sábado, 28 de junho de 2025

.: Crítica: "Elio" é versão masculina de Lilo sem um Stitch criador do caos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em junho de 2025


A nova animação Disney "Elio" entrega o colorido Disney de encher os olhos do público diante da telona do cinema enquanto conta a história de um garotinho sem os pais, tendo que morar com uma tia que não sabe como lidar com uma criança. Vivendo em plena solidão, ainda que a mulher se desdobre para tentar mantê-lo em seu cotidiano corrido, o pequeno apaixonado por astrologia Elio pede para ser abduzido. 

Eis que um dia, as preces do garoto se concretizam. Fora da Terra, ele percebe que tudo não passou de um mal-entendido com os extraterrestres, uma vez que o garotinho não é o grande líder daqui. De fato, fica o questionamento, quem neste planeta estaria apto para tamanha representatividade, não é mesmo? 

Tentando parecer o autêntico representante dos humanos, Elio faz amizade com uma criatura sem olhos que está prestes a seguir, por obrigação, os passos do pai, vestindo uma carapaça para enfrentar batalhas. Em meio a fingimentos de ser quem não é ou tentar manter as aparências a história acontece, mas até o fim deixa o sentimento de que falta um liga. Não conversa, de fato, com o público a releitura da Lilo em versão masculina.

Sem despertar qualquer sentimento de envolvimento em quem está diante de toda a história, "Elio" faz brilhar os olhos com as cores que explodem na tela de cinema. Apenas. Sem originalidade, a animação deixa um ranço de superficialidade e repete o feito de "Mundo Estranho", colorido lindo numa trama que não envolve. 

Também pudera, "Eliotem todo um toque da pequena Lilo, porém aqui, não vive com a irmã após a morte dos pais, mas com a tia e ainda faz amizade com um ser bobinho e sem o carisma e caos de Stitch. Sem graça, nem mesmo um diferencial apresenta. Vejamos Stitch, uma criação com alto grau de maldade que muda por conta de uma garotinha, Glordon só quer ser feliz.

"Elioé mais uma história de alguém sem amigos e com o propósito de buscar  o desconhecido. Tanto é que o garoto sai do planeta no estilo do clipe "Not The End of The World" da cantora Katy Perry, com o visual aproximado de "Mundo Estranho""Elio" é agradável de se assistir pela estética, mas não mexe com a emoção do público, simplesmente acontece tal qual como uma produção para cumprir o cronograma.


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"Elio" (Elio). Ingressos on-line neste linkGênero: aventura, ficção científicaClassificação: livre. Duração: 1h39. Direção: Adrian Molina, Domee Shi, Madeline SharafianRoteiro: Julia Cho, Mark Hammer, Mike JonesElenco (vozes): Yonas Kibreab Zoe Saldaña Jameela Jamil Brad Garrett. Sinopse: Elio se vê transportado pela galáxia e é confundido com o embaixador intergaláctico da Terra.. Confira os horários: neste link

Trailer "Elio"


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sexta-feira, 27 de junho de 2025

.: Fim de semana com chuvinha? Divirta-se na Cineflix Santos

A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, tem várias opções de filmes em cartaz para garantir a sua diversão nesses dias de chuvinha e frio. As estreias da semana são o longa de ação e drama "F 1", com o ator Brad Pitt e a sequência do terror da bonequinha do mal dançarina "Megan 2.0", o aterrorizante e apocalíptico "Extermínio: a Evolução", além do aguardado live action de aventura "Como Treinar O Seu Dragão", o live action da Disney "Lilo & Stitch", assim como a animação de um garotinho que sai do planeta Terra, "Elio".

Você já pode garantir seus ingressos para "Jurassic World: Recomeço", com Scarlett Johansson e Jonathan Bailey, que estreia dia 3 de julho e também de "Superman", de James Gunn, que estreia dia 8 de julho. Compre seus ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

Programe-se, confira detalhes e compre os ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN. Você pode assistir as estreias com pipoca quentinha, doce ou salgada, tendo em mãos o balde colecionável de "Lilo & Stitch""Elio" e "Como Treinar O Seu Dragão".

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.: Crítica musical: A Filial em busca das raízes do hip hop

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Luisa Lambert

Skatista de rua há mais de 30 anos, atuante na cena nacional, Edu Lopes, também conhecido como apenasedu, fundou no final da década de noventa o grupo A FILIAL. E agora o grupo está lançando seu quinto e mais novo álbum chamado “Primeiro Disco”. Um trabalho em que se torna evidente o retorno à raiz do autêntico rap, com forte influência da “golden era” do hip hop e da cultura de rua.

A trajetória de Edu Lopes começou no início dos anos 90 quando em conjunto com BNegão criou o “The Funk Fuckers”, banda que integrou – assim como Planet Hemp, O Rappa e Black Alien – o núcleo que daria a cara da música produzida nas ruas do Rio de Janeiro durante os anos 90.

Com A FILIAL foram lançados quatro discos, tendo inclusive alcançado boas críticas na mídia do exterior. O quinto álbum do grupo se chama “Primeiro Disco”. À primeira vista pode parecer confuso. Porém, ao ouvir a abrangente reformulação na linguagem musical e a reaproximação dos fundamentos do seu berço, tudo começa a fazer mais sentido. O álbum tem uma cara evidente de “começo”, que para um projeto com vinte oito anos de estrada é realmente um posicionamento claro de recomeço artístico.

