Ensemble feminino Jana Amorim
Ensemble masculino Daniel Cabral
Swing
Local: Teatro Renault - Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela Vista, São Paulo
Visite a lojinha do Resenhando.com!
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em agosto de 2022
O crime não compensa, mas rende uma tremenda história recheada de ação e com um mistério a ser desvendado por partes e com surpresas, tal qual aquelas bonequinhas russas, as matrioskas. Em cartaz nos Cinemas Cineflix, o longa dirigido por David Leitch, o mesmo de "Deadpool 2", "Trem-Bala" é uma sequência eletrizante com confrontos de tirar o fôlego. Sem uniforme de látex e tentando não fazer uso de armas, o protagonista de Brad Pitt, chamado carinhosamente de Ladybug (Joaninha) faz e acontece nos vagões de um trem-bala que segue caminho com toda agilidade rumo a Kyoto.
Ladybug precisa realizar uma missão simples. No entanto, a proposta de pegar uma maleta com dinheiro parece, inicialmente, fácil e sem qualquer empecilho, até que nessa viagem surgem outros criminosos para transformar a missão numa maratona cheia de obstáculos dificultosos com trocas de tiros, facas voando, espadas certeiras e, claro, muita pancadaria e sangue jorrando para todos os lados. No entanto, como está buscando ser zen, Ladybug toma como objetivo sair vivo dessa.
Eis a sacada de o protagonista ser um criminoso zen, ainda mais que Brad Pitt e Sandra Bullock fecharam participações um no filme do outro. Sendo que em "Cidade Perdida", lançado em abril de 2022, quando mencionado, o personagem de Pitt, Jack Trainer, é rotulado como zen e capaz de tirar Loretta (Sandra Bullock) de um sequestro rocambolesco. Brincadeira sobre os perfis dos personagens de Brad Pitt?! Provavelmente.
No entanto, aqui, Bullock é Maria Beetle, a chefona de Ladybug, garantindo uma participação pra lá de interessante e de peso para o enredo com pegada estilo Tarantino. Até o fortão Channing Tatum acaba sendo um viajante do trem com importância para o desenrolar da trama. Ryan Reynolds, o intérprete de "Deadpool", faz uma participação mínima, mas capaz de desenhar o destino de Ladybug.
Há ainda a presença forte em "Trem-Bala" de Joey King (Gyspy Rose, de "The Act") que esbanja talento ao encarnar uma mocinha indefesa e prestes a chorar quando está em risco, a Prince. Com carinha de pobre garotinha faz e acontece, deixando o pior, principalmente para a dupla de irmãos gêmeos: Tangerina (Aaron Johnson) e Limão (Brian Tyree Henry, de "Eternos"). Tangerina se acha sofisticado, enquanto que Limão é um homenzarão que busca enquadrar os perfis de quem cruza o seu caminho com os personagens de "Thomas e Seus Amigos". Assim, busca descobrir quem é o "Diesel" dali do trem.
Além de Prince e os gêmeos fisicamente diferentes, há o Lobo (Bad Bunny) quem sofreu uma tragédia assombrosa, algumas horas antes. Sem o coração dele, embarca no desafio do trem-bala em busca de vingança. Assim, como a Vespa (Zazie Beetz), que justifica a resistência de um personagem tão fofinho ao tentar segurar e não devolver a maleta de Ladybug. Até o caso de um menininho que foi jogado do telhado tem ligação com a trama dos criminosos.
Nada em "Trem-Bala" sobra, tudo se conecta. Por outro lado, a produção lembra bastante o proibidão dos heróis de 2018. Há, inclusive, uma cena similar a de quando Deadpool "flutua" num carro em capotamento. Aqui, é a vez de Brad Pitt, com seu Ladybug, viver situação parecida, porém faz o percurso em vagões destruídos após uma batida com um trem parado, até que esbarra num personagem fofo da cultura japonesa.
A trilha sonora também é incrível e fácil de ser reconhecida, ainda que sejam cantadas no idioma japonês. A marcante "I Need a Hero" de Bonnie Tyler dita o ritmo perfeitamente numa cena de perseguição que faz arrepiar. "Trem-Bala" é indiscutivelmente um filme com os ingredientes corretos usados em cada momento exato, seja para envolver, surpreender, tirar o fôlego e até dar um belo susto. "Trem-Bala" é um filmaço para se ver e rever. Imperdível!
Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.
Filme: "Trem Bala" ("Bullet Train")
Duração: 2h06
Gênero: ação e comédia
Diretor: David Leitch
Roteiro: Zak Olkewicz, Kôtarô Isaka (autor)
Classificação: 16 anos
Distribuído por: Sony Pictures Motion Picture Group
Data de lançamento: 4 de agosto de 2022 (Brasil)
Elenco: Brad Pitt (Ladybug), Bad Bunny (The Wolf), Joey King (Prince), Sandra Bullock (Maria Beetle)
Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm
Trailer
Leticia Wierzchowski fez de uma pequena ilha no Uruguai imaginário o cenário de uma história sobre paixões arrebatadoras e destinos entrelaçados. Assim é "Deriva", lançamento da Editora Planeta, casa editorial que também publicou a obra Estrelas fritas com açúcar da escritora gaúcha.
Inspirada pela poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, a autora de A casa das sete mulheres se vale da tradição do realismo fantástico sul-americano para incorporar elementos míticos à narrativa. Nela, a vida dos habitantes de La Duiva muda com o aparecimento de Coral, uma mulher misteriosa que surge das ondas em uma noite de lua cheia.
Santiago é um menino de seis anos e um dos novos integrantes da família Godoy, que vive há mais de dois séculos na ilha e em torno da qual a história acontece. A presença de Coral desperta paixões inesperadas e incontroláveis em dois personagens, Tiberius Godoy, o pai de Santiago, e o jovem Tomás.
O gosto salgado na boca, o perfume das pétalas de rosas, as pedras pontiagudas do molhe, o desejo latente em cada gesto, pulsando nas tardes douradas da ilha de La Duiva... Com narrativa detalhista e penetrante, Leticia Wierzchowski mostra em Deriva que o amor sempre chega, fulminante, insidioso, às vezes doce, noutras cruel, e não deixa mais nada como era antes.
Sobre a autora: Leticia Wierzchowski nasceu em Porto Alegre e estreou na literatura com o romance O anjo e o resto de nós, em 1998. Com 32 livros publicados, tem obras editadas em Portugal, Itália, Grécia, Espanha, Croácia, França, Alemanha, Sérvia e Montenegro. Seu romance mais conhecido, A casa das sete mulheres, foi adaptado pela Rede Globo em 2003 para a série homônima, veiculada em mais de 40 países. Pela Planeta, também publicou Estrelas fritas com açúcar.
Você pode comprar "Deriva", de Leticia Wierzchowski aqui: amzn.to/3BGPEic
Livro: Deriva
Autora: Leticia Wierzchowski
Editora: Planeta
288 páginas
Você pode comprar "Deriva", de Leticia Wierzchowski aqui: amzn.to/3BGPEic
Consumo desenfreado e precarização do trabalho são temas de "Agamenon 12h", texto de Rodrigo García e direção de Carlos Canhameiro que alterna 12 atores em 12 horas de sessões ininterruptas
Agamenon 12h. Foto: Mariana Chama
Rodrigo García, encenador argentino radicado na Espanha, é autor de dezenas de peças de teatro; algumas de suas obras estiveram no Brasil, como “Gólgota Picnic” (MITsp/2014) e “4” (Mirada/2016)
12 atores e atrizes se sucedem interpretando o mesmo texto, no mesmo cenário, em uma experiência cênica que dura 12 horas seguidas, sem intervalos, das 10h às 22h, de quarta a sábado em um dos endereços mais movimentados da capital paulista. Para assistir, a plateia pode entrar, acompanhar, sair, voltar e ainda assim haverá o mesmo texto sendo interpretado, mas agora já por outro artista. E depois outra. E outro e outra.
Esta é a proposta de "Agamenon 12h", concepção e direção de Carlos Canhameiro que estreia 10 de agosto de 2022, na Praça (térreo) do Sesc Avenida Paulista (Av. Paulista, 119 - Bela Vista). A entrada e a saída são grátis e livres - o espectador escolhe quanto tempo ele quer assistir, com acesso liberado.
