sábado, 28 de janeiro de 2023

.: Série "Boate Kiss - A Tragédia de Santa Maria" estreia no Globoplay


Dia 27 de janeiro de 2013. Há dez anos o Brasil vivia uma das suas maiores tragédias. Um incêndio durante uma festa na Boate Kiss, casa noturna em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos, a maioria jovens universitários. A incansável luta por justiça dos sobreviventes e dos pais das vítimas é o mote da série Original Globoplay "Boate Kiss - A Tragédia de Santa Maria". 

Em cinco episódios, a produção refaz, passo a passo, a sucessão de acontecimentos que levaram à morte de tantos jovens e mostra as reviravoltas de um processo judicial cujo desfecho permanece imprevisível. 

A série documental é conduzida e dirigida pelo repórter da TV Globo Marcelo Canellas, que passou a infância e a adolescência em Santa Maria, tendo se formado na mesma universidade federal onde boa parte das vítimas estudava. “A nossa ideia inicial era contar a história da Boate Kiss, tendo o julgamento como pano de fundo, imaginando que o julgamento iria chegar a um desfecho. No entanto, não houve esse desfecho porque o julgamento foi anulado. É uma história de luta de um grupo de mães, pais e sobreviventes por Justiça. E como esse sofrimento ficou sendo remoído ao longo do tempo e retornando como se fosse algo sem fim”, conta Canellas que, ao longo desses dez anos, foi à cidade universitária gaúcha inúmeras vezes para cobrir os desdobramentos do caso. “Embora já esteja há 30 anos fora de Santa Maria, a minha relação com ela nunca se desfez, sempre se manteve muito próxima. E, obviamente, que, durante todo esse tempo, acabei construindo laços de amizade com as famílias”, afirma. 

A série traz imagens inéditas do incêndio e depoimentos de testemunhas que presenciaram aquela madrugada de horror. Narra os desdobramentos da tragédia sob o ponto de vista dos sobreviventes e das famílias submetidas a uma longa e torturante espera pela responsabilização dos culpados da morte de seus filhos. A equipe acompanhou todo o julgamento que levou os réus à prisão mas que acabou sendo anulado oito meses depois. “Eu vejo o que aconteceu em Santa Maria como uma grande alegoria do Brasil. De como o nosso país – seja nos meandros das instâncias judiciais, seja na forma como a sociedade reage – lida com uma tragédia dessa dimensão. Essas famílias merecem que suas histórias não sejam esquecidas. É uma série de alta voltagem emocional. E, apesar de ser um caso super conhecido, tenho certeza de que vamos surpreender com coisas que não foram ditas e mostradas até hoje”, diz Canellas.  

"Boate Kiss - A Tragédia de Santa Maria" é uma produção do jornalismo da Globo em parceria com a TV OVO, coletivo de audiovisual de Santa Maria. A série tem direção de Marcelo Canellas, roteiro de Fernando Rinco e Gabriel Mitani, direção de produção de Clarissa Cavalcanti e produção de Andrey Frasson. 


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

.: David Crosby: o rock perde sua referência em harmonia vocal


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Ao saber do falecimento de David Crosby na última semana, tive a sensação de ter perdido uma parte de minha memória musical. Suas harmonias vocais cantadas em bandas ou em carreira solo permanecem vivas em minhas lembranças da adolescência e do início do ensino superior, no curso de Jornalismo no extinto campus da Pompeia, da UniSantos. Pois foi nesse período que eu entrei em contato com seus trabalhos  

David Crosby integrou o The Byrds nos anos 60. Ele estava na antológica regravação de "Mr. Tambourine Man", que estourou em todo o mundo. No final daquela década, formou um trio com Stephen Stills e Graham Nash. Mais tarde, Neil Young se juntaria a eles, completando um quarteto que marcaria sua presença na história do rock e da música pop internacional. Também gravou elogiados discos em dupla com Graham Nash nos anos 70 e 80.

Em todos os seus trabalhos se nota uma riqueza nas harmonias vocais. Ele também escreveu ou fez parcerias em canções conhecidas como "Eight Miles High" (no The Byrds) e "Wooden Ships" (com o Crosby, Stills & Nash). É constantemente associado ao folk rock, muito embora se note até influências do jazz em seu trabalho solo.

Por conta desses projetos desenvolvidos em grupos, sua interessante carreira solo apresenta hiatos entre um disco e outro. Infelizmente, foi triste ver a falta de divulgação do seu trabalho solo, seja nas rádios, seja no lançamento dos discos no Brasil. Só consigo me lembrar do álbum "Yes I Can", ainda na época do vinil. Os demais discos só fui ter acesso graças aos serviços de streaming disponíveis, como o Spotify ou o Deezer.

Um dos últimos trabalhos de estúdio foi o brilhante álbum "For Free", que segue a receita do músico, mesclando elementos de folk rock com vertentes do jazz e da música pop. Canções como "Ships In The Night", "River Rise" e "I Won't Stay For Long" confirmam a sua genialidade como compositor e intérprete. Se você só ouviu falar de David Crosby e de seus posicionamentos polêmicos em favor da liberdade, vale a pena procurar conhecer seu consistente trabalho solo na música, que pode ser conferido nos serviços de streaming.

"River Rise" - David Crosby

"Secret Dancer" - David Crosby

"The Other Side of Midnight" - David Crosby


.: "Contos e Lendas Afro-Brasileiros": edição revista e atualizada


A editora Seguinte lança o livro "Contos e Lendas Afro-Brasileiros", escrito por Reginaldo Prandi. Os contos e lendas apresentados nesse livro fazem parte do patrimônio mitológico iorubá que o Brasil herdou da África e que aqui se preservou ao longo de mais de um século, contado de boca em boca, transmitido de geração a geração. E que hoje é parte constitutiva da nossa cultura.


