Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
.: Os 40 anos do "Coração Paulista" de Guilherme Arantes
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
domingo, 6 de dezembro de 2020
.: Nick Mason volta ao som progressivo dos anos 60 e 70
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
O baterista do Pink Floyd, Nick Mason, decidiu resgatar o som que sua antiga banda produzia essencialmente nos anos 60, quando era liderada por Syd Barrett, além de outras compostas no início da década seguinte. Ele formou em 2018 a Saucerful of Secrets, uma banda inglesa de rock psicodélico e progressivo com o guitarrista Lee Harris. E agora foi lançado um CD duplo gravado ao vivo em Londres com o registro desse projeto, que foi bem recebido pela crítica especializada.
A banda inclui Gary Kemp do Spandau Ballet nas guitarras e vocais e o colaborador de longa data do Pink Floyd, Guy Pratt, no baixo e vocais. Mason disse que o grupo não era uma banda de tributo, mas queria "capturar o espírito" da época; ele enfatizou que Kemp não era um substituto para o vocalista original do Pink Floyd Syd Barrett, que deixou a banda em 1968.
O grupo fez sua estreia ao vivo em maio de 2018 em frente a um público convidado no Dingwalls em Londres, tocando uma seleção de material do Pink Floyd lançado antes de seu álbum de 1973, "The Dark Side of the Moon". Isso foi seguido por três pequenos shows no Half Moon, Putney e uma turnê europeia em setembro de 2018.
"Saucerful Of Secrets Live At The Roundhouse" de Nick Mason é uma gravação ao vivo tirada dos shows esgotados da banda no lendário local de Londres em maio de 2019. Recebendo grande aclamação durante sua primeira turnê, Live At The Roundhouse captura a verdadeira essência de uma banda revivida a música que raramente aparecia nos shows ao vivo do Pink Floyd desde aqueles primeiros dias e algumas das canções que nunca foram tocadas pelo Floyd.
No setlist do show consta "Arnold Layne" e "Vegetable Man" e a jornada psicodélica de "Interstellar Overdrive", além de peças mais suaves "Green Is the Color", "Saucerful of Secrets" de Nick Mason soa como uma banda atual e certamente emocionada por estar revivendo a música que raramente aparecia nos shows ao vivo do Floyd desde aqueles primeiros dias.
"One Of These Days"
"Astronomy Domine"
"Fearless"
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
.: Música: coletânea dupla reúne parte importante da obra de Rory Galagher
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Falecido precocemente em 1995, com apenas 47 anos, o músico irlandês Rory Gallagher deixou um legado importante para o blues e o rock. E agora parte de sua rica obra pode ser conferida em uma coletânea dupla, que reúne sua produção solo e uma faixa da época da banda Taste, que ele integrou no final dos anos 60.
Para quem não conhece, Rory Gallagher é uma referência importante para alguns músicos da atualidade. Joe Bonamassa, por exemplo, sempre cita ele como influência musical importante. E basta ouvir algumas faixas dessa coletânea para se ter certeza disso.
O disco abre com "What´s Going On", gravada na época da banda Taste. Um blues rock bem ao estilo do final dos anos 60, com o power trio básico (guitarra, baixo e guitarra) e os solos mágicos de Gallagher. E segue com "Shadow Play", com um arranjo que deve ter inspirado muito Mark Knopfler no início com o Dire Straits.
As faixas não seguem uma ordem cronológica específica. Mas mesmo assim acabam dando um panorama perfeito da obra desse cara, que chegou a despertar admiração de ninguém menos do que Jimi Hendrix nos anos 60. Essa coletânea inclui "Ghost Blues", de seu último disco de estúdio, lançado em 1990, um blues rock acelerado com oito minutos de duração.
Outro tesouro musical descoberto nessa coletânea é a versão de "Satisfaction" que ele gravou com o veterano Jerry Lee Lewis nas lendárias London Sessions gravadas nos anos 70. Ficou realmente impecável a fusão do piano do Jerry Lee Lewis com acompanhamento do irlandês na guitarra. Bem que podiam liberar outras faixas dessa sessão no futuro.
Se você possui grande parte do catálogo de Rory Gallagher, então você pode não precisar desta lista. Mas se você ainda não o conhece e tem curiosidade de ouvir, vale a pena adquirir essa coletânea dupla com ótima seleção de faixas e uma ordem de execução perfeita. Audição mais do que recomendada.
