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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

.: Resenha do livro '"Ana e os Palíndromos", de Fernando Vilela

Por: Mary Ellen Farias dos Santos* 

Ana é uma menina inteligente e quando se apresenta, logo ensina que o nome dela é um palíndromo. "Posso ler de lá pra cá. E na frente do espelho, posso ler de cá pra lá". Nessa brincadeira de escrever e ler as palavras do fim para o começo, a leitura de Ana esbarra em "A mala e a lama", "Amada é a dama" e "Raul é de luar".

Em meio aos palíndromos que acompanham os desenhos de Fernando Vilela, também escritor da trama, a publicação da Editora do Brasil, apresenta em 48 páginas o universo encantador da leitura espelhada, cercada de inventividade. "Busquei um jogo gráfico entre as frases e as ilustrações, em que o texto se torna parte do desenho. Assim como os palíndromos têm duas leituras, decidi fazer imagens com duas cores -rosado e azul-, experimentando as suas sobreposições, que geram uma terceira cor", destaca o autor do livro.

Ao fim, o autor explica que os palíndromos são palavras ou frases lidas da mesma forma da esquerda para e direita e da direita para a esquerda, detalhes sobre o processo de produção do livro, uma lista com os palíndromos usados na publicação e também outros palíndromos, inclusive uns famosos, alguns criados por famosos como Laerte e Gregorio Duvivier, além de outros criados pelo próprio autor do livro, Fernando Vilela. Você pode comprar o livro 
Ana e os Palíndromos, de Fernando Vilela aqui: amzn.to/3pY8nh5

Livro: Ana e os Palíndromos
Autora: Fernando Vilela
Ilustrações: Fernando Vilela
48 páginas
Editora do Brasil

*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm



#ResenhaRápida



Book Trailer

terça-feira, 4 de agosto de 2020

.: Resenha: "Vovó diz cada coisa", de Mailza de Fátima Barbosa

Por: 
Mary Ellen Farias dos Santos*

Vovó termo que repete uma consoante e uma vogal e que, para muitos, é sinônimo do que há de mais doce no mundo. Quem teve o prazer de ser cuidado por uma vovó amorosa e cheia de sabedoria, entende perfeitamente como é isso na prática.

O lançamento da Editora do Brasil, "Vovó diz cada coisa", da escritora Mailza de Fátima Barbosa, apresenta o menino Dudu que é rodeado por duas vovós, a do lado materno e a do lado paterno. Assim, sempre que o menino as encontra, ouve coisas que a cabeça dele vai dar um nó.

Enquanto o menino descobre o uso metafórico das palavras por meio de provérbios, os ditados populares, as falas das vovós tornam-se enigmas do mundo adulto. E como todo garotinho curioso, Dudu mergulha no universo da interpretação para entender a ideia do que as palavras passam quando usadas em enigmas idiomáticos.

Em meio aos ditados da sabedoria popular, a mamãe da mamãe e a do papai, permitem que Dudu aprenda com elas, a única linguagem fácil de entender: a do amor. O livro ilustrado por Ina Carolina faz parte da coleção "Meu Pequeno Mundo".


"Eu tenho duas avós. Uma é a mãe da minha mãe e a outra é a mãe do meu pai.
Elas são bem diferentes em quase tudo: na cor do cabelo, na altura, no jeito de se vestir."



Livro: Vovó diz cada coisa
Autora: Mailza de Fátima Barbosa
Ilustrações: Ina Carolina
24 páginas
Editora do Brasil

Book trailer

*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

.: Resenha de "O Labirinto do Fauno", Guillermo del Toro e Cornelia Funke

Em setembro de 2019 


Ler é um prazer indescritível e pode ser ainda melhor quando estamos diante de uma grande história. Tão gigante quanto é "O Labirinto do Fauno", publicação que chegou ao mercado editorial brasileiro pelas mãos caprichosas da Editora Intrínseca. O texto magistral do escritor e roteirista mexicano, Guillermo del Toro, e da escritora e ilustradora alemã Cornelia Funke, resgata a trama magnífica apresentada no filme de 2006 [Confira a crítica do filme aqui]. 