Capturados e transportados ao Brasil, onde foram escravizados, os africanos trouxeram consigo seus contos e suas lendas — entre eles, histórias que narram o mito da criação do mundo. Adetutu, uma jovem mãe africana, é aprisionada por caçadores de escravos e transportada ao Brasil em um navio negreiro. Durante a viagem, ela sonha com a origem do mundo, criado pelos orixás, deuses de seu povo. Em seu sonho, ela torce por Oxalá, ganha a cumplicidade de Exu, vibra com a atuação de Xangô, emociona-se com Iemanjá.


Numa sacolinha que leva pendurada no pescoço, Adetutu guarda em segredo pequenas lembranças, presentes recebidos dos orixás. Ela usará a sabedoria desses segredos trinta anos depois, já no Brasil. Compre o livro "Contos e Lendas Afro-Brasileiros" neste link.


Sobre o autor 

Reginaldo Prandi, nascido e criado no interior, vive na cidade de São Paulo desde 1964. Sociólogo e escritor, é professor emérito da USP, pesquisador sênior do CNPq e autor de muitas obras de sociologia, mitologia afro-brasileira e indígena, literatura infantojuvenil e adulta. Dele, a Companhia das Letras publicou, entre outros livros, "Mitologia dos Orixás", "Segredos Guardados", "Minha Querida Assombração", "Contos e Lendas da Amazônia", "Morte nos Búzios" e "Aimó". Garanta o seu exemplar de "Contos e Lendas Afro-Brasileiros" neste link.


.: "O Plano Perfeito": Ziraldo e Nath Finanças em livro

 


A obra de estreia da coleção “Conta Tudo” chega para incentivar os pequenos a lidar com dinheiro de maneira responsável e descomplicada.


Em "O Plano Perfeito", lançado pela Editora Melhoramentos, a Turma do Menino Maluquinho, de Ziraldo, recebe uma convidada especial: Nath Finanças! Falar sobre dinheiro e educação financeira pode parecer complicado, mas Nathália Rodrigues, mais conhecida como Nath Finanças, faz isso de maneira simples e leve para milhares de pessoas em seu canal no YouTube e nas redes sociais.

 

A união entre Nath e Ziraldo para a coleção de livros Conta Tudo promove um encontro de gerações e leva uma experiência divertida e interativa. O livro proporciona uma leitura acessível para as crianças tanto no ambiente familiar, como na leitura compartilhada com professores nas escolas. A interação da personagem Nath Finanças com a Turma do Menino Maluquinho, garante uma boa recepção do público infantil. “Estamos muito felizes com este projeto com a Nath Finanças. A Educação Financeira é uma temática indissociável no mundo contemporâneo e, com muita alegria, Ziraldo e o Menino Maluquinho oferecem ludicidade e revelam que este assunto, além de importante, pode também ser leve e divertido.”, comenta Claudio da Rocha Miranda Filho, da Ziraldo Artes Produções.

 

Quando o Menino Maluquinho resolve criar um clube, ele e seus amigos passam a dividir as tarefas de cada um, mas nem todos aceitam participar. Passada a fase de construção do clube, Maluquinho enfrenta alguns desafios com o amigo Junim, que se arrepende de não ter ajudado a turma.

 

Para solucionar o problema entre os amigos, Maluquinho tem a brilhante ideia de pedir ajuda à Nath Finanças para organizar e negociar a situação.

 

O livro utiliza questões do dia a dia das crianças para incentivar a economizar dinheiro e também a investir para cumprir com seus objetivos, como comprar um brinquedo novo ou fazer um passeio com a família. “Ser desenhada pelo Ziraldo é um sonho realizado e um grande reconhecimento pelo meu trabalho. Falar sobre dinheiro com as crianças precisa ser leve, para realmente fazer a diferença e causar um impacto positivo na vida delas”, conta Nathália Rodrigues.

 

Com ilustrações que contemplam a diversidade dos personagens da Turma do Maluquinho e atividades interativas para o leitor colocar em prática seu aprendizado, a obra transforma um assunto complexo em diversão e mostra que educação financeira não precisa ser só “coisa de adulto”. Garanta o seu exemplar de "O Plano Perfeito" neste link.


Sobre os autores

Nathalia Rodrigues, conhecida como Nath Finanças, é administradora, empresária, escritora e criadora do canal Nath Finanças. Ela dialoga com um público imenso, sejam estudantes, estagiários, desempregados ou trabalhadores.

 

Seu objetivo é que todos os seus seguidores saiam do vermelho e passem a usar o dinheiro da melhor maneira possível, mantendo a saúde mental e financeira. Como reconhecimento por seu trabalho, ela entrou para a lista da Forbes Brasil Under 30 e para a lista de grandes líderes mundiais da revista Fortune.


 

Ziraldo Alves Pinto nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932. É escritor, ilustrador, cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e designer. Lançou nos anos 1960 a revista em quadrinhos A Turma do Pererê e fundou, com outros humoristas, o irreverente jornal O Pasquim.

 

Dentre seus inúmeros sucessos estão A Supermãe, Jeremias o Bom, e seu primeiro livro infantil, Flicts, de 1969. Em 1980 lançou O Menino Maluquinho, um dos maiores fenômenos editoriais no Brasil, com cerca de 130 edições e mais de 4 milhões de exemplares vendidos, adaptado para teatro, quadrinhos, TV, ópera, videogame, internet e cinema, e traduzido em mais de dez idiomas. Ziraldo recebeu inúmeros prêmios, e entre eles se destacam: o prêmio Jabuti, o prêmio Andersen da Itália, e o prêmio Quevedos 2009, o mais importante prêmio do humor gráfico no mundo, por toda a sua obra. Você pode comprar o livro "O Plano Perfeito " neste link.


