terça-feira, 21 de janeiro de 2025

.: Crítica: "Babygirl" coloca mais uma vez a mulher no posto de submissa

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em janeiro de 2025


"Babygirl", que chama a atenção por ser protagonizado por Nicole Kidman flerta com "50 tons de cinza", sem tanta exposição de corpos nus, ao apresentar a história de Romy, a CEO de uma empresa que se rende a um estagiário, Samuel (Harris Dickson, de "Triângulo da Tristeza") que realiza as fantasias sexuais que seu marido, Jacob (Antonio Banderas, de "Entrevista com Vampiro") desconhece. Ainda que ela coloque em risco a carreira de sucesso e a família que construiu, Romy segue em busca do prazer.

Eis um resumo do que acontece em 1 hora e 54 minutos de "Babygirl". A produção erótica focada numa mulher em idade um pouco avançada, simplesmente não tem história e muito menos um grande momento de revelação para bagunçar toda a trama e deixar o público boquiaberto. Em "Babygirl" tudo simplesmente acontece em torno do ideal da prática de sexo por Romy que recebe uma forcinha do jovem Samuel.

Em meio a escalada do estagiário e o trato para a mulher que alcançou um alto posto profissional e quer ser colocada em submissão em seus momentos de prazer (a dica é dada no primeiro encontro dos dois), a trama de trilha sonora excelente que inclui sucessos como "Dancing On My Own", na voz de Robyn (música que ficou marcada pelo lip sync emocionante de Jujubee contra a amiga Raven em "RuPaulś Drag Race: All Stars") e "Father Figure", de George Michael, não entrega grandes reviravoltas. A trama simplesmente acontece para lançar a cena final de Samuel e sua cadela treinada.

Contudo, há de se reconhecer a atuação de Nicole Kidman, seja por fingir tantos orgasmos ou por mudar drasticamente do posto de mulher empoderada a uma submissa. Por outro lado, a ideia de que a saga "50 tons de cinza" foi repaginada é latente, uma vez que vemos mais uma vez a mulher ainda à espera de um homem para realizar seus desejos e não ao contrário. Nada de novo, apenas mais do mesmo.

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"Babygirl" (Babygirl). Ingressos on-line neste linkGênero: thriller, eróticoClassificação: 18 anos. Duração: 1h44. Ano: 2024. Distribuidora: Diamond Filmes. Direção: Halina Reijn. Roteiro: Halina Reijn. Elenco: Nicole Kidman, Harris Dickinson, Antonio Banderas. Sinopse: No thriller erótico, uma empresária bem-sucedida coloca a família e carreira em risco em nome de um caso com estagiário jovem. Confira os horários: neste link

Trailer "Babygirl"




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.: Crítica: "Aqui" é tocante e reflexivo ao tratar a evolução de um lugar


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em janeiro de 2025


"Aqui", dirigido por Robert Zemeckis ("De Volta Para o Futuro""Forrest Gump: O Contador de Histórias") promove o reencontro do diretor de "Forrest Gump: O Contador de Histórias", o roteirista Eric Roth com Tom Hanks e Robin Wright. No longa de 1 hora e 44 minutos, baseado na história em quadrinhos de mesmo nome de Richard McGuire, assiste-se a evolução de um determinado espaço, o que automaticamente se conecta ao nome da produção. 

Com a câmera posicionada num único ângulo do lugar em que viria a ser a sala de uma casa por longos anos, com várias histórias a serem vividas, testemunha-se que no período jurássico passaram por ali dinossauros, assim como árvores cresceram e foram cortadas, índios viveram uma história de amor, morreram e até carruagens desfilaram com discussões acaloradas sobre o momento. Tudo enquanto a história dali simplesmente acontece.

Contudo, o foco da trama está em Richie, Richard Young (Tom Hanks, de "O Pior Vizinho do Mundo"). É a história de vida dele que o público acompanha como que por um olho mágico numa porta secreta e invisível aos personagens que ali protagonizam tudo com direito a muita emoção atrelada. A grande tônica de "Aqui" está na reflexão sobre o que aconteceu antes ali, naquele lugar específico, aliás, as vidas que por ali passaram muito antes de Richard chegar ao mundo. 

A produção que reúne Zemeckis, Roth com os atores Tom Hanks e Robin Wright é tocante e bastante reflexiva. Ainda que a história seja assistida por um único ângulo, os recortes dos acontecimentos e a edição que usa como que janelas para as transições, tornam toda a trama ainda mais interessante e envolvente. Sem contar com o elenco brilhante que conta também com Paul Bettany ("WandaVision", "Padre"), na pele do pai de Richard, um homem com surdez temporária após ter ido à guerra, marido da jovem Rose (Kelly Reilly, de "Yellowstone"), mulher amorosa e paciente.

Tudo contribui para que a trama do longa "Aqui" evolua na telona, seja pela condução da trama, a edição, a trilha sonora ou o elenco que tem também nomes como Leslie Zemeckis ("Bem-Vindos a Marwen"), Michelle Dockery ("Downton Abbey"), Ophelia Lovibond ("A Autópsia"), Dannie McCallum ("Echo") e mais. Todavia, causa uma estranheza com o uso de tanta tecnologia no rejuvenescimento, em sequências com Tom Hanks, Robin Wright e até Paul Bettany. Não há dúvida de que "Aqui" é um filme lindo e totalmente imperdível. Assista!