O conto de fadas às avessas, entrelaça a fantasia e a crueldade com equilíbrio necessário para que o leitor entenda a forma que Ofélia tenta ler e enfrentar a vida. De narrativa bem elaborada, ainda que o filme ou partes dele estejam na lembrança dos leitores, a cada parágrafo da publicação, a magia da trama acontece. 

O ano é 1944, quando uma menina e a mãe, grávida, seguem pelo norte de uma floresta na Espanha, dentro de um carro que é acompanhado de outros dois. Todos na cor preta. "Estavam fazia horas na estrada, cada vez mais distantes de tudo que Ofélia conhecia, entrando profundamente naquela floresta infinita, para encontrar o homem que a mãe havia escolhido para o novo pai da menina. Ofélia o chamava de Lobo e não queria pensar muito nele. Mas até as árvores pareciam sussurrar aquele nome". p. 14

O livro de contos de fadas moderno vai além ao expandir o perfil de diversos personagens, explorando o passado deles, como por exemplo, o Homem Pálido. "Dessa vez, o livro revelou logo seus segredos. A página da esquerda se encheu primeiro, linhas finas mostrando a figura esquelética de um homem pálido, sem nariz e careca, com buracos no lugar dos olhos e uma boca escancarada. A tinta marrom desenhou uma fada, depois uma porta. A imagem foi tomando forma e ganhando cada vez mais detalhes enquanto Ofélia lia as palavras que apareciam na página da direita: Use o giz para riscar uma porta em qualquer lugar de seu quarto." p.151/152

Permeando o sombrio e fantástico, a apresentação dos acontecimentos gera expectativa no leitor tal qual uma nova e desconhecida história. Em meio a transcrição exata do filme, foram acrescidos dez contos sobre elementos importantes do filme, os quais foram chamados de interlúdios, por Guillermo.

Em capa dura e design de capa por Sarah J. Coleman e Hoel Tippie, totaliza 320 páginas. Fechado, o livro também é atrativo pela lateral colorida que orna com a capa, além dos detalhes nas bordas superiores, inferiores e no centro, entre uma página e outra ilustrado a cada novo capítulo, projeto gráfico de Antonio Rhoden.

Ao leitor que busca um romance de, praticamente, instantânea identificação e intimidade, o livro "O Labirinto do Fauno" é uma leitura obrigatória. Afinal, a vida de todos também é um conto de fadas moderno que mescla o sonho e a realidade com toques, por vezes sombrios, por vezes fantásticos.

Guilhermo del Toro é roteirista e diretor do fascinante "O Labirinto do Fauno" e de "A Forma da Água", que lhe rendeu o Oscar de Melhor Diretor. Também é coautor da série de livros "Trilogia da Escuridão" e, pela Intrínseca, publicou "Caçadores de Trolls" e "A Forma da Água".


Cornelia Funke é uma premiada escritora e ilustradora alemã que se tornou best-seller no mundo inteiro com seus contos de fadas modernos. É autora de "O Senhor dos Ladrões" e da trilogia "Mundo de Tinta", todos sucesso de público e crítica.


Algumas frases marcantes:

"Segredos. Eles contribuem com a escuridão do mundo, mas também atiçam sua curiosidade para descobrir mais..." - O Labirinto do Fauno, Cornélia Funke. Editora Intrínseca


"Em nossas escolhas encontra-se o nosso destino" O Labirinto do Fauno, Cornélia Funke. Editora Intrínseca


Às vezes, os objetos que tanto estimamos revelam mais sobre nós mesmos do que as pessoas que amamos. - O Labirinto do Fauno, Cornélia Funke. Editora Intrínseca


Quem se preocupa com a cura num mundo que só pensa em matar? - O Labirinto do Fauno, Cornélia Funke. Editora Intrínseca


O amor mata de várias maneiras. - O Labirinto do Fauno, Cornélia Funke. Editora Intrínseca


Livro: O Labirinto do Fauno
Editora Intrínseca
Autores: Guillermo del Toro, Cornelia Funke 
Gênero: Literatura fantástica
320 páginas

*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm



sexta-feira, 12 de abril de 2019

.: "The Beatles: Yellow Submarine" é irresistível aventura gráfica

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2019.