"Shadow Play"
"Moonchild"
"Follow Me"
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
.: "Homegrown": disco perdido de Neil Young dos anos 70 é lançado em CD
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Um disco gravado por Neil Young nos anos 70 e que acabou sendo deixado de lado pela gravadora naquela ocasião foi redescoberto e finalmente lançado em formato CD. "Homegrown" traz 12 canções, das quais sete nunca haviam sido lançadas, ou seja, trata-se de um verdadeiro tesouro musical.
O disco foi gravado entre junho de 1974 e janeiro de 1975, após o lançamento de "On The Beach" e antes das sessões de "Zuma". E a exemplo desses dois álbuns, as canções tinham material inspirado pelo relacionamento de Neil Young com a atriz Carrie Snodgress, que não vinha atravessando uma fase boa naquele período.
A lista de "Homegrown" ficou pronta e chegou a ser mostrada para os executivos da gravadora. Entretanto, os diretores optaram por lançar outro, o "Tonight´s The Night", engavetando e deixando esquecidas as canções de "Homegrown".
Dessa lista de canções, sete não tinham sido lançadas anteriormente: "Separate Ways", "Try "" México, "" Kansas, "We Don't Smoke It No More", "Vacancy" e "Flórida" (uma narração falada). Também estão incluídas as primeiras gravações de "Love Is A Rose", "Homegrown", "White Line", “ Little Wing "e" Star of Bethlehem "- todas em diferentes versões das quais apareceriam mais tarde em outros álbuns.
É um disco com sonoridade mais focada na música folk, que foi determinante para a formação de Neil Young como músico. Há momentos de pura jam session como a faixa "We Don't Smoke It No More", um blues bem ao estilo original americano.
Neil Young toca solo em algumas faixas (guitarra, piano e gaita) E é acompanhado por uma banda de amigos em outras faixas, incluindo Levon Helm, Ben Keith, Karl T. Himmel, Tim Drummond, Emmylou Harris e Robbie Robertson.
Gravado em analógico e masterizado a partir das fitas master originais, este álbum há muito perdido é uma adição maravilhosa ao catálogo do músico canadense, apontado como um dos mais influentes da história do rock.
"Homegrown"
"Vacancy"
"Separate Ways"
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
.: AC/DC homenageia Malcom Young em novo disco de inéditas
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
sábado, 7 de novembro de 2020
.: Joe Bonamassa condensa influências do blues britânico em novo CD
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
"A Conversation With Alice"
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
.: Camel lança o CD gravado ao vivo em Londres em 2018
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Desde 1991, a banda é independente, lançando álbuns incluindo "Dust and Dreams", "Harbor of Tears e Rajaz" por intermédio de seu próprio selo. Apesar de nenhum novo lançamento em estúdio desde 2002, a banda continua em turnê. Sua música influenciou vários grupos subsequentes, incluindo Marillion e Opeth, só para citar dois exemplos. O jornalista musical Mark Blake descreveu Camel como "os grandes heróis anônimos do rock progressivo dos anos 70".
sábado, 24 de outubro de 2020
.: Walter Trout brilha no blues com CD "Ordinary Madness"
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Veterano no cenário do blues rock, o músico Walter Trout apresenta mais um trabalho com canções ambientadas do blues tradicional. Um trabalho que reflete sua genialidade e talento, com letras que demonstram detalhes de sua vida e as barreiras que teve que superar para chegar até aqui.
Walter Trout pode ser considerado um sobrevivente dessa vida. Durante o final dos anos 60 e 70, ele trabalhou na estrada com Big Mama Thorton, Joe Tex e John Lee Hooker. Na década de 1980, integrou o Canned Heat e a John Mayall & the Bluesbreakers. Ele liderou suas próprias bandas desde 1990 e experimentou ciclos de triunfo, tragédia, álcool e vício em narcóticos, além de se recuperar de um transplante de fígado quase fatal que exigiu duas cirurgias.
"Ordinary Madness" foi produzido pelo colaborador de longa data, Eric Corne, e gravado no estúdio do guitarrista Robby Krieger, fundador do The Doors. São 11 canções com citações de honestidade brutais de infância e traumas adultos, lutas com problemas de saúde mental, emocional e física, deficiências pessoais e muito mais. As letras angustiantes de Trout retratam uma mente observando a si mesma em um ato de autodestruição, frustrada por sua falta de controle.