.: Calma: três maneiras de aliviar a ansiedade em 2023


Tudo o que as pessoas querem é encontrar o autocontrole e alternativas para administrar a ansiedade. Um cotidiano mais leve e uma vida mais equilibrada são possíveis ao seguir as atividades práticas presentes no livro "Calma.workbook - Um Guia com Atividades Práticas Para Aliviar a Ansiedade", do escritor, psicólogo e terapeuta comportamental Christopher Hutcheson, lançamento da editora Latitude, com tradução de Luciane Gomide.

"Calma.workbook" apresenta exercícios práticos para aliviar as angústias, processar as emoções e administrar melhor os sentimentos com apoio da terapia cognitiva comportamental. O autor sintetizou técnicas terapêuticas desenvolvidas em mais de 14 anos de experiência no tratamento de pessoas com ansiedade. 

Interativo, "Calma.workbook" fornece ferramentas eficazes para descobrir a fonte da ansiedade e tomar decisões que favorecem o autocontrole. Será possível aprender as habilidades necessárias para processar as emoções complexas, aumentar a consciência corporal e controlar os pensamentos obsessivos e repetitivos. Compre o livro "Calma.workbook" neste link.


A seguir, o especialista apresenta três métodos comprovados pela ciência para ter um 2023 longe das tensões.

Mindfulness: concentrar-se no momento ajuda a ter clareza sobre o que está sentindo. A atenção plena envolve o distanciamento das emoções e fornece as respostas para o problema que o aflige. Pode ser usada para controlar a ansiedade, mas também para expressar os sentimentos de forma clara e direta.


Escala de desconforto SUDS: usar uma escala de unidade de desconforto SUDS (Subjective Units of Distress Scale) é indicada para analisar o quão desconfortável é a experiência vivenciada. Em uma pontuação de 1 a 10 (com 1 sendo a menos desconfortável e 10 extremamente desconfortável), liste as situações mais recentes que causaram ansiedade e visualize todos os detalhes.


Respiração profunda: tem a capacidade de mudar a química sanguínea e estimular o completo relaxamento. O interessante é que não precisa de equipamento para realizar essa técnica. Ela dará combustível para reduzir os sintomas físicos da ansiedade e energia para seguir em frente.


Sobre o autor

Christopher Hutcheson é bacharel em Psicologia, pela Purdue University, Indiana, Estados Unidos. É terapeuta da Gentle Beacon, LCSW – Consultório particular de Serviço Social Clínico e Terapêutico – especializado no tratamento de depressão e ansiedade em Lafayette, Indiana. Também é proficiente em Terapia Comportamental Dialética e prática de Mindfulness. Chirstopher desenvolveu este material após anos de treinamento profissional e experiência em muitas horas de terapia. Acredita que esta é uma boa forma de reconectar as pessoas e trazer um caminho de cura aos indivíduos, comunidades e ao mundo. Garanta o seu exemplar de "Calma.workbook" neste link.


 .: "Acústico MTV": Manu Gavassi canta "Fruto Proibido" e ganha data de estreia   


Para celebrar Rita Lee, a artista recebeu convidados especiais: Liniker, Lucas Silveira e Tim Bernardes, além de contar com uma banda composta somente por mulheres. Foto: Cleiby Trevisan


O aguardado "Acústico MTV: Manu Gavassi Canta Fruto Proibido" ganha data de estreia: a nova produção original do Paramount+ será disponibilizada no serviço de streaming, dia 2 de fevereiro, e na MTV, às 20h20. O projeto presta homenagem a uma das mais icônicas artistas musicais brasileiras de todos os tempos, Rita Lee.

 

Na nova edição de uma das maiores franquias musicais da MTV, Manu Gavassi divide o palco com convidados especiais como Liniker, Lucas Silveira e Tim Bernardes, além de contar com uma banda composta somente por mulheres: Alana Ananias (baterista), Ana Karina Sebastio (contrabaixista), Juliana Vieira (violinista), Luana Jones (backing vocal), Mari Jacintho (tecladista), Michelle Abu (percussionista), Monica Agena (violinista) e Paola Evangelista Lucio (backing vocal). O programa é uma parceria com a F/Simas.

 

Sobre o Acústico MTV

A MTV produziu, ao redor do mundo, mais de 100 especiais "Acústico MTV" que promoveram o reconhecimento de estrelas na indústria musical internacional. As produções mais recentes incluem BTS, Miley Cyrus e Liam Gallagher. Na América Latina, a lista contempla: Acústico MTV Tiago Iorc, Molotov: MTV Unplugged - El Desconecte, Fiesta Nacional (MTV Unplugged) de Los Auténticos Decadentes, Bosé: MTV Unplugged, entre outros. 


O conceito do "Acústico MTV" consiste em oferecer aos artistas um espaço para recriar sua música acusticamente, em um ambiente intimista, próximo ao público. O primeiro "Acústico MTV" foi gravado, em 1989, com o grupo britânico Squeeze, enquanto o primeiro concerto acústico produzido na América Latina foi Los Fabulosos Cadillacs, em 1994.




quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

.: O “Fruto Proibido” de Rita Lee: obra-prima que marcou para sempre o rock


Clássico de 1975, que conquistou ovelhas negras de todas as tribos, é relançado em vinil rosa.

