segunda-feira, 19 de maio de 2025

.: Leandro Marçal e o litoral profundo, aquele que não aparece no cartão-postal


No livro, 14 contos são ambientados em ruas, praças e avenidas reconhecíveis de São Vicente e arredores - espaços onde a violência, a desigualdade e a masculinidade tóxica não apenas existem, mas moldam o cotidiano de homens comuns. Foto: divulgação

Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com

Nem todo litoral é feito somente de sol, mar, calor e cartões-postais. Na contramão do imaginário turístico que costuma pintar a Baixada Santista com tons de paraíso, o escritor vicentino Leandro Marçal lança um olhar direto, incômodo e necessário para o lado mais áspero da região. Em "Me Vê Dez Médias", quinto livro dele, há 14 contos ambientados em ruas, praças e avenidas reconhecíveis de São Vicente e arredores - espaços onde a violência, a desigualdade e a masculinidade tóxica não apenas existem, mas moldam o cotidiano de homens comuns. Longe de estereótipos idealizados, Marçal apresenta narrativas que dialogam com o que há de mais contraditório no comportamento masculino e na urbanidade periférica, revelando uma Baixada Santista que nem sempre ganha voz na literatura.

Viabilizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, o livro é - também - um ato de resistência cultural e uma aposta na potência da escrita independente. Com narradores em primeira pessoa, sem nome, Marçal convida o leitor a caminhar pela mente de personagens cheios de conflitos e vícios sociais, em histórias que misturam incômodo, identificação e reflexão. “Esse livro tem mais o cinza das ruas do que as cores da areia e do mar”, explica o autor - uma frase que poderia, por si só, servir de epígrafe para toda uma literatura que se recusa a dar as costas à favela. O valor de cada exemplar é de R$ 30,00 e os pedidos podem ser feitos no site do autor: www.tireidagaveta.com.br.

Resenhando.com - Seu novo livro, "Me Vê Dez Médias", traz a violência e a brutalidade masculina como fio condutor. Como esse tema emergiu durante o processo de escrita e de que forma ele se entrelaça com o cotidiano da Baixada Santista?
Leandro Marçal - 
É muito comum ver homens médios tentando se provar o tempo todo: "o mais forte", "o mais bravo", "o mais temido", "o mais macho", "o mais pegador". Quem foge desse perfil parece ser visto com um olhar meio torto, de esquisito, de "ihhhh, a lá o cara...". E acho que desde o meu segundo livro tenho trabalhado um pouco essa questão, de homens comuns com comportamentos bem problemáticos, mas naturalizados não só por eles quanto por todo o entorno. Cada vez mais se pensa e se fala nisso, me parece. Mas é como instalassem na gente um software para replicar esses comportamentos, sem parar para pensar nisso, é difícil ser diferente. Neste livro, escolhi narradores homens, sem nome, em primeira pessoa, como se desse a mão ao leitor e à leitora, dizendo: vem cá, vamos passear na cabeça desse cara tão cheio de conflitos e contradições, tão viciado num jeito de ver um mundo, tão cheio de erros e acertos. Em alguns contos, espero que isso cause alguns incômodos. Dito isso: a epígrafe do livro é um trecho da música "Zerovinteum", do Planet Hemp: "É muito fácil falar de coisas tão belas / De frente pro mar, mas de costas pra favela". Essa frase me marca há muito tempo e tem tudo a ver com a nossa região. Tem muita gente escrevendo sobre como a praia é linda, sobre como temos paisagens bonitas. Não tenho muita certeza se há tanta gente escrevendo sobre a hostilidade dessa nossa província, cheia de tantas desigualdades e injustiças quanto todo o Brasil. 

Resenhando.com - A expressão popular que dá título ao livro evoca algo trivial do dia a dia, mas os contos trazem realidades duras. O contraste foi intencional? O que há de simbólico nesse título? 
Leandro Marçal  - 
Escolhi como título uma frase que remete à linguagem da Grande São Vicente (se santistas podem ser bairristas, eu também posso). Essa fala também está em um dos contos, quando um personagem pede seus pães antes de uma cena com alguns tiros. Parece uma frase banal, como a ilustração é bem bonita e traz pãezinhos, mas é como se eu fizesse uma armadilha para colocar os leitores e leitoras dentro de uma gaiola com 14 contos que não são "bonitinhos", mas duros. Como é a Grande São Vicente. 

Resenhando.com - Você menciona que a região não é apenas cenário, mas também protagonista. Como foi o processo de transformar a Baixada Santista em um personagem com voz própria?
Leandro Marçal - 
Quando comecei na literatura, tinha certa resistência a ambientar minhas ficções aqui na província. Achava que pessoas de outros lugares não captariam, não entenderiam, que os nomes de ruas ficariam meio sem sentido. Besteira! Ambientei todas as histórias em locais pelos quais passei, cheguei a fazer pesquisas e checagem de nomes de ruas, praças e avenidas. Não há um único conto sem descrição geográfica conhecida por quem insiste em morar aqui. 

