terça-feira, 12 de maio de 2009

.: Resenha crítica de "Zodíaco", com Jake Gyllenhaal e Mark Ruffalo

A história do assassino serial nunca identificado
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2009


História de serial killer começa eletrizante e perde fôlego ao longo dos 185 minutos. Saiba mais de Zodíaco!


O longa começa da melhor maneira possível, apresenta-se de maneira empolgante, cai em um pequeno marasmo, daí quando você pensa que voltará a engrenar lá vem a indesejada calmaria mais uma vez. Sim. "Zodíaco", longa dirigido por David Fincher (Se7en) não é tão inquietante e inovador como parece ser, ou pelo menos deveria. 

O filme consegue perder o envolvimento do espectador, ao retratar as ações de um dos mais famosos serial killers dos Estados Unidos, que agiu durante anos na Califórnia, impunemente, escreveu cartas para jornais, desafiou e provocou a polícia. Então, surge a questão: Como desinteressar o público em um assunto tão relevante? Simples. O longa perde-se em cenas desnecessárias, minimamente detalhadas e assim, deixa o dinamismo de escanteio.

Na produção com roteiro de James Vanderbilt e Robert Graysmith (livro) conhecemos o assassino por meio de seu primeiro caso, o ataque ao casal Darlene e Mike. Em seguida, embarcamos em uma redação de jornal e encontramos Paul Avery (Robert Downey Jr), repórter policial e Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), um cartunista do San Francisco Chronicle. 

Devido ao seu trabalho na redação de um jornal, o qual também recebeu cartas do Zodíaco, Robert acaba deixando-se sugar pelo caso e o desejo de resolvê-lo. Desta forma ele começa a investigar -desesperadamente- por conta própria o mistério do assassino serial conhecido como Zodíaco, que aterrorizou São Francisco de 1966 a 1978. Sem desistir ele mantém suas pesquisas e consegue publicar um livro sobre o serial killer.

Interessante, não? Sim e não. Outro problema do filme é o fato dele perder o foco e contar muito da história da personagem que ajuda a história a andar. Há um momento em que você se pergunta: Afinal, quem é o protagonista da história? Um assassino serial nunca "identificado" ou o "contador" da história dele? No mais, para saber até que ponto a crueldade de um ser humano é capaz de chegar, Zodíaco é indicado. 

DVD: Menu interativo; Seleção de cenas; Aqui é o Zodíaco; Formato de Tela: Widescreen Anamórfico; Áudio: Dolby Digital 5.1 (Inglês e Português); Legendas: Português, Inglês.

Filme: Zodíaco (Zodiac, EUA)
Ano: 2007
Gênero: Policial/Suspense
Duração: 158 minutos
Direção: David Fincher
Roteiro: James Vanderbilt, Robert Graysmith (livro)
Elenco: Jake Gyllenhaal, Mark Ruffalo, Robert Downey Jr. e Anthony Edwards
Site Oficial: www.br.warnerbros.com/zodiac/

sábado, 2 de maio de 2009

.: Resenha crítica de "X-Men Origens: Wolverine"

A essência de Wolverine cheinha de explicações
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2009


Longa com muita pancadaria coloca Wolverine no meio do nada com lugar nenhum. Saiba mais de X-Men Origens: Wolverine!


Em geral, filmes de super-heróis já chegam nas telonas com 50% de aceitação do público. No entanto, quando trata-se dos X-Men a coisa muda totalmente de figura. Basta levar em consideração todas as três produções realizadas até 2006 que não resta se quer uma sombra de dúvida: não se deve perder a "nova" história destes mutantes. 

Contudo, as mudanças sofridas na adaptação deste último, X-Men Origens: Wolverine, é para pior. Na primeira metade do filme são raras as cenas interessantes que conseguem prender a atenção ou de tirar o fôlego alá X-Men, principalmente daqueles que estão cansados de um dia inteiro de trabalho. Outro ponto negativo e que, na minha opinião, colaborou para que este longa seja fraco é o roteiro desnorteado de David Benioff (do também fraquíssimo Tróia).

Logo no início o longa não consegue ser atrativo, seja pelas excessivas cenas escuras ou pelo ambiente árido e seco. É estranho ver os X-Men no meio do nada em lugar nenhum. Desta primeira parte o que se pode salvar é quando vemos o "triste destino" dos mutantes após abandonar "seus instintos". Contudo, o filme consegue dar uma engrenadinha lá pra segunda metade, quando tudo acontece na cidade, mas, ainda assim, a pancadaria sem motivo consegue aborrecer.


Embora tenha recorrido a nomes muito conhecidos como Hugh Jackman, Dominic Monaghan, Ryan Reynolds e o cantor Will i Am, o longa dirigido por Gavin Hood deixa muito a desejar. As lutas são desconexas e abarrotadas de efeitos especiais, a explicação dos porquês (criados na história) são inócuas e acontecem de modo tão didático que irritam. Mortos por todos os lados e mortes de todos os tipos.

Definitivamente, este não é um filme para assistir no cinema, ainda mais se levarmos em conta o alto valor dos ingressos. Seja mais paciente e veja no conforto de sua casa, acompanhado de um belo pote de pipoca e um copo com o seu refresco preferido. Em contrapartida, é preciso ressaltar que o longa agrada (e muito!) a maioria das mulheres e arranca inúmeros suspiros, principalmente nas cenas (que são muitas) em que o peitoral esculpido (e até todo o corpão!) de Hugh Jackman (Logan/Wolverine), totalmente nu, quase ocupa toda a tela do cinema.

Filme: X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, EUA)
Ano: 2009
Gênero: Aventura
Duração: 107 minutos
Direção: Gavin Hood
Roteiro: David Benioff e Skip Woods
Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Huston, Will i Am, Lynn Collins, Kevin Durand, Dominic Monaghan, Taylor Kitsch, Daniel Henney, Ryan Reynolds 
Site Oficial: http://www.x-menorigins.com/

.: Resenha crítica do filme "Intrigas", de Davis Guggenheim

O poder de uma fofoquinha
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2009


As consequências de uma fofoca espalhada em um campus universitário. Saiba mais de Intrigas!


"Intrigas" (Gossip) não é um lançamento (de 2000) e muito menos um filme brilhante, mas tem lá seus méritos. Refiro-me não só pelo elenco de ponta, mas por ilustrar uma história totalmente verossímil. Até porque os fuxicos, por mais indesejados que sejam, sempre acontecem, em pequena ou estreita escala. Neste longa dirigido por Davis Guggenheim tudo começa com uma brincadeira "inocente" que no decorrer de 90 minutos acaba mostrando todo o seu potencial e sua verdadeira intenção.

Três amigos, Derrick Webb (James Marsden), Cathy Jones (Lena Headey) e Travis (Norman Reedus), estudantes de jornalismo, decidem ver até onde chegaria uma notícia falsa, inventada por eles. Lançada a idéia os três tomam como alvo do boato, o casal de namorados, Naomi Preston (Kate Hudson) e Beau Edson (Joshua Jackson). Por que eles? Simplesmente pelo fato de serem conhecidos em todo o campus por praticarem abstinência sexual.