Por Guilherme Samora, jornalista, editor e estudioso do legado cultural de Rita Lee 

“Dance, dance, dance/ Gaste um tempo comigo/ Não, não tenha juízo/ Dê-se ao luxo de estar sendo fútil agora”.  É assim que Rita Lee, deliciosamente, convida a gente para experimentar seu “Fruto Proibido”, que ganha edição especial pela Universal Music. A reedição tem vinil rosa e toda a arte original, com direito a capa dupla e tudo. O disco, que chegou às lojas em abril de 1975, partiu de um convite de João Araújo para que Rita fizesse sua música sem qualquer intervenção.

Descontente com as interferências da gravadora anterior em “Atrás do Porto Tem Uma Cidade”, seu LP de 1974, Rita e seu grupo de apoio, o Tutti Frutti, mais que depressa toparam a missão de fazer o “roquenrou” como bem quisessem. Rita fez a direção musical em uma casa emprestada, à beira da represa de Ibiúna, onde morou por alguns meses com os integrantes da banda – e com suas duas cobras – para os ensaios. O inglês Andy Mills, ex-técnico de som de Alice Cooper, também morava com eles e pilotou a produção do disco. A gravação foi no estúdio Eldorado, na rua Major Quedinho, centro de São Paulo.

O resultado é um ousadíssimo LP, cheio de temas femininos. Um claro recado à turma que repetia para ela que “para fazer rock tem que ter ‘culhão’”. E os machistas da época tiveram que engolir o preconceito e curvar-se àquele disco de capa rosa. Como cantava Rita logo na segunda faixa: “Agora Só Falta Você”. O claro convite à liberdade na letra de um dos hits do disco veio para ficar gravado na imagem da roqueira que faz tudo o que quer fazer.

Boa parte do rock Brasil, na época, apontava para o progressivo. Rita, livre que sempre foi, flertava com o glam, com o classic rock, com o blues, com as guitarras, com os violões acústicos e com o minimoog. Inclusive, o sintetizador ganha lugar de destaque na foto da capa, com a ruiva bela e esvoaçante na sala de jantar da casa dos pais, na Vila Mariana. Tudo em frente à penteadeira de sua avó, herdada pela mãe e que hoje está com Rita.

Rita assina todas as composições. Metade delas, sozinha. E, pela primeira vez, músicas da roqueira em parceria com Paulo Coelho foram gravadas. O blues dolorido “Cartão Postal” é um lado B que virou clássico e está entre os favoritos dos fãs. “O Toque”, esotérica-cósmica-viajante, traz Rita cantando que “o universo segue o rumo que todos nós escolhemos”. Mas, foi com “Esse Tal de Roque Enrow” –­ e a história de uma mãe falando ao psiquiatra sobre a obsessão da filha com aquele tal de roque – que conquistou a garotada, as rádios e a TV. A música fez parte da trilha sonora da novela “Bravo!”, da Rede Globo, ao lado de “Agora Só Falta Você”. Duas de uma vez só!

A qualidade das composições e da gravação, o brilho da voz de Rita – cada vez mais forte e mais longe da delicadeza de seus vocais nos Mutantes – e a rebeldia irreverente da roqueira maior conseguiram a proeza de colocar o underground na lista dos mais vendidos. “Comer um fruto que é proibido/ Você não acha irresistível?” ecoa Rita, num vocal urgente, desafiador, vivo, impossível de se tentar chegar perto. Isso em plena ditadura militar. “Pirataria”, de Rita e Lee Marcucci, baixista da banda e que seguiria com ela por anos, é outra ousadia contra censores, censuras e contra o establishment. “Quem falou que não pode ser?/ Não, não, não/ Eu não sei por quê/ Eu posso tudo, tudo”.

Ao experimentar o primeiro grande sucesso de público, Rita segue com o Tutti Frutti em turnê, com ingressos esgotados pelo Brasil todo, sendo também a atração principal do Festival de Saquarema (1976). E é em “Luz Del Fuego”, a penúltima faixa do disco, que Rita se apresenta, brinca com o que pensam sobre ela e reafirma a mulher que é. Doa a quem doer. Alegre a quem alegrar: “Eu hoje represento a loucura/ Mais o que você quiser/ Tudo que você vê sair da boca/ De uma grande mulher/ Porém, louca!”.

Dando o tom do começo ao fim, a rebeldia da estrela dos cabelos vermelhos termina o disco da maneira mais impactante possível, com “Ovelha Negra”. O maior hino aos diferentes é também o maior hit do disco. Chegou entre as mais tocadas das rádios naquele ano e virou clipe no Fantástico. Inclusive, foi numa rádio que tocava majoritariamente música caipira que o pai de Rita, Charles, ouviu seu exposed musical pela primeira vez. E foi tirar satisfação com a filha.

A influência de Rita, a partir dali, virou tema recorrente entre os censores da ditadura no Brasil, que iniciaram uma marcação ainda mais cerrada em cima dela. Pelo público, ela foi abraçada. E tornou-se a padroeira das ovelhas negras, a maior estrela do rock brasileiro de todos os tempos.

.: Para os fãs da cultura coreana, "Como Tigres na Neve" traz uma história épica


Lançamento da editora Melhoramentos tem como autora Juhea Kim, que usa o conceito de inyeon - fio humano - para abordar eventos históricos ocorridos na península coreana durante o século XX

Basta uma decisão, repentina ou pensada com cuidado, para mudar o rumo de toda uma vida. "Como Tigres na Neve", o romance de estreia da autora coreana Juhea Kim, conta uma história épica de guerra e redenção, com o amor alinhavando cada capítulo, cada acontecimento. O pano de fundo do lançamento da Editora Melhoramentos, que tem tradução de Alessandra Esteche, é o movimento da Independência coreana. Em um país que luta pela liberdade, um homem e uma mulher vão se perder e se encontrar, em meio à pobreza e à solidão.