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"Aqui" ("Here). Ingressos on-line neste linkGênero: fantasia, dramaClassificação: 12 anos. Duração: 1h44. Ano: 2024. Distribuidora: Imagem Filmes. Direção: Robert Zemeckis. Roteiro: Robert Zemeckis, Eric Roth. Elenco: Tom Hanks (Richard), Robin Wright. (Margaret), Paul Bettany (Al), Kelly Reilly (Rose). Sinopse: É baseado na história em quadrinhos de mesmo nome de Richard McGuire. O filme é estrelado por Tom Hanks, Robin Wright, Paul Bettany e Kelly Reilly. Confira os horários: neste link

Trailer "Aqui"



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.: Corbin e Mazurel investigam como os sentidos moldam a história humana


Como sentiram e se emocionaram os indivíduos e sociedades do passado? Em "História das Sensibilidades", lançado pela editora Unesp, os autores Alain Corbin e Hervé Mazurel mergulham em uma complexa investigação sobre a vida emocional ao longo dos séculos, revelando como cada época moldou de forma única as percepções, os desejos e as emoções humanas. Explorando a ideia de que sentimentos e formas de afeto variam de acordo com o contexto social e histórico, o livro desafia a tentação de projetar no passado as sensibilidades do presente, propondo uma história que compreende o “como” e o “por quê” de cada tempo. A tradução é de Mariana Echalar.

Mazurel sublinha que a tarefa da história das sensibilidades não é apenas registrar emoções, mas desvendar como as sociedades estabeleceram laços e se relacionaram com o mundo e com o outro. Segundo ele, isso envolve o esforço de recuperar formas de presença e modos de sentir que hoje se perderam, resgatando os sentimentos como ferramentas para interpretar o passado. Para os autores, compreender o impacto das emoções nas relações sociais é vital, pois revela o quanto nossas próprias formas de sentir são produtos de construções culturais e temporais, e não de uma natureza imutável.

 Os ensaios coligidos no livro levam o leitor a refletir sobre temas como as interações entre corpo e mente e as fronteiras entre natureza e cultura. Neste sentido, os autores conduzem uma análise rica e variada de “culturas sensíveis” e “regimes afetivos” do passado, e mostram como esses elementos afetivos constituem camadas essenciais da vida social e coletiva. A partir de exemplos históricos localizados, o livro ilustra como essas sensibilidades específicas de cada época não só moldaram o comportamento dos indivíduos, mas também influenciaram a própria estrutura das sociedades.

"História das Sensibilidades" se torna, assim, um convite a explorar as emoções como parte fundamental do tecido histórico e cultural. Corbin e Mazurel sugerem que a compreensão da história humana está intimamente ligada ao reconhecimento da importância das emoções como indicadores da experiência coletiva e individual. Ao desvendar esses traços sensíveis de outras épocas, o livro oferece uma nova lente para o presente, permitindo uma leitura mais profunda da maneira como as emoções ajudam a construir nossas identidades e nossos mundos.

“Essa história, é claro, não se faz sem dificuldades metodológicas. Pois também é importante avaliar nas fontes o peso dos códigos narrativos, dos meios retóricos em uso e dos silêncios impostos. Salvo confusão com o não dito e o não sentido, tudo isso torna delicada às vezes a identificação do que surge, visto que o(a) historiador(a) não é sempre capaz de captar se a inovação detectada reflete uma transformação profunda da gama de emoções ou apenas uma invenção de novos modos retóricos”, anota Mazurel. “Se, como vemos, a história do sensível propõe um espaço de investigações das mais legítimas e possibilita uma leitura completamente diferente do social, apoiada numa abordagem relacional, compreensiva e construtivista, convém nunca perder de vista, no entanto, que ela continua sendo, antes de tudo, um modo de conhecimento indiciário, no sentido dado por Carlo Ginzburg, e, para os(as) historiares(as), continua sendo uma espécie de território limite.” 


Sobre os autores
Alain Corbin, historiador de renome mundial, é professor emérito da Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Eminente especialista do século XIX, é pioneiro no campo da história do corpo, das sensibilidades e das representações.

Hervé Mazurel é professor-doutor na Universidade de Borgonha, especialista na Europa romântica, historiador dos afetos e do imaginário. Garanta o seu exemplar de "História das Sensibilidades" neste link. 


Ficha técnica
Livro "História das Sensibilidades"
Autores: Alain Corbin e Hervé Mazurel
Tradução: Mariana Echalar
Número de páginas: 119
Formato: 13,7 x 21 cm
ISBN: 978-65-5711-243-4
Editora: Unesp
Compre o livro neste link.

.: "Realpolitik" nos Teatros Poeira, no Rio, e B32, em SP, para dupla temporada


A peça "Realpolitik" faz temporada dupla e simultânea no Rio de Janeiro e em São Paulo. Com texto de Daniela Pereira de Carvalho, direção Guilherme Leme Garcia e Gustavo Rodrigues, e elenco formado por Pedro Osorio e Augusto Zacchi, a peça conta a história do encontro entre um jornalista e um CEO de uma grande mineradora brasileira, após o rompimento de uma barragem com mais de uma centena de vítimas e milhares de pessoas desalojadas de suas casas.