Incentivada por Derrick, Cathy começa o seu "trabalho", com o auxílio de Travis. Desta forma o trio espalha o boato de o rapaz estuprou a namorada, na noite de festa, quando ela estava bêbada e desmaiou. Sem saber ao certo o que aconteceu e pelo fato de a fofoca ganhar proporções inesperadas, o relacionamento de Naomi e Beau chega ao fim. 

Eis que a notícia começa a ganhar várias e várias versões. Por ser conhecida e ter "poder financeiro", a "pobre rica" aciona a polícia para investigar o caso e Beau acaba na prisão sem ter feito nada de errado. É quando o cerco está a um passo de se fechar, pois com a polícia no caso, os "criadores" da fofoca precisam esclarecer o que sabem realmente sobre o acontecido.

Um suspense envolvente que merece ser visto. Até porque, já sabemos que a propaganda é a alma do negócio, mas que nenhum investimento é melhor do que o velho e conhecido telefone sem feio, isto é, quando o fato é repassado de boca em boca. Descubra até que ponto é capaz de chegar a maldade de um ser humano! Veja e fique atento com tudo e com todos, pois ninguém está ileso de ser vítima de uma terrível fofoca!

DVD: Informações especiais com Cenas Inéditas; Menu Interativo; Elenco e Produção; Trailer de Cinema; Escolha de Cena. Lançamento em 2001 pela Warner Home Video, o DVD Região 4, é colorido e recomendado para maiores de 18 anos.


Filme: Intrigas (Gossip, EUA)
Ano: 2000
Gênero: Intrigas (Gossip, EUA)
Duração: 91 minutos
Direção: Davis Guggenheim
Roteiro: Davis Guggenheim
Elenco: James Marsden, Lena Headey, Norman Reedus, Kate Hudson, Marisa Coughlan, Sharon Lawrence, Eric Bogosian, Edward James Olmos 

.: Resenha crítica de "O Labirinto do Fauno", de Guillermo del Toro

A magia da fantasia ao encontro da cruel realidade
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2009


Realidade e fantasia misturam-se para contar a triste história de Ofelia. Saiba mais de O Labirinto do Fauno!


A fantasia e a crueldade entrelaçadas na trama de Guillermo del Toro. O Labirinto do Fauno, longa indicado para maiores de 16 anos é um conto de fadas às avessas. No entanto, é tão completo e bem elaborado que consegue alcançar integralmente o nível de satisfação naquele que o assiste.

A história de Ofelia (Ivana Baquero, que interpreta uma Alice no País das Desmaravilhas) não tem como guia um coelho branco, personagem que leva a protagonista de Alice no País das Maravilhas para um mundo cheio de encantos e novidades, mas sim um fauno (divindade campestre entre os antigos romanos), ser que oferece momentos mágicos para a protagonistas viver.

Ambientada em 1944, a história tem como pano de fundo sentimentos inquietantes como guerra, fome e muita revolta. Tudo começa quando a menina Ofelia viaja com a mãe Carmen (Ariadne Gil), grávida, para o norte rural da Espanha, ao encontro de seu padrasto, Vidal (Sergi Lopez). Há então uma repulsa do padrasto pela garota, porém tal sentimento é recíproco. 

Ao fugir da crueldade do capitão (das forças fascistas do general Franco, que governa a Espanha em favor dos ricos e poderosos com a aprovação da Igreja Católica), Ofelia mergulha em um mundo cheio de encantos por meio de um livro que "diz" o que está para acontecer. O presente do fauno pode ser aberto sempre que a garota puder, porém as tarefas devem ser realizadas seguindo, fielmente, as coordenadas dadas pela "divindade campestre".

Desta forma, a menina segue rumo ao desconhecido utilizando portas mágicas, personagens inimaginados, sapos gigantes, fadinhas ajudantes, raízes de árvores que vivem e fazem viver,  e um banquete de enlouquecer, mas que não pode ser tocado. Enquanto Ofelia "cria" seu paraíso encantado, o capitão Vidal mostra o seu lado negro ao torturar e matar camponeses e ativistas que são contra o general Franco. O capitão faz tudo sem esboçar qualquer sentimento de pena ou remorso. 

 Com efeitos surpreendentes e um drama fantástico tão bem elaborado, não há o que criticar na produção. Definitivamente este é um filme imperdível. Não deixe de conhecer o mundo real e o universo fantástico da pequena Ofelia em O Labirinto do Fauno!

DVD: Menu interativo; Seleção de cenas; Formato de tela: Widescreen; Áudio: Dolby Digital 5.1 (Espanhol); Legendas: Português, Espanhol.

Filme: O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno, IMéxico/Espanha/EUA)
Ano: 2006
Gênero: Drama/ Fantasia
Duração: 117 minutos
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro
Elenco: Ivana Baquero, Sergi López e Maribel Verdú

.: Resenha crítica de "O Amante", com Lian Neeson

A obsessão de um homem traído
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2009


O sentimento amargo da traição interpretado brilhantemente por Lian Neeson. Saiba mais de O Amante!


Peter (Lian Neeson) e Lisa (Laura Linney) formam um casal perfeito. Contudo, as aparências enganam, pois Lisa não é tão devota ao esposo. Aos poucos o espectador descobre que a artista plástica, em suas viagens de trabalho, encontra o amor nos braços de outro, o latin lover, Ralph (Antonio Banderas), chamado carinhosamente de Rafe. 

"O Amante" (The Other Man), dirigido por Richard Eyre, é baseado no livro de Bernhard Schlink (autor de O Leitor), e não na obra homônima de Marguerite Duras. Nesta história que se desenrola nos tempos atuais conhecemos um casal estabelecido financeiramente e a confirmação de seu laço matrimonial: uma linda filha já formada na universidade. Peter, diretor da própria companhia, é feliz com a esposa e tem orgulho em tê-la ao lado durante tantos anos de relacionamento.

Entretanto, é na noite da festa de lançamento da última coleção de Lisa que Peter conhece a outra face de sua companheira: uma Lisa evasiva e estranha. A desconfiança do marido é pontuada quando ela o questiona sobre o desejo de ficar com outra pessoa. Impregnado pela dúvida da traição, Peter embarca em uma louca caçada pelo homem que protagoniza cenas de amor (fotografadas), "guardadas a base de senha" no computador portátil da esposa.

Diante de tantas surpresas e questionamentos sobre o comportamento da Lisa, Peter segue rumo à Itália, ou melhor, ao encontro de Ralph. Lá conhece um homem, aparentemente distinto, cheio de artimanhas para encantar a todos com sua lábia. Eis que Peter, ao ganhar um companheiro no jogo de xadrez, descobre muitos dos segredos de Ralph.

De fato, "O Amante" conta com um bom enredo, porém peca ao revelar seus segredos antecipadamente. Embora deixe uma sensação de que algo ainda vá acontecer, é impossível negar a frustração ao ver que tudo acaba em "festa" e ponto final. No entanto, comparado com O Leitor, ainda sim, O Amante consegue, na tela, ser mil vezes mais dinâmico e manter alguns segundos de suspense. Passe o seu final de semana com três grandes nomes do cinema!