Resenhando.com - Há um certo desencanto nas suas palavras ao falar da Baixada - o “cinza das ruas” parece se sobrepor às “cores da areia e do mar”. Como você acredita que a literatura pode romper com estereótipos turísticos de uma região como a sua?
Leandro Marçal - 
Não sei se é bem um desencanto ou se é uma tentativa de escancarar as desigualdades. Conheço gente que mora na orla de Santos e enxerga a Zona Noroeste, os morros e aquela região da Alemoa como pertencente a outro lugar, a outra cidade. Conheço gente de São Vicente que sente arrepios ao ouvir falar em Vila Margarida ou Área Continental. Não sei se a literatura consegue romper esses estereótipos de "o que vale é a praia", mas se um único leitor entender que o lado da praia não deveria dar as costas ao resto do município, já vai ter valido a pena. 


Resenhando.com - Nos contos, você fala da tentativa constante do homem de se provar, de impor sua força. Como você enxerga essa masculinidade tóxica no contexto das periferias urbanas, especialmente no litoral paulista?
Leandro Marçal - 
Em alguns grupos de amigos, parece que a quinta série nunca acabou. Eu ficaria feliz se essa afirmação fosse referente apenas a piadas e trocadilhos ruins (eu gosto). Nunca morei longe daqui e penso que a nossa região não foge tanto da realidade de outros lugares, onde os caras tentam se provar de diversas formas. Eu acho isso muito ruim porque faz a gente carregar um peso desnecessário. Homem se emociona, tem fraquezas e não tem todas as respostas do mundo. Admitir isso é um bom passo para ser melhor, para mudar nem que seja seu entorno. Só não vale se dizer "desconstruidão" apenas para se promover. Tento ficar longe disso e alerto para que nunca criem expectativas sobre mim, porque nem eu crio. Para quem acha que estou "militando" (para certa gente, esse verbo só não é usado no sentido pejorativo quando se trata da tara por gente fardada, né?), sugiro dar uma olhada nos índices de suicídios entre homens, na expectativa de vida masculina inferior à feminina e nos casos de violências causadas por homens contra mulheres e populações minorizadas diversas. Também sugiro se informar mais. 


Resenhando.com - O livro foi viabilizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc. Qual a importância do incentivo público à cultura, especialmente para escritores independentes que retratam realidades marginalizadas?
Leandro Marçal - 
Sem esse incentivo, eu não teria como publicar o meu livro. Volta e meia, tem alguém reclamando da falta de incentivo à cultura e aos livros no Brasil. Não raro, esse mesmo alguém está nas redes sociais vomitando contra leis como a Rouanet. O setor cultural precisa de políticas públicas de incentivo para ser viabilizado e para os trabalhadores exercerem seu ofício com mais dignidade. Se você acha que falo besteira, lembre-se de que áreas como a automobilística, o agronegócio e indústrias num geral recebem incentivos fiscais inúmeros para se manter em atividade. Como não estou debaixo do guarda-chuva de nenhuma grande editora, esse incentivo me permite publicar um livro sem tirar de onde nem tenho para o meu livro ganhar as ruas. Por meio dele, consegui remunerar dignamente a preparadora Camila Ferreira, o ilustrador Carlos Roque, o diagramador Vinicius Carlos Vieira, o revisor Marcos Teixeira e a gráfica. 

Resenhando.com - Você já transitou por diferentes gêneros - crônicas, ensaios autobiográficos, romance e contos. O que motivou a escolha pelos contos neste projeto específico? Eles ofereceram alguma liberdade narrativa particular?
Leandro Marçal - 
Nesse caso específico, eu escrevi os contos todos para o projeto, eles não estavam escritos anteriormente. Pensei que as histórias variadas me permitiriam abordar temáticas e lugares variados, de um jeito que um romance, por ser uma só história, não daria o espaço para expor tantos lugares. Também a escolha de colocar protagonistas homens, mas sem nome, ajuda colocar os leitores e leitoras em uma sensação de "qualquer cara pode ser esse cara". 


Resenhando.com - Sendo alguém que mora na região a vida toda, como foi o equilíbrio entre a escrita ficcional e a vivência real nas ruas e espaços retratados no livro? Há personagens ou cenas diretamente inspirados em pessoas que conheceu? E o que há de autobiográfico nisso?
Leandro Marçal - 
Dois ou três contos foram baseados em situações acontecidas com pessoas próximas. Mas só baseados mesmo, a faísca da realidade causou o incêndio da ficção. Comecei na literatura como cronista e a crônica exige do escritor um olhar atento para o dia a dia, para o banal, para as pequenas coisas capazes de virarem grandes textos. Como a minha literatura acontece nas ruas, não perder isso de vista é algo que está comigo, até por não ser autor de uma literatura que precisa de grandes acontecimentos, de grandes universos. 