"Realpolitik" (em alemão, "política realística") refere-se à política ou diplomacia baseada principalmente em considerações práticas, em detrimento de noções ideológicas. O termo é frequentemente utilizado pejorativamente, indicando tipos de política que são coercitivas, imorais ou maquiavélicas. O texto reflete o drama da realpolitik no dia a dia do indivíduo.

Após o rompimento de uma barragem com 150 vítimas, um jornalista confronta o CEO da empresa de mineração a MBS - Mineradora brasileira do Sudeste. O drama apresentado no texto busca entender o custo de uma vida no negócio das grandes corporações. O texto inédito é da premiada autora Daniela Pereira de Carvalho e a direção de Guilherme Leme Garcia e codireção de Gustavo Rodrigues.

Descrita como uma das peças mais peculiares (e pontiagudas) do ano (2022) por um dos críticos que assistiu ao trabalho, o acerto de contas entre um CEO de uma mineradora e um jornalista interpretados por Pedro Osorio e Augusto Zacchi, - dois homens refletem a agressividade e a arrogância de seus valores impositivos sobre os semelhantes e o meio ambiente, corroendo e enfraquecendo as estruturas tanto sociais quanto ambientais, pela lógica do capitalismo exploratório irresponsável.

“A peça deflagra reflexão através da tragédia do homem branco explorador a qualquer custo, amoral, capitalista voraz, sem medida e sem escrúpulos, que devora os recursos naturais e humanos como um câncer nas estruturas do nosso sistema”, complementa Osório. Escrita no decorrer da pandemia de Covid-19, a ideia, segundo a autora, foi pensar “em como, após as grandes tragédias, os responsáveis pelas empresas tinham que lidar com as questões humanas, éticas, morais e financeiras”.

Desse modo, é disso que se trata o acerto de contas em torno do qual o enredo gira, isto é, a peça que é um thriller, com seus momentos de tensão, de surpresa, de susto, com seus outros momentos de virada e de humor. Sempre algum humor é possível, nem que seja o escárnio comedido de si mesmo, no meio da dureza da vida e das histórias. “Nesse acerto de contas, entretanto, há brechas no teatro para a existência de um possível lugar de convívio cordial, de soluções e boas práticas individuais. Quem sabe, talvez, no meio corporativo, um despertar de consciência de boas práticas”, conclui Osório.

Ficha técnica
Espetáculo "Realpolitik"
Texto: Daniela Pereira de Carvalho
Direção: Guilherme Leme Garcia e Gustavo Rodrigues
Elenco: Pedro Osorio e Augusto Zacchi (stand in Bruno Autran)
Concepção Artística: Guilherme Leme Garcia e Pedro Osorio
Figurino: Ana Roque
Designer da identidade visual: Julia Hodge
Criadora do evento digital: Luana Roque
Patrocínio: Verônica Alexim Almeida Braga
Apoio Cultural: Osklen
Idealização e realização: Pedro Osório
Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany


Serviço
Espetáculo "Realpolitik"
No Teatro Poeira às terças e quartas às 20h00, Rua São João Batista, 104, Botafogo / Rio de Janeiro. Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/99112?share_id=1-copiarlink

No Teatro B32 às sextas e sábados, às 20h00, e domingos, às 17h00. R. Lício Nogueira, 92 - Itaim Bibi / São Paulo. Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/realpolitik-janeiro/2779875?share_id=copiarlink

.: Marco Ribeiro retorna como a voz de Tom Hanks no drama "Aqui"


Em "Aqui", Tom Hanks retorna à rede Cineflix e aos cinemas brasileiros rejuvenescido. No novo filme de Robert Zemeckis, uma adaptação da graphic novel homônima de Richard McGuire. A obra oferece uma perspectiva única sobre a vida e as conexões humanas, observadas através de um espaço imutável ao longo do tempo. Durante os 104 minutos de duração, a câmera permanece fixa em um ponto, permitindo ao público testemunhar as vidas de todos que passaram por aquele local.

A trama central foca na vida de Richard (Tom Hanks) e Margaret (Robin Wright), um casal que enfrenta dilemas e escolhas complexas. Margaret luta para equilibrar sua ambição profissional com as responsabilidades familiares, enquanto Richard sacrifica seus sonhos artísticos pela estabilidade da família. O filme explora como essas decisões moldam seus destinos e a dinâmica de seu relacionamento. Em "Aqui", os atores de 67 e 58 anos,interpretam personagens desde a adolescência até os 80 anos, com o auxílio de inteligência artificial. A produção utilizou essa tecnologia para rejuvenescer os protagonistas, trazendo uma abordagem inovadora à narrativa.

O longa é protagonizado por Tom Hanks ("À Espera de um Milagre", "O Terminal") e Robin Wright ("House of Cards"), sob a direção de Robert Zemeckis ("De Volta Para o Futuro", "Náufrago"). O trio retorna ao trabalho conjunto após o sucesso de "Forrest Gump" (1994). O elenco também conta com Kelly Reilly ("A Noite das Bruxas"), Michelle Dockery ("Downton Abbey"), Paul Bettany ("WandaVision") e Ophelia Lovibond ("Rocketman").

Na dublagem brasileira, também temos o retorno de nomes conhecidos. A voz de Tom Hanks é novamente interpretada pelo ator, dublador e diretor de dublagem Marco Ribeiro, que, ao longo de quase 40 anos de carreira, já dublou Hanks em diversos trabalhos, como "À Espera de um Milagre", "Náufrago", "O Código Da Vinci", "Uma Dupla Quase Perfeita", "Anjos e Demônios" e na franquia "Toy Story" como Woody. A vasta experiência de Ribeiro, somando mais de 60 projetos, consolidou sua posição como a principal voz do ator no Brasil.

"Ser a voz de Tom Hanks novamente é sempre uma honra e um desafio. Ele é um ator incrível, e cada novo projeto traz nuances que enriquecem meu trabalho como dublador. A tecnologia de rejuvenescimento nos desafiou a adaptar nossas performances para refletir diferentes faixas etárias dos personagens. Foi fascinante explorar essa versatilidade na voz do Tom", afirmou Marco Ribeiro. "Aqui' é um filme que rompe com a narrativa tradicional, e estou entusiasmado para ver a resposta do público", finalizou o dublador.

Sobre Marco Ribeiro
Iniciou a carreira em 1985 na lendária Herbert Richers como dublador, tendo atuado anteriormente como locutor de rádio. Pela VTI Rio, atuou como dublador e diretor de dublagem. Em 1988, iniciou contrato como ator na Rede Manchete, trabalhando sob a direção de Jayme Monjardim.  Em 1990, à convite, inicia como  Diretor de Dublagem na empresa Cinevideo. Em 1994, Marco Ribeiro funda a Audio News. Em seu currículo, Marco também reúne o contrato como ator com a Rede Globo por 5 anos.  Em 2013 tornou-se sócio da empresa Wan Marc de Dublagem.

.: Grupo Núcleo Toada celebra 18 anos com mostra de repertório em São Paulo


Programação tem início no dia 22 de janeiro, no Teatro Studio Heleny Guariba. Trechos e músicas do espetáculo "Cor de Chumbo" serão apresentadas na mostra de repertório do Núcleo Toada | Foto: Alécio Cezar


Os 18 anos do Núcleo Toada serão comemorados ao longo de 2025 com uma intensa programação envolvendo shows, uma vivência e peças ligadas a temáticas femininas. Tudo começa com Daqui a Pouco, Memória - Mostra 18 Anos do Núcleo Toada, uma mostra de repertório que acontece entre os dias 22 de janeiro e 8 de fevereiro de 2025 no Teatro Studio Heleny Guariba, com sessões de quarta a sábado, às 20h00 e, aos domingos, às 18h00. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados na bilheteria com uma hora de antecedência.

Nestes dias, o público poderá ver - ou rever - as apresentações musicais "Pagu do Peito Desabotoado", "TríaDe Forrá" e "Sempre Nessa Toada, o Amor Segundo Chico Buarque"; o espetáculo "Pagu, Anjo Incorruptível" e a "Desmontagem Cor de Chumbo" com lançamento do álbum das canções do espetáculo. Haverá apresentações com acessibilidade em Libras e Audiodescrição durante a programação.

Com uma pesquisa definida pelo cruzamento entre as linguagens de teatro e música desde sua criação, o grupo sentiu o desejo de olhar para a sua trajetória e refletir sobre as transformações que marcaram a sociedade ao longo desses 18 anos. “Foram muitas mudanças desde o início da nossa caminhada, quase duas décadas de história, de Brasil. E entre tantos temas que ganharam espaço, como questões de gênero, de sexualidade, questões raciais, socioeconômicas, começamos a refletir sobre o envelhecimento. Até um certo tempo atrás não se falava em etarismo e como esse tema tem afetado nossas relações”, conta Lilian de Lima, coordenadora do projeto e uma das idealizadoras do grupo.

A escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista, militante comunista e participante do movimento modernista brasileiro, Patrícia Galvão (1910-1962), é uma referência de dois trabalhos na mostra, mas em formatos artísticos diferentes. Nos dias 22 e 23 de janeiro, às 20h00, "Pagu do Peito Desabotoado" vai ocupar o palco. Trata-se de um show, um sarau poético-musical que celebra a importante figura histórica brasileira que foi, que é, Patrícia Galvão. O espetáculo traz trechos de sua produção textual sobre arte, política, maternidade e condição feminina.

A peça "Pagu, Anjo Incorruptível" é apresentada nos dias 25 de janeiro, às 20h00, e 26 de janeiro, às 18h00. Mesclando teatro documental e narração ficcional, a trama une fragmentos da biografia de Patrícia Galvão e a realidade de uma moradora da periferia de São Paulo - uma mãe solo, uma mulher como tantas outras. Cem anos separam essas duas Patrícias e, nesse vão de um século, surge uma pergunta: o que de fato mudou para nós, brasileiras e brasileiros?

O show "TríaDe Forrá" é a atração dos dias 29 e 30 de janeiro, às 20h. Três artistas e suas convidadas se unem para forrar o palco de mulheridades dançantes. O repertório inclui forró e outros ritmos de compositoras brasileiras, além de canções que trazem narrativas femininas.

Sempre nessa toada, "O Amor Segundo Chico Buarque" é o show dos dias 1º de fevereiro, às 20h00, e 2 de fevereiro, às 18h00. Tendo como fio condutor as canções de Chico Buarque, o trabalho investiga, com delicadeza, lirismo, humor e muita música, os desafios surgidos na vida de João e Maria, um casal como tantos outros.