Sabendo a verdade, vale a pena viver na mentira?

DVD: Menu; Formato da Tela: Widescreen; Dublagem em Português e Legenda em Inglês, Português; Áudio: Dolby Digital 2.0. Faixa Etária: a partir de 16 anos 

Filme: O Amante (The Other Man, EUA)
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 87 minutos
Direção: Richard Eyre
Roteiro: James Vanderbilt, Robert Graysmith (livro)
Elenco: Lian Neeson, Antonio Banderas, Laura Linney, Romola Garai, Laurence Richardson, Amanda Drew, Abigail Canton, Kas Graham

sexta-feira, 1 de maio de 2009

.: Entrevista com Arnaldo Antunes, cantor e poeta

"Eu gosto e quero me manter inquieto até o fim". -  Arnaldo Antunes

Por Patrick Selvatti

Em maio de 2009


Os dons culturais daquele que busca definir sinteticamente as possibilidades da palavra. Confira a entrevista com Arnaldo Antunes!


O paulistano Arnaldo Antunes, 49 anos, ex-Titãs e ex-Tribalistas, estudou Letras na USP e teve como referência em seu trabalho a chamada poesia de vanguarda, nome genérico para uma gama de correntes e tendências poéticas surgidas notadamente a partir da década de 50, das quais sem dúvida, das mais importantes, pelo caráter original e instauradora de uma prática renovadora da produção poética, é a poesia concreta, que abriu um leque de possibilidades criativas que trouxe muita empolgação nos anos 60.

Com o conceito de verbivocovisualidade, Arnaldo, assim como os concretos, busca definir sinteticamente as possibilidades da palavra neste tipo de poesia. Além da palavra enquanto signo oral e escrito, cores, formas e o próprio espaço eram elementos de composição. 

Um bom exemplo é Augusto de Campos, cujo poema Acaso, de 1963, é fundamentado nas possíveis permutações de letras dessa palavra. Outro exemplo está no poema O pulsar, que Caetano Veloso musicou, cujos versos dizem o seguinte: “Onde quer que você esteja/ Em Marte ou Eldorado/ Abra a janela e veja/ O pulsar quase mudo/ Abraço de anos-luz/ Que nenhum sol aquece/ E o oco escuro esquece”. Leia a entrevista:



RESENHANDO – Como é essa história de se gravar ao vivo em estúdio?
ARNALDO ANTUNES - Quando fiz o disco Qualquer, queria que fosse um show ao vivo gravado, mas isso não deu para viabilizar na época, então a gente acabou fazendo um disco de estúdio. Mas eu ainda tinha o desejo de fazer um lance num lugar pequeno, que tivesse um ambiente íntimo, com as pessoas sentadas no chão bem pertinho. Daí, falei: "Vamos voltar pro estúdio. Já que a gente fez um ao vivo no estúdio, vamos fazer no estúdio ao vivo". Primeiro porque oferece uma situação de grande intimidade. Segundo, pelas condições de poder captar aquilo com a melhor qualidade de som e imagem. E ficou engraçado porque as pessoas ou fazem discos ao vivo ou fazem discos de estúdio. E a gente fez uma situação que é um híbrido: é um show, mas aparece o estúdio, a mesa de som... 


RESENHANDO – Você brinca muito com as palavras e talvez esteja aí o segredo do seu sucesso...
ARNALDO ANTUNES - O código verbal é como se fosse um porto seguro de onde eu parto pra visitar outros códigos. Eu faço música, faço canções, uso a palavra cantada. Faço trabalhos visuais, palavras para serem lidas e vistas ao mesmo tempo. Faço vídeo, a palavra falada em movimento... Eu faço canções que têm o uso da palavra associada a todo um universo musical.


RESENHANDO – Letra ou música: qual é a sua preferência? 
ARNALDO ANTUNES - São linguagens diferentes, veiculadas por meios diferentes, mas como as duas lidam com as palavras (escritas ou cantadas, lidas ou ouvidas), acabo fazendo pontes entre elas. Gravo discos e publico livros, e acho que o trânsito entre essas atividades vem se tornando vez mais fluente. Eu gosto de caligrafia, sou apaixonado por essa coisa da caligrafia desde muitos anos atrás. O meu primeiro livro era todo caligráfico, eu fiz uma exposição de caligrafia no começo dos anos 80... Aí sempre fui fascinado pela escrita antiga oriental, essa tradição milenar, árabe, chinesa, que é maravilhosa. Acabei sempre pensando essa coisa caligráfica como uma forma de entonação gráfica que sugere sentidos para além do que o discurso verbal está dizendo, você teria uma expressividade através da maneira como escreve, curvatura do traço, do tremor da mão...


RESENHANDO – Existe diferença no processo de criação de uma poesia e no de uma música?
ARNALDO ANTUNES - Não. Existe uma ponte entre as atividades. Geralmente, a produção já tem o seu destino meio certo. Já sei se é algo para ser cantado ou para ser publicado ou se é algo que traz junto uma idéia visual e pode se tornar algo gráfico. No entanto, há exceções. Pode haver contrabando de uma área para outra. Idéias que tive para um poema visual podem acabar como canção ou, até mesmo, animação. Há um território comum em todas os tipos de produção. Trabalho com a palavra em si e isto possibilita uma conversa entre as diferentes linguagens. Esta questão do trânsito de códigos entre diferentes linguagens é um terreno muito fértil. Paralelamente aos Titãs fiz livros. Participei de exposições e publiquei três livros enquanto estava na banda: o Psia, Tudos e As Coisas. No momento em que saí dos Titãs tudo se juntou mesmo projeto que foi O Nome. A poesia e a música se juntaram numa terceira linguagem: o vídeo. A partir de então esses diálogos entre diferentes linguagens começaram a ser a cada vez mais constantes.


RESENHANDO – O que você está ouvindo, lendo e assistindo ultimamente?
ARNALDO ANTUNES - Eu leio muita coisa diferente, eu não gosto muito de responder isso porque acabo tendo que eleger algumas pessoas em detrimento de outras. Eu não tenho um poeta preferido ou um escritor preferido. Eu gosto de muita coisa diferente, então, fica complicado eleger. Li recentemente e achei muito interessante o livro do Augusto de Campos. O Augusto talvez seja o poeta que mais me impressione atualmente, no Brasil. Talvez seja ele o mais completo. Acompanho com muito gosto tudo o que ele produz. No cinema, também encontro inspiração. Meus cineastas preferidos são os franceses Jean-Luc Godard e François Truffaut, o italiano Michelangelo Antonioni e os brasileiros Júlio Bressane e Glauber Rocha.


RESENHANDO – Qual sua relação com os Titãs hoje?
ARNALDO ANTUNES - Somos amigos e parceiros. Não mudou nada porque cada um seguiu seu próprio caminho.