Pepperland é um paraíso fora da Terra, quase sem inverno e sem solidão, onde a brisa leva a toda parte o som da música e das risadas, a 80 mil léguas no fundo do mar, ele se encontra ou se perde. Eis que o Líder dos Maldosos Azuis, por detestar todo tipo de música, decide varrer Pepperland do mapa, tirando a cor e o som. Assim, as aventuras no submarino amarelo começam quando o marinheiro idoso jovem Fred recruta o quarteto de Liverpool: os Beatles, para trazer a paz e a música de volta ao lugar.

Para comemorar os 50 anos da animação "Yellow Submarine" (1968), com trilha sonora dos Sgt. Peppers, a editora dedicada ao terror e fantasia, Darkside Books, publica no Brasil o Graphic Novel, "The Beatles: Yellow Submarine" (compre neste link). Em 128 páginas de coloridos vibrantes, a psicodélica história de John, Paul, George e Ringo é resgatada num texto infantil, apresentando, assim, essa obra-prima para um novo público.

Seja para o beatlemaníaco completar a coleção, um interessado no estilo romance gráfico ou para o fã novato do quarteto de Liverpool, o lançamento é sem dúvida é uma bela aquisição -uma vez que o livro tem capa dura e páginas acetinadas. Em mãos, a história em quadrinhos "The Beatles: Yellow Submarine" é fascinante, pois resgate com perfeição um clássico do psicodelismo e aviva a perfeita harmonia na mistura de estilos que, mesmo no papel, explodem. 

Diante de tanto colorido, o enredo que denuncia o autoritarismo vivido pela geração da época, deixa claro que tudo o que se precisa na vida para ser feliz é amor e música. A fantasia da história contribui para que a leitura da trama aconteça de modo voluntário, assim, o leitor, envolvido, deseja devorar cada página. Seja o texto -em si- ou as imagens que complementam o conjunto. 

"The Beatles: Yellow Submarine" é diversão garantida, que incentiva o leitor -de todas as idades- a observar os detalhes das diversas ilustrações contidas em cada página, além de lembrar da importância de sonhar. Afinal, "está tudo na mente, você sabe."

Leia também: #ResenhandoQuiz: sabe tudo sobre "The Beatles"? Descubra!



Livro: "The Beatles: Yellow Submarine"
Baseado em uma canção de John Lennon e Paul Mccartney
Adaptação da história por Bill Morrison a partir do roteiro de Lee Minoff, Al Brodax, Jack Mendelsohn e Eric Segal.
Com agradecimentos a Roger McGough
Arte adaptada por Bill Morrison a partir do design e da arte de Heinz Edelmann
Ilustradores p.25 a 96: Andrew Pepoy com Tone Rodriguez
Cores: Nathan Kane
Letreiramento: Aditya Bidikar
Tradução: Bruno Dorigatti
Editora: Darkside Books


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Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: 
@maryellenfsm

Videoclipe da canção "Yellow Submarine"

Sobre o livro

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

.: Crítica: "Uma Pergunta por Dia - 365 Perguntas - 5 Anos - 1.825 Respostas"


Por Helder Moraes Miranda, em janeiro de 2019.

Outro dia, transitando pelos canais abertos de televisão, assisti a uma cena em que uma participante eliminada de um reality-show de confinamento disse que participar do programa era um exercício de autoconhecimento. Isso ficou na minha cabeça por vários dias, quando chegou em minhas mãos o livro "Uma Pergunta Por Dia - 365 Perguntas - 5 Anos - 1.825 Respostas - Diário Para 5 Anos". 

Lançado pela editora Intrínseca, "Uma Pergunta por Dia" propõe uma reflexão rumo ao autoconhecimento. Se o leitor da obra tiver disciplina e estiver disposto a se conhecer de verdade, com certeza terá um panorama dos últimos cinco anos, o que torna tudo uma mistura de encantador e aterrorizante ao mesmo tempo.