O encerramento da Daqui a Pouco, Memória - Mostra 18 Anos do Núcleo Toada acontece no dia 8 de fevereiro, às 20h00, com a "Desmontagem Cor de Chumbo", a peça, suas canções, ditadura e lançamento do álbum. Na ocasião, o contexto histórico, trechos e canções da peça "Cor de Chumbo" serão apresentados ao público, marcando o lançamento do álbum homônimo.

O repertório traz músicas autorais e apresenta o cotidiano de uma casa de shows nos anos 1970, em plena ditadura militar. A casa é gerenciada por Patrícia, uma ex-prostituta que faz performances musicais e é a atração principal da boate. Ela é amante de um general que, naquela noite, irá assistir ao show. Enquanto ensaia, acompanhada por um pianista, a artista conversa sobre o cotidiano, o medo da violência e seu relacionamento amoroso.


Vivências e espetáculo inédito
Existem mais duas ações previstas no projeto "Escritas Urgentes - 18 Anos do Núcleo Toada", que serão realizadas ao longo de 2025. Ambas foram inspiradas no romance “Carta à Rainha Louca”, de Maria Valéria Rezende, que narra a história de Isabel, uma mulher aprisionada em um convento durante o Brasil colônia por criar uma comunidade de mulheres que não se encaixavam nos padrões sociais da época.

O livro se originou de uma carta real encontrada em 1982 escrita por D. Izabel Maria em 1754. No documento, ela se declara acusada e presa injustamente por ter criado nas Minas Gerais um convento clandestino que, na verdade, era um refúgio para mulheres pobres e desamparadas, chamadas de "sobrantes".

Partindo dessa ideia, o grupo elaborou a Vivência Entre Mulheres, com encontros para partilha e acolhimento, aberta a mulheres de todas as faixas etárias, em especial com mais de 60 anos, público que sofre cotidianamente com procedimentos de invisibilização e exclusão. Além do espaço de troca e fortalecimento, as participantes irão desenvolver atividades de teatro, música, dança e autocuidado.

Por fim, acontece a montagem do espetáculo inédito Escritas Urgentes, uma adaptação teatral da ficção e do contexto histórico retratado por Maria Valéria Rezende, produzindo uma reflexão sobre o papel feminino em uma sociedade patriarcal – seja nos anos de 1700 seja nos dias de hoje. Este projeto foi contemplado pela 43ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.


Sobre o Núcleo Toada
O grupo se formou em 2006, quando estreou o show "Uma Toada para João e Maria, o Amor Segundo Chico Buarque". O desejo de montar espetáculos que unissem duas linguagens artísticas, a música e o teatro, moveu os integrantes a mergulharem na pesquisa e criação desse que seria o primeiro de uma trilogia de shows tendo as canções de Chico Buarque como fio condutor. Desde então, o grupo deu origem a diversos trabalhos e vem se apresentando em todo o país com um repertório teatral, musical, poético e questionador: a peça "Pagu, Anjo Incorruptível", sobre Patrícia Galvão, e o show "Pagu do Peito Desabotoado", que traz as canções da peça; o show da "Tríade Forrá", com repertório feminista e ritmos dançantes; o espetáculo Sempre nessa Toada, o amor segundo Chico Buarque, um apanhado da trilogia de shows que deu origem ao grupo; e a "Desmontagem Cor de Chumbo", a peça, suas canções, ditadura e lançamento do álbum que revisita a primeira peça teatral montada pelo Núcleo Toada.


Ficha técnica geral
Mostra de repertório Daqui a Pouco, Memória - Mostra 18 Anos do Núcleo Toada
Coordenadora geral do projeto: Lilian de Lima | Assistentes de coordenação: Raquel Rib e Priscila Ortelã | Artista-articuladora de movimentos sociais: Cida Portela | Coordenadora de acessibilidade (Libras/audiodescrição): Ad Adamy |Arte e criação da comunicação visual: Raquel Rib | Impulsionamento de redes sociais: Camila Cardoso e Caio Resende | Direção de produção: Plataforma - Estúdio de Produção Cultural e Fernando Gimenes | Assistente de produção: Bruno Ribeiro | Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Realização: Grupo Núcleo Toada da Cooperativa Paulista de Teatro, contemplado pela 43ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura - Prefeitura de São Paulo.

Fichas técnicas das atrações
Show "Pagu do Peito Desabotoado"
- Direção geral, dramaturgia e voz: Lilian De Lima | Direção musical e violão: Paulinho Brandão | Violão e coro: Leandro Goulart | Percussão e coro: Rebeka Teixeira | Coro: Priscila Ortelã | Participações especiais: Jonathan Silva, Paula Klein, Lincoln Antonio e Leandro Simões | Criação e operação de luz: Laiza Menegassi | Operação de som: Leandro Simões

Peça "Pagu, Anjo Incorruptível" - Direção geral, dramaturgia, atuação e voz: Lilian de Lima | Direção musical e violão: Paulinho Brandão | Criação e operação de luz: Laiza Menegassi | Operação de som: Leandro Simões

Show "TríaDe Forrá" - Voz e triângulo: Lilian de Lima | Voz e zabumba: Helena Castro | Voz e sanfona: Ana Ka | Participações Especiais: Rebeka Teixeira na percussão e Gigi Magno no baixo | Dramaturgia, direção geral, direção musical: TríaDe Forrá | Criação e operação de luz: Laiza Menegassi | Operação de som: Lays Somogyi

Show "Sempre Nessa Toada, o Amor Segundo Chico Buarque" - Direção geral e voz: Lilian de Lima | Dramaturgia e voz: Rodrigo Mercadante | Direção musical: William Guedes | Violão: Marcos Coin | Baixo e percussão: Maurício Damasceno | Sanfona: Dicinho Areias | Criação e operação de luz: Laiza Menegassi | Operação de som: Leandro Simões

"Desmontagem Cor de Chumbo, a Peça, Suas Canções, Ditadura e Lançamento do Álbum" - Direção geral, dramaturgia e voz: Lilian de Lima | Direção musical: William Guedes | Piano: Gustavo Fiel e Thito Neves | Participação especial: Rodrigo Mercadante | Criação e operação de luz: Laiza Menegassi | Operação de som: Leandro Simões

Serviço
Mostra de repertório Daqui a Pouco, Memória - Mostra 18 Anos do Núcleo Toada
Data: 22 de janeiro a 8 de fevereiro de 2025, de quarta a sábado, às 20h e, aos domingos, às 18h
Local: Teatro Studio Heleny Guariba - Praça Franklin Roosevelt, 184 - República, São Paulo – SP
Ingressos: gratuitos - Retirada na bilheteria com uma hora de antecedência

Show "Pagu do Peito Desabotoado" -  22 de janeiro, quarta, às 20h00, e 23 de janeiro, quinta, 20h00 (com intérprete de Libras)

Peça "Pagu, Anjo Incorruptível" - 25 de janeiro, sábado, às 20h00, e 26 de janeiro, domingo, às 18h00 (com intérprete de Libras e audiodescrição)

Show "TríaDe Forrá" - 29 de janeiro, quarta, às 20h00, e 30 de janeiro, quinta, às 20h00 (com intérprete de Libras)

Show "Sempre Nessa Toada, o Amor Segundo Chico Buarque" - 1º de fevereiro, sábado, às 20h00, e 2 de fevereiro, domingo, às 18h00 (com intérprete de Libras)

"Desmontagem Cor de Chumbo, a Peça, Suas Canções, Ditadura e Lançamento do Álbum" - 8 de fevereiro, sábado, às 20h00

.: Entrevista com Sandra Annenberg, a Carminha de "The Masked Singer Brasil"


Sandra Annenberg no "The Masked Singer". Foto: Globo/Maurício Fidalgo

Ela é elegante, está sempre por dentro dos últimos acontecimentos e se tornou um dos nomes mais populares nas telas da TV Globo. Dicas dadas, a última é infalível: é âncora de "Globo Repórter"! Pronto, desmascarada! Sandra Annenberg foi revelada no último domingo, dia 19 de janeiro, como a personalidade por trás da fantasia de Carminha, vilã da novela "Avenida Brasil", no "The Masked Singer Brasil". “Eu assisti à novela inteirinha, era apaixonada [...], e quando soube que faria a Carminha, fiquei felicíssima [...], foi a vilã mais amada da história! [...]  Foi muito divertido, uma experiência inesquecível e um desafio gigantesco!”, comemora Sandra.

A jornalista, vestida com a fantasia de Carminha, apresentou, no palco do reality, uma versão de “Vem Dançar Kuduro”. Outras performances foram de Candinho e Policarpo de "Êta Mundo Bom!", Jade, de "O Clone", Sol, de "América", e Vlad, de "Vamp". Após os musicais, a plateia votou nos mascarados que, em sua opinião, tiveram as melhores apresentações, e as menos votadas foram Carminha e Jade.

Duelo pronto: as fantasias dividiram os vocais em “Jardins da Babilônia”, na tentativa de convencerem os jurados de que deveriam ficar. Belo, Dani Calabresa – jurada convidada -, Tata Werneck e Tony Ramos optaram, após deliberação, por desmarcarem Carminha. “Não acho que seria capaz de fazer nada diferente do que fiz, dei tudo o que podia. Eu me dediquei, levei a sério embora estivesse o tempo todo me divertindo muito, rindo de mim mesma de me ver naquela situação e me perguntava: ‘o que estou fazendo aqui?’ E aí me lembrava o porquê tinha aceitado o convite: porque queria me divertir e ter uma experiência única! Isso nunca mais vai acontecer na minha vida, aproveitei a oportunidade como nunca!”, completa Sandra.


Como foi para você participar do "The Masked Singer Brasil"?
Sandra Annenberg Foi muito divertido! Uma experiência inesquecível e um desafio gigantesco! Não só pela novidade de "cantar" (não sou lá muito afinada), mas, principalmente, pela dificuldade em ‘vestir’ (literalmente) o personagem. Fiquei muito feliz de participar do "Masked Singer" justamente na temporada em que se comemoram os 60 anos da TV Globo com todos os principais personagens das novelas e na estreia da Eliana! Espero que todos se divirtam como eu me diverti!