 Na Coréia ocupada pelo Japão, em 1917, um jovem caçador segue, por vários dias, rastros de um leopardo que pode matar a fome dos filhos e ainda render um bom dinheiro. Ao ver um jovem tigre, porém, ele o deixa ir, por lembrar-se de um antigo ensinamento: “só mate o tigre se não tiver escolha”. A caçada é interrompida quando o homem impede que um oficial japonês perdido nas montanhas seja atacado por esse tigre. E assim, em um instante, seus destinos passam a estar conectados. Desse encontro se desenrola uma saga que se estende por meio século.

Tempos depois, Jade, de família muito pobre, tinha dez anos quando foi vendida para uma casa de cortesãs. Um sacrifício que fez para ajudar a família, mas logo a menina percebe que as belas mulheres podem aproveitar a aparência para conseguir a liberdade um dia. E ela nem imagina que a história, que uniu um caçador e um oficial japonês influenciaria a sua vida no futuro.

Quando Jade conhece um menino órfão, chamado JungHo, que ganha a vida mendigando nas ruas de Seul, nasce uma profunda amizade. No entanto, ao atingirem a maioridade, ele é envolvido na luta revolucionária pela independência, enquanto ela se torna uma artista, com a possibilidade de ter uma nova perspectiva romântica, de nascimento nobre. Jade precisa decidir se será capaz de arriscar tudo por aquele que faria o mesmo por ela.

A autora usa o conceito de inyeon - fio humano - para tecer uma bela história, na qual o acaso, a fortuna e o destino são costurados pela turbulência dos eventos históricos ocorridos na península coreana durante o século XX. O enredo faz com que os leitores sejam levados a um mundo no qual amigos se tornam inimigos, inimigos se tornam heróis, heróis são perseguidos e feras podem assumir as mais diversas formas. Mais de 50 notas que ajudam a contextualizar passagens do livro, de acordo com a história e a cultura coreanas, foram elaboradas pelo pesquisador e especialista em literatura coreana Luis Girão e dão mais fluidez à leitura.

O livro foi indicado pela Buzzfeed, Fortune, The Washington Post, USA Today, Goodreads, Amazon, Entertainment Weekly, E! Online, Ms. Magazine, Vulture e Lit Hub. É finalista do Dayton Literary Peace Prize. "Como Tigres na Neve" foi escolhido como o melhor livro de 2021 por diversas publicações, entre elas Ms. Magazine, Real Simple e Harper’s Bazaar. Parte dos lucros com o livro será doada para a Phoenix Fund, organização sem fins lucrativos em prol da preservação de tigres siberianos e leopardos de Amur com sede em Vladivostok, na Rússia. Você pode comprar o livro "Como Tigres na Neve" neste link.

 
Sobre a autora
Juhea Kim nasceu em Incheon, na Coreia do Sul, e se mudou para Portland, nos Estados Unidos, aos nove anos. Ela se formou na Universidade de Princeton com licenciatura em Arte e Arqueologia. Kim já teve trabalhos publicados em importantes veículos, como Granta, Slice, Times Literary Supplement e The Independent, entre outros.

Fundadora e editora da Peaceful Dumpling, revista on-line que cobre estilo de vida sustentável e literatura ecológica, Kim recebeu bolsas de pesquisa de diferentes organizações, entre elas a Universidade Estadual do Arizona, na qual ministrou uma aula sobre ficção ecológica em 2020. Garanta o seu exemplar de "Como Tigres na Neve" neste link.

.: "Revista Babadeira": Neyde Veneziano em versão atual do Teatro de Revista

Autoridade no assunto Teatro Musical Brasileiro, Neyde Veneziano apresenta resultado de sua pesquisa sobre o formato contemporâneo do gênero Teatro de Revista com a estreia do espetáculo "Revista Babadeira" na sede da Cia da Revista. Foto: Alex Santana 

Musical da premiada diretora Neyde Veneziano atualiza Teatro de Revista por meio da diversidade e da inclusão, com drag queens e sem machismo. Com direção musical de Dagoberto Feliz, tem trilha original de Danilo Dunas, cenário e figurino de Kleber Montanheiro e coreografia de Paula Flaibann. São 18 cenas, 12 atores no palco e músicas inéditas cantadas ao vivo. Estreia dia 20 de janeiro na Cia da Revista. Veneziano imprime seu nome também na dramaturgia e direção do espetáculo contemplado na 38ª Edição do Fomento ao Teatro pelo projeto "Teatro de Revista Hoje: Uma re-existência". Sessões às sextas, sábados e domingos, com entrada franca. 

As primeiras etapas do processo de montagem envolveram, além da pesquisa, oficinas de Dramaturgia (com Neyde Veneziano, Dagoberto Feliz e as drags Thelores Drag e Alexia Twister), Filosofia vocal (com Marcelo Boffa), Clown Music Queer (com Dagoberto Feliz) e Drags en reviste (com Neyde Veneziano) realizadas durante 2022. Em seguida vieram a seleção do elenco e início dos ensaios em outubro. Quinze drags frequentaram as oficinas de preparação para interpretar as estrelas do musical. “Drags são hiperbólicas, são grandes, são fascinantes. O Teatro de Revista é o gênero mais apropriado para elas”, afirma Neyde, que propõe um formato contemporâneo para o estilo.

“Vamos atualizar o discurso. O teatro de revista era apoiado no machismo e na objetificação das vedetes. Hoje isso não tem mais sentido. A estrutura da revista segue maravilhosa, mas agora nosso discurso será sobre a diversidade, a inclusão e, principalmente, a liberdade”, completa.

