Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com
Em dezembro de 2025
Os frequentadores e fãs de cinema com pipoca quentinha foram presenteados por variadas produções no ano em que o Brasil ganhou o primeiro Oscar da história, na categoria "Melhor Filme Internacional", além de Fernanda Torres, levar o Globo do Ouro como Melhor Atriz, ambos prêmios pela produção brasileira "Ainda Estou Aqui". Ainda em 2025, alguns longas foram extremamente marcantes a ponto de serem considerados os melhores do ano. Para tanto, nós do Resenhando.com elencamos 11 filmes que fizeram sucesso nas telonas de cinema pelo mundo. Confira!
Premiado nos festivais cinematográficos, o longa dirigido e roteirizado por Kleber Mendonça Filho (Bacurau), O Agente Secreto, protagonizado por Wagner Moura é uma história repleta de brasilidade, mas também capaz de retratar um período conturbado do Brasil. O filme nacional com a cara do Brasil é um completo deleite cinematográfico que dá orgulho das produções brasileiras, dos minutos iniciais ao último segundo de duração. A produção ambientada de forma ousada em Recife entrega uma rica trama capaz de estabelecer diversas conexões com o público.
Nos primeiros minutos, num Fusca amarelo, Marcelo (Wagner Moura) vê um corpo estendido no chão arenoso de um posto de estrada, coberto por um jornal. É esta cena que dita o rumo da história, servindo como que uma espécie de dica do que acontecerá com o professor especializado em tecnologia. Em viagem de fuga, ele é obrigado a enfrentar um passado conflituoso, ritmando um alucinante destino ao homem.
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O longa de ação, suspense e comédia dirigido por Paul Thomas Anderson, protagonizado por Leonardo Di Caprio como Bob Ferguson, entrega ficção engenhosa e texto ágil. O roteiro assinado também pelo diretor aborda a polarização política e suas consequências máximas -imutáveis mesmo com o passar dos anos. Com elenco impecável, a caçada envolvente de 2 horas e 50 minutos tão bem aproveitadas na telona, ainda deixa um gostinho de quero mais. Inspirado no romance "Vineland", livro de Thomas Pynchon (1990), o longa aborda temas como conflitos ideológicos, perseguição de dissidentes pelo Estado e a força da resistência, adaptando a narrativa para o contexto político contemporâneo.
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A conclusão da épica história das bruxas de Oz acontece magistralmente com a química perfeita de Cynthia Erivo como Elphaba e Ariana Grande na pele de Glinda. O desfecho grandioso e comovente, com um visual de cenários e figurinos impecáveis, amarra as pontas soltas da trama paralela a do clássico "O Mágico de Oz". Assim, tudo é retomado durante a construção da estrada de tijolos amarelos. Pelo ar, no caminho para a Cidade das Esmeraldas, surge a demonizada Bruxa Má do Oeste dando o seu recado.
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A ficção científica épica também dirigida por James Cameron, é um novelão empolgante que cativa ao pautar a trama na família e seus imbróglios, sem deixar de reforçar a importância de respeitar a mãe natureza. Mantendo o show visual, o longa que soma 3 horas e 17 minutos de puro encantamento, entrega a constante luta pela sobrevivência dos Sully, em meio a ameaças de extermínio de rivais (os humanos) e iguais (outra tribo Na'vi), enquanto os jovens tentam aprender a lidar com os ensinamentos dos ancestrais, sendo que cada um da família tenta encontrar a melhor forma de contornar o luto por Neteyam.
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Mais uma produção brasileira para nos deixar orgulhosos do cinema nacional. Dirigido por Gabriel Mascaro, na trama, Tereza (Denise Weinberg), uma mulher de 77 anos, muito ativa, entra automaticamente para o programa "O Futuro é Para Todos", tendo sua vida completamente bagunçada. Assim, perde o emprego e recebe somente alguns dias para se organizar antes de ir obrigatoriamente para a colônia, local em que vivem todos os idosos brasileiros. Mesmo perdida com tamanha reviravolta, ela é instigada a realizar algum desejo antes de seguir seu rumo. Assim, ela mira no sonho de voar.