"Agamenon 12h" é uma experiência cênica com os atores e atrizes Amanda Lyra, Cauê Gouveia, Chico Lima, Danielli Mendes, Eduardo Bordinhon, Janaina Leite, Jorge Neto, José Jardim, Nilcéia Vicente, Mariana Senne, Mercedez Vulcão e Veronica Valenttino, a partir do texto do autor argentino Rodrigo García. É a primeira vez que o texto ganha uma versão brasileira. A tradução e adaptação do texto “Agamenon - Voltei do Supermercado e dei uma surra no meu filho” (2004), de Rodrigo García, é do Canhameiro e de Chico Lima.
Nenhum dos dias de apresentação é igual ao outro. Isso porque os doze atores não se apresentarão na mesma ordem, a cada dia eles vão também se alternando, como peças de uma engrenagem em que se pode alterar sem prejuízo do funcionamento, mas com diferenças no entendimento. A cada versão, cada ator oferece sua proposta, uma linguagem e uma cena diferente apesar do mesmo texto.
“O teatro tem inúmeras possibilidades formais que podem ser muito diferentes entre si. Não acredito que exista a maneira certa de fazer um texto. Acredito sim que a diversão para o público será perceber quais as formas, e os afetos escolhidos por cada artista em cada cena, o agrada, o instiga ou o repulsa. Para mim, essas diferenças são mais complementares do que excludentes, o teatro é mais plural do que singular." explica Canhameiro.
Este projeto foi contemplado pela 12ª Edição do Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura.
Rodrigo García
O texto de Rodrigo García é bastante violento, ao mesmo tempo que é bem-humorado. Traz a história de um dia de um pai de família vivendo em um mundo do consumo que não tem fim, uma vida abarrotada de coisas inúteis. E de sentimentos que não têm vazão. De abundância de estímulos e de informações. O enredo é uma profunda reflexão sobre a ordem mundial atual, as disparidades econômicas e também as questões de gênero.
Autor de dezenas de peças de teatro, o encenador argentino radicado na Espanha desde a década de 1980 Rodrigo García ocupa lugar de destaque nas artes cênicas atuais. Suas montagens costumam ter imagens de forte impacto, problematizando valores éticos, principalmente nas relações de poder. Parte da dramaturgia causa sentimentos confusos nos espectadores e acabam provocando grandes protestos de grupos ligados à proteção dos animais e também à Igreja Católica. Obras como 4 e Gólgota Picnic estiveram presentes no Brasil em festivais importantes como a MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo e o Mirada - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas do Sesc SP.
No texto Agamenon, de Rodrigo García, são as diferentes formas de criar uma cena que reinventam a tragédia diária e o modo de passar o tempo. A ideia de trazer o texto para o Brasil veio com a reforma trabalhista de 2017 - que mudou as regras de jornada de trabalho, trouxe uma pretensa flexibilização, aumentando ainda mais a precarização das relações empregatícias e empurrando ainda mais os trabalhadores à informalidade. Essa relação com o fazer cada vez mais para ganhar cada vez menos e gastar cada vez mais com produtos que duram cada vez menos está no texto de García.
Consuma, consuma, consuma
O ponto inicial do texto é a produção desenfreada de produtos supérfluos que acabam virando lixo, acarretando inclusive em questões ambientais. “Produzir lixo com roupagem de coisa fina. Comprar sem entender o processo de criação, o mecanismo de produção… Tudo luminoso, excessivo e inútil do ponto de vista do homem, mas que será lixo na perspectiva do planeta”, conta Canhameiro.
A dramaturgia vai do registro radical de uma situação cotidiana de um pai de família decepcionado com o seu vazio existencial a partir da frustração de uma compra em um supermercado seguida de uma ida ao restaurante fast food. Esse pai de família desconta esse vazio em sua família e tenta explicar o (des)funcionamento da sociedade atual para seu filho, de maneira nada ortodoxa, mas que faz uma relação peculiar com o dia-a-dia atual.
O cenário - criado por Renato Bolelli Rebouças - faz referência a uma banca de camelô, com centenas de produtos de diferentes usos e qualidade e durabilidade descartáveis. A instalação ficará disponível para que o público ‘visite’ mesmo quando não houver sessão.
A trilha sonora - composta por Guilherme Marques e Paula Mirhan - também é diferenciada. Foram produzidas 12 trilhas sonoras originais e diferentes - uma para cada sessão diária de espetáculo, produzida para aquele “horário”. O desenho de som é de Lilla Stipp.