Impossível apontar uma faixa como a melhor do disco. Walter Trout vai do blues tradicional ao blues rock mais acelerado, como na faixa "Wanna Dance." "Heartland" é uma canção de amor que une guitarras elétricas e acústicas a uma intrincada melodia de rock de raiz atemporal. Em "Make It Right", ele investe no blues funky de Chicago e em vocais comoventes na tentativa de fazer as pazes com sua amada antes que o tempo acabe.
"Ordinary Madness" é muito mais do que um disco de blues. É um trabalho onde Walter Trout se mostra por inteiro em letras com temas angustiantes. Sua profundidade musical e lírica revela uma abundância transbordante de criatividade inquieta. Este álbum é perfeito para o público americano finalmente considerar Trout como um ícone do blues. Os europeus já fizeram isso há décadas.
"Ordinary Madness"
sábado, 17 de outubro de 2020
.: "John Lennon - Gimme Some Truth" é um passeio sobre a obra do artista
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
sábado, 10 de outubro de 2020
.: Luto na música: o adeus de Eddie Van Halen e o que o rock perde sem ele
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
sábado, 3 de outubro de 2020
.: Crítica musical: 50 anos sem a voz mágica de Janis Joplin
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
sábado, 26 de setembro de 2020
.: Crítica musical: Taiguara, 75 anos e a memória da música popular brasileira
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Cinco anos depois do nascimento de seu ídolo, John Lennon, Taiguara Chalar da Silva nasceu no dia 9 de outubro de 1945 no Uruguai. E quis o destino que ele também seguisse uma carreira na música. E mesmo sendo perseguido implacavelmente pela censura no período do governo militar no Brasil, sua obra permanece perene e atual nos dias de hoje.
Mas o interessante é que sua obra segue atraindo a atenção de críticos pela sua riqueza poética e pela característica visionária de sua produção musical. Sim, ele não somente um músico excepcional e um intérprete singular. Também sabia compor canções que traduziam essencialmente a sua visão de mundo ou mesmo de situações cotidianas que vivenciava.
Ele chegou ao Brasil com quatro anos de idade. Filho do músico Ubirajara da Silva e da cantora de tango uruguaia Olga Chalar, acabou seguindo naturalmente a carreira musical. Nos anos 60, participou de festivais de música onde se projetou especialmente como cantor de canções românticas.
Seus discos lançados nesse período são excelentes e comprovam a força de sua mensagem. Os álbuns "Viagem", "Carne e Osso", "Hoje", "Piano" e "Viola e Fotografias" contém momentos brilhantes. Canções como "Universo do Teu Corpo", "Que as Crianças Cantem Livres", "Teu Sonho Não Acabou", "Amanda", "Berço de Marcela" e "Mudou" são verdadeiras obras-primas de nosso cancioneiro.
O que se passou no início dos anos 70 foi uma perseguição sem precedentes da censura, que via nas letras poéticas de Taiguara mensagens subliminares conta o regime do Governo Militar. Ele chegou a gravar um disco chamado Ymira, Tayra, Ipy, que foi recolhido das lojas nos anos 70. Esse disco, apontado como um dos melhores de sua obra, acabaria sendo relançado somente mais recentemente pela gravadora Kuarup.
Toda essa pressão da censura fez com que Taiguara seguisse para um auto-exílio no exterior. E mesmo gravando um disco em inglês – "Let The Children Hear The Music", não conseguiu fazer com que esse álbum chegasse a ser lançado no Brasil.
Quando voltou ao Brasil, passou a ter resgatada sua obra de forma gradativa com shows pelo país. Eu tive o privilégio de conseguir ir em duas ocasiões em suas apresentações em Santos, sendo uma no ginásio da Associação Atlética dos Portuários e outra no Teatro do Sesc. Em ambas recriou de forma magistral seus sucessos e interpretou outras canções conhecidas como "Aquarela do Brasil".
Infelizmente ele faleceria em 1996, em decorrência de um câncer na bexiga. Tinha apenas 50 anos. Mas deixou uma obra incrivelmente rica e que ainda pode e merece ser revivida pelo público amante da boa música popular brasileira.
Parte de sua história pode ser conhecida com mais detalhes no livro "Os Outubros de Taiguara – Um Artista Contra a Ditadura: Música, Censura e Exílio", de Janes Rocha (Editora Kuarup, 128 páginas). Mas não deixe de procurar seus discos nas lojas ou mesmo suas músicas nos serviços de streaming. Certamente haverá alguma canção que poderá te surpreender.