Edu Lopes entende que o momento é positivo para a consolidação do estilo hip-hop. “Quando comecei, era algo para a cena underground. Hoje em dia vejo ele inserido de vez na nossa cultura musical”. Ele reconhece os trabalhos de grupos pioneiros, como o Racionais MCs. “A Gravadora Trama também investiu em vários nomes do estilo, abrindo portas para vários deles”.

Com participações de Daniel Shadow, Matéria Prima e Old Dirty Bacon, A FILIAL traz uma bagagem consistente de décadas dedicadas às rimas e batidas que empurra passos à frente os fundamentos dessa cultura de rua, que se desdobrou em sub gêneros e ganhou enorme abrangência dentro do mainstream brasileiro na última década. Bagagem que se traduz numa espécie de “mapa da mina”, um fôlego que contribui no ancoramento de valores inegociáveis para o hip hop original.

"Qualquer Qualquer Tanto Faz"

 
"Qualquer MC"


Foto: Marcos Myara

.: Crítica: “F1 - O Filme” acelera com emoção e homenagens a Ayrton Senna

Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com.

Brad Pitt está na melhor forma. E isso não é força de expressão. Em "F1 - O Filme", novo longa-metragem da Apple Original Films em cartaz nos cinemas e distribuído pela Warner Bros., o astro retorna aos cinemas como Sonny Hayes, um ex-piloto de Fórmula 1 que sai da aposentadoria para mentorar um jovem talento da equipe fictícia APXGP. O novato em questão é vivido por Damson Idris. A dupla de protagonistas tem química, tensão e humanidade de sobra.

Dirigido por Joseph Kosinski, o mesmo de "Top Gun: Maverick", o filme carrega a assinatura visual e narrativa que o consagrou como o cineasta dos heróis em crise de identidade que reencontram o propósito. Assim como Maverick, Sonny Hayes é o veterano arredio, sedento por liberdade, que volta às pistas não apenas para guiar carros, mas para guiar vidas - a sua própria e a de Pearce, interpretado por Idris.

O longa-metragem acerta em cheio ao unir tiradas sarcásticas ao glamour e à adrenalina da Fórmula 1. Além disso, há um enredo emocional e bem calibrado e cenas de tirar o fôlego, registradas durante os fins de semana reais do Grande Prêmio. O filme misturando ficção e realidade com uma imersão rara no cinema esportivo. A trilha sonora pontua cada curva com inteligência - rock, batidas eletrônicas e temas orquestrados reforçam tanto a velocidade quanto o estado de espírito dos personagens.

A atuação de Brad Pitt dá o tom certo ao personagem. Aos 61 anos, o olhar cansado, a ironia contida e a entrega física lembram que ele não é apenas um galã dos anos 90 – e o filme brinca com isso de maneira divertida e afiada. Em vários momentos do filme, o personagem de Damson Idris o chama pejorativamente de “anos 90”, como se estivesse ultrapassado. Na vida real, foi justamente naquela década que Pitt despontou com força em "Clube da Luta", "Seven" e "Doze Macacos". Agora, ele ressurge, como o próprio Sonny, com mais consciência e profundidade.

Damson Idris, por sua vez, brilha como Joshua Pearce, o jovem piloto cheio de talento e inseguranças. O ator britânico, conhecido pelo trabalho na série "Snowfall", finalmente se consolida como um nome forte da nova geração. A entrega dele é crua e sensível, equilibrando competitividade e vulnerabilidade com naturalidade. Tanto Idris quanto Pitt compartilham um ponto em comum na trajetória: ambos são atores que começaram com papéis promissores e ganharam respeito com o tempo, construindo personagens cada vez mais densos. "F1" é o encontro dessas duas forças em plena curva ascendente.

Produzido também pelo heptacampeão Lewis Hamilton, o filme acerta ao prestar diversas homenagens a Ayrton Senna - desde visuais que remetem ao piloto brasileiro até pequenas falas que evocam a presença dele no esporte. Para o público brasileiro, são momentos de respeito ao legado do campeão brasileiro. Além da dupla central, o elenco de apoio também entrega atuações consistentes. Kerry Condon, Javier Bardem e Tobias Menzies elevam o nível dos bastidores das escuderias, trazendo peso dramático e humor na medida certa. 

No fim das contas, "F1" não é apenas um filme sobre velocidade. É sobre legado, reconciliação e coragem. A coragem de voltar quando todos pensam que você já ficou para trás. A coragem de acelerar mesmo com medo da curva seguinte. E, sobretudo, a coragem de passar o bastão sabendo que ele está em boas mãos. Para Brad Pitt, é um lembrete do porquê ele continua sendo um dos grandes. Para Damson Idris, a largada de uma trajetória que ainda vai longe.

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Programação do Cineflix Santos
"F1 - O Filme" | Salas 1 e 3
Classificação: 16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: Joseph Kosinski. Elenco: Brad Pitt, Damson Idris, Kerry Condon, Javier Bardem e Tobias Menzies12. Duração: 2h36m.
Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

26/6/2025 - Quinta-feira: 15h10, 17h20 e 20h30
27/6/2025 - Sexta-feira: 15h10, 17h20 e 20h30
28/6/2025 - Sábado: 15h10, 17h20 e 20h30
29/6/2025 - Domingo: 15h10, 17h20 e 20h30
30/6/2025 - Segunda-feira: 15h10, 17h20 e 20h30
1°/7/2025 - Terça-feira: 15h10, 17h20 e 20h30
2/7/2025 - Quarta-feira: 15h10, 17h20 e 20h30

quinta-feira, 26 de junho de 2025

.: "M3GAN 2.0", aguardada sequência do thriller, chega aos cinemas

 
A aguardada sequência “M3GAN 2.0” (M3GAN 2.0), estreia nesta quinta-feira, dia 26 de junho, nos cinemas brasileiros. Distribuído pela Universal Pictures, o longa é produzido pela Blumhouse em parceria com a Atomic Monster, selo de James Wan, e conta com direção de Gerard Johnstone. A nova produção se passa dois anos após “M3GAN”, que reuniu mais de 2 milhões de espectadores nos cinemas nacionais além de permanecer por cinco semanas entre as 10 maiores bilheterias do país. O primeiro filme também quebrou recordes arrecadando US$ 30,4 milhões internacionalmente - a maior abertura de final de semana de um filme de terror PG-13 desde “Um Lugar Silencioso - Parte II”. 