Resenhando.com - Seu livro anterior explorava o futebol como pano de fundo. Há alguma conexão entre aquele universo e os personagens de "Me Vê Dez Médias", ou você vê essa nova obra como um ponto de ruptura?
Leandro Marçal - 
Acredito que há uma conexão entre os livros no sentido de haver personagens masculinos expondo as entranhas e contradições do ser masculino. Mas no livro anterior, há uma variação de gêneros, linguagens e narrações entre os contos; nesse atual, os contos têm uma linguagem mais parecida entre si, eles se conectam mais. 

Resenhando.com - Que tipo de leitura você espera provocar? Qual é o sentimento que você gostaria que o leitor carregasse ao fechar a última página?
Leandro Marçal - 
Acho que a minha literatura causa uma mistura de sentimentos. Nos contos, tem um pouco de incômodo e de identificação. Assim, desse jeito, contraditório. Sinceramente, se o livro servir apenas como entretenimento de algumas horas para os leitores, está tudo bem. Mas se um único leitor parar para pensar em como a gente naturaliza a brutalidade, a violência e a hostilidade, vai valer muito mais!

Nas histórias de “Me Vê Dez Médias”, a violência e a brutalidade masculina guiam e atormentam os protagonistas criados por Leandro Marçal

domingo, 18 de maio de 2025

.: "As regras do jogo" sequência apaixonante de "Táticas do amor"

Do mesmo universo do sucesso "Táticas do amor", novo livro da autora best-seller Sarah Adams explora a presença das mulheres no esporte, sem deixar de lado o bom humor e o romance característicos de suas obras. Em "As regras do jogo", que chega às livrarias pela Intrínseca em maio, a escritora retrata um ambiente tradicionalmente machista e dá protagonismo a uma agente esportiva recém-formada e obstinada, que aceita um desafio profissional para alavancar sua carreira. O problema é que seu primeiro cliente é um astro do futebol americano que, por coincidência, foi seu ex-namorado durante a faculdade.

Mulheres que trabalham com esporte costumam enfrentar alguns desafios a mais durante seu trajeto profissional. Nora tem plena convicção disso, ao mesmo tempo que acredita ter as qualidades necessárias para se tornar uma das melhores agentes no mercado. Filha de mãe solo, ela sempre fez questão de traçar planos bem definidos para alcançar seus objetivos pessoais e, por conta disso, acabou terminando de forma abrupta seu relacionamento com Derek. Agora, recém-promovida a agente em tempo integral, está convencida de que vai fazer por merecer a confiança que sua chefe, Nicole, depositou nela.

Já Derek está em um período delicado de sua carreira. Depois de ser afastado dos gramados por uma lesão séria, seu grande receio é ser dispensado do time. Jornalistas e fãs nas redes sociais parecem não acreditar em um retorno triunfal do jogador, mesmo sendo uma lenda da NFL — a liga de futebol americano —, e já dão seu fracasso como certo. Neste cenário, ele acaba reencontrando Nora, e todos aqueles sentimentos reprimidos de anos atrás voltam à tona. A novata ainda é a única mulher que ele amou de verdade, mas é muito difícil conciliar seus sentimentos conflituosos. 

Ao longo do livro, Nora precisa provar que está apta a fechar acordos milionários e reverter a situação de seu cliente com a opinião pública. Enquanto isso, Derek embarca em uma vingança pessoal e quer fazer de tudo para que a ex-namorada sofra como ele sofreu. Um obstáculo, porém, aparece no caminho dos dois: em uma viagem de trabalho para Las Vegas, eles acordam abraçados na mesma cama, e o pior: descobrem que, na noite anterior, depois de muitas doses de bebida, eles acabaram se casando.

Em uma narrativa bem-humorada e com um romance apaixonante, Sarah Adams trata de temas importantes do cotidiano e lança luz sobre o machismo nos ambientes de trabalho. 

Compre "As regras do jogo", de Sarah Adams aqui: amzn.to/4knftqj

Sarah Adams nasceu e cresceu em Nashville, Tennessee. É uma introvertida indecisa viciada em café, ama a família e dias quen­tes, tem duas filhas e é casada com o melhor amigo. Queria ser escritora desde criança, mas só finalmente começou a trabalhar no seu primeiro romance quando suas filhas estavam tirando um cochilo e ela ficou sem desculpas para adiar o plano. O sonho dela é passar a vida inteira escrevendo his­tórias que fazem rir, e talvez até chorar, mas que sem dúvidas deixam a gente mais feliz ao finalizar a leitura. É autora de "Táticas do amor" e A"mor em Roma", ambos publicados pela Intrínseca.