Em formato de diário em tamanho de bolso, o livro em capa dura e com ares de vintage é lindo e propõe perguntas daquelas que levam à mais pura reflexão - como "Qual é a sua missão?", em primeiro de janeiro, ou "As pessoas podem mudar?", no dia seguinte - até os assuntos mais corriqueiros, como "Hoje foi um dia de timidez ou extroversão?", em 31 de julho, ou "Liste o que você comeu na última semana.", em 30 de dezembro.

A mágica do livro, uma espécie de cápsula do tempo personalizada que pode ser uma amostra de quem você foi para as próximas gerações em um recorte de cinco anos, é justamente saber que nenhuma pergunta é tão inocente. O simples fato de listar o que você comeu em determinada semana irá fazer com que você perceba se está se alimentando direito, ou não. Outras perguntas, como por exemplo "o que incomodou mais você durante este dia?" também levam com que o leitor acesse áreas que talvez não esteja habituado a se relacionar, por medo ou pura distração.

"Uma Pergunta por Dia" deveria ser obrigatório para todos, porque propõe uma viagem guiada ao autoconhecimento e faz com que as pessoas que realmente estiverem abertas a aceitar o desafio saiam melhores e mais empáticas - consigo mesmas e com os outros - após essa jornada linda de autodescoberta. Um lançamento necessário em tempos de intolerância e do desaprendizado em ouvir o outro mas, sobretudo, de ciclos de recomeços.    



*Helder Moraes Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

.: Intrínseca: "E.T. − O Extraterrestre", livro sobre a mais bela amizade

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em novembro de 2018 


A história da mais bela e improvável amizade é, sem dúvida, a apresentada em "E.T. − O Extraterrestre". O clássico do cinema, nos anos 80, resgatado para os leitores mirins do Brasil -e seus pais-, no formato de livro infantil, é todo ilustrado por Kim Smith. Em capa dura, a edição da Intrínseca é um presente para ler, reler e manter em destaque na prateleira da estante.

A trama de Elliott e do alienígena de olhos esbugalhados começa após o menino receber o entregador de pizzas. "Quando estava voltando para dentro de casa, ouviu um barulho vindo do depósito". Ao encontrar tal criatura e descobrir que o visitante era de outro planeta, inicia uma bela amizade, enquanto busca uma forma de mandar o E.T. de volta para casa. 

Assim, ambos aprendem importantes lições sobre coragem, amizade e o poder da imaginação. Com linguagem fácil, o livro retrata os melhores momentos do filme em imagens divertidas para crianças de qualquer idade -e agrada também os marmanjos que eram crianças na época do filme ou que assistiram muito o longa na "Sessão da Tarde".

A emoção e o drama da história foram transportados para a narrativa infantil. Nada foi esquecido! Seja o forte laço afetivo entre o menino e o E.T., a eloquente corrida com o alienígena na cestinha da bicicleta ou o resgate do amigo extraordinário das mãos dos cientistas. 

"E.T. − O Extraterrestre", é um dos três livros integrantes da Coleção Pipoquinha, assim como, "De Volta Para o Futuro" e "Esqueceram de Mim". A coleção de clássicos do cinema agrada todos os tipos de leitores, seja jovem ou saudosistas. 

Kim Smith: Ela já publicou diversos livros infantis. Também já fez trabalhos para jogos de videogame, aplicativos, revistas e muito mais. Mora em Calgary, Canadá, com o cachorro Whisky e o marido.



Livro: E.T. − O Extraterrestre
Título original: E.T. - The Extra-Terrestrial
Coleção Pipoquinha
Baseado no filme de Chris Columbus
Texto e ilustração: Kim Smith
Tradução: Giu Alonso.
Editora: Intrínseca
48 páginas
Encadernação: Capa dura


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm 

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

.: Crítica: "Todas as Crônicas - Clarice Lispector", necessário na modernidade


Por Helder Moraes Miranda, em outubro de 2018.