Com roteiro costurado a quatro mãos - Neyde Veneziano, Dagoberto Feliz, Thelores Drag e Alexia Twister -, "Revista Babadeira" é um espetáculo de Teatro de Revista contemporâneo e atualizado, por meio da ótica da diversidade e inclusão. Os quatro personagens centrais são: as duas commères (interpretadas por Alexia Twister e Thelores), Harmônio (Mercedez Vulcão) e a Revista Brasileira (alegoria - Josephine Le Beau). “As outras se desdobram em vários 'personagens episódicos', cantando e representando diversos tipos importantes do teatro de revista", explica a diretora.


Fio condutor
A encenação de Veneziano optou pela linguagem do metateatro e abre com duas drags apresentadoras (commères) em busca do tema para escrever o texto de seu projeto contemplado no fomento. Ao som do piano de Demian Pinto, após trocas de ideias com os Deuses do Olimpo, a quem recorrem em busca de inspiração, elas encontram Harmônio, um sertanejo universitário, recém-chegado do interior a São Paulo. Expulso de casa pelo pai, a trajetória do personagem é o fio condutor do enredo. 

No desenrolar da trama, o agroboy revela estar à procura de seu tio, que, como ele, também foi expulso da cidade anos atrás pelo mesmo preconceito homofóbico. Entre músicas e quadros, o espetáculo se encaminha para a apoteose, em uma celebração à liberdade.


Pesquisa - por Neyde Veneziano
"Durante muitos anos, dizia-se: 'a Revista é o gênero de teatro que melhor representa a ideia que o Brasil tem de si.' E que ideia seria essa? A resposta vinha rapidamente: 'Samba, mulher e carnaval'. Essa era a cara do Brasil transmitida pelo nosso Teatro de Revista, notadamente a partir dos anos de 1940, quando o grande produtor Walter Pinto inaugurava a era das grandes Vedetes. Anos se passaram. Os tempos são outros. O discurso machista daquele teatro de revista, que parecia ser somente uma leve brincadeira, já não se encaixa na nossa realidade mutante. Ria-se da lentidão do idoso, da preguiça do malandro, da indolência indígena, ríamos do neguinho esperto que roubava o pão doce e, principalmente, aplaudíamos a mulata que nos enlouquecia com seu gingado. Ríamos em coro. Sem perceber o mecanismo invisível das hegemonias. A voz do Teatro de Revista aos poucos silenciou-se.

A boa notícia é que ainda temos a fórmula brasileira! Trata-se de uma estrutura que reúne quadros e episódios fragmentados, sempre ligados por um fio condutor cômico, crítico e nada realista. Eis a receita. E, já que sabemos qual o 'jeito' de fazer teatro de revista, por que não mudarmos, radicalmente, o discurso machista? Portanto, caros amigos, vamos apresentar uma Revista Brasileira Contemporânea! A Arte Drag caiu no gosto popular nas últimas décadas no Brasil e em grande parte do mundo. Em programas de televisão atores drag queens não se apresentam somente para suscitar o riso. Há alguns anos, a Arte Drag Queen se espalhou pelo mundo. A cultura pop chegou a seu auge com RuPaul Charles, um homem negro alto de peruca loira. Hoje, aos 60 anos, RuPaul é um dos nomes mais populares da Arte Drag no mundo.”

Arte Drag e suas ideias de liberdade, igualdade, pluralidade e inclusão
“Com ele, a Arte Drag Queen passou a ser conhecida e respeitada, com suas músicas, seus filmes, suas habilidades artísticas. Hoje, o programa no formato reality show está na 14ª temporada, com edições em, pelo menos, outros seis países. Todas essas qualidades abriram novos espaços para que outros artistas drags surgissem. Em 2021, RuPaul, ao receber seu 11° troféu do Emmy, tornou-se o artista negro que mais vezes recebeu a honraria. No Brasil não foi diferente. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, principalmente a partir da década de 1990, drag queens ganharam espaços muito além daqueles ambientes em que, costumeiramente, utilizavam trabalhando em pequenas peças cômicas de pouco valor dramatúrgico, para servirem de chacota e, por vezes, até serem ridicularizadas. A Arte Drag ganhou espaços nas casas de show, teatros, bares e boates.

Drags queens já não representam somente “entretenimento”. Artistas drag queens lutam pelos direitos da comunidade gay e defendem a causa com um fervoroso ativismo político. Todos sabemos que, desde a Grécia antiga, ou até antes, homens se vestiam de mulheres para representar figuras femininas, já que às mulheres era proibido participar de uma peça de teatro como atriz. Quando ouvimos o termo drag queen, a imagem que nos vem à mente é a de um homem vestido, exageradamente, de mulher.

Só que o termo drag vai muito além dessa definição de “homem vestido de mulher”. O corpo de uma drag é uma tela em branco, que pode ser pintada e decorada como quiser. Pode ser um corpo feminino também, como o de Elke Maravilha. E esses corpos, vestidos e maquilados de forma extravagante, são “montados” para construir uma persona. E é essa persona “montada” quem vai transmitir a ideia de que as drags transpõem as fronteiras dos gêneros. O reconhecimento dessa quebra de barreiras faz com que as pessoas deem o primeiro passo contra o preconceito. À arte de transmitir as ideias de liberdade, igualdade, pluralidade e inclusão através da stravaganza denominamos Arte Drag.”


