdio de gravação na época, ampliando os horizontes da música e se consolidando como uma das referências da história do rock.

"Help"

"You´ve Got To Hide Your Love Away"

"I Need You"

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

.: Crítica: "Drácula: Uma História de Amor Eterno" é romântico e apaixonante

Cena de "Drácula", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2025


Que há muito encanto em torno da figura de Vlad, o protagonista de terror gótico escrito por Bram Stoker em 1897, há. Eis que em 2025, após "Nosferatu" ganhar uma nova versão -com direito a indicações ao Oscar-, os cinemas recebem a apaixonante super produção cinematográfica de terror e fantasia "Drácula: Uma História de Amor Eterno"dirigida por Luc Besson ("Dogman", "O Quinto Elemento"). 

O longa que esbanja lindos cenários e figurinos de fazer cair o queixo, permite que o público se deleite na atuação impecável de Caleb Landry Jones ("Corra!"), na pele do poderoso ser das trevas ao lado de Zoe Bleu ("Sinais de Amor"), como Elisabeta/Mina -filha de Rosanna Arquette do clássico filme com Madonna, "Procura-se Susan Desesperadamente" (1985). Com traços no rosto bastante similares aos das irmãs da mãe, as Arquettes (Patricia e Alexis), Zoe Bleu entrega sensualidade e inocência conforme a trama exige. É fascinante assistir o longa que respeita bastante o texto original de Stocker. 

A produção dirigida e roteirizada por Luc Besson, com uma fotografia impressionante, também dá destaque para Christoph Waltz ("Django Livre", "O Portal Secreto"), interpretando o padre que desvenda os segredos do imortal Conde Vlad e capaz de dar um desfecho a uma história de amor de dar inveja ao casal Romeu e Julieta de Shakespeare. Matilda De Angelis, na pele de Maria, amiga de Mina, também entrega muito no seu tempo de tela.

A releitura do clássico da literatura universal, Drácula: Uma História de Amor Eterno, ganha um toque moderno, sendo cativante enquanto transborda amor, mas equilibra com muita ação e até sangue jorrando -sem apelação. De toda forma, esbarra em "Drácula de Bram Stoker", de 1992, também pudera, ambos pautam-se no original e são grandes filmes que em muito acrescentam à figura de Vlad. Imperdível!

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Drácula: Uma História de Amor Eterno" ("Dracula: A Love Tale"). Ingressos on-line neste linkGênero: terror, fantasiaClassificação: 16 anos. Duração: 2h09. Direção: Luc Besson. Roteiro: Luc Besson. Elenco: Caleb Landry Jones, Christoph Waltz, Zoë Bleu. Sinopse: O Príncipe Vladimir renega Deus após a perda brutal de sua esposa. Ele então herda uma maldição: a vida eterna. Condenado a vagar através dos séculos, ele tem apenas uma esperança: reencontrar seu amor perdido.. Confira os horários: neste link

Trailer "Drácula: Uma História de Amor Eterno"

Leia + 

.: Novo “Drácula - Uma História de Amor Eterno” traz nova abordagem ao clássico

.: Crítica: "Nosferatu" impressiona com clássico para se ver na telona

.: Cinema: "Nosferatu" e a obsessão, o sexo e sedução no clássico moderno

.: Crítica: "Dogman" tem tudo para ser ridículo, mas é filmaço imperdível

.: "Dogman", novo drama de Luc Besson, é estrelado por Caleb Landry Jones

.: Crítica: "Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe" trabalha mestre dos vampiros

.: Crítica: "Convite Maldito" é vampirismo moderno para Halloween

.: Tiago Abravanel é Drácula em comédia aclamada em Nova Iorque e Londres

.: Resenha de "O Livro dos Vampiros: A Enciclopédia dos Mortos-Vivos", J. Gordon Melton

.: Crítica: "O Portal Secreto" e a obsessão desenfreada criadora de vilões

.: Adaptação de "Nosferatu" estreia mais de um século após polêmica do original

.: "Império do vampiro": Jay Kristoff para fãs de narrativas épicas sobre vampiros

.: "Monster High: O Filme" tem trilha sonora chiclete e resgata as bonecas

.: Machado de Assis encontra Bram Stoker em romance de Edson Aran

.: Literatura: “Os Meus Monstros e os Seus”, de Ricardo Benevides e Orlandeli

.: Lista: 10 filmes de terror, horror e suspense que deram medo em 2024

Próximas postagens → Página inicial
Tecnologia do Blogger.