"As regras do jogo", de Sarah Adams

Editora: Intrínseca 

Tradução: Isadora Prospero

352 páginas

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sábado, 17 de maio de 2025

.: "Pablo & Luisão" recria a Tocantins da memória de Paulo Vieira em seriado

"Pablo & Luisão", série Original Globoplay. Foto: Globo


A casa da família de Paulo Vieira é um dos principais cenários onde acontecem as confusões e nascem as ideias mirabolantes de "Pablo & Luisão", série Original Globoplay que estreia no dia 22 de maio, com 16 episódios. Para recriar esse ambiente e materializar a essência da família, as equipes de cenografia e produção de arte buscaram o máximo de semelhança com a moradia real, em Palmas, no Tocantins.

Alda Gonçalvez, produtora de arte, explica que foram reproduzidos alguns itens da casa, como o filtro da cozinha e os santos que estão envoltos por papel filme. “Nós nos preocupamos em ter essas referências para que o Paulo, como narrador, entrasse no set e realmente se sentisse em casa. Mais do que reproduzir o lar, o que desejamos é que as pessoas que estão no Tocantins assistam à série e encontrem a sua realidade representada”, conta. Alguns elementos ajudam a ilustrar o jeito de ser dessa família. “Entendemos que se trata de uma casa com muitas improvisações. Veremos algumas gambiarras que são muito sutis, como o chuveiro que é uma lata furada; o relógio quebrado que segue sendo usado com um pedaço de papel; a churrasqueira é um carrinho de supermercado”, detalha Alda.

Na cidade cenográfica, a equipe reproduziu diversos estabelecimentos da época da infância e adolescência de Paulo, como a igreja; os “pit dogs”, como são chamados os food trucks; o supermercado; a loja de obras; a lan house. “Buscamos a vivência das ruas, as barracas, os vendedores de redes para que conseguíssemos representar a dimensão da ocupação desse povo em um lugar tão vasto. O que reproduzimos no set é coerente ao que se vivência na cidade”, recorda a cenógrafa May Martins. Para ajudar a recriar o clima nas ruas, a equipe também colocou em prática um hábito comum trazido por Paulo Vieira: “ele contou que, em Palmas, tem sempre alguém comendo alguma coisa dentro de uma sacola plástica, pode ser tapioca, pamonha, sanduiche. Então, a gente tenta exagerar um pouco nesse olhar para trazer a pegada do humor e que fique nítido para o espectador”, pontua Alda.

Em um dos episódios, um parque itinerante chega a Palmas. Para atender às demandas da produção, foi montado um parque de diversões nos Estúdios Globo. “Precisávamos de um parque que parecesse itinerante. Os que visitamos e poderiam servir de locação tinham uma estrutura muito sólida, estavam no lugar há algum tempo”, justifica a cenógrafa titular May Martins.  A operação complexa envolveu diversas áreas de produção para garantir a segurança nas filmagens. Para Leilanie Silva, gerente de produção da série, foi um grande desafio: “Optamos pelo caminho mais difícil e trabalhoso, pois isso nos daria mais liberdade artística. O resultado ficou lindo e emocionante”.

Criada por Paulo Vieira, com redação final de Paulo Vieira e Maurício Rizzo, ‘Pablo & Luisão’ é uma produção Globoplay e TV Globo, gravada nos Estúdios Globo. Foi escrita por Bia Braune, Caíto Mainier, Maurício Rizzo, Nathália Cruz, Patrick Sonata e Paulo Vieira. A série tem direção artística de Luis Felipe Sá, direção de João Gomez, produção de Leilanie Silva e produção executiva de Claudio Dager. A direção de gênero é de Patricia Pedrosa.

.: Entrevista com Gabriel Aragão, da banda Selvagens à Procura de Lei


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Igor de Melo

Com mais de 15 anos na estrada do rock, a banda Selvagens à Procura de Lei está divulgando seu terceiro disco, intitulado “Y”. Um trabalho que marca a nova fase do grupo e seus novos integrantes. Matheus Brasil, baterista, é ex-membro da banda Projeto Rivera, que tocou no Rock In Rio representando Fortaleza em 2018. Plínio Câmara, guitarrista, é ex-membro da banda Casa de Velho, fundada por ele. E Jonas Rio, baixista, é ex-membro da banda Left Inside, além de Gabriel Aragão, membro fundador da Selvagens a Procura da Lei. É ele quem define o conceito da produção musical. 

Segundo ele a nova formação dos Selvagens à Procura de Lei carrega em si a representatividade de uma Fortaleza periférica, preta e jovem. Em entrevista para o Resenhando.com, Aragão conta como foi que surgiu o cenário para o rock em Fortaleza e as dificuldades que há para furar a bolha do eixo Rio-São Paulo para mostrar o trabalho da banda. “O Nordeste também tem espaço para produzir rock com qualidade e originalidade”.


Resenhando.com - Quais foram as referências musicais para o Selvagens à Procura de Lei?
Gabriel Aragão - 
As bandas de rock dos anos 80 foram nossas principais influências. O nome do grupo veio do título do terceiro disco dos Paralamas do Sucesso (Selvagem). Mas não vou negar que tem inspiração naquele trecho da canção da Legião Urbana, Tempo Perdido (E tão sério/E selvagem/Selvagem/Selvagem...). No plano internacional as influências são muitas. Fui criado em um ambiente familiar altamente Beatlemaníaco. E atualmente ouço muito rock alternativo.