“M3GAN 2.0” traz de volta Brian Jordan Alvarez e Jen Van Epps, como os leais companheiros de equipe de tecnologia de Gemma, Cole e Tess. Além dos recém-chegados Aristóteles Athari, de Saturday Night Live e Hacks; Timm Sharp, de Apples Never Fall  e Percy Jackson e o Ladrão de Raios; e o vencedor do Grammy e onze vezes indicado ao Emmy Jemaine Clement, de Avatar: O Caminho da Água e O que Fazemos nas Sombras. 

A história acompanha M3GAN, uma maravilha da inteligência artificial se tornar desonesta e embarcar em uma fúria assassina, impecavelmente coreografada, que provocou a sua destruição. Sua criadora, Gemma (Allison Williams), tornou-se uma autora de grande prestígio e defensora da supervisão governamental da IA. Mas a sobrinha de Gemma, Cady (Violet McGraw), agora uma adolescente de 14 anos, rebelou-se contra as regras superprotetoras da tia. 

Sem o conhecimento delas, a tecnologia de base do protótipo M3GAN foi roubada e (mal) utilizada por um poderoso empresário da área de defesa para criar uma potencial arma militar fatal, conhecida como Amelia (Ivanna Sakhno, da série Ahsoka, Círculo de Fogo: A Revolta) - a infiltrada espiã assassina sem limites. Mas, à medida que a autoconsciência de Amelia aumenta, ela se torna decididamente menos interessada em receber ordens de humanos, ou em mantê-los por perto.    

Com o futuro da existência humana em jogo, Gemma percebe que a única opção é ressuscitar M3GAN (Amie Donald, dublada por Jenna Davis) e fazer algumas atualizações para deixá-la mais rápida, mais forte e mais letal. Quando os caminhos de M3GAN e Amelia colidem, a imprevisível IA original pode estar prestes a encontrar seu par perfeito. O longa tem distribuição da Universal Pictures e estará disponível nos cinemas a partir de amanhã, 26 de junho, também em versões acessíveis.

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Programação do Cineflix Santos
"M3G4N" | Sala 1
Classificação: 16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: Gerard Johnstone. Duração: 1h59m.
Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

26/6/2025 - Quinta-feira: 18h20 e 20h50
27/6/2025 - Sexta-feira: 18h20 e 20h50
28/6/2025 - Sábado: 18h20 e 20h50
29/6/2025 - Domingo: 18h20 e 20h50
30/6/2025 - Segunda-feira: 18h20 e 20h50
1°/7/2025 - Terça-feira: 18h20 e 20h50
2/7/2025 - Quarta-feira: 18h20 e 20h50

quarta-feira, 25 de junho de 2025

.: Leandro Hassum solta o portunhol e enfrenta frio de Bariloche em comédia


No filme que estreia em 18 de julho, Hassum é um pai ciumento que viaja com a família para conhecer os futuros sogros argentinos da filha - até que tudo vira uma grande confusão com os hermanos. 
Foto: divulgação/ Netflix


Prepare-se para uma aventura cheia de neve, risadas e a clássica rivalidade entre Brasil e Argentina! "Família, Pero No Mucho", nova comédia da Netflix estrelada por Leandro Hassum, estreia em 18 de julho. Gravado entre as paisagens geladas de Bariloche e o calor do Rio de Janeiro, o filme acompanha duas famílias de nacionalidades diferentes, que parecem não ter nada em comum. Mesmo com todas as diferenças, elas se juntam para curtir alguns dias de férias, unidas pelo amor de seus filhos.

Em "Família, Pero No Mucho", Otávio (Leandro Hassum) se vê obrigado a viajar com sua família para Bariloche, onde conhecerá o noivo argentino de sua filha Mariana (Júlia Svacinna). Em meio a paisagens exuberantes, vinhos saborosos, tombos na neve e um portunhol sofrível, Otávio acaba colocando em risco a felicidade de sua filha. Com suas atitudes impulsivas e ciúmes, ele cria um grande mal-entendido que ameaça o casamento e a relação entre eles. Agora, Otávio precisa encontrar uma forma de corrigir seus erros e reconquistar a confiança de Mariana.

O elenco reúne talentos do Brasil e da Argentina, como Júlia Svacinna, Gabriel Goity, Simón Hempe, Karina Ramil, Mariela Pizzo, João Barreto e Abril di Yorio. A produção é da Camisa Listrada, com direção de Felipe Joffily e roteiro de Leandro Soares e Lucas Blanco.


Sobre a Camisa Listrada
Liderada pelos sócios André Carreira e Adriane Lemos, a Camisa Listrada chega aos 25 anos realizando longas e séries em parceria com players como Netflix, Amazon, Paramount, Telecine e Globo. Nos últimos anos, atingimos quase 12 milhões de ingressos nos cinemas brasileiros, com os sucessos "O Candidato Honesto 1 e 2", "Um Suburbano Sortudo", "Fala Sério, Mãe!", "Os Farofeiros 1 e 2", entre outros. Nas plataformas de streaming, alcançamos o sucesso mundial com títulos como "Depois do Universo" e "Tudo Bem no Natal Que Vem", na Netflix, além de "No Gogó do Paulinho" e "O Primeiro Natal do Mundo", no Prime Video. Em 2023, lançou o premiado "Mussum, o Filmis", vencedor de seis kikitos, incluindo melhor filme, e uma menção honrosa no Festival de Gramado.