Sinopse: "Agamenon 12h" é uma experiência cênica com os atores e atrizes Amanda Lyra, Cauê Gouveia, Chico Lima, Danielli Mendes, Eduardo Bordinhon, Janaina Leite, Jorge Neto, José Jardim, Nilcéia Vicente, Mariana Senne, Mercedez Vulcão e Veronica Valenttino, a partir do texto do autor argentino Rodrigo García. Se a tragédia começa no mundo industrializado, e se temos gastado a nossa vida fazendo o que nos disseram, como diz o texto, em "Agamenon 12h", são as diferentes formas de criar uma cena que reinventam a tragédia diária e o modo de passar o tempo. Com concepção e direção de Carlos Canhameiro, ao longo de 12 horas, os 12 artistas se revezam na Praça (térreo) do Sesc Avenida Paulista para apresentar 12 versões de um mesmo texto. E o público é livre para acompanhar essa experiência por quanto tempo quiser.
"A esperança não é um sonho; é um projeto" - Rodrigo García
Ficha Técnica
Concepção e direção: Carlos Canhameiro
Texto: Rodrigo García
Elenco: Amanda Lyra, Cauê Gouveia, Chico Lima, Danielli Mendes, Eduardo Bordinhon, Janaina Leite, Jorge Neto, José Jardim, Nilcéia Vicente, Mariana Senne, Mercedez Vulcão e Veronica Valenttino
Trilha sonora: Guilherme Marques, Paula Mirhan
Desenho de som: Lilla Stipp
Cenário: Renato Bolelli Rebouças
Iluminação: Daniel Gonzalez
Figurino: Anuro, Cacau Francisco
Fotos: Mariana Chama
Produção: Corpo Rastreado - Gabi Gonçalves
Serviço
Teatro | "Agamenon 12h"
Data: 10 a 27 de agosto de 2022. Quarta a sábado, das 10h às 22h.
Local: Praça - Térreo - Sesc Avenida Paulista - Av. Paulista, 119.
Classificação: 14 anos.
Duração: 12 horas
Capacidade: 80 lugares.
Ingressos: Grátis.
Horário de funcionamento da unidade:
Terça a sexta, das 10h às 21h30.
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Formato internacional de sucesso chega à televisão brasileira pela primeira vez no próximo dia 14. Foto: Divulgação
O "Domingão com Huck" segue trazendo novidades e uma das surpresas mais aguardadas estreia já no dia 14 de agosto: "Batalha do Lip Sync". Sucesso mundial, o formato chega à televisão brasileira pela primeira vez, nos domingos da TV Globo. No novo quadro, a cada semana, duas celebridades encaram a brincadeira: um duelo de lip sync, famosas apresentações de dublagem musical. Os artistas devem escolher grandes hits e precisam convencer a plateia com uma performance icônica, um megashow com direito a figurino, coreografia e bailarinos.
Durante todo o ano, o "Domingão" terá mais formatos inéditos, que se juntam a quadros conhecidos e queridos pelo público. Outra atração já confirmada é uma nova temporada do "Acredite em Quem Quiser", em que convidados especiais tentam desvendar a verdade por trás de histórias inacreditáveis.
O "Domingão com Huck" vai ao ar após o "Futebol". O programa tem apresentação de Luciano Huck, direção geral de Clarissa Lopes e direção artística de Hélio Vargas.
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em agosto de 2022
- Chega! Chega!, falou baixo e num tom raivoso, enquanto afastava a cadeira de rodinhas da mesa do computador. Esticou os braços para cima e, colocando o pescoço para trás, com a cabeça acompanhou o movimento fazendo com que os olhos encarassem o lustre do escritório, item que foi passado da vó para a mãe e agora, tal honraria, era dela e ficava exatamente acima de sua cabeça quando usava o computador.
Estava bloqueada. Não conseguia desenvolver mais a personagem que batizou com o nome de sua avó.
- E agora, Aurora?, resmungou Maria Helena enquanto seguia pelo corredor do apartamento vagarosamente, passando os dedos hora ou outra pela parede. Estava decidida a fazer um café com leite e canela. Bem quentinho. A jornalista e professora, precisava avançar naquele romance que estava sem eira e nem beira e, o pior, a reunião com a editora-chefe estava marcada para os próximos dias. Tinha que ter mais do que aquelas poucas linhas. No mínimo um capítulo que fosse.