O que mais A encantou no reality?
Sandra Annenberg A organização me impressionou demais! Tudo é milimetricamente planejado, você não dá um passo sem estar acompanhada. Cada participante tem um motorista e uma produtora exclusiva para que ninguém mais saiba quem é você. Precisamos vestir roupas pretas com meias e luvas para não vazar nem a cor da pele, balaclava e faceshield escura para não correr o risco de verem nem uma fresta do seu rosto. E um moletom escrito: "Não Fale Comigo" para ninguém tentar ouvir a sua voz, o que, no meu caso, me entregaria facilmente. Agora o que mais me encantou mesmo foi a preparação vocal e as gravações das músicas. Os profissionais envolvidos nessas áreas são de altíssima qualidade. A Eloisa Paixão, que me ajudou a achar o tom e a trabalhar minha voz, e o casal Bel e Dunga, que são os produtores musicais, foram carinhosos e compreensivos com as minhas limitações e me incentivaram muito. Até achei que estava cantando (risos)!
 

Faria algo diferente em sua participação? 
Sandra Annenberg Não seria capaz de fazer nada diferente do que fiz, dei tudo o que podia. Eu me dediquei, levei a sério embora estivesse o tempo todo me divertindo muito, rindo de mim mesma, de me ver naquela situação, e me perguntava: "o que estou fazendo aqui?". E aí me lembrava o porquê tinha aceitado o convite: porque queria me divertir e ter uma experiência única! Isso nunca mais vai acontecer na minha vida, aproveitei a oportunidade como nunca!

Como foi a preparação? 
Sandra Annenberg Os produtores musicais sugerem as músicas, e escolhemos juntos. Há sessões de preparação vocal para tirar o tom, exercícios de vocalize, ensaios pra ajustar voz, melodia, ritmo. Depois tem a gravação num estúdio de som, e aí a gente vai se soltando, até conseguir soltar a voz. Quando me ouvia, não me reconhecia (risos), falava: "essa sou eu mesmo?". Cheguei a sugerir pro Dunga, o produtor musical, se não podia usar Inteligência Artificia (risos), afinal, está tão em voga. Mas ele disse que "jamais"! A graça do programa é exatamente fazer com que os participantes cantem!

 
Qual foi a estratégia adotada para tentar confundir os jurados?
Sandra Annenberg Na hora de gravar as músicas eu tentava alterar um pouco minha voz, o que é quase impossível. Acho que por isso fui desmascarada logo de cara! Minha voz é muito conhecida, marcante. Costumo dizer que quando estou numa fila de farmácia e começo a falar, as pessoas que estão à minha frente procuram pAra ver se tem uma TV ligada (risos).

Você tem alguma relação com seu personagem?
Sandra Annenberg Eu assisti à "Avenida Brasil" inteirinha! Era apaixonada pela novela, a trama, o texto, as interpretações, a direção que fazia parecer que o telespectador estava sentado à mesa com a família do Tufão, naquela conversa em que todos falavam ao mesmo tempo, acho que foi um estilo marcante e revolucionário em novelas. E a Carminha foi a vilã mais adorada da história! Quando soube que eu faria essa personagem fiquei felicíssima! Adriana Esteves dava um banho de interpretação, uma diva!

Qual novela mais a marcou?
Sandra Annenberg -  Foram muitas, "Avenida Brasil" sem dúvida foi um delas. Mas destacaria também "Dancing Days", "Estúpido Cupido", "Carinhoso", "Selva de Pedra", "Anjo Mau" e "Vale Tudo"! Só clássicos!



A 5ª temporada do "The Masked Brasil" tem apresentação de Eliana; Belo, Sabrina Sato, Tata Werneck e Tony Ramos no júri; e Kenya Sade como apresentadora de bastidores. Trata-se de uma edição temática, que homenageia as novelas em comemoração de 60 anos da TV Globo. O reality é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil, baseado no formato sul-coreano criado pela Mun Hwa Broadcasting Corp, com direção geral de Marcelo Amiky. O programa vai ao ar aos domingos na TV Globo, após "Temperatura Máxima", e é reprisado às terças-feiras no Multishow, às 21h15.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

.: Do prazer falso ao real: "Babygirl'" utiliza o orgasmo como metáfora


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com.

Em cartaz na rede Cineflix e em cinemas de todo o Brasil, o novo suspense erótico da A24, "Babygirl", já é considerado um dos filmes mais marcantes e ousados da temporada. Sob a direção arrojada de Halina Reijn ("Morte, Morte, Morte"), o longa-metragem explora os limites do desejo, do poder e das escolhas. Estrelado pela magnética Nicole Kidman no auge dos 57 anos e pelo astro em ascensão Harris Dickinson, o filme não apenas prende a atenção do espectador, mas o desafia a refletir sobre os aspectos mais profundos e primitivos do comportamento humano.

Na trama, Romy (Kidman) é uma poderosa empresária, bem-sucedida, madura e independente, que vê sua vida meticulosamente construída entrar em colapso ao embarcar em um caso extraconjugal com um jovem estagiário, Samuel (Dickinson). O romance começa como uma fuga, mas rapidamente se transforma em um jogo intenso e perigoso de paixão, manipulação e subversão de poder.

Ao contrário de narrativas moralistas que frequentemente castigam mulheres pelos desejos que elas sentem e cedem, "Babygirl" oferece um retrato complexo e honesto da protagonista, sem buscar justificar ou condenar as escolhas que ela faz. Com uma abordagem visual e emocional que evoca o naturalismo literário, o filme se destaca tanto pela profundidade da história quanto pelo ineditismo da execução.