.: "Os Normais": Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães em entrevista


Foi ao ar o terceiro episódio da série ‘Tá Feito com Fernanda Torres’, do Itaú Unibanco feito em parceria com a agência Africa Creative. O convidado da vez é Luiz Fernando Guimarães, com Fernanda quem dividiu a cena em “Os Normais”, para um reencontro cheio de afeto, memórias e risadas. Assista aqui. Com direção de Andrucha Waddington e roteiro colaborativo de Paula Miller, Luiz relembra sua trajetória - que começou ainda como bancário - e passa por momentos marcantes da carreira no teatro, na publicidade e na TV brasileira. 

“A trajetória do Luiz, de bancário a ator consagrado, é também uma metáfora sobre transformação: pessoal e profissional. E essa conversa com ele é uma síntese disso: uma vida marcada por escolhas, liberdade e muita criatividade para fazer o dinheiro render”, comenta Fernanda Torres. Disponível nos canais digitais oficiais do Itaú (YouTube, TikTok e Instagram) e no Globoplay, “Tá Feito com Fernanda Torres” faz parte do movimento institucional “Feito”, lançado em 2025. 

Criada e apresentada por Fernanda Torres, com direção de Andrucha Waddington e roteiro colaborativo de Paula Miller (Que história é essa, Porchat?), a série propõe uma abordagem inovadora para falar sobre dinheiro, com mais intimidade, leveza e protagonismo. O roteiro traduz o conceito de bem-estar financeiro como uma jornada acessível e próxima do dia a dia, mostrando que a experiência do cliente com as ferramentas do banco pode ser simples, intuitiva e relevante.

De bancário a ícone do humor: Luiz Fernando Guimarães relembra trajetória 
No novo episódio da série “Tá Feito com Fernanda Torres”, projeto criado em parceria com o Itaú Unibanco, o ator Luiz Fernando Guimarães revisita sua trajetória: do início como bancário ao sucesso como um dos nomes mais influentes do teatro, da publicidade e da televisão brasileira. Durante a conversa, conduzida com leveza e afeto por Fernanda, Luiz compartilha memórias, aprendizados e fala sobre sua relação com o dinheiro ao longo dos anos. 

Ele relembra a época em que integrava o grupo teatral “Asdrúbal Trouxe o Trombone”, nos anos 1970, quando o dinheiro para montar os espetáculos era escasso. Para guardar recursos e bancar a produção das peças, o grupo encontrou uma solução inusitada: usar uma lata de queijo para armazenar as cédulas. “Na época, essa era a única maneira que a gente tinha para não gastar o que já era pouco”, conta Luiz.

“Eles inventaram o Circo Voador, o rock brasileiro, revolucionaram o humor na TV e criaram uma forma inovadora de fazer propaganda. O Luiz representa uma geração que soube transformar a instabilidade em potência.” O episódio também revela um lado pouco conhecido do ator, sua disciplina com o dinheiro. “O primeiro apartamento que eu comprei, fiquei um ano sem jantar fora. Um ano mesmo! Foi a forma que encontrei de juntar o que precisava”, brinca. “Sempre fui muito organizado com dinheiro. Venho de uma família de bancários, e o papo sobre dinheiro sempre foi aberto na minha casa.”  

A conversa traz à tona o produto em destaque do episódio: os Cofrinhos do Itaú, solução que ajuda os clientes a guardar dinheiro para diferentes objetivos com simplicidade, segurança e rendimento de 100% do CDI. Para Thaiza Akemi, superintendente de Comunicação e Conteúdo do Itaú Unibanco, o episódio é um reflexo do compromisso da marca em democratizar o acesso ao conhecimento financeiro com empatia e proximidade: “Falar sobre dinheiro ainda é um tabu para a maioria dos brasileiros. Com essa série, buscamos abrir espaço para conversas francas, afetivas e bem-humoradas sobre um tema que atravessa a vida de todos nós. E fazemos isso do nosso jeito: com conteúdo que informa, emociona e mostra soluções concretas, como os Cofrinhos, que ajudam clientes a guardar dinheiro com autonomia e simplicidade.” 

terça-feira, 24 de junho de 2025

.: TV Cultura estreia nova temporada do "Mundo da Lua" neste sábado


O seriado resgata a essência da versão original exibida entre 1991 e 1992. Agora, o famoso gravador, que acompanhava Lucas Silva e Silva em suas aventuras imaginárias, ganha a companhia do robô Felix. Foto: Nadja Kouchi
 

A TV Cultura, em parceria com o Sesi-SP, estreia neste sábado, dia 28 de junho, a nova temporada do "Mundo da Lua", série infantil que marcou gerações nos anos 1990. Criada por Flavio de Souza, com direção artística de João Daniel Tikhomiroff, a nova versão conta com 24 episódios e apresenta Emília, filha de Lucas Silva e Silva, como a nova protagonista. Vai ao ar aos sábados, a partir das 19h00, com reprise às segundas-feiras, às 18h00.