Maria Helena estava presa com Aurora naquele carro. Não que estivesse perdido a consciência. Do lado de cá da tela, eram tantas as incertezas que ela havia perdido a inspiração para seguir a contar aquela trama, mas sabia que a resposta para a história ganhar o fôlego necessário estaria naquele café especial.
- Bom, tenho certeza de que com essa mistura dos deuses eu vou abrir a minha mente, falou para si, enquanto aquecia a água para a bebida, num tom baixo, mas que dava para ser ouvido, caso estivesse ali com alguém.
Da cozinha, um barulho estranho veio do escritório, mas logo culpou seu filhote de jabuti. O que será que o Bebê está aprontando agora? Depois gostam de pintar esses bichinhos como lentos. Só quem tem sabe o quanto aprontam, pensou enquanto colocava, numa canequinha com a estampa do Guizmo, um pouco de café instantâneo mesclado a leite em pó e um toque de canela em pó com açúcar.
- Hum! Que cheirinho delicioso!, disse alegremente.
Por um momento pensou em voltar para o escritório com a canequinha na mão para tomar o café aos poucos, mas concluiu que de nada adiantaria. Precisava sair por um tempo do cenário de puro vazio em que havia mergulhado naquela manhã de setembro.
Enquanto cantarolava, ouviu o som de aviso do celular. Era uma mensagem carinhosa do marido, Éden. Foi o suficiente para se distrair e deixar a água ferver e borbulhar a ponto de espirrar para fora da pequena panela que habitualmente usava.
- Meu Deus! Molhei até o fogão!, brigou consigo enquanto rapidamente pegou o paninho da pia e um garfo ajudar a secar os respingos de água entre a grade, após fechar a passaem do gás que era encanado.
Tomou o café assistindo daqueles vídeos engraçados e sentiu uma maior disposição. Era o momento de voltar para o quarto e escrever, mas depois de lavar e guardar tudo o que usou, decidiu fazer um chá de laranja, do que havia comprado uma caixinha cheia de saquinhos. Colocou dois com umas folhinhas de amora que colheu no jardim da casa da avó. Tudo junto no compartimento correto da cafeteira elétrica. Maria Helena fazia chá na cafeteira que ganhou de casamento e até hoje, após 15 anos, não faz ideia de quem lhe deu o presente que tanto usava, até nos dias quentes.
Com a caneca favorita das princesas, cheia e adoçada, seguiu pelo corredor até o escritório até que, diante dela, uma mulher sentada na cadeira do computador, de costas e longos cabelos, virou-se com um lindo sorriso para Maria Helena e disse:
- Você voltou. Ótimo! Bem, precisamos conversar urgentemente.
Maria Helena não conseguiu esboçar qualquer reação, nem um grito ou correr para longe. Tudo o que manteve foi as duas mãos nas partes laterais da caneca. Entretanto, a tremedeira foi a conta certa para que o líquido começasse a vazar e chegasse ao chão.
- Pling! Pling!
- Quem é você?!, perguntou com a voz trêmula enquanto manteve os olhos arregalados.
*Editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm
.: Capítulo 4: "Aurora" em "Totalmente acordada"
Era para ser uma festa surpresa, mas a morte misteriosa do aniversariante gera uma busca pelo assassino, algo no estilo Agatha Christie. Sem o detetive Hercule Poirot, a comédia musical de suspense “Assassinato para Dois” surpreende com o show de atuação de Marcel Octavio ("Annie, o Musical" e "Beatles Num Céu de Diamantes") e Thiago Perticarrari ("Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812" e "Escola do Rock") no palco do Teatro Raul Cortez, em São Paulo.
O espetáculo de texto ágil, envolvente, com referências da cultura pop e brasileiras, é ritmado de modo sombrio ou cômico, seguindo as notas dadas no piano, tanto por Marcel Octavio quanto por Thiago Perticarrari. Em meio a cada revelação musicada surgem canções que ajudam a chegar no criminoso, tendo ainda a interação de muitos e distintos personagens que Marcel Octavio encena surpreendentemente no palco. Sem troca de figurino ou uso de perucas, é o ator e cantor quem esbanja talento tornando cada personalidade marcante. Como não amar a sobrinha Sthe?