Resenhando.com - Passados 15 anos e agora com o terceiro disco, a banda conseguiu encontrar seu espaço no rock nacional?
Gabriel Aragão - 
Não tenho do que reclamar. Tocamos em vários festivais, como o Lollapalooza, o Rock In Rio, o Planeta Terra...mas é fato que ainda tem público no Sudeste que se surpreende quando toma conhecimento do nosso trabalho e de onde nós viemos. Ainda há aquela imagem do Nordeste com o forró e a música de festa, que realmente é uma tradição que merece ser preservada. Mas no Nordeste também tem espaço para o rock e suas várias vertentes. Fortaleza tem um cenário muito forte nesse segmento. Nós fazemos hoje o que chamam de indie rock, ou rock alternativo, como você preferir.


Resenhando.com - Fale sobre o novo disco.
Gabriel Aragão - 
Este foi um disco bem pessoal. Talvez o mais pessoal da banda e muito, muito rock. Gravado em Fortaleza em poucos meses, durante o hiato da banda, falamos sobre rupturas e sobre seguir em frente, assim é a vida. O nome do disco se chama “Y” por conta do desenho da letra, que se assemelha um caminho que se bifurca, ao mesmo tempo simbolizando uma separação e um seguir em frente. Escrever esse disco foi ao mesmo tempo natural e necessário, tendo sempre em mente o amor imenso à história da banda e a todos os fãs, sem exceção. Agora, com nova formação, seguiremos em frente nos palcos e em futuras canções.


Resenhando.com - O título tem a ver com a figura da capa?
Gabriel Aragão - 
A capa ficou por conta de João Lauro Fonte, que já tinha trabalhado com a banda no single “Por Todo O Universo”. Para essa arte, tivemos a ideia de usar a folha da ginkgo biloba, que é uma planta que virou símbolo de resistência depois de sobreviver à bomba atômica de Hiroshima, renascendo do solo devastado. Assim como essa árvore, todos nós carregamos essa força dentro da gente. A figura lembra também a letra Y.


Resenhando.com - Como estão se estruturando para divulgar esse trabalho?
Gabriel Aragão -
Estamos iniciando uma turnê pelo País. Começaremos pelo Nordeste e depois seguimos para Minas Gerais. Mas vamos levar o show e as novas músicas para o Norte e para o Sudeste. Queremos levar a nossa música para todo o lugar que pudermos tocar. Isso inclui também o Litoral Paulista, que tem um público sempre muito caloroso.


Selvagens à Procura de Lei - Daqui pra Frente



.: TUDUM 2025: Netflix anuncia participação especial de Lady Gaga

Cantora se junta à lista de estrelas que participam do evento, apresentado por Sofia Carson, com presença de Millie Bobby Brown, Jenna Ortega, Lee Jung-Jae e muito mais!


A Netflix divulgou o line-up do evento global mais aguardado do ano, com direito a participação especial! O Tudum 2025, comandado pela atriz Sofia Carson (A Lista da Minha Vida, Bagagem de Risco), contará com a presença das estrelas mais amadas pelo público, como Millie Bobby Brown e elenco principal de Stranger Things, Jenna Ortega (Wandinha), Iñaki Godoy (One Piece), Lee Jung-Jae (Round 6), Lily Collins (Emily em Paris) e muito mais!  

Para completar essa lista estelar, a cantora Lady Gaga fará uma apresentação especial durante o show, que será transmitido ao vivo na Netflix, diretamente do Kia Forum, em Los Angeles, no dia 31 de maio. 

Além disso, nomes como Guillermo Del Toro (Frankenstein), Matt Damon e Ben Affleck (The Rip) também subirão ao palco, para contar novidades sobre seus novos projetos com a Netflix. Durante todo o evento, serão apresentados anúncios inéditos e exclusivos sobre as produções queridinhas dos fãs. Não perca!


Sobre o TUDUM: O Tudum AO VIVO é o evento mundial para fãs da Netflix. O nome veio do famoso barulhinho que a gente escuta antes de todos os filmes, séries ou eventos Netflix. É a maior celebração da comunidade de fãs da Netflix e das histórias que criam toda uma cultura, destacando os filmes, séries, estrelas e criadores favoritos dos fãs do mundo todo.

O primeiro evento Tudum foi realizado em janeiro de 2020, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo. Foi um festival com vários títulos, celebrando o conteúdo para jovens adultos da Netflix, com um público de mais de 50 mil pessoas ao longo de quatro dias. Desde então, o Tudum evoluiu e passou por diferentes formatos, como festival, live e almanaque digital, até se consolidar como um evento mundial. Em 2023, o Tudum voltou a São Paulo, atraindo um público presente de mais de 35 mil pessoas, além de registrar mais de 78 milhões de visualizações nas mídias sociais da Netflix no mundo todo.