O seriado resgata a essência da versão original exibida entre 1991 e 1992. Agora, o famoso gravador, que acompanhava Lucas Silva e Silva em suas aventuras imaginárias, ganha a companhia do robô Felix, que estará com Emília na série. Ela é uma menina criativa, inteligente e apaixonada por robótica, que também sonha acordada e narra suas histórias com a icônica chamada “Alô, Alô! Planeta Terra Chamando”.

A produção traz de volta personagens queridos em novas fases da vida. Lucas Silva e Silva (Marcelo Serrado) agora é adulto, piloto de avião, casado com Isabela (Pathy Dejesus) e pai de Emília (Sabrina Souza). Mais do que nostalgia, a nova temporada de Mundo da Lua é um convite para que pais e filhos vivam juntos a imaginação, a curiosidade e a magia de sonhar acordados.

O elenco da temporada 2025 reúne grandes nomes da dramaturgia brasileira: Antonio Fagundes como Rogério Silva (avô de Emília); Bárbara Bruno interpreta Carolina (avó de Emília); Marcelo Serrado dá vida a Lucas Silva e Silva; Pathy Dejesus vive Isabela (esposa de Lucas); Patricia Gasppar, a personagem Berê (a diarista); entre outros. Como toda família, os Silva e Silva vivem situações cotidianas, muitas vezes divertidas, outras de conflitos, mas tudo acaba sendo resolvido com solidariedade, empatia e reconciliação. Compre o livro "Alô, Alô! Planeta Terra Chamando" neste link.

"Mundo da Lua"
Exibida entre 1991 e 1992, "Mundo da Lua" marcou a infância de uma geração. A série acompanhava Lucas Silva e Silva (Luciano Amaral), um garoto de dez anos que criava histórias imaginárias com um gravador, presente do avô Orlando (Gianfrancesco Guarnieri). A produção ainda contou com nomes como Mira Haar, Antonio Fagundes, Laura Cardoso, Marisa Orth e Denise Fraga. Misturando fantasia, cotidiano e valores educativos, "Mundo da Lua" tornou-se um clássico da televisão brasileira. Agora, com novos personagens e aventuras, a série promete encantar uma nova geração e emocionar os antigos fãs. Compre o livro "Alô, Alô! Planeta Terra Chamando" neste link.

.: Maroon 5 está de volta com aguardado álbum de estúdio, “Love Is Like”


Hoje, a banda multiplatina Maroon 5, vencedora de três prêmios Grammy®, anuncia a chegada de seu oitavo álbum de estúdio, o altamente aguardado “Love Is Like”, que será lançado no dia 15 de agosto pela Interscope. A versão física estará em pré-venda na UMusic Store em breve. Para celebrar, a banda acaba de disponibilizar um novo single, “All Night”. O videoclipe da faixa será lançado no dia 27 de junho e terá direção de Aerin Moreno (que já trabalhou com Tate McRae e Tyla), a mesma diretora do clipe do atual single da banda, “Priceless”.

Além do novo álbum e single, o Maroon 5 também anunciou uma turnê nacional por arenas nos Estados Unidos, que começa neste outono (primavera no Brasil). Promovida pela Live Nation, a turnê contará com 23 shows em grandes cidades de costa a costa, incluindo um show na cidade natal da banda, Los Angeles, no Kia Forum, e uma apresentação no icônico Madison Square Garden, em Nova Iorque, encerrando no dia 25 de novembro, em Detroit, Michigan. A cantora Claire Rosinkranz será a atração de abertura em todas as datas da turnê.

Os ingressos estarão disponíveis a partir de uma pré-venda exclusiva para o fã-clube, no dia 25 de junho, às 10h (horário local). Outras pré-vendas ocorrerão ao longo da semana, antes da venda geral, que começa na sexta-feira, 27 de junho, às 10h (horário local), no site oficial: https://www.maroon5.com.

O Maroon 5 apresentou recentemente um gostinho do novo álbum com o contagiante single “Priceless”, uma colaboração com Lisa, do Blackpink. A faixa uniu duas estrelas globais do pop, cujas vozes são amadas por gerações de fãs ao redor do mundo. A Billboard descreveu a música como “um grande momento de crossover no pop”, enquanto a Rolling Stone a chamou de “uma música pop viciante”. Após o lançamento, “Priceless” alcançou o Top 15 das rádios pop e ganhou um videoclipe divertido e estiloso, também dirigido por Aerin Moreno, filmado em downtown Los Angeles, em filme 35mm, com referências visuais ao filme Sr. & Sra. Smith.

Adam Levine declarou: “Sinto que voltamos ao que costumávamos fazer, que é não nos preocupar com onde nos encaixamos e produzir a música de forma orgânica. Foi assim que nos destacamos lá no começo, quando iniciamos nossa carreira”. O novo álbum, “Love Is Like”, marca um retorno às origens da banda, que possui Certificação de Diamante, sendo o primeiro trabalho de estúdio desde “Jordi”, lançado em 2021. Com esse projeto, o grupo ressalta suas raízes, enquanto expande sutilmente seu som no novo e magnético single “All Night”, que destaca os vocais rítmicos de Adam Levine sobre uma base de baixo, percussão, sintetizadores e saxofone.

Para comemorar o lançamento do álbum, o Maroon 5 fará uma apresentação ao vivo no Rockefeller Plaza, como parte da série Citi Concert Series, no Today Show, no dia 1º de agosto. A banda também está confirmada no iHeart Music Festival, em Las Vegas, no dia 19 de setembro.


Sobre o Maroon 5
Maroon 5 se destaca não apenas como um dos artistas mais duradouros da música pop, mas também como um dos maiores atos do século 21. O vocalista Adam Levine deixou uma marca indelével na música pop moderna com seu característico falsete, que impulsiona os hinos e baladas que tornaram a banda um dos grupos de maior sucesso da atualidade. A banda conquistou fãs e críticos com sua sonoridade híbrida de rock e R&B, apresentada no álbum de estreia, “Songs About Jane”. Em 2025, a Billboard nomeou o grupo vencedor de três Grammys® como a maior banda (e o 11º maior artista geral) do século 21.

Até hoje, o Maroon 5 vendeu mais de 100 milhões de álbuns e 750 milhões de singles, obteve certificações da RIAA em mais de 35 países e emplacou 32 músicas na Billboard Hot 100. Dentre esses sucessos, três conquistaram Certificados de Diamante (mais de 10x Platina) nos EUA e 26 receberam o Certificado de Platina. A banda detém os recordes de: “Maior número de #1 na Hot 100 neste século por um duo ou grupo”, “Maior número de #1 na parada Pop Airplay entre duplas ou grupos” (11 no total) e “Maior número de #1 na Adult Pop Airplay” (15 no total).

No streaming, o Maroon 5 soma mais de 30 bilhões de reproduções no Spotify, com 12 músicas ultrapassando 1 bilhão de streams cada. No YouTube, a banda acumula mais de 30 bilhões de visualizações, incluindo quatro videoclipes com mais de 1 bilhão de views cada. O Maroon 5 segue sendo uma potência nos palcos. Em 2023, a banda estreou sua residência em Las Vegas, a M5LV, recebendo elogios do público e da crítica, com a Billboard declarando que eles são “o encaixe perfeito para uma residência em Vegas”. Eles retornaram à cidade em maio de 2024, estendendo a temporada até a primavera de 2025, totalizando 40 shows, além de continuarem se apresentando em estádios pelo mundo.

domingo, 22 de junho de 2025

.: Crítica musical: Francis Hime traz músicas inéditas em ótima companhia


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Já está nas plataformas de streaming o novo álbum de Francis Hime, “Não Navego pra Chegar”. O projeto reúne apenas canções inéditas, além de convidados especiais, entre parceiros, intérpretes e músicos. Com 60 anos de carreira, Francis completou 85 de vida durante a gravação do álbum (em 31 de agosto de 2024), uma comemoração cercada de colaboradores dos quais o compositor é fã inconteste. Segundo ele, a linha musical deste disco remete a outros trabalhos seus, como o "Essas Parcerias", de 1984, e aos volumes 1 e 2 do "Álbum Musical". Nesse atual, ele trabalhou somente com músicas inéditas.

A parceria musical na melodia foi uma experiência nova e estimulante para Francis Hime. A partir da ideia inicial do parceiro compositor, ele seguiu compondo a sequência. Foi dessa forma que ele trabalhou com Ivan Lins na faixa “Imaginada”, com Maurício Carrilho na faixa título “Não Navego prá Chegar”, e com Zé Renato em “Imensidão”. Todas essas três contam com letras compostas por Olivia Hime.

Vale destacar os instrumentistas excepcionais que participam do projeto, como Paulo Aragão, Jorge Helder, Diego Zangado, Ricardo Silveira, Luciana Rabello, Maurício Carrilho, Kiko Horta, Marcus Thadeu, Aquiles, Dirceu Leite, Hugo Pilger e Cristiano Alves. Outros convidados surgem em duetos no álbum, reforçando o caráter coletivo de “Não Navego pra Chegar”. Simone, por exemplo, canta o ‘Samba pra Martinho’, enquanto Mônica Salmaso canta ‘Não Navego pra Chegar’, fazendo dela um choro-canção. Leila Pinheiro interpreta  a salsa "Tomara que Caia"(Francis Hime e Moraes Moreira). Dori Caymmi empresta sua voz na faixa ‘Um rio’.

Desnecessário dizer que o resultado ficou acima da média. A verdade é que Francis Hime está totalmente a vontade, seja compondo, seja interpretando as canções com os convidados. A audição desse álbum é puro deleite para quem curte a nossa autêntica MPB.

 "Imaginada" (com Ivan Lins)

"Samba pro Martinho" (com Simone)

"Não Navego Pra Chegar" (com Monica Salmaso)

.: Canta, dança e vinga: a fúria pop de Barbit em "Barbitch"


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Fabio Audi

Ela nasceu na internet, brilhou no "Corrida das Blogueiras" e agora deixa sua marca definitiva nos fones de ouvido e pistas de dança do Brasil. Com o lançamento do EP "Barbitch", Barbit se reinventa - ou melhor, se reencontra - como uma artista completa: feroz, pop, politizada e inegavelmente performática. "Eu não escondo a política: eu faço ela dançar", afirma.

 Misturando funk, eletrônico e pop com letras afiadas, beats provocantes e uma estética de dar inveja, a influenciadora e cantora estreia oficialmente na música ao lado de uma constelação de estrelas trans, provando que representatividade e talento caminham juntos. 

Mais do que um projeto musical, "Barbitch" é um manifesto travesti que transforma vivências de dor e exclusão em afirmação e vingança dançante. Nesta entrevista exclusiva para o Resenhando.com, Barbit fala sobre fetiche, política, deboche, parcerias e o som que grita liberdade. "Quem olha vê mil reflexos distorcidos, e em todos eu tô linda", conclui. Prepare-se: a coleira agora está nas mãos dela - e a guia também!


Você batizou o EP como "Barbitch". Qual foi a primeira vez que te chamaram de “bitch” e você entendeu que isso podia ser poder - e não insulto?
Barbit - Foi um amigo meu que me chamou de "Barbitch" pela primeira vez, quando eu ainda era só a Bárbara. E eu amei - tinha tudo a ver comigo! Comecei minha vida na internet com esse nome, me sentindo poderosa, debochada, afiada. Depois, quando percebi que queria ganhar dinheiro com publis e me profissionalizar, comecei a me podar para ser bem vista pelas marcas. Aí o “Barbitch” virou “Barbit”, mas o fonema ficou. E agora, com esse EP, eu me reencontro com essa versão sem filtro - a que sempre existiu, mas que agora tá de volta sem pedir licença.


O Brasil é um país onde ser travesti ainda é resistência por existir. Como foi transformar essa dor em pista de dança sem diluir sua força política?
Barbit - A pista de dança sempre foi nosso campo de batalha. Se eu tô rebolando, não é só prazer - é vingança. Cada batida é um chute no sistema. A dor tá lá, mas eu transformo em corpo quente, em beat acelerado, em letra que provoca. Eu não escondo a política: eu faço ela dançar.


Você já performou no YouTube, no Instagram e agora no Spotify. Qual a diferença entre viralizar um meme e eternizar uma faixa?
Barbit - É muito mais fácil ter um vídeo viral do que uma música viral. Eu ainda tô caminhando pra que meu hit aconteça na música - e tô sem pressa, porque é só o começo. Metade das minhas amigas tem cinco, seis, sete anos de carreira e só agora começaram a ter um pouco de relevância. Eu tô feliz com o que consegui criar nesses oito meses desde o meu primeiro lançamento. Tá tudo no tempo certo.


Em "Cachorra", você assume a coleira e a morde ao mesmo tempo. Como foi o processo de construir uma persona sonora que encara o fetiche sem se submeter a ele?
Barbit - “Cachorra” não é submissa - ela é perigosa. Eu me inspiro no fetiche, mas quem dita as regras sou eu. A coleira só entra no pescoço se for de diamante, e quem segura a guia sou eu mesma. A música brinca com o desejo, mas sempre com a dominância de quem já entendeu que fetiche também é poder.


Seu som mistura pop, funk e eletrônico - três gêneros que nasceram marginalizados. Qual foi o desafio de fazer tudo isso soar coeso sem cair no pastiche?
Barbit - Foi ouvir muito, estudar e sentir no corpo. Cada beat tem sua alma, sua história. Não é sobre colar referências, é sobre costurar vivências. O desafio foi respeitar a raiz de cada som e ainda dar meu toque travesti glam, que é sempre exagerado, mas nunca raso.


Muita gente acha que o “deboche” na arte LGBTQIAP+ é só escudo. No seu caso, ele é mais armadura, espada ou espelho?
Barbit - Espelho quebrado. Porque quem olha vê mil reflexos distorcidos, e em todos eu tô linda. O deboche é minha forma de sobreviver e de revidar. Às vezes é armadura, às vezes é veneno, mas sempre tem intenção. Deboche é minha estética, meu idioma e meu veneno.


Você escolheu trabalhar com artistas trans em quase todas as faixas. Foi uma decisão estética, política, afetiva - ou as três misturadas no mesmo batidão?
Barbit - As três. Eu quero minha tribo brilhando comigo. Quando uma travesti sobe comigo no palco ou no som, o mundo treme. É político porque incomoda, é estético porque somos belíssimas, e é afetivo porque ninguém entende a gente como a gente mesma.


No palco, você entrega performance. No estúdio, entrega conceito. Qual foi a faixa mais difícil de parir - e qual foi a que nasceu gritando?
Barbit - “Perigo” foi a mais difícil. Tinha raiva demais, sensualidade demais, precisava do equilíbrio certo. Já “Dale” nasceu gritando em espanhol, em português, rebolando e suando - Mia Badgyal entrou no estúdio e a faixa simplesmente aconteceu. Foi possessão sonora.


Se o "Barbitch" fosse uma criatura mitológica, com que cabeça, corpo e rabo ele viria ao mundo?
Barbit - 
Cabeça de górgona, que transforma machinho em pedra com um olhar. Corpo de sereia, escorregadio, perigoso e hipnotizante. Rabo de escorpião cravejado de strass, que dá o bote com veneno doce. Uma criatura que canta, dança e vinga.


Você está abrindo caminho numa cena que ainda engatinha na inclusão trans. O que falta para o pop brasileiro sair do armário de verdade?
Barbit - Falta coragem de olhar além do que já foi aprovado por gente cis. Falta parar de tratar artista trans como cota, e começar a ouvir como revolução estética e sonora. E falta palco, falta investimento, falta respeito. Mas o que não falta é talento. A gente já chegou. O pop brasileiro que lute!

.: Camila Anllelini apresenta livro de crônicas sobre relação entre mãe e filha


Radicada no Rio há cerca de 20 anos, psicanalista leva obra “De Amor e Outros Ódios, também finalista no Prêmio Minuano de Literatura 2024, para a Bienal nos dias 15 e 21 de junho

O primeiro elo de uma pessoa é com a mãe. Pela literalidade do cordão umbilical, passando pela conexão da amamentação, a relação simbiótica de construção de si física e psicologicamente nunca passa incólume à figura materna. Em “De Amor e Outros Ódios”, publicado pela editora Patuá, Camila Anllelini apresenta uma personagem recorte de suas próprias experiências em uma série de crônicas e cartas à mãe.

O livro, que foi semifinalista no Prêmio Jabuti 2024, na categoria de crônicas e também finalista no Prêmio Minuano de Literatura 2024 na categoria narrativas curtas, vem do desejo da autora de que as pessoas possam fazer as pazes com suas contradições. “Cada leitor ou leitora que me procura para dizer que encontrou nas páginas desse livro algo da sua singularidade me faz acreditar um pouco mais nesse trabalho”, explica.

Escritora e psicanalista, Camila relata a dificuldade de definir um estilo para seu livro. “Tenho como fio condutor a poesia.” A construção de uma linguagem poética que perpassa toda sua escrita, independente do gênero textual. Para a autora, "este livro representa uma dose de coragem na qual antes dele me parecia selvagem e depois dele passou a ser bonita.”


A contradição no amor de mãe e filha
Sigmund Freud reconhece a relação primitiva entre uma menina e a mãe como uma fase fundamental permeada por uma combinação de sentimentos como amor e ódio. Camila Anllelini traduz essa ambivalência em “De Amor e Outros Ódios” com uma personagem que está emaranhada na figura materna no que ama, mas também no que repele e rejeita dessa mãe.

Com uma narrativa em primeira pessoa, as personagens não têm nomes, mas as personalidades bem marcadas. A mãe é uma sobrevivente de um acidente que quase a matou e também por isso valoriza a vida de forma muito vibrante. Uma “mulher ao revés”, como explica a filha. Esta que se define de forma quase sempre contrária, como alguém que precisa conferir ordem ao mundo, para compensar o espírito livre da mãe.

Há um olhar de preocupação e às vezes quase de rancor por essa mãe tão “diferente”, mas também uma admiração genuína por parte da filha que também costuma esquecer sua própria rigidez para se deslumbrar com a forma bonita que a mãe escolhe existir. Como se os papeis pudessem se inverter, a filha encontra nessa mãe a criança, que ela muitas vezes reprimiu em si mesma em um movimento de compensar na família as funções de cada um. Compre o livro "De Amor e Outros Ódios", de Camila Anllelini, neste link.


Literatura com uma dose de psicanálise
Camila Anllelini sempre nutriu uma admiração por cronistas. Desde menina alimentava a imaginação com a ideia de autores com estante que cobriam paredes, como nos filmes, que demandam uma escada para acessar livros que chegam até o teto. Sonhava em assinar uma coluna de jornal enquanto admirava o trabalho de autores de Martha Medeiros a Luis Fernando Veríssimo, assim como a descoberta dos que vieram antes como Clarice Lispector, Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade. “Admiro o trabalho de costura para alcançar a concisão necessária às narrativas curtas, não há tempo para rodeios em uma crônica.”

Natural de Pelotas, Rio Grande do Sul, Camila Anllelini apresenta em “De Amor e Outros Ódios” um emaranhado da complexidade com a relação materna, a partir da franqueza transparente de uma psicanalista. Radicada no Rio de Janeiro desde os 15 anos, a autora de 35 anos passou por diversas áreas incluindo administração, moda e dança, antes de se encontrar na psicanálise. Com mestrado em Resolução de Conflitos e Mediação pela Faculdade de Psicologia da Universidad Europea del Atlántico, da Espanha, posteriormente seguiu sua formação junto ao Corpo Freudiano Escola de Psicanálise e no fim de 2024 concluiu uma pós graduação em Psicanálise, Arte e Literatura pelo Instituto ESPE. Atualmente é associada ao Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro.

“De Amor e Outros Ódios” é o primeiro livro dela publicado, após algumas experiências de publicações com coletivos virtuais. Foi a partir do momento que decidiu fazer da escrita um ofício que ela iniciou as publicações autônomas. A autora aponta que esse processo ajudou a entender a necessidade de distanciar do texto para publicá-lo. “Quando estamos muito enroscados nele não conseguimos entregá-lo a outros olhares.” Camila acredita que é importante se destituir parcialmente do narcisismo para escrever, porque não se pode prever o que acontecerá com o escrito após se tornar público. “Um texto publicado passa a ser de quem o lê.”

Na sua escrita, a leitura de outras mulheres é inspiradora para o seu fazer artístico. Camila tem um apreço por ler autoras vivas e valoriza o trabalho de autoras como Socorro Acioli, Carla Madeira, Aline Bei, Liana Ferraz e Mariana Salomão Carrara. Mas valoriza também aquelas que abriram as páginas dos livros como possibilidade para mulheres como Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Hilda Hilst, Adélia Prado e Lúcia Berlin. A autora também reforça a importância de outras linguagens artísticas no seu processo de inspiração. Nas esculturas de Maria Martins, assim como nas obras de Lygia Pape, Adriana Varejão e Claudia Andujar. “Há a música, o cinema, o teatro. Há a vida acontecendo pelas ruas. Todas as formas de linguagem são influências em mim e para mim.”

O processo de escrita de Camila se divide em dois momentos principais: a escrita sem compromisso com forma e estilo, a partir de uma centelha criativa que pode vir de suas leituras, de uma frase, de uma palavra. Após esse despertar do texto, a autora precisa deixá-lo descansar por um tempo. É depois disso que começa o trabalho realmente braçal, com as metas de edição. “Acredito que um texto deve ser reescrito e editado quantas vezes forem necessárias até chegar na forma intencionalmente desejada.”

Em “De Amor e Outros Ódios”, esse processo foi longo, levando quase três anos. A autora conta que precisou esperar a própria ebulição da história, até o ponto que fosse impossível guardá-la unicamente para si mesma. “Mesmo quando eu não estava sentada escrevendo, essa história estava sendo escrita em mim.” Atualmente está trabalhando em dois projetos, provavelmente o primeiro a ser desenvolvido será um romance, mas ainda sem previsão de publicação. Compre o livro "De Amor e Outros Ódios", de Camila Anllelini, neste link.

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