Clarice Lispector é uma entidade da literatura. Não apenas da brasileira, mas de todo o mundo. Não há quem saiba o minimo de literatura que não conheça, pelo menos, uma obra dessa escritora, ou quem nunca ouviu falar nela, mas, principalmente, não existe quem não a respeite, mesmo sem entendê-la. 

Agora o público tem a oportunidade de ter e conhecer todas as crônicas assinadas por ela em um único volume "Todas as Crônicas - Clarice Lispector", uma edição caprichada e corajosa da editora Rocco. Corajosa porque é uma ousadia lançar Clarice Lispector de uma só vez em um mundo recrudescente, em que os princípios parecem ter voltado para a pré-história após tantos direitos alcançados e tantos avanços para as minorias.

A modernidade de Clarice, mais contemporânea que os modernos de hoje, abraça esse mundo que precisa tanto de suas palavras, e os leitores, sobretudo os que passarão a conhecer a escritora a partir dessa obra, devem agradecer a isso. A obra começa com um lindo prefácio assinado por Marina Colasanti, em que a escritora relata a tímida convivência com Clarice Lispector no lugar de observadora e fã de Clarice que recebia seus textos para a publicação em jornal. 

Marina revela o tratamento solene que Clarice direcionava aos seus textos, em uma espécie de mistura entre saber o valor de sua escrita até para a posteridade e o respeito ao leitor que esperava a publicação dos textos. É um livro que figura entre os lançamentos do ano devido à sua importância histórica, emocional e também didática - já que o mundo e as próximas gerações precisam do olhar de cronista de Clarice Lispector até para melhorar o mundo.  

Organizado pelo editor Pedro Karp Vasquez, com pesquisa textual de Larissa Vaz, o livro é dividido em três partes: a primeira contempla as crônicas publicadas no "Jornal do Brasil", com o acréscimo de textos que não saíram na coletânea "A Descoberta do Mundo". A segunda parte reúne textos publicados em outros veículos da imprensa, muitos inéditos em livro. A terceira parte recupera os textos quase (esquecidos) do livro "Para Não Esquecer". Ou seja, é uma reunião definitiva da grandiosa produção de Clarice Lispector para jornais e revistas, entre eles, 120 textos inéditos em livro. 

Um presente da Rocco para os que amam Clarice Lispector, para os colecionadores de grandes obras de literatura, para aqueles que ainda não a conhecem e que têm uma possibilidade muito concreta de se apaixonar pela escrita dela. Em comum entre esses todos os públicos está a urgência de perceber - a partir do ponto de vista de Clarice - um mundo em que o inusitado acrescenta algo iluminado ao que poderia ser corriqueiro e passar despercebido. Ler Clarice Lispector, nesses textos soturnos, é pura resistência.



*Helder Moraes Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando.


terça-feira, 16 de outubro de 2018

.: Intrínseca: "Esqueceram de Mim" é perfeita história para livro infantil

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em outubro de 2018 


Qual criança, em algum momento, ainda que único, não desejou passar um dia inteirinho, ao menos, por sua conta e risco? Pois é, Kevin McCallister, protagonista de "Esqueceram de Mim", publicação da Editora Intrínseca, pertencente a Coleção Pipoquinha, sabe bem como é estar sozinho e justamente no Natal. 

Após aprontar e ser mandado para a cama, de castigo, o menininho deseja que a família esqueça que ele existe. Ao acordar no dia seguinte, o pequeno encontra a casa totalmente silenciosa e conclui ter feito a família desaparecer. Livre de qualquer um para lhe repreender, pela primeira vez, Kevin faz tudo o que quer. 

Corre pela casa toda, pula em todas as camas, come um sundae gigante no café da manhã, passa horas assistindo televisão, mexe em todas as coisas do irmão, desce escorregando as escadas como que se fossem uma enorme montanha e chega a passar a loção pós-barba do pai. Até que uma ameaça passa a cercá-lo: os ladrões Marv e Harry.