Ficha técnica
Espetáculo "Revista Babadeira"
. Pesquisa, dramaturgia e direção: Neyde Veneziano. Roteiro: Neyde Veneziano, Dagoberto Feliz, Thelores Drag e Alexia Twister. Direção musical: Dagoberto Feliz. Trilha especialmente composta: Danilo Dunas. Direção musical: Dagoberto Feliz. Assistência de direção musical: Demian Pinto. Cenário e figurinos: Kleber Montanheiro. Desenho de luz e operação: André Lemes. Coreografia: Paula Flaibann. Identidade visual - André Kitagawa. Assistência de produção: Clara Boucher.  Assistência de direção: Zyon Colbert. Direção de produção: Zyon Colbert. Assessoria de Imprensa – M. Fernanda Teixeira, Macida Joachim/Arteplural. Elenco: Alexia Twister, Antonia Pethit, Aprill XO, Divanna Kahanna Montez, Ginger Moon, Josephine Le Beau, Lacana Botafogo, Mercedez Vulcão, Thelores Drag. Participação especial: Tony Germano. Músicos: Daniel Baraúna, Demian Pinto.


Serviço
Espetáculo "Revista Babadeira".

Temporada - De 20 de janeiro a 19 de março. Sessões: sexta e sábado, às 21 horas. Domingo, às 19h. Espaço Cia da Revista – alameda Nothmann, 1135, Santa Cecília. Telefone: (11) 3791-5200. Horário da bilheteria - apenas no dia da sessão, abre com uma hora de antecedência. Entrada franca.

.: "Departamento de Especulação", de Jenny Offill, mistura maternidade e arte


“Departamento de Especulação”
, de Jenny Offill, lançado pela Todavia Livros, é um romance contemporâneo que traça um retrato rico e bem-humorado sobre o matrimônio. A protagonista deste livro, chamada simplesmente de “a esposa”, planejava não se casar nunca: “Durante anos, manti-ve um post-it na minha escrivaninha. NÃO AME, TRABALHE!”. Mas, como esta narrativa ágil e fragmentária nos mostra, as vontades por vezes se transformam, e a personagem acaba num relacionamento com um músico, com quem se casa. Alguns anos depois, eles têm uma filha, e as ambições vão se dissolvendo no caos aconchegante da vida doméstica.

“Departamento de Especulação” é como são assinadas as cartas trocadas entre os dois, nas quais divagam sobre a intimidade, a literatura, a ciência e a arte, e sobre o sentimento de solidão que perpassa a vida. Enquanto o casal atravessa diversas catástrofes mundanas — uma infestação de insetos, uma bebê com cólica, escolhas profissionais motivadas por problemas financeiros —, a esposa medita sobre o lugar que ocupa no mundo.

Organizado em capítulos curtos que soam quase como aforismos, este romance mostra de que maneiras a experiência inclassificável do amor materno pode resultar na destruição quase completa do eu.  Primeira obra de Jenny Offill publicada no Brasil, "Departamento de Especulação" foi eleito um dos livros do ano pelo New York Times em 2014, alçando-a como uma das escritoras de maior destaque da literatura norte-americana contemporânea. Compre o livro "Departamento de Especulação" neste link.

O que disseram sobre o livro
“Com insights difusos e forma fragmentária, pode até parecer raso inicialmente. Mas sua profundidade e intensidade tomam o leitor de assalto.” —  James Wood, The New Yorker


Sobre a autora
Jenny Offill vive em Nova Iorque e leciona na Syracuse University. “Departamento de Especulação” foi indicado para o Folio Prize e para o prêmio Pen/Faulkner, entre outros. Garanta o seu exemplar de "Departamento de Especulação" neste link.

.: "Show da Praça": Zeca Baleiro faz única apresentação no Sesc Bom Retiro


Sesc Bom Retiro recebe nesta quinta-feira, dia 26 de janeiro, às 21h, o cantor Zeca Baleiro para única apresentação no "Show da Praça". O cantor e compositor faz um passeio pela sua discografia, incluindo canções marcantes de sua carreira e alguns lados B, entre músicas de seus mais recentes álbuns. O público também pode esperar surpresas do cantor e compositor maranhense, que costuma preparar releituras de músicas de outros artistas.

Para o roteiro, Baleiro faz sempre uma seleção especial com canções consagradas como “Telegrama” (ZB), “Flor da Pele” (ZB), “Babylon” (ZB) e “Quase Nada” (ZB e Alice Ruiz), entre novidades como “Te Amei Ali” (ZB e Frejat) e “Sete Vidas” (ZB): "Tocarei músicas dos discos mais recentes, como os 2 volumes de 'O Amor no Caos' e 'Canções d'Além-Mar    , além dos sucessos. E, óbvio, devo preparar algumas surpresas”, diverte-se Baleiro.

Nesse show, Zeca Baleiro será acompanhado pela banda formada por Tuco Marcondes (guitarras e vocais), Fernando Nunes (baixo) e Kuki Stolarski (bateria e percussão). No prazo de pouco mais de um ano, Zeca Baleiro lançou um disco digital ao vivo em parceria com Fagner ("Raimundo Fagner e Zeca Baleiro - Ao Vivo em Brasília, 2002", raridade que resgata algumas de suas primeiras composições juntos e inclui duas novas gravações em estúdio), um álbum de intérprete dedicado ao cancioneiro português ("Canções d'Além-mar", premiado com o Grammy Latino 2021 na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira), um single duplo de forró (“Forró de Ilusão + Face”) e outro em parceria com Chico César (“Lovers + Respira”), além de uma dezena de colaborações com diferentes artistas. Em 2022 lançou o álbum “Naus”, em parceria com Vinícius Cantuária.


Sobre o artista
Zeca Baleiro nasceu em 11 de abril de 1966 em São Luís do Maranhão. É cantor, compositor e produtor musical. Lançou seu primeiro disco, “Por Onde Andará Stephen Fry?”, em 1997. Desde então, lançou outros 12 discos autorais, vários projetos especiais e oito DVDs, sempre surpreendendo o público e a crítica a cada trabalho.