"Universo do Teu Corpo"
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
.: Uma viagem musical aos anos 80 e 90 com a banda Candyman Club
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
sábado, 12 de setembro de 2020
.: Time de astros do rock se reúne para homenagear Ginger Baker
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Uma reunião de lendas do rock clássico subiu ao palco em Londres na noite do dia 17 de fevereiro (antes da pandemia da Covid-19 se espalhar pelo mundo) para celebrar a memoria do baterista Ginger Baker, que faleceu aos 80 anos em outubro de 2019. O evento, que foi registrado em CD duplo, foi idealizado por Eric Clapton, com quem Baker tocou em duas bandas (Cream e Blind Faith) nos anos 60. E serviu para revisitar a obra musical que o músico ajudou a construir e que ainda serve de referência para os que tocam rock pelo mundo afora.
O concerto foi batizado como "Eric Clapton & Friends: A Tribute to Ginger Baker" e aconteceu no Eventim Apollo Hammersmith em Londres. Nele estiveram estavam lendas como Steve Winwood (que formou Blind Faith com Baker, Clapton e Rick Grech), Ron Wood (dos Rolling Stones), Roger Waters (fundador do Pink Floyd) e Nile Rodgers (da banda Chic), Kenney Jones (baterista da banda Faces), Paul Carrack, Chris Stainton nos teclados, o baterista Steve Gadd, e o filho de Baker, Kofi Baker, entre outros.
A importância de Baker na história do rock passa pela sua técnica incrível ao tocar bateria, sempre com uma influência direta da percussão de origem africana e pela sua experiência no circuito do jazz de Londres, que contribuiu muito para sua formação como músico profissional. Ele foi um dos primeiros a usar dois bumbos na bateria, influenciando outros percussionistas de bandas de rock, como Keith Moon, da banda The Who, por exemplo.
O setlist de 15 músicas homenageou a vida de Baker na música. E naturalmente incluiu o trabalho de Clapton e Baker juntos nas bandas Cream e Blind Faith. O número final da noite, a canção Crossroads, permitiu que muitas das lendas da guitarra tivessem a oportunidade de mostrar seus solos. Entre os momentos mais marcantes estão as versões de Badge (com Clapton e Ron Wood nas guitarras), Presence Of The Lord (com destaque para Steve Winwood no vocal) e White Room (com Roger Waters no baixo e Clapton no vocal e guitarra).
Antes de qualquer música ser tocada, um tributo filmado a Baker, com muitos clipes de performances do músico ao vivo foi mostrado na tela grande atrás do palco. Clapton então falou. “Algumas dessas coisas foram há 50 anos, mas parece que foi ontem. Eu costumava chamá-lo de Peter Edward ... e acho que ele está aqui ... em algum lugar".
"White Room"
sábado, 5 de setembro de 2020
.: Coletânea em CD mostra parte da rica obra de Ronnie Lane
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Falecido em 1997, depois de uma longa batalha contra a esclerose múltipla, o músico britânico Ronnie Lane segue sendo uma referência para o rock e o pop produzido entre os anos de 60 e 70. E uma pequena e preciosa amostra de sua produção solo pode ser conferida o CD "Just For A Moment", que reúne canções com forte influência de música folk, música country e Rhythm and Blues.
Para quem não sabe, Ronnie Lane foi um dos integrantes originais do grupo Small Faces nos anos 60, juntamente com Steve Marriott. Depois fundou o The Faces com parte dos músicos do Small Faces e adicionando Rod Stewart no vocal e Ron Wood na guitarra. Só esses dois grupos já serviriam para mostrar a sua importância dentro do rock.
Porém, o fato é que Ronnie Lane continua sendo um enígma na história do rock 'n' roll. Um artista determinado a traçar seu próprio destino e se libertar das demandas do "negócio" da música. Seu senso de desilusão com o estilo de vida do rock 'n' roll o levou a deixar sua banda de enorme sucesso por uma fazenda e uma vida na estrada. Ele criaria uma lendária excursão chamada "The Passing Show", com uma tenda de circo pelo Reino Unido com uma variedade de palhaços, acrobatas e comediantes.