Agora, o Tudum AO VIVO volta em 31 de maio de 2025, com transmissão às 21h (horário de Brasília), direto do Kia Forum, em Los Angeles. Esse evento imperdível vai contar com a presença das maiores estrelas da Netflix, apresentações incríveis, revelações de cair o queixo e momentos inesquecíveis. Além disso, o Tudum.com continua disponível o ano todo com conteúdo exclusivo, imagens de bastidores e conexões mais profundas com os títulos mais amados da Netflix.

COMO ASSISTIR: O público poderá assistir ao evento ao vivo na Netflix. A transmissão terá início às 21h (horário de Brasília). Netflix Tudum 2025: O evento ao vivo terá tradução simultânea (sem legendas) disponível em espanhol (América Latina) e português (Brasil) para quem quiser acompanhar o que todos estão falando em tempo real, em seu idioma de preferência. Após a transmissão ao vivo, legendas em outros idiomas estarão disponíveis dentro de alguns dias. 

Sobre a Netflix: A Netflix é um dos principais serviços de entretenimento do mundo. São mais de 300 milhões de assinaturas pagas em mais de 190 países com acesso a séries, filmes e jogos de diversos gêneros e idiomas. Assinantes podem assistir, pausar e voltar a assistir a um título quantas vezes quiserem em qualquer lugar e alterar o plano a qualquer momento.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

.: Crítica: "Homem Com H" derrama o coração bandido de Ney Matogrosso

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em maio de 2025


"Homem Com H" é um filme que simplesmente acontece diante dos olhos do público. Envolvente e agradável, a produção dirigida e roteirizada por Esmir Filho, apresenta uma linda história de vida que transpira arte e se mistura com a da música brasileira. Da infância até o presente momento, na telona está estampado de modo encantador um Ney Matogrosso irreverente e completamente desnudo diante do público.

Em meio a vivências e amizades, a linha do tempo de Ney esbarra num período político conturbado e da força do vírus da HIV que ceifava vidas facilmente. Retratando também a resiliência de Ney, o filme sobre o artista originalmente mais performático do Brasil faz sucesso e ganha a todos na sala de cinema. Seja pela forma de Ney ser e ver o mundo ou a cada sucesso que faz parte da trilha sonora.

A magia de ser Ney Matogrosso é entregue com maestria na atuação impecável de Jesuíta Barbosa. Por vezes, as semelhanças remetem ao verdadeiro Ney, seja na jogada de cabeça inconfundível, na forma de arregalar os olhos e até na revolucionária forma de dançar. Ver um pouco de Ney e Cazuza na telona também é puro deleite da pulsante cultura poética.

O longa que tem ainda no elenco Bruno Montaleone, Lara Tremouroux, Rômulo Brag, Hermila Guedes, Carol Abras e outros, conta com a participação do próprio Ney Matogrosso ao final. "Homem Com H", derrama o coração bandido de Ney Matogrosso, fica como aula sobre um período no Brasil, tanto em relação a acontecimentos quanto da música e suas regras impostas por gravadoras. Imperdível!



O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Homem Com H" (nacional). Ingressos on-line neste linkGênero: cinebiografiaClassificação: 16 anos. Duração: 2h01. Direção: Esmir Filho. Roteiro: Esmir Filho. Elenco: Jesuíta Barbosa, Bruno Montaleone, Lara Tremouroux, Rômulo Brag, Hermila Guedes, Carol Abras. Sinopse: As diferentes fases da carreira do cantor Ney Matogrosso, desde a sua infância, passando pela adolescência e a vida adulta. Uma jornada através do tempo que acompanha um rapaz de origem humilde que quebra preconceitos e se torna um artista influente. Confira os horários: neste link

Trailer "Homem Com H"


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.: Crítica: "Premonição 6: Laços de Sangue" resgata essência de franquia

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em maio de 2025


A franquia iniciada nos anos 2000 pautada na escapatória inevitável de todos, a morte, em 2025 chega ao sexto filme e não desaponta os fãs do terror de fazer o queixo cair. O longa "Premonição 6: Laços de Sangue"dirigido por Zach Lipovsky, Adam B. Steinem cartaz na Cineflix Cinemas de Santos entrega uma nova história cheia de fôlego quando a jovem universitária Stefanie (Kaitlyn Santa Juana, de “O Jogo da Amizade”) começa a ter sonhos horripilantes constantemente, a ponto de atrapalhar seus estudos.

Sagaz, a moça conecta tal testemunho onírico a avó Iris (Gabrielle Rose/Brec Bassinger). Determinada em voltar a dormir, regressa para a casa dos pais. Lá, encontra uma outra realidade, uma vez que a jovem nitidamente mantinha distância de seus familiares, tal qual a mãe fez anteriormente, ao abandoná-la ao lado de seu irmão mais novo, Charlie Lewis (Teo Briones, seriado "Chucky") e o marido, pai dos irmãos.