Em mais de 20 anos de carreira, Zeca Baleiro ficou conhecido pela sua mistura de ritmos e referências musicais diversas. Com melodias certeiras, arranjos elaborados e poesia em alta voltagem, Baleiro apresenta sua espirituosa visão de mundo em canções originais. Além disso, tem se revelado sagaz intérprete de outros compositores e se envolvido com novas áreas, como a literatura, o cinema e o teatro.

Serviço
Show de Zeca Baleiro no Sesc Bom Retiro 
Dias 26 de janeiro, às 21h. Ingresso: R$ 50 (inteira), R$ 25 (meia-entrada) e R$ 15 (credencial plena). Classificação indicativa: 18 anos. Praça de Convivência.


Máscara
O uso de máscara segue obrigatório em espaços fechados.

Estacionamento do Sesc Bom Retiro
O estacionamento do Sesc oferece espaço para pessoas com necessidades especiais, carros de baixa emissão, carros elétricos e bicicletas. A capacidade do estacionamento é limitada. Os valores são cobrados igualmente para carros e motos. Entrada: Alameda Cleveland, 529.  Valores: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2 por hora adicional (Credencial Plena). R$ 12 a primeira hora e R$ 3 por hora adicional (Outros). Valores para o público de espetáculos à noite R$ 7,50 (Credencial Plena). R$ 15 (Outros).


Transporte
Aos finais de semana e feriados o Sesc Bom Retiro oferece transporte gratuito entre a Estação da Luz e o Sesc Bom Retiro. Embarque e desembarque na saída da CPTM/José Paulino/Praça da Luz. Ida: sextas e sábados, das 17h30 às 19h50. Quinta (dia 26 de janeiro), das 19h50 às 22h. Domingos, das 15h30 às 17h50. Volta: ao término do espetáculo no teatro.


Ingressos
Os ingressos são vendidos pelo Portal Sesc (www.sescsp.org.br) ou pela rede ingresso Sesc em todas as Unidades do Sesc São Paulo.

Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185. Campos Elíseos - São Paulo. Telefone: (11) 3332-3600

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

.: Crítica: "M3gan" é terror que julga a dependência da tecnologia


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em janeiro de 2023


Cady (Violet McGraw) é uma garotinha que sobrevive a um acidente de carro durante uma viagem num dia de neve, mas perde pai e mãe. Ao virar responsabilidade da tia Gemma (Allison Williams), mulher solteira que ama trabalhar com robótica e sem tato com crianças, esbarra numa criação antiga da mente brilhante e ganha a companhia de M3gan, uma boneca realista e dona de uma inteligência artificial impecável. Assim, a máquina assume o objetivo de proteger a órfã. Eis o pano de fundo de "M3gan", em cartaz na rede de Cinemas Cineflix.

Não assista ao longa dirigido por Gerard Johnstone ("Housebound") esperando um "Chucky" de saias ou uma "Annabelle" tecnológica e muito terror. "M3gan" até lembra seus percussores no quesito maldade, porém, entre um susto e outro da criação da "Mestre dos Brinquedos" Gemma, aproveita para criticar a dependência dos meios tecnológicos sem medida. Em 1h42, a produção dedica-se a contextualizar a história da "M3gan" (Model 3 Generative Android) e Cady, fortalecendo assim o elo de amizade verdadeira entre as duas. 

E, não. Megan não é possuída por nenhuma espírito, ela apenas aprende a agir errado com os próprios humanos, contemplando até dancinha de Tik Tok. No entanto, ela se afeiçoa a Cady e sempre que nota perigo, a boneca assume uma personalidade aterrorizante, tal qual uma cuidadora exagerada. A rivalidade inclui um cachorro, a dona do cachorro ou até mesmo o investidor no projeto "M3gan". Há espaço em "M3gan" até para abordar o colecionismo que preserva certos brinquedos como itens intocáveis, em suas caixas lacradas. Seja do ponto de vista de uma criança que vê aquilo como um simples brinquedo ou até diante para uma psicóloga.

O suspense de ficção científica da Blumhouse (produtora de "O Telefone Preto") retrata a evolução da I.A. usando criticidade, ou seja, dá o protagonismo a uma boneca com inteligência artificial capaz de se adaptar, observar padrões, aprender e agir por conta própria quando julga necessário. É justamente no ponto da sorte e revés trazidos pela tecnologia que "M3gan" é maravilhoso. Tanto é que inclui a abstinência e a loucura, lado a lado. Ver Cady surtando por conta do afastamento da boneca é assustador, a ponto de permitir que nos vejamos ali representados como dependentes da tecnologia tão comum hoje em dia. Um simples exemplo é o celular.

"M3gan" é sobre a capacidade de mudar o mundo trabalhando a relação entre os seres vivos, muitas vezes substituída pela tecnologia. Quem nunca viu uma criança ser calada ao receber um celular ou tablet nas mãos?! Sem conhecer a sobrinha, Gemma, para trabalhar, libera o uso do tablet indiscriminadamente para a garotinha, eliminando automaticamente qualquer situação possível de convivência entre tia e sobrinha. "M3gan" é um filme imperdível sem cenas pós-créditos. Que venha a sequência logo!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Filme: "M3gan" ("M3gan" )
Gênero: terror/ficção científica
Classificação: 14 anos
Ano de produção: 2022
Direção: Gerard Johnstone
Roteiro: Akela Cooper
Duração: 1h42m
Elenco: Amie Donald (M3GAN), Jenna Davis (M3GAN), Allison Williams (Gemma), Violet McGraw  (Cady), Kimberley Crossman (M3gan),  Brian Jordan Alvarez (Cole), Jen Brown (Tess), Ronny Chieng (David), Arlo Green (Ryan), Michael Saccente, Kira Josephson (Ava), Lori Dungey (Celia), Stephane Garneau (Kurt)


Trailer




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