Sua breve carreira solo desperta a atenção, principalmente da crítica. Ele gravou elogiados álbuns em parceria com Pete Townsend (do The Who) e com Ron Wood, além de produzir discos solo acompanhado pelo ótimo grupo Slim Chance.
Essa coletânea foca exatamente na fase pós-bandas (Small Faces e The Faces). Canções doces e densas como a que dá título ao álbum (Just For A Moment), além de The Poacher, Anymore For Anymore, Annie e April Fool atestam que Ronnie Lane foi e continua sendo um dos melhores compositores que o Reino Unido já produziu.
Infelizmente os sintomas da esclerose múltipla começaram a surgir nos anos 80. Seus amigos da música como Eric Clapton, Jeff Beck e Jimmy Page chegaram a promover um concerto beneficente para arrecadar recursos para o tratamento da doença em 1983. Ronnie Lane se mudou para os Estados Unidos em busca de um clima mais favorável para continuar o tratamento. Acabou falecendo em 1997, de uma pneumonia e de complicações provocadas pela doença progressiva.
"Tell Everyone"
domingo, 30 de agosto de 2020
.: Crítica musical: Deep Purple prova que o rock ainda pode ser divertido
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
"Whoosh!" é o nome do vigésimo primeiro álbum de estúdio da mítica banda de rock inglesa Deep Purple, lançado no início do mês de agosto de 2020. E esse novo trabalho apresenta os músicos veteranos totalmente a vontade tocando um hard rock com aquele infalível toque dos anos 70. A formação atual da banda conta com Ian Gillan (vocal), Ian Paice (bateria), Roger Glover (baixo), Don Airey (teclados) e Steve Morse (guitarra). Essa formação aliás vem se mantendo nos últimos anos.
O álbum foi originalmente programado para ser lançado em junho, mas foi posteriormente adiado devido à pandemia de covid-19. Algumas canções do álbum foram lançadas como singles em plataformas digitais, começando com a ótima "Throw My Bones". A instrumental "And the Address" apareceu pela primeira vez como a faixa de abertura do álbum de estreia da banda em 1968, "Shades of Deep Purple". E agora ganha uma nova versão, sendo que o único músico a participar das duas gravações foi o baterista Ian Paice.
Posso citar ainda as faixas "Man Alive" e "The Long Way Round" como outros bons momentos desse novo trabalho. Claro que o vocal de Ian Gillan não é mais o mesmo dos anos 70. Mas ele ainda consegue fazer a banda pulsar com um feeling de fazer inveja a muito vocalista iniciante. E é preciso ressaltar o entrosamento da parte instrumental – com destaque para os solos Steve Morse e Don Airey e a cozinha ritmica sempre eficaz de Glover e de Paice.
Deep Purple é uma banda que dispensa apresentações. Mesmo se você não conheça pelo nome, é bem provável que você já tenha ouvido a música dela em algum lugar. Com uma carreira longa influenciando dezenas de dezenas de bandas, o Deep Purple é uma lenda indiscutível. E em pleno 2020, poderíamos supor que ela já não teria mais o que mostrar de novo. Entretanto, "Whoosh!" é a prova concreta e sonora de que o rock como gênero musical pode e deve ser sempre divertido.
"Man Alive"
"The Long Way Round"
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
.: Entrevista exclusiva: livro conta os bastidores do disco Clube da Esquina
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Já se imaginou ficar frente a frente com seus ídolos da música brasileira e poder organizar e elaborar um trabalho literário voltado para preservar a memória de seu trabalho? Pois foi isso que aconteceu com Andréa Estanislau. Ela organizou a elaboração do livro "Coração Americano", que conta os bastidores da gravação do álbum "Clube da Esquina", capitaneado por Milton Nascimento e Lô Borges e que se tornou um marco na nossa cultura musical popular.
A obra funciona como uma viagem no tempo, mostrando um grupo de músicos amigos que se uniram em torno de Milton e Lô e contribuíram, cada um do seu jeito, na elaboração e concepção dos arranjos e ideias de produção musical. Em entrevista para o Resenhando, Andréa conta como foi a experiência de organizar um trabalho de tamanha importância cultural, hoje em dia contribui para a formação de educadores e inspira músicos de várias gerações. “Para mim o Clube da Esquina é a síntese de uma amizade sincera e da união feliz de talentos natos da nossa música”.
sábado, 15 de agosto de 2020
.: Crítica musical: Beth Hart ganha uma coletânea de hits - Por Luiz Otero
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.