Ao juntar os pontos do jogo, Stefanie descobre a avó salvou a vida de muitas pessoas na década de 60,  quando visitava o moderno prédio Sky View. Como a Morte não esquece de uma vítima que seja, a moça e sua família entram na mira daquela que não perdoa ninguém. Assim, "Premonição 6: Laços de Sangue" apresenta uma história de maldição em família, a qual estava "congelada" por anos, o que permitiu um farto levantamento de Iris sobre o modo de agir da dona Morte. 

Contudo, a roda da Morte volta a girar freneticamente após a visita da netinha a avó que sobrevive numa espécie de mata, escondida em uma cabana bastante peculiar. Sombrio, assustador e bastante sanguinário tal qual os cinco filmes produzidos anteriormente. Ainda que se espere um sobrevivente, o longa de 2025 surpreende ao final e ainda não apresenta uma cena pós-créditos que seja.

Em meio a algumas mortes que remetem a vistas nos longas anteriores, "Premonição 6: Laços de Sangue" honra a mente criativa de James Wong, diretor dos primeiro e terceiro filmes da franquia (2000, 2006). Mas também consegue surpreender com sequências inesperadas e causando dúvida se o que acontece é uma premonição ou a tragédia fatal em si, em meio a armadilhas mirabolantes da Dona Morte (que até marca presença em busca de uma moeda para que se aposte: cara ou coroa).

"Premonição 6: Laços de Sangue" entrega sequências chocantes, de tirar o fôlego, do início ao fim, conseguindo prender a atenção do público a respeito de como cada um tentará fugir da mira da Morte. Outro ponto alto é por marcar a participação de Tony Todd, falecido em novembro de 2024, também presente nos outros filmes da franquia assim como outras importantes produções do gênero, muito marcado como o famoso "Candyman". Vale muito a pena conferir a nova produção na telona do cinema. Imperdível!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Premonição 6: Laços de Sangue" (Final Destination: Bloodlines). Ingressos on-line neste linkGênero: terror, mistérioClassificação: 18 anos. Duração: 1h49. Direção: Zach Lipovsky, Adam B. Stein. Roteiro: Lori Evans Taylor, Guy Busick. Elenco: Brec Bassinger, Teo Briones, Kaitlyn Santa Juana, Tony Todd. Sinopse: Atormentada por um pesadelo violento e recorrente, uma estudante universitária volta para casa em busca da única pessoa que pode ser capaz de quebrar o ciclo de morte e salvar sua família do terrível destino que inevitavelmente os aguarda.. Confira os horários: neste link

Trailer "Premonição 6: Laços de Sangue"



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Historiadora apresenta ao público jovem as origens da colonização e da Inconfidência por meio de narrativas ficcionais fundamentadas em pesquisa histórica

A partir de personagens ficcionais e tramas envolventes, Mary Del Priore convida o público jovem a mergulhar em dois momentos centrais da história do Brasil: o início da colonização portuguesa e os anos que antecederam a Inconfidência Mineira. Lançados pela Editora Unesp, "A Descoberta do Novo Mundo" e "A Viagem Proibida" transportam o leitor para o interior de uma história viva, construída com base em ampla pesquisa documental e imersão sensível. Os dois livros se propõem a estimular o gosto pela história nacional em leitores adolescentes, ao mesmo tempo em que servem de suporte paradidático para professores e escolas que desejam trabalhar conteúdos históricos com rigor e criatividade.

Em "A Descoberta do Novo Mundo", a autora recua no tempo para o início da ocupação portuguesa no território americano. Acompanhamos Paulo e Pedro, dois garotos enviados ao Brasil como “meninos-língua” – tradutores improvisados entre europeus e indígenas – que embarcam em uma caravela ao lado de degredados e personagens enigmáticos, como Branca, uma mulher temida por sua fama de bruxa. Em terra firme, os jovens enfrentam os perigos da mata e dos rios, o embate entre jesuítas e indígenas, e até o choque com franceses fundadores da efêmera França Antártica. A narrativa mostra como se davam os primeiros contatos coloniais e revela o papel dos esquecidos na construção da história brasileira. Apoie o Resenhando.com e compre "A Descoberta do Novo Mundo" neste link.

Já em "A Viagem Proibida; nas Trilhas do Ouro" , o leitor acompanha a trajetória de Afonso, jovem português que chega ao Brasil com o pai e o irmão gêmeo no período de efervescência da Vila Rica de Ouro Preto. Separado da família, Afonso é acolhido por um quilombo e passa a conhecer de perto a resistência negra, enquanto acompanha os movimentos que levariam à conspiração dos inconfidentes. Com linguagem acessível e ambientação precisa, o romance juvenil reconstrói os debates políticos e econômicos da época, o declínio da mineração, os excessos da Coroa portuguesa e as tensões entre colonizadores e a população local, dando voz também aos quilombolas e suas formas de organização social. Apoie o Resenhando.com e compre "A Viagem Proibida" neste link.