Baseado no filme de Chris Columbus que estourou nos anos 90, com roteiro de John Hudges, em 2018, chega às livrarias como livro infantil, com ilustrações de Kim Smith. Em capa dura e com páginas de gramatura próprias para o manuseio de crianças, "Esqueceram de Mim" é o presente perfeito para os jovens leitores, assim como os já crescidinhos -e foram marcados pelos louváveis aprontos do pequeno Kevin McCallister com os bandidos mais atrapalhados do cinema

tom da comédia do filme aparece no livro, seja no empenho -em vão- da dupla de ladrões e no trabalho de Kevin em defender a casa da família -mesmo que precise usar carrinhos ou enfeites natalinos. A agilidade da trama é mantida nas 48 páginas. Sem dúvida, a publicação da editora Intrínseca agrada tanto os pequenos leitores como os adultos, seja o pai, o tio ou um fã da história que originou cinco sequências em filmes. 


Kim Smith: Ela já publicou diversos livros infantis. Também já fez trabalhos para jogos de videogame, aplicativos, revistas e muito mais. Mora em Calgary, Canadá, com o cachorro Whisky e o marido.


Livro: Esqueceram de Mim
Título original: Home alone

Coleção Pipoquinha
Baseado no filme de Chris Columbus
Texto e ilustração: Kim Smith

Tradução: Giu Alonso.
Editora: Intrínseca
48 páginas
Encadernação: Capa dura



terça-feira, 9 de outubro de 2018

.: "De Volta Para o Futuro" em grande estilo com Coleção Pipoquinha

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em outubro de 2018 


O Dia das Crianças está chegando e com ele, uma excelente opção para presentear esse público de leitores mirins -e até os adultinhos: o livro "De Volta Para o Futuro"Dentro da Coleção Pipoquinha, a Editora Intrínseca lança a história do jovem Marty McFly, morador de Hill Valley, amigo do cientista dr. Emmett Brown que visita o passado a bordo de DeLorean.

Toda ilustrada por Kim Smith, a obra respeita a narrativa cronológica da produção original, o filme de 1985, do diretor Robert Zemeckis. Em capa dura e com páginas de gramatura próprias para o manuseio de crianças, De Volta Para o Futuro" apresenta linguagem fácil ao retratar cada momento marcante do clássico dos anos 80. 

Seja o início do longa quando McFly apresenta a cidade ao público usando o skate, a participação importante para a ciência do cachorro Einstein, os cálculos mirabolantes do Doutor, as interferências que um viajante do futuro e o quanto afetam o passado -como o fato de McFly causar uma paixonite aguda na mãe- e a incrível missão do adolescente fazer com que os pais se apaixonem antes que ele volte ao futuro. Tudo está nas 48 páginas.


"Marty passa os dias seguintes tentando fazer seus pais se apaixonarem. Ele faz de tudo para convencer George a chamar Lorraine para o baile da escola, mas ele é tímido demais. Embora goste dela, George não tem coragem de convidá-la. Marty dá mais uma olhada na foto e percebe que também está começando a desaparecer. Ele precisa fazer alguma coisa!"


Determinado, McFly ensina o pai a resistir a qualquer investida dos valentões, principalmente de Biff. Assim, o poder do amor (The Power of Love, canção original), finalmente, acontece entre George e Lorraine, ainda em 1955. Estampada em belas gravuras e descrita no livro, a dedicação do jovem do futuro é tão envolvente quanto na produção cinematográfica de mais de 30 anos de estreia nos cinemas.

De Volta Para o Futuro" agrada não somente os pequenos, mas também os adultos, seja o pai, o tio ou um fã da trilogia de McFly. Não há dúvida de que o livro é excelente pedida para celebrar o Dia das Crianças. Seja daqueles que estão crescendo ou dos que já amadureceram, mas sabem muito bem que para ser criança, não tem idade. Afinal, vamos salvar o relógio!


Livro: De Volta Para o Futuro
Título original: Back To The Future
Baseado no filme de Robert Zemeckis e Bob Gale
Texto e ilustração: Kim Smith

Tradução: Giu Alonso.
Editora: Intrínseca
48 páginas
Encadernação: Capa dura




Vídeo da música "Power of Love"

Início de "De Volta Para o Futuro"



*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: 
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