RESENHANDO – Você tem fome de quê?
ARNALDO ANTUNES - Ah, de um monte de coisas... Eu gostaria de saltar de pára-quedas: tenho vontade e ainda vou fazer. Eu gosto e quero me manter inquieto até o fim. Talvez o mundo empresarial exija mais segurança, estabilidade e conforto, mas criatividade e inovação são fundamentais para o sucesso de qualquer empreendimento.


RESENHANDO – Sua parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown nos Tribalistas foi um estouro. Haverá, um dia, uma continuação?
ARNALDO ANTUNES - A repercussão dos Tribalistas foi surpreendente pra todos nós. Vendeu muito, tocou muito no rádio, teve uma penetração absurda. E isso foi maravilhoso. Há frutos disso que são colhidos por nós três. Mas ficou nisso. Nossa parceria prossegue até hoje, mas sem o rótulo popular de Tribalistas.


RESENHANDO – Qual a sua cor preferida?
ARNALDO ANTUNES - Quando eu era criança, verde. E eu me apeguei a isso e acho que continua sendo, mais por um apego com essa coisa da infância. 

quinta-feira, 2 de abril de 2009

.: Resenha crítica do filme "Curtindo a Vida Adoidado"

O típico adolescente que dá um jeitinho em tudo
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2009


Um trio que escapa da aula e apronta mil e uma peripécias. Diversão com Ferris é sucesso há mais de 20 anos. Saiba mais de Curtindo a Vida Adoidado!


Um clássico no gênero comédia adolescente, aliás o melhor longa produzido para o público jovem até os dias de hoje. Há mais de 20 anos, "Curtindo a Vida Adoidado", conta a história do terrível e encantador Ferris Bueller (Matthew Broderick). Ele, que está no último ano do colégio, é a personificação dos jovens que só querem viver intensamente, pelo menos por um dia. Nesta vontade incontrolável de matar aula, Ferris inclui no seu programa a namorada Sloane (Mia Sara) e o melhor amigo Cameron (Alan Ruck). 

Entre os ingredientes que contribuíram e aumentaram a qualidade do longa estão o enredo com muitas reviravoltas, a atuação impecável de Matthew Broderick, Alan Ruck e Jeffrey Jones (na pele do diretor da escola, personagem hilário), as cenas de música e a dança totalmente envolvente no estilo Ferris de ser. Vamos, confesse que já dançou com Ferris a balada Twist and Shout, da banda The Beatles!

Tudo começa quando Ferris decide faltar na escola e curtir o dia. Para conseguir realizar seu plano, ele finge estar doente e convence os pais. Isto feito, Katie Bueller (Cindy Pickett) e Tom Bueller (Lyman Ward), deixam o filho em casa para se recuperar. Com todo o tempo livre, ele "convida" a namorada Sloane e o amigo depressivo Cameron para um passeio por toda Chicago. Detalhe interessante: Sloane está em aula e, ainda assim, Ferris dá o seu jeitinho. Juntos, visitam lugares incríveis (como por exemplo, museus), comem em grande estilo e divertem-se por um dia, mais do que muitas pessoas ao longo de suas vidas.

De fato, como diz Cameron no filme: Ele vai ser o precursor de alguma coisa. Realmente, ele foi e ainda é. Afinal saber usar e abusar da arte de aproveitar a vida, somente Bueller é o mestre dos mestres. No entanto, sem ganância ele nos dá dicas de como curtir tudinho, e sem culpa.

É neste cenário que entra o diretor Ed Rooney e, sem nem relutar, deixa a escola, seu ambiente de trabalho e segue para a casa de Ferris. Tudo para destruir a farsa deste aluno impostor. Por não desistir de provar que Ferris Bueller é um tremendo de um enganador ele acaba envolvendo-se numa tremenda enrascada e de brinde leva mordidas de um cachorrão feroz. Não há como duvidar ou questionar. A interpretação de Jeffrey Jones é simplesmente impecável, e claro, inesquecível.

Outra personagem importante, que não deve deixar de ser citada é a de Jennifer Gray (Dirty Dancing). A irmã mais velha de Ferris, Jeanie, sempre estudiosa e certinha, abomina as atitudes do caçulinha da casa, porém ao conhecer o outro lado da vida, ela aprende a curtir a vida e passa para o lado do irmãozinho.

Realmente, de nada adianta nos divertirmos sem tentar por em prática a lição de Ferris. Até porque, lá no finalzinho de Curtindo a Vida Adoidado, quando os nomes de todos da equipe de produção do longa já foram exibidos, o malandro dá uma bronca: "Ainda estão aí? Já acabou. Vá para casa. Pode ir embora".

Convenhamos é possível não gostar de alguém assim? Até porque nosso desejo, muitas vezes é o de ser assim, mas acabamos nos esquecendo de viver a beleza da vida, pelo menos por um dia. Aproveite o seu tempo, dance com Ferris e torça para ele não ser descoberto! Salve Ferris!

DVD - Edição Especial para Colecionador: No conteúdo dos Extras está Reunindo a turma: O elenco de Curtindo a Vida Adoidado; O Making of de Curtindo a Vida Adoidado; Histórias da Produção; Quem é Ferris Bueller?; O Mundo segundo Ben Stien; O Clássico Curtindo a Vida Adoidado; Álbum da Turma.

Filme: Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off, EUA)
Ano: 1986
Gênero: Comédia
Duração: 102 minutos
Direção: John Hughes
Roteiro: John Hughes
Elenco: Matthew Broderick, Jeffrey Jones, Mia Sara, Alan Ruck, Jennifer Gray

.: Resenha de "Crepúsculo", longa produzido para TV

Uma história de amor que mexe com o coração
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2009


Um vampiro milenar apaixonado por uma adolescente comum que veio da cidade grande. Saiba mais de Crepúsculo!


Ok. No quesito perfeição o longa dirigido por Catherine Hardwicke não atinge a nota máxima, porém, a história de Stephenie Meyer ganhou mais agilidade, sem perder todo o romantismo entre Bella e Edward. "Crepúsculo" é uma produção simples e sem pretensão de ser um blockbuster.

No estilo de filme para a televisão conhecemos Isabella Swan. A adolescente decide morar com o pai na cidade interiorana, conhecida como Forks, depois que a mãe decide casar-se novamente. Embora deteste o excesso de frio, a chuva e o verde de Forks, Bella encanta-se infinitamente por um membro da família Cullen, Edward.

Os dois se conhecem no colégio e enfrentam as dificuldades do amor entre uma humana e um vampiro milenar. Em meio a vampiros não vegetarianos vemos Edward lutando contra o amor que sente por Bella, pois, sabe que quanto mais a ama, mais a coloca em perigo. Até porque Bella provoca a sede de sangue em Edward.

MUDANÇAS: Para os mais detalhistas, além dos problemas com os efeitos especiais (seja em um salto de Edward na floresta ou no brilho dele exposto ao sol), outro descompasso da produção está na troca de momentos chave, os quais são aguardados pelos leitores, porém acontecem em cenas ou cenários totalmente diferentes. 

Entre eles está quando Bella conhece os mais jovens da família Cullen. Sim. Tudo acontece no refeitório, mas todos já estão sentados. "Foi ali, sentada no refeitório, tentando conversar com sete estranhos curiosos, que eu os vi pela primeira vez. [...] Olhei de lado para o rapaz bonito, que agora fitava a própria bandeja, desfazendo um pãozinho em pedaços com os dedos pálidos e longos. Sua boca se movia muito rapidamente, os lábios perfeitos mal se abrindo. Os outros três ainda pareciam distantes e, no entanto, eu sentia que ele estava falando em voz baixa com eles".


No filme, os irmãos entram como se estivessem sendo apresentados, e, já na mesa dos Cullen, não há comida. Como estão em um refeitório e não comem? Boa sacada da diretora. No entanto, algumas mudanças não são tão legais. Seja a inserção de um laptop para o uso de Bella (no livro ela conta somente com um micro velho com internet ruim) ou quando o primeiro contato entre os dois acontece somente dentro do Volvo prateado (e não durante a aula de Biologia). Em meio a acertos e erros na história, o longa agrada (tranquilamente) ao público jovem.

DVD - Edição Dupla: O lançamento da Paris Filmes, região 4, trará o filme (colorido) originado pelo romance de Stephenie Meyer, homônimo, com os atores: Christian Serratos, Nikki Reed, Elizabeth Reaser, Robert Pattinson, Justin Chon, Catherine Hardwicker, Kellan Lutz, Kristen Stewart, Michael Welch, Peter Facinelli, Taylor Lautner. Tem recomendação para espectadores acima de 12 anos.

LOCADORAS: O DVD de Crepúsculo (Twilight), disponível para locação, será lançado em 8 de abril (data prevista de entrega nas locadoras). A versão terá formato widescreen e sem extras.

LUA NOVA: O fenômeno Crepúsculo (Twilight, 2008) já está com a sequência em andamento, isto é, na segunda metade do mês de abril foram iniciadas as filmagens de Lua Nova. Junto ao triângulo amoroso formado por Kristen Stewart (Bella), Robert Pattinson (Edward) e Taylor Lautner (Jacob), retornam Ashley Greene (Alice), Peter Facinelli (Carlisle), Elizabeth Reaser (Esme), Kellan Lutz (Emmett), Nikki Reed (Rosalie), Jackson Rathbone (Jasper), Edi Gathegi (Laurent), Rachelle Lafevre (Victoria) e Billy Burke (Charlie Swan).

Contudo, as locações do filme que estão divididas entre Vancouver, no Canadá, e Toscana, na Itália terão novidades no elenco. Entre as novidades estão Charlie Bewley (Demetri), Jamie Campbell Bower (Caius), Daniel Cudmore (Felix), Christopher Heyerdahl (Marcus), Dakota Fanning (Jane), Cameron Bright (Alec), Noot Seer (Heidi), Michael Sheen (Aro), Graham Greene (Harry Clearwater) e Tinsel Korey (Emily). Na direção, nada de Drew Barrymore ou tantos outros nomes cogitados, Lua Nova terá Chris Weitz (A Bússola de Ouro) como diretor e será lançado no Brasil pela Paris Filmes, simultaneamente, em 20 de novembro.

TEASER: Lua Nova (The Twilight Saga: New Moon), o segundo filme da cinessérie Crepúsculo, já conta com um vídeo de divulgação circulando na web. O vídeo promocional editado pela Entertainment Tonight vai ao ar no dia 23 de abril com entrevistas e cenas do filme. 

SUCESSO NAS PRATELEIRAS: O romance de estréia de Stephanie Meyer, sucesso absoluto de vendas, ocupou o primeiro lugar na lista do New York Times, posição a qual permaneceu durante mais de um ano. Em todo o mundo vendeu 45 milhões de livros, sendo 20 milhões em apenas três meses. No Brasil, os livros ocupam as primeiras colocações na lista dos campeões de venda. Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer venderam 45 milhões de exemplares em 37 países. Aqui no Brasil, as vendas já somam 700 mil desde o lançamento do primeiro título, em abril de 2008. Enquanto acumula elogios diversos da crítica internacional, a escritora tem seu mérito por envolver (em massa) o público adolescente, embora a série de livros seja adequada para todas as idades. A história com seres sobrenaturais com sede de sangue continua em outros três livros: Lua Nova, Eclipe e Amanhecer (com lançamento previsto para o final do mês de junho deste ano).

Filme: Crepúsculo (Twilight, EUA)
Ano: 2008
Gênero: Suspense / Romance / Drama / Fantasia
Duração: 122 minutos
Direção: Catherine Hardwicke
Roteiro: Melissa Rosenberg e Stephenie Meyer (livro)
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Billy Burke, Ashley Greene, Nikki Reed, Kellan Lutz, Peter Facinelli, Cam Gigandet

.: Resenha crítica de "Hairspray - Em Busca da Fama"

Muitas cores, bom humor e canções animadíssimas e cheias de consciência
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2009


Um musical da melhor qualidade que fala sobre preconceito. Saiba mais de Hairspray - Em Busca da Fama!


Em um tom engraçado, Hairspray - Em Busca da Fama, consegue trilhar com total maestria no gênero musical sem desencantar ou decepcionar o espectador. Com um elenco talentoso, o longa dirigido por Adam Shankman usa e abusa do colorido. Ambientado nos anos 60, o musical faz com que todos entrem no ritmo alucinante da época, e de fato, "possam escutar os sinos". Ok. Esta é a minha licença de parodiar a canção "I can hear the bells".

O musical inspirado na peça da Broadway, retrata o grande sonho dos jovens moradores de Baltimore: aparecer no "The Corny Collins Show" (Corny, interpretado pelo talentosíssimo James Marsden), o programa de dança mais famoso da TV. No entanto, há uma jovem em especial que nos mostra sua história de perseverança. É caminhando entre um bêbado e um exibicionista, que conhecemos a protagonista do filme, a gordinha Tracy Turnblad (Nikki Blonsky).

Já na primeira música, "Good Morning Baltimore", Tracy dá o seu recado: "Os ratos nas ruas/ Todos dançam em volta dos meus pés/ Eles parecem dizer:/ "Tracy, é com você!"/ Então, oh, oh/ Não me segure/ Porque hoje todos os meus sonhos virarão realidade". Não há o que comentar. A apresentação da mocinha da história já é uma prévia da beleza em roupas, cenários e canções (com uma pitadinha de bom humor, sem ser escrachado) que encontraremos no decorrer do filme.

Embora não siga o padrão de beleza das garotas da época Tracy ensina a enfrentar e a dar fim a todo e qualquer preconceito. Com firmeza em seu objetivos, ela impressiona os juízes com seu estilo e ganha espaço na atração. Transbordando carisma em suas danças, ela vira um sucesso. Também pudera todo o seu charme só pode estar na genética, sua mãe (John Travolta, travesitdo e cheio de gordurinhas) e seu pai (Christopher Walken). Resultado: este "par" é infinitamente imbatível. Não há como deixar de reparar nos trejeitos de Travolta e sua incrível habilidade na dança, mesmo dentro de tanto enchimento, enquanto que Walken é um louco e apaixonado por todas estas dobras.

No entanto, há um problema. Tracy ameaça a hegemonia de Amber von Tussle (Brittney Snow), filha da gerente do canal e ex-miss Baltimore, Velma Von Tussle (Michelle Pfeiffer). Dominando o amor do público a gordinha cheia de ritmo entra em uma guerra contra a "Miss Hairspray". Contudo, a disputa entre Amber e Tracy fica ainda mais acirrada quando as duas passam a lutar pelo amor do jovem Link (Zac Efron). 

Além de abordar o preconceito contra os gordinhos, o longa trata da dificuldade dos negros estarem entre os brancos. Na divisão de raças, o programa "The Corny Collins Show" conta com o Dia Negro, este dedicado às danças e músicas negras, co-apresentado por Motormouth Maybell (Queen Latifah). Após derrubar as barreiras do preconceito com gordinhos, Tracy entra na marcha contra a separação de brancos e negros no programa, e acaba envolvendo-se em mais confusões.

É a cada superação de Tracy e seus amigos que não é possível sentir os 117 minutos do longa. Sem dúvida, Hairspray - Em Busca da Fama, é um filme imperdível. Também pudera a produção foi baseada no filme de John Waters (1988) e na premiada peça musical da Broadway (2002), esta tndicada a três prêmios Globo de Ouro 2008 e eleito pela Veja SP como "o melhor filme de 2007". Não deixe de conferir!

DVD: Distribuído no Brasil pela Playarte, o DVD do longa, lançado em 2008, é colorido. Com recomendação livre, o produto de Região 4 conta com legendas: Português, Inglês, Idiomas e Sistema de som: Inglês - Dolby Digital 5.1, Português - Dolby Digital 2.0, além do formato de tela Widescreen.

CONTINUAÇÃO: A New Line Cinema pretende produzir o longa Hairspray 2. "Nós recebemos uma premissa e algumas idéias de John Waters (criador do filme de 1988 que deu origem ao musical da Broadway e ao remake) e agora vamos atrás de roteiristas. Aquele período foi superpolítico. Era tempo de mudança. Estamos tentando resgatar inclusive elementos da história, de forma humorística", disse Shankman à Entertainment Weekly. Ele adiantou que a trama acompanhará Tracy Turnblad (Nikki Blonsky), a inusitada estrela gordinha do primeiro filme, e seus amigos pela música do fim dos anos 60.

O diretor adiantou aos fãs que Link, personagem de Zac Efron, vai cair de cabeça na chamada Invasão Britânica - quando os Beatles atravessaram o Atlântico e fizeram sucesso arrebatador nos EUA. A Warner Bros. (que incorporou a New Line este ano) quer reunir todo o elenco e lançar Hairspray 2 em julho de 2010. Vencedores do Tony, o Oscar da Broadway, pelas canções do musical, os compositores Marc Shaiman e Scott Wittman também voltarão com músicas inéditas. 

Trilha Sonora:
1. Good Morning Baltimore - Nikki Blonsky 
2. The Nicest Kids In Town 
3. It Takes Two 
4. (The Legend Of) Miss Baltimore Crabs 
5. I Can Hear The Bells 
6. Ladies´ Choice 
7. The New Girl In Town 
8. Welcome To The 60´s 
9. Run And Tell That 
10. Big, Blonde And Beautiful 
11. Big, Blonde And Beautiful (Reprise) 
12. (You´re) Timeless To Me 
13. I Know Where I´ve Been 
14. Without Love 
15. (It´s) Hairspray 
16. You Can´t Stop The Beat 
17. Come So Far (Got So Far To Go) 
18. Cooties 
19. Mama, I´m A Big Girl Now

Filme: Hairspray - Em Busca da Fama (Hairspray, EUA)
Ano: 2007
Gênero: Musical
Duração: 117 minutos
Direção: Adam Shankman
Roteiro: Leslie Dixon (baseado no musical/peça de John Waters)
Elenco: John Travolta, Michelle Pfeiffer, Christopher Walken, Brittney Snow, Amanda Bynes, James Marsden, Queen Latifah, Zac Efron, Elijah Kelley, Allison Janney, Terry Parks, Jerry Stiller, and Nikki Blonsky

.: Resenha de "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom"

Insanidades da maior consumista de todos os tempos
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2009


Uma recém-formada em busca de emprego e cartões de crédito para estourar. Saiba mais de Os Delírios de Consumo de Becky Bloom!


Ela está enrolada (financeiramente) até a ponta de seu último fio de cabelo. Em contraponto, as insanidades de Rebecca Bloomwood (Isla Fisher) conseguem fazer rir (e muito). O longa dirigido por P.J. Hogan traz somente a essência de ser Becky. Na telona, Os Delírios de Consumo de Becky Bloom segue novos caminhos, entre tais mudanças está a posição profissional de Lucky Brandon, sendo que Tarquin não é apaixonado por ela, mas namorado de sua amiga, Suze.

Algo que faz falta, por criar um pseudo "trio" de apaixonados pela protagonista (Luke, Tarquin e o filho dos vizinhos) é o casal de vizinhos dos pais de Becky, grandes colaboradores para a ascensão da personagem (no livro). No longa eles nem se quer existem. No entanto, Os Delírios de Consumo de Becky Bloom é tão engraçado quanto o livro. As alterações na história deixam, a todo momento, expectativas (até para os que já leram o livro) a respeito do rumo da história.

O filme que esperou oito anos para ser produzido provoca muitas e muitas gargalhadas. Também pudera, a atuação de Isla Fisher está simplesmente impecável. Talvez, nem a nossa imaginação fértil pudesse criar alguém tão Becky Bloom quanto ela. Outro ponto que contribui para o público gostar deste conto de fadas moderno é a delicadeza e a semelhança de Isla com Amy Adams em Encantada.

Na produção de P.J. Hogan nossa descontrolada por compras precisa urgentemente arrumar um emprego para pagar as suas muuuuitas faturas de cartão de crédito. Na tentativa de alcançar o seu sonho, a recém-formada na universidade arruma emprego como jornalista da área financeira em New York. Contudo, um pouco antes desta entrevista ela se apaixona por um rico empresário. Eis a garota da echarpe verde. De fato, este não é o filme do ano, mas é interessante e vale a pena conferir!

COLEÇÃO BECKY BLOOM (todos publicados pela Editora Record):

OS DELÍRIOS DE CONSUMO DE BECKY BLOOM: A história da consumista mais querida de todos os tempos tem um misto de comédia, drama e até suspense com direito a uma "perseguição" de arrepiar. Rebecca Bloom é uma jornalista especializada no mercado financeiro, porém o que faz com maestria é gastar tudo o que tem e o que não tem, e, somente usa a sabedoria para copiar trechos de impacto de releases (textos de divulgação sobre produtos que são enviados para jornalistas). De economia ela entende? Talvez sim, talvez não, talvez mais ou menos. Afinal, para Becky tudo parece ser uma piada, o que ela leva a sério são as promoções imperdíveis das lojas de grife.

BECKY BLOOM- DELÍRIOS DE CONSUMO NA 5ª AVENIDA: Becky e seu inseparável cartão de crédito cruzam o Atlântico nesse divertido romance rumo a Meca mundial do consumo: Nova York.

AS LISTAS DE CASAMENTO DE BECKY BLOOM: OBecky está feliz com seu namorado até que ele a pede em casamento e as duas famílias começam a planejar duas festas, uma nos Estados Unidos e outra na Inglaterra.

A IRMÃ DE BECKY BLOM: Nossa protagonista anda de mal com a vida: sem grana, brigada com o marido, desempregada... até que de uma hora a outra, descobre uma irmã. Sim, uma nova companheira para ir às compras. Será?

O CHÁ DE BEBÊ DE BECKY BLOM: Becky finalmente arrumou um bom motivo para fazer compras por dois, ela está grávida! Ao descobrir que a mais famosa obstetra da cidade é ex-namorada de seu marido seu mundo vem abaixo. Ao que parece, esta gravidez não vai ser assim tão tranquila.

FILME: A adaptação do livro "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom", de Sophie Kinsella, e conta a história de uma garota que acaba de se formar na faculdade, arruma emprego num jornal de economia de Nova York e nutri um vício insano por compras. O longa que tem uma pitadinha de romance estreia dia 10 de abril nos cinemas.


Filme: Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (Confessions of a Shopaholic, EUA)
Ano: 2009
Gênero: Romance / Comédia
Duração: 104 minutos
Direção: P.J. Hogan
Roteiro: Tracey Jackson, Tim Firth, Kayla Alpert, Sophie Kinsella
Elenco: Isla Fisher, Hugh Dancy, Krysten Ritter, Joan Cusack, John Goodman, John Lithgow, Kristin Scott Thomas, Leslie Bibb, Fred Armisen

.: Resenha crítica de "Amor e inocência" com Anne Hathaway e James McAvoy

O amor em questão
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2009


A história de amor entre a escritora Jane Austen e o pobre advogado Tom Lefroy. Saiba mais de Amor e inocência!


Embora seja apaixonante e sensível, o cartaz de "Amor e Inocência" alerta: "A história de amor deles foi a grande inspiração dela (Jane Austen)". De fato, o longa de Julian Jarrold reúne todas as qualidades de um filme de amor, tendo uma pitada de veracidade por se tratar da "biografia" da escritora inglesa Jane Austen. 

Para quem já leu o livro ou assistiu ao filme "Orgulho e Preconceito" fica fácil identificar as semelhanças na verdadeira história de amor entre Jane e Lefroy e os encontros e desencontros amorosos de Elizabeth e Mr. Darcy (criados divinamente por Austen).

Neste drama, ambientado em 1795, conhecemos uma Jane jovem, cheia de sonhos e ainda desconhecida como escritora. É no desenrolar da história que descobrimos nela ("Jane Austen") as características de suas personagens, principalmente de suas protagonistas, sempre fortes, idealizadoras do casamento por amor e sempre a frente dos padrões da época.

O controle da vida de Jane foge-lhe das mãos quando conhece o jovem irlandês Tom Lefroy e apaixona-se perdidamente. Da mesma forma, o estudante de direito, que está de passagem pelo campo, encanta-se com a aspirante à escritora. Contudo, na vida tudo sempre é mais difícil de se conquistar. E claro, Jane precisa se casar sem amor, com o sobrinho de uma nobre senhora da região, o qual a ama sem medidas e, sempre, desconsidera todas as suas desfeitas. 

Em meio aos obstáculos de um amor impossível o espectador ri e chora diante da perfeita atuação de Anne Hathaway e James McAvoy. Outro ponto positivo do longa está na recorrente provocação ao espectador quanto ao desfecho da história, o qual é sem dúvida, surpreendente. Não deixe de viver e encantar-se com Amor e Inocência!


Filme: Amor e inocência (Becoming Jane, Inglaterra, EUA, Irlanda)
Ano: 2007
Gênero: Biografia/ Drama/ Romance
Duração: 120 minutos
Direção: Julian Jarrold
Roteiro: Kevin Hood, Sarah Williams 
Elenco: Anne Hathaway, James McAvoy, Julie Walters, James Cromwell, Maggie Smith, Joe Anderson, Lucy Cohu, Laurence Fox, Ian Richardson, Anna Maxwell Martin, Leo Bill, Jessica Ashworth, Eleanor Methven, Michael James Ford, Tom Vaughan-Lawlor
Site Oficial: http://www.amoreinocencia.com.br/

quarta-feira, 1 de abril de 2009

.: Entrevista Marian Keyes, escritora irlandesa e mundialmente famosa

"Não me preocupo em ser famosa, o melhor de tudo é ter contato com as pessoas ao redor do mundo". -  Marian Keyes

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Colaboração: Helder Miranda

Em abril de 2009


Ela é um fenômeno na lista dos mais vendidos e seus livros sempre estão em destaque nas livrarias. Confira a entrevista EXCLUSIVA com a escritora Marian Keyes!



Já não é novidade que a escritora irlandesa Marian Keyes deu a volta por cima ao lutar contra o vício do alcoolismo. Ela, que atualmente, tem seu lugar garantido no meio literário e grande destaque nas prateleiras das livrarias, conversou com a equipe do Resenhando.com e falou sobre suas alegrias, suas personagens e como é ser uma escritora irlandesa, país com uma história cheia de tradições.

HISTÓRIA: Marian Keyes, a mundialmente famosa autora de Melancia, Casório?!, Férias!, É Agora ou Nunca, Sushi, Los Angeles e o novíssimo Um Bestseller pra Chamar de Meu, nasceu em Limerick, na Irlanda, em 1963. Após ter problemas com álcool e tentar suicidar-se, entrou para a reabilitação. Após vencer o vício, começou a escrever contos. Hoje, com livros publicados em 30 idiomas, Marian mora em Dublin com o marido, Tony. 

Graduada em Direito, sem exercer a profissão, a autora de bestsellers, mergulha no universo feminino e retrata seus detalhes com muito humor e leveza. Perfis realistas que podem ser reconhecidos em Jojo, Lily e Gemma de Um Bestseller pra Chamar de Meu.
Neste, Gemma é apresentada por um e-mail que escreve para Susan:

"PARA: Susan_inseatlle@yahoo.com
DE: Gemma 343@hotmail.com
ASSUNTO: papai fujão

Susan, você pediu novidades. Pois bem, eu lhe trago novidades. Apesar de achar que você vai se arrepender de ter pedido. Parece que meu pai abandonou a minha mãe. Não tenho certeza de o quanto isso é sério. Mando mais notícias assim que as tiver, e quando as tiver.

Gemma xxx

Assim que atendi a ligação, achei que ele tinha morrido. Por duas razões. Primeira: participei de um número preocupante de funerais, nos últimos tempos - amigos dos meus pais e, o que é pior, pais dos meus amigos. Segunda: mamãe ligou para o meu celular; foi a primeira vez que ela fez isso em toda a minha vida, pois ela sempre acreditou piamente que só se pode ligar para um celular de outro celular, como se fossem aparelhos de radioamador, ou algo do tipo. Portanto, quando coloquei o telefone no ouvido e ouvi a voz embargada de mamãe dizendo "Ele se foi!", quem pode me culpar por eu achar que papai tinha batido as botas e agora seríamos apenas nós duas, eu e mamãe?". 