Ao unir pesquisa histórica consistente a uma linguagem acessível e empolgante, Mary Del Priore reafirma seu papel como uma das principais divulgadoras da história do Brasil para diferentes públicos. Com esses dois lançamentos voltados ao público juvenil, a autora contribui para aproximar jovens leitores de temas fundamentais do passado nacional, valorizando tanto a complexidade dos eventos quanto a pluralidade de vozes que os compõem.  


Sobre a autora
Mary Del Priore é doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP). Lecionou História na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) dessa instituição e na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Publicou, pela Editora Unesp, "Ao Sul do Corpo" (2009), "História do Esporte no Brasil" (2009), "História do Corpo no Brasil" (2011), "História dos Homens no Brasil" (2013), "História dos Crimes e da Violência no Brasil" (2017), "A História do Brasil nas Duas Guerras Mundiais" (2019), "História dos Jovens no Brasil" (2022) e "O Castelo de Papel: uma História de Isabel de Bragança, Princesa Imperial do Brasil, e Gastão de Orléans, Conde d’Eu" (2024). Em 1998, recebeu os prêmios Jabuti e Casa Grande & Senzala pelo livro "História das Mulheres no Brasil" (Contexto, 1997).  Apoie o Resnhando.com e compre os livros de Mary Del Priore neste link.


Ficha técnica
"A Descoberta do Novo Mundo"
Autora: Mary Del Priore
Número de páginas: 110 
Formato: 12 x 21 cm
ISBN: 978-65-5711-229-8
Apoie o Resenhando.com e compre "A Descoberta do Novo Mundo" neste link.  


"A Viagem Proibida; nas Trilhas do Ouro"
Autora: Mary Del Priore
Número de páginas: 104
Formato: 12 x 21 cm
ISBN: 978-65-5711-230-4
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.: Marina Baggio estreia na música com CD autoral, por Luiz Gomes Otero

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Marina Baggio é um ser inquieto - pensadora, artista plástica, filmaker, fotógrafa, designer, cantora e compositora. Suas produções artísticas evocam itinerários e movimentos sensíveis em uma investigação estética que batizou de “Bahia oriental”. E agora ela está estreando em disco com o álbum autoral intitulado Kissila.

Nascida em 1996, Marina passou a infância em Salvador, próxima ao mar, ouriços, coqueiros e bananeiras, que tanto marcam seu trabalho na pintura e fotografia, e se tornou cidadã do mundo muito cedo ao se mudar para China para trabalhar como modelo aos 16 anos.

Depois, atuando nas artes plásticas e imagens, rodou meio mundo com exposições, rabiscando paredes, instalações e telas até fazer sua primeira exposição individual em Lisboa, Portugal, em 2023. Na volta ao Brasil abriu seu próprio ateliê onde há uma geladeira azul dos anos 50, sem o motor, que é recheada de tudo que é tipo de papel, tintas e materiais que gosta de usar. E agora abraçou de vez também a música.

 “Kissila”, foi produzido por Dadi Carvalho (A Cor do Som). Com nove faixas, sendo oito autorais e um dueto com Roberto Mendes, o disco celebra a riqueza da música brasileira em uma sonoridade única e sofisticada. Para dar vida a esse trabalho, um verdadeiro time de músicos se reuniu: Cézar Mendes, Chico Brown, Marcelo Costa e Tomás Improta.

Marina Baggio por Nani Basso

O álbum funciona como uma colagem de linguagens e sonoridades que celebra a liberdade criativa e o poder dos encontros em suas diversas manifestações. É a materialização das inquietudes de Marina Baggio e tudo que inspira movimento.

“Kissila” traz  “Agora Só Penso em Você” (Marina Baggio, Cézar Mendes e Chico Brown), a bossa nova “Delícia Demais” (Marina Baggio e Cézar Mendes) que conta com o assobio de Cézar, o samba cadenciado “Chave de Cadeia” recheado de violões, baixo, bandolins, teclados e guitarras de Dadi e mais o blues “Sujeita à Cobrança” com arranjo e piano de Tomás Improta, “Não Aperte Minha Mente”, com as percussões de Marcelo Costa, e “Jailbreak”, versão em inglês de “Chave de Cadeia”.

A canção “Kissila”, que dá título ao álbum, nasceu em Salvador há anos atrás, conta Marina. “Eu devia estar com a adrenalina muito alta ainda de um assalto na noite anterior para ter a ousadia e o impulso de convidar Caetano Veloso a escutar uma composição minha. Cantei pra ele, que foi super generoso em me ouvir, comentar e perguntou se eu tocava violão”.

O álbum vem acompanhado de um filme que faz junção dos clipes feitos para cada uma das músicas. Conforme explica Marina, o universo da música é uma novidade, mas também é a integração dos mundos, o poder de experimentar as múltiplas facetas de expressão.


Não Aperte Minha Mente


Gestos


Delícia Demais



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