Não é apenas um suspense erótico; é uma obra que provoca, desafia e fascina. Com boas atuações, uma narrativa ousada e uma direção inovadora, o filme se destaca como uma ruptura de padrões das histórias que geralmente são contadas repetidas vezes. Em um cinema que frequentemente oferece fórmulas previsíveis, "Babygirl" surge como uma obra que se recusa a simplificar a complexidade humana.

Seja para refletir sobre os limites do desejo, admirar a atuação de Nicole Kidman ou simplesmente se deixar envolver ou até sentir raiva desta história eletrizante, "Babygirl" é um filme que precisa ser visto. Listamos os dez motivos para assistir a esse orgasmo cinematográfico e descobrir os prazeres e as dores de ver um filme tão honesto.

1. Nicole Kidman e a representação do desejo feminino maduro
Nicole Kidman entrega uma das performances mais corajosas da carreira como Romy, uma mulher de 57 anos que desafia os estereótipos de Hollywood ao ser retratada como desejável, forte e complexa. O filme celebra a beleza e a sensualidade feminina das mulheres maduras, quebrando tabus e trazendo um frescor necessário ao cinema contemporâneo.

2. Um filme que passa longe do moralismo
"Babygirl" é uma atualização moderna de histórias clássicas como "Madame Bovary", de Gustave Flaubert, e "O Primo Basílio", de Eça de Queirós, mas sem o desfecho moralista desses clássicos da literatura. Enquanto essas obras castigam as protagonistas femininas por cederem aos próprios desejos e serem infiéis no matrimônio, "Babygirl" se recusa a julgar. A narrativa é crua e honesta, permitindo que o público tire as próprias conclusões sobre as escolhas e as consequências de Romy.

3. Um questionamento profundo sobre os limites da paixão
O filme levanta uma questão central: vale a pena se anular, arriscar a família e colocar toda uma carreira em risco por uma paixão? A história mostra como o desejo pode ser tanto libertador quanto destrutivo, funcionando quase como um vício que consome a personagem de Nicole Kidman, enquanto desafia o espectador a refletir sobre suas próprias decisões e valores.


4. Harris Dickinson como um amante inesperado
Samuel, interpretado por Harris Dickinson, não é o amante clássico das histórias de traição. Ele é manipulador, invasivo e intencionalmente desconfortável. Sua falta de carisma e empatia cria uma tensão única na narrativa, subvertendo o clichê do jovem sedutor - ele também é vilão e um pouco vítima da situação. Essa dinâmica realista e perturbadora é um dos pontos mais fortes do longa, pois não é possível saber o que o personagem fará com o poder que recebeu da chefe que cede aos encantos dele.


5. Nicole Kidman em um arco transformador
Nicole Kidman começa o filme representando uma mulher segura e controlada, mas que logo é tomada pela culpa e pelo desejo. A jornada dela culmina em uma libertação visceral, marcada por um final que foge aos padrões hollywoodianos de felicidade idealizada. A atriz entrega uma performance premiada, cheia de nuances e intensidade emocional em uma história nunca antes retratada. Não com esse enfoque.

6. Antonio Banderas em um papel raro de suavidade e vulnerabilidade
Antonio Banderas, como o marido de Romy, oferece um contraponto interessante à narrativa. A presença serena e compreensiva do personagem, ligado às artes e ao teatro, destaca a complexidade das relações interpessoais e mostra que a agressividade e o controle não vêm do masculino neste filme, mas da força do desejo feminino.


7. Uma reflexão sobre os instintos humanos
Parecendo ter sido inspirado em obras naturalistas como "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, e "A Metamorfose", de Franz Kafka, "Babygirl" compara o comportamento humano aos instintos mais primitivos, a anulação do racional. Romy, em muitos momentos, é retratada como uma "cadela obediente", mas consentindo com essa submissão e encontrando prazer nisso. A narrativa explora como o desejo pode ser uma força visceral, muitas vezes incontrolável, que transforma os homens em animais selvagens.


8. Sexo como libertação
O filme começa com um orgasmo falso, simbolizando a insatisfação e a culpa, e termina com um momento de prazer autêntico e libertador. Essa transformação sexual reflete a evolução de Romy, que, apesar das dificuldades e perdas, encontra sua voz e se reconcilia com o desejo sem sentir culpa por isso.


9. Uma trilha sonora memorável
A música desempenha um papel crucial em "Babygirl", amplificando as emoções e os conflitos da história. Com canções icônicas como "Dancing on My Own" (Robyn), "Father Figure" (George Michael) e "Never Tear Us Apart" (INXS), a trilha sonora cria uma atmosfera única, que conecta o público, principalmente os saudosistas, à jornada de Romy.


10. A direção ousada de Halina Reijn
Halina Reijn conduz "Babygirl" com maestria, equilibrando momentos de tensão e sensualidade com reflexões profundas sobre o desejo, o poder e a culpa. A abordagem é impactante e imersiva, transformando o filme em uma experiência cinematográfica única e inesquecível em busca do prazer e da liberação.


Assista na Cineflix
Filmes premiados como "Ainda Estou Aqui" estão em cartaz na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

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