Enquanto o detetive está a caminho da cena do crime, o ainda policial que aspira ser detetive, Marcus, interpretado com muita comicidade por Thiago Perticarrari, chega com o parceiro de trabalho -invisível, mas muito presente na trama- e começa -por conta própria- a investigar o caso policial. Na apuração de como tudo aconteceu, ele lida com a viúva, uma mulher fatal, um médico, um casal de vizinhos, a sobrinha do morto e até crianças serelepes.
Com tamanha variedade de personalidades, as gargalhadas surgem com muito mais frequência. Até o sumiço de um sorvete entra na acareação dos fatos. Embora o ponta-pé na trama seja um crime, a leveza da montagem se faz pelo texto engraçado e a atuação impecável da dupla que transparece por meio da sintonia perfeita de Octavio e Perticarrari no palco. Outro ponto alto do espetáculo é o cenário com muitos detalhes que contribui com a temática de suspense deixando para a atuação da dupla a dose certa de bom humor.
“Assassinato para Dois”, de Kellen Blair e Joe Kinosian, em montagem brasileira da Morente Forte Produções tem direção de Zé Henrique de Paula ("1984" e "Dogville") e direção musical de Fernanda Maia ("Cabaret dos Bichos"), faz terceira temporada no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, aos sábados, às 18h e domingos, às 19h. Descubra que um monte de bananas ou pinã colada podem ser importantes para a solução de um assassinato. Imperdível!
Foto do Instagram: instagram.com/assassinatoparadoismusical
Serviço:
Espetáculo: "Assassinato para Dois"
Teatro Raul Cortez (513 lugares) - Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - São Paulo
Outras informações: (11) 3254-1631
Bilheteria: terça a quinta das 14h às 20h; sexta, sabado e domingo das 14h até o início do espetáculo.
Aceita todos os cartões de débito e crédito. Não aceita cheque.
Ar-condicionado e acesso para cadeirantes.
Temporada até dia 28 de agosto.Sábados, às 18h. Domingos, às 19h.
Ingressos: R$ 80. Estacionamento no local: R$ 30.
Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/74541/d/145518/s/950420
Ficha Técnica:
Espetáculo: "Assassinato para Dois"
Dramaturgia: Kellen Blair e Joe Kinosian
Direção: Zé Henrique de Paula
Direção musical: Fernanda Maia
Versão brasileira: Anna Toledo
Música original: Joe Kinosian
Letras: Kellen Blair
Elenco: Marcel Octavio e Thiago Perticarrari
Cenário e figurino: Zé Henrique de Paula
Desenho de luz: Fran Barros
Desenho de som: Marcelo Claret
Preparação de atores: Inês Aranha
Assistente de direção: Rodrigo Caetano
Assistente de cenografia: Cesar Costa
Cenotécnico: Pelé
Pintura de arte: Fabin Cenografia
Acervo de objetos de cena: Teatro Núcleo Experimental
Operador de som: Cecília Lüzs
Microfonista: Laura Videira
Operador de luz: Rafael Boese
Contrarregra: Roquildes Junior
Camareira Rhaysa: Silva Chaves
Coordenação de comunicação: Beth Gallo
Assessoria de imprensa: Thaís Peres - Morente Forte Comunicações
Programação visual: Laerte Késsimos
Fotografia: Caio Gallucci
Filmagens e edições para web: Jady Forte
Coordenação administrativa: Dani Angelotti
Assistência administrativa: Alcení Braz
Administrador da temporada: Leonardo Leal
Produção executiva: Martha Lozano
Produtores Associados: Selma Morente, Célia Forte, Eloisa Canton, Bruno Pedemonti e Juan Iacoponi
Leia +:
.: Você pode ler "Murder for Two", o original de "Assassinato para Dois", neste link.
Estreias da semana
Seguem em cartaz no Cineflix Santos
Sala 2
4/8/2022 - Quinta-feira: 14h05 - 16h20
5/8/2022 - Sexta-feira: 14h05 - 16h20
6/8/2022 - Sábado: 14h05 - 16h20
7/8/2022 - Domingo: 14h05 - 16h20
8/8/2022 - Segunda-feira: 14h05 - 16h20
9/8/2022 - Terça-feira: 14h05 - 16h20
10/8/2022 - Quarta-feira: 14h05 - 16h20
Sala 2
4/8/2022 - Quinta-feira: 14h - 15h55
5/8/2022 - Sexta-feira: 14h - 15h55
6/8/2022 - Sábado: 14h - 15h55
7/8/2022 - Domingo: 14h - 15h55
8/8/2022 - Segunda-feira: 14h - 15h55
9/8/2022 - Terça-feira: 14h - 15h55
10/8/2022 - Quarta-feira: 14h - 15h55
Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.