Simplesmente imperdível! Seja a leitura do livro ou da entrevista EXCLUSIVA. Confira!



RESENHANDO – Quando começou a escrever? Quando e como aconteceu?
MARIAN KEYES – Eu não escrevia até os meus trinta anos e eu não tinha idéia de que escrever era algo que eu gostaria de fazer. Minhas bases não estavam na escrita. Vim de uma casa onde muitas histórias eram contadas e era agradável faz isso no tempo livre. Tudo foi focado na publicação e baseou-se em conseguir um bom trabalho. Então, em uma tarde, logo após o meu trigésimo aniversário, em um raro dia de trabalho, li uma pequena história em uma revista. Esta havia vencido algum tipo de prêmio e algo nela falou comigo (foi divertido): 'Você poderia fazer algo assim ".  Então, eu escrevi o meu primeiro conto. Ele foi muito poderoso, até porque eu nunca tinha feito nada com que eu me sentisse útil e me orgulhasse de alguma forma.


RESENHANDO – Depois de tudo, você acha que tudo na sua vida foi importante para torná-la em uma grande e famosa escritora?
MARIAN KEYES – Eu tenho orgulho de ser uma boa escritora. Trabalhei muito duro para fazer de meus livros o melhor que podem ser. Não me preocupo em ser famosa, o melhor de tudo é ter contato com as pessoas ao redor do mundo. 


RESENHANDO – Qual é seu maior obstáculo na hora de escrever? 
MARIAN KEYES – Falta de tempo.


RESENHANDO – O que mais te dá alegria?
MARIAN KEYES – Meus sobrinhos e minhas sobrinhas.


RESENHANDO – Fale um pouco sobre a sua nacionalidade. Como é ser uma escritora irlandesa?
MARIAN KEYES – É magnífico que haja muitas escritoras irlandesas. Nós temos a tradição em contar histórias, com o colonialismo tudo isso foi deixado para nós. Mas os irlandeses ainda formam uma sociedade patriarcal, então temos muito trabalho a fazer. 



RESENHANDO – O que gostava de ler na infância? 
MARIAN KEYES – Enid Blyton


RESENHANDO – Hoje, quais são seus escritores favoritos?
MARIAN KEYES – Kate Atkinson, Sebastian Barry, Alexander McCall Smith, Christopher Brookmyre, Michael Connolly.


RESENHANDO – Você imaginou que "Melancia" seria um grande sucesso? O que pensa sobre este fenômeno de vendas?
MARIAN KEYES – Eu não pensei que (Melancia) seria um grande sucesso. Eu não sabia o que esperar. Eu pensei que as pessoas de fora da minha família não iriam recebê-lo bem e que os britânicos não iriam entendê-lo. No final, o traduzi e o sucesso ao redor do mundo foi surpreendente. Contudo, eu não desisto de meu trabalho até três anos de publicado. 


RESENHANDO – O que você pensa sobre suas personagens? Acredita que elas são heroínas?
MARIAN KEYES – Sim, eu sou muito carinhosa com minhas personagens. E eu acho que elas são heroínas porque elas passam por momentos difíceis, e elas sobrevivem e emergem, fortes e sábias.


RESENHANDO – Atualmente, com tantos livros publicados, conte-nos, qual deles prefere? Por quê?
MARIAN KEYES – Eu não tenho um livro favorito; É como uma mãe tendo que escolher seu filho favorito! Mas eu sempre fico entusiasmada em relação ao que estou trabalhando, então, no momento, “The Brightest Star in the Sky” é meu favorito. Depois, quando ele for publicado, ele será igual aos outros.



RESENHANDO – Caso pudesse escolher, qual talento gostaria de ter?
MARIAN KEYES – Eu gostaria de voar, não só em meus sonhos.


PING-PONG:
Eu amo: Viajar
Eu odeio: Aeroportos
Um livro: "Behind the Scenes at the Museum", de Kate Atkinson
Um(a) escritor(a) : Sarah Waters
Uma mensagem para seus fãs: Olá, espero conhecê-los no Brasil, um dia. 



Obras publicadas no Brasil

2003 - Melancia (Watermelon)
2004 - Férias (Rachel's Holiday)
2004 - Sushi (Sushi for Beginners)
2005 - Casório (Lucy Sullivan is getting married)
2006 - É Agora... ou Nunca (Last Chance Saloon)
2007 - Los Angeles (Los Angeles) 
2008 - Um Best Seller Pra Chamar De Meu (The Other Side Of The Story)


Um pouco sobre Melancia, Férias! e Sushi: 


Melancia - Conta o drama da garçonete Claire, abandonada pelo marido após dar à luz uma menina, logo depois que ele confessa ter um caso com uma vizinha também casada. Com a auto-estima em baixa, 29 anos e a forma física aparentando a de uma melancia, Claire resolve voltar para a casa da família: o pai à beira de um ataque de nervos, a mãe com fobia de cozinha e viciada em telenovelas e duas irmãs. Uma, destruidora de corações; outra, fanática pelo ocultismo. Em meio a muitas lágrimas, depressão e bebedeiras, Claire refaz a vida e se interessa pelo sensível Adam. O problema é que ela acha que Helen - a irmã demolidora de corações - está apaixonada, pela primeira vez, pelo rapaz e não quer magoá-la. Para complicar a situação, James, o marido, volta e acusa Claire de tê-lo induzido a procurar uma amante. Editora: Bertrand Brasil.


Férias! - O enredo gira em torno de Rachel Walsh que perde o emprego, é abandonada pelo namorado, pela amiga, e é obrigada pelo pai a se internar em uma clínica para dependentes químicos na Irlanda. Pensando que se tratar e tirar férias em um spa, com saunas, academias e banheiras de hidromassagem, Rachel se decepciona ao perceber que o lugar não oferece nada do que esperava. Para piorar a situação, ela, disposta a se vingar do ex-namorado - o brega Luke Costello -, se envolve com um dos pacientes da clínica, Chris, que tem um passado duvidoso. Editora: Bertrand Brasil.


Sushi - Mostra uma Marian Keyes que não se prende a satirizar o cotidiano de seus personagens e dá alfinetadas políticas na Irlanda, seu país de origem. A vida de três mulheres é matéria-prima do romance: a editora de revistas Lisa Edwards, a editora assistente da revista Garota, Ashling Kennedy e a dona-de-casa Clodagh. Lisa é uma ambiciosa editora de revista que, por esperar ser transferida para Nova York, fica decepcionada quando é enviada para Dublin. Ashling foi namorada de um humorista, mas sofre de depressão. Clodagh tem a vida que muitas mulheres sonhariam: é casada com um homem bonito, tem dois encantadores e uma casa no melhor bairro da cidade, mas anda insatisfeita. Editora: Bertrand Brasil.
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