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O longa que abriu o Festival de Cinema Francês do Brasil de 2025, usa a comédia com sabedoria ao tratar de xenofobia. Com direção de Julie Delpy, o filme tira boas risadas do público enquanto faz refletir sobre pensamentos impregnados de preconceitos. Contudo, há também espaço para aqueles que estão empenhados em receber os outros e suas diferenças. Um bom exemplo é a professora Joëlle Lesourd (Julie Delpy), interpretada pela diretora do longa Julie Delpy. Todavia, mesmo com boa vontade e acolhimento, não consegue convencer a todos a aceitarem a nova família na bucólica cidade de Paimpont, na região da Bretanha, França.
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O drama costura a relação confusa e complexa entre duas filhas e um pai. Ele, um diretor de cinema conceituado, esbarra numa atriz famosa do momento, tendo em mãos um grande projeto de produção. Ao convidar a filha Nora, atriz dedicada ao teatro, para protagonizar o próximo filme e ter uma negativa, a queridinha Rachel Kemp é mergulhada numa história familiar com direito a algumas mentiras. A casa da família agora sem a mãe, usada como alegoria, é a causa do resgate das rusgas familiares, enquanto que as irmãs tentam esvaziar o lugar.
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Uma família transita num veículo, num lugar pouco iluminado e atropela um animal. Com problemas para seguir viagem, conseguem socorro de um morador, mas um reconhecimento confuso é capaz de tornar a trama cheia de reviravoltas e confusões. O longa franco-iraniano-luxemburguês dirigido por Jafar Panahi, nome reconhecido do cinema iraniano pós-Revolução de 1979 e tem sido associado à Nova Onda Iraniana, brinca com a dúvida em meio ao desejo de vingança e o humanismo. A produção expõe as emoções misturadas de torturados, prisioneiros do regime iraniano, diante de um homem que parece ter sido seu torturador e de uma peculiaridade: era manco.
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Um filme que simplesmente acontece diante dos olhos do público. Envolvente e agradável, a produção dirigida e roteirizada por Esmir Filho, apresenta uma linda história de vida que transpira arte e se mistura com a da música brasileira. Da infância até o presente momento, na telona está estampado de modo encantador um Ney Matogrosso irreverente e completamente desnudo diante do público. Em meio a vivências e amizades, a linha do tempo de Ney esbarra num período político conturbado e da força do vírus da HIV que ceifava vidas facilmente. Retratando também a resiliência de Ney, o filme sobre o artista originalmente mais performático do Brasil faz sucesso e ganha a todos na sala de cinema. Seja pela forma de Ney ser e ver o mundo ou a cada sucesso que faz parte da trilha sonora.
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Uma sequência de colorido vibrante, cheia de ritmo e hilário. A animação Disney que prova a possibilidade de fazer acontecer na primeira e segunda produção. Desta vez, os agora parceiros inseparáveis na polícia de Zootopia, a oficial Judy Hopps e o detetive Nick Wilde são incumbidos de solucionar um novo mistério que envolve rastros deixados por um grupo de répteis. Assim, a dupla esbarra na serpente misteriosa, Gary. A animação que soma 1 hora e 48 minutos facilmente pode ser analisada em paralelo com a vida humana em que quem tem o poder, geralmente, o dinheiro, pode tudo, inclusive, tirar seres indesejáveis de seu caminho.
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Um suspense psicológico que esbarra num drama com um desfecho plausível de atingir quaisquer mulheres. O romance "A Empregada", adaptado do livro de mesmo título assinado pela escritora Freida McFadden, começa com a jovem Millie tentando e conquistando a vaga de empregada na mansão de um casal rico, os Winchester. Desesperançada em relação a vaga, uma ligação é capaz de mudar tudo. Contudo, assim que pisa na casa para iniciar a experiência de trabalho, os indícios de que a estadia ali seria um pesadelo assombroso são dados.
