Marcelo Marrom chega aos 50 anos estreando um show de comédia Stand Up e garante: “Estou muito mais maduro no palco”. Essa maturidade é fruto de 35 anos envolvido com arte. Marrom subiu ao palco pela primeira vez com 15 anos para defender uma música de sua autoria em um festival estudantil, onde ficou em segundo lugar. De lá para cá, nunca mais deixou de se apresentar.
Há 15 anos, ele fez uma espécie de migração. Continuou nos palcos, mas se descobriu humorista e a comédia desde então passou a ser seu ganha-pão.
Descoberto pelo grupo Deznecessários em 2007, Marrom ganhou projeção nacional ao integrar o elenco do programa "Altas Horas" (Globo), e também apresentando programas como "Queimando a Roda", uma sátira do "Roda Viva" e "Tá Rindo do Que?", ambos no Multishow.
Novo show: Depois de um longo período abordando temas como racismo, relacionamentos e religião, Marcelo Marrom chega em agosto com um show 100 % novo. O texto é autoral e traz histórias hilárias como a de uma experiência em um safari, um porre que tomou na casa da atriz Tatá Werneck e a trágica demissão do seu primeiro emprego.
Para chegar nesse resultado, Marrom fez uma espécie de laboratório. Foram 25 apresentações de um show de testes de piadas, onde o público ouvia as histórias, dava opinião, interferia fazendo observações e até sugerindo retirada ou permanência dos textos. “Foi uma experiência muito válida, chego para a estreia mais seguro”, diz .
Serviço:
Marcelo Marrom em “A Estranha Mania De Ser Feliz”
Stand-up Comedy.
Local: Teatro Renaissance- 448 lugares.
Endereço: Alameda Santos, 2233 - Cerqueira César Ver endereço no Google Maps
Dia: sábados de agosto, de 06/08 – 27/08 de 2022.
Horário: 21h30.
Duração: 70 minutos.
Bilheteria informações: +55 11 3069-2286
Horário da Bilheteria: Sexta, sábado e domingo, das 14h até o início do espetáculo.
Vendas online: teatrorenaissance.com.br/marcelo-marrom-em-a-estranha-mania-de-ser-feliz
Texto e direção: Marcelo Marrom
Produção: A.M Produções
Observações: Estacionamento no local, vallet do hotel
Para comemorar o Disney+ Day, a série original da Disney e Pixar “Carros na Estrada” será lançada exclusivamente no serviço de streaming em 8 de setembro de 2022. O anúncio foi feito com o novo trailer e pôster da produção.
“Carros na Estrada” acompanha Relâmpago McQueen (voz original em inglês de Owen Wilson e com versão brasileira de Marcelo Garcia) e seu melhor amigo Mate (voz original em inglês de Larry the Cable Guy e com versão brasileira de Mário Jorge Andrade) em uma viagem partindo de Radiator Springs em direção ao leste para encontrar a irmã de Mate. “A série é uma brincadeira por todo o país com Relâmpago McQueen e Mate”, diz o diretor Steve Purcell. “Como qualquer viagem de carro, todo dia é uma nova miniaventura com reviravoltas inesperadas”.
A série original é produzida por Marc Sondheimer e os episódios são dirigidos por Steve Purcell (episódios 1, 2 e 8), Bobby Podesta (episódios 5, 6 e 9) e Brian Fee (episódios 3, 4 e 7). O compositor Jake Monaco criou a trilha sonora dos nove episódios.
O Disney+ Day acontece na quinta-feira, 8 de setembro de 2022, em preparação para a D23 Expo: The Ultimate Disney Fan Event apresentado pela Visa em Anaheim, Califórnia. Em comemoração, o serviço de streaming apresentará experiências especiais para os fãs e assinantes, e lançará novos conteúdos de suas célebres marcas: Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic.
Confira o novo trailer: