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sexta-feira, 1 de abril de 2022

.: Entrevista com Janes Rocha, autora do livro "Os Outubros de Taiguara"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Resultado de um trabalho intenso de pesquisa e entrevistas com pessoas que conviveram com o cantor e compositor, livro resgata a rica obra musical de Taiguara.

Considerado um dos músicos mais perseguidos pela censura durante o Governo Militar, Taiguara tem sua trajetória contada nas páginas do livro “Os Outubros de Taiguara”, da editora Kuarup. Escrito pela jornalista Janes Rocha, o livro foi resultado de um trabalho intenso de pesquisa e entrevistas com pessoas que conviveram com o cantor e compositor, que faleceu precocemente em 1996, vítima de um câncer agressivo na bexiga.

É possível entender por exemplo como se deu o seu processo de formação na música, a elaboração de canções clássicas e a mudança da carreira, que havia sido iniciada interpretando canções românticas e depois seguiu uma linha poética mais crítica contra a repressão e a diretriz imposta pelo Governo Militar nos anos 70.

Essa postura aliás foi um fator que levou os censores a persegui-lo de forma implacável, a ponto de forçá-lo a um autoexílio no exterior em duas ocasiões. Em entrevista para o Resenhando.com, Janes Rocha conta como foi que surgiu a oportunidade de mergulhar na rica história de Taiguara e como se deu o processo de elaboração do livro.


Como foi que surgiu a oportunidade de escrever esse livro?
Janes Rocha - 
Foi a pedido do jornalista Alcides Ferreira, sócio da editora Kuarup, que detinha os direitos de parte da obra de Taiguara e estava preparando um relançamento de músicas. O livro é parte de um projeto de curadoria e recuperação da obra do artista. Era 2012, eu morava no Rio de Janeiro e vivia de free-lancer. Há algum tempo planejava escrever uma biografia, estudava sobre esse tema como ouvinte em uma disciplina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Alcides me pediu, em princípio, para fazer uma pesquisa no Arquivo Nacional sobre os processos de censura ao Taiguara na época da ditadura civil-militar (1964-1985). Depois do material levantado, ele me perguntou se eu queria escrever o livro, eu topei na hora. Só prá você entender, assim como eu, Alcides é jornalista da área econômica e foi nas coberturas de economia que nos conhecemos, muitos anos atrás, ele pelo Estadão, eu pela finada Gazeta Mercantil. Ele continua nessa área, eu saí, há três anos mudei a área de cobertura, hoje sou repórter de ciência, tecnologia e meio ambiente no Jornal da Ciência, uma publicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).


Qual foi o capítulo que deu mais trabalho na elaboração do livro?
Janes Rocha - 
Não tive mais ou menos trabalho com capítulos específicos. Tudo deu trabalho, a pesquisa, as entrevistas, a organização dos dados, dos documentos. Um grande desafio é encontrar as pessoas que fizeram parte do passado do biografado e convencê-los a falar, principalmente quando o personagem viveu em outra época. Mas essa é uma dificuldade típica do trabalho de pesquisadores e jornalistas. 


Durante a obra de Taiguara, quando foi que o patrulhamento da censura começou a apertar o cerco?
Janes Rocha - 
Conforme relatei no livro, enquanto era um cantor essencialmente romântico, Taiguara não foi incomodado pelo regime militar. Porém, na época dos festivais de música – entre o fim dos anos 1960, início dos 70 -, no contexto da perseguição a outros artistas, quando ele passou a questionar poeticamente a situação ou avançar em temas considerados ofensivos ao moralismo (sexo, drogas), começou a chamar a atenção dos censores do Departamento de Censura e Diversões Públicas (DCDP) da Polícia Federal.


Ao contrário de Simonal, Taiguara não chegou a ser cancelado pela classe artística. Mesmo assim acabou se afastando da mídia. Na sua opinião, por que ele não deu continuidade ao trabalho no Brasil?Janes Rocha - São dois eventos separados da vida dele: as viagens e estadias fora do Brasil e o afastamento da mídia. Taiguara, assim como outros artistas (Geraldo Vandré, Caetano, Gil e Chico Buarque), foi “forçado” a um autoexílio. Coloco entre aspas porque ele não foi preso nem torturado, mas a censura ao seu trabalho, às letras das composições e o clima de perseguição tornou o ambiente irrespirável e ele decidiu partir para a Europa. Em 1974 ele parte para a primeira temporada artística em Londres. Depois ele volta ao Brasil, lança do disco “Imyra, Tayra, Ipy, Taiguara” que foi recolhido pela censura quando já estava nas lojas. Foi um tremendo baque e ele decide partir novamente, dessa vez para a África. Quando ele volta dessa viagem, em 1977, estava bastante mudado e muito politizado. Se engajou na militância política de esquerda, se aproximou muito do Luís Carlos Prestes e ficou nove anos sem lançar discos, sem lançar novas canções, sem se apresentar, em protesto pela censura. Esse foi o motivo do afastamento da mídia. 


Qual foi a importância do maestro Gaya na evolução do Taiguara como músico e intérprete?
Janes Rocha - 
O maestro Lindolfo Gaya foi um grande companheiro e conselheiro. Esteve presente em vários trabalhos de Taiguara: orquestrou o disco “Viagem” (1970) que traz entre suas faixas um dos maiores sucessos de Taiguara, a música “Universo no Teu Corpo”, dirigiu o disco “Piano e Viola” (1972) e regeu a versão final de sua obra prima, o disco “Imyra, Tayra, Ipy, Taiguara” (1975).


"Hoje"

"Universo do Teu Corpo"

"Teu Sonho Não Acabou"



sexta-feira, 25 de março de 2022

.: Música: Colin Hay, com “aquele toque beatle” em novo CD


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Ex-vocalista da banda australiana Men At Work nos anos 80, Colin Hay desenvolve uma interessante e produtiva carreira solo, pontuada por trabalhos com qualidade musical convincente. O mais recente, o álbum "Now and The Evermore", segue nessa linha com o auxílio luxuoso do ex-beatle Ringo Starr, que toca bateria na faixa título.

A ilustre presença do ex-beatle não aconteceu por acaso. Colin Hay já integrou a All Starr Band e deve voltar a tocar na próxima turnê do projeto do ex-beatle. O disco tem uma pegada pop irresistível, com várias faixas com potencial para tocar nas rádios. É uma linha mais soft, um pouco mais distante da sua antiga banda. Sempre mostrando as influências musicais que recebeu, principalmente as dos anos 60.

A faixa título é um dos melhores momentos do disco. E saber que nas baquetas está o Ringo Starr torna a faixa ainda mais especial. Posso citar ainda as faixas "Love Is Everywhere" e "When Does The End Begin" como outros destaques desse novo trabalho. Mas a verdade é que o disco inteiro tem uma forte pegada radiofônica.

Como bem definiu o release do álbum, “Now and The Evermore é uma celebração desafiadoramente alegre da vida e do amor, que insiste em encontrar forros de esperança e motivos para sorrir através dos desafios dos tempos recentes. Isso não quer dizer que o disco se iluda sobre as realidades do nosso mundo moderno, mas sim que ele consistentemente escolhe responder à dor com beleza e à dúvida com admiração”Colin Hay conseguiu produzir um álbum capaz de deixar o ouvinte com alto astral, cheio de vibrações positivas. E isso já é um bom motivo para você conferir o disco.


"Love Is Everywhere"


"Now And The Evermore"


"A Man Without a Name"


sexta-feira, 18 de março de 2022

.: Música: Beth Hart presta tributo ao Led Zeppelin em novo CD


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Considerada um dos talentos promissores como intérprete no cenário internacional pela crítica especializada, a cantora Beth Hart decidiu investir em um projeto antigo: gravar releituras prestando tributo a uma de suas influências musicais mais marcantes: a banda Led Zeppelin. E o resultado ficou acima da média.

A ideia ganhou força em 2019, enquanto ela gravava seu álbum solo, "War in My Mind", com o produtor Rob Cavallo. Durante as sessões de gravação, Beth Hart cantou uma versão de "Whole Lotta Love" do Led Zeppelin. A sua performance impressionou o produtor, que sugeriu a gravação de um álbum inteiro de covers do Zeppelin. Naquela ocasião, a cantora hesitou, dizendo que precisava estar em uma mentalidade específica para cantar essas músicas.

Durante o período pandêmico, Beth chamou Rob Cavallo para o estúdio e colocou em prática a ideia. Foram selecionadas canções conhecidas mais agitadas como "Black Dog", "Good Times Bad Times" e a inevitável (e indispensável) "Whole Lotta Love", que se mesclaram com outras canções mais introspectivas como "Starirway to Heaven" e "Rain Song".

Em todas as faixas Beth Hart esbanja uma energia incrível. Longe de parecer uma cantora cover, ela preferiu trazer as canções para a sua voz forte e característica, evitando assim comparações com as clássicas versões originais. Um exemplo é a versão de "Kashmir", que embora conserve o arranjo original, ganhou uma nova perspectiva na voz da cantora.

Mesmo com uma forte presença orquestral nos arranjos, Beth Hart canta como se estivesse liderando uma banda de bar suada, certificando-se de exorcizar sua raiva. Isso significa que esse álbum traz um hard rock com alto teor de feeling, que surpreenderá de forma positiva até mesmo os fãs que acompanham o seu trabalho.

"Good Times Bad Times"

"Whole Lotta Love"

"Kashmir"


sexta-feira, 4 de março de 2022

.: Eric Gales mostra blues de qualidade no CD "The Crown"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O guitarrista Eric Gales resolveu sair de um hiato musical lançando um disco com temática no blues rock mesclada com outras influências dos anos 60 e 70. Com produção de Bonamassa e de Josh Smith, o disco "The Crown" mostra Gales em excelente forma.

Bonamassa concordou em produzir o álbum numa tentativa de mostrar os talentos e colocar Gales de volta ao posto que ele pertence. O divertido video da canção "I Want My Crown" mostra a dupla "pegando em armas" em um duelo de guitarras simulado em um ringue de boxe. Bonamassa com sua Fender Stratocaster e Gales com sua Magneto Sonnet.

E as 16 faixas do disco mostram que Gales conseguiu atingir o seu objetivo. Na verdade, embora sua base seja o blues, também se nota traços do rock, gospel, soul e funk em sua produção, proporcionando uma mescla musical irresistível para quem curte o estilo.

Além de apresentar os talentos de Gales como guitarrista e cantor, o álbum também destaca suas habilidades de composição. Ele co-escreveu todas as faixas com os produtores Bonamassa e Josh Smith, além de Tom Hambridge, James House, Keb' Mo' e LaDonna Gales, que também contribuíram para uma jornada musical que Gales descreve como sendo “muito emocionante para todos os envolvidos”. Todas as faixas do disco merecem ser destacadas e conferidas. E esperamos que Eric Gales continue com essa mesma pegada no blues rock no seu próximo lançamento.


"I Want My Crown"

"Death Of Me"

"I Found Her"

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

.: "Get Back": o último show dos Beatles, agora em disco


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Na esteira do documentário "Get Back", disponibilizado pelo streaming Disney+, foi lançado em disco o registro da mítica e última apresentação ao vivo dos Beatles. Trata-se do "Rooftop Concert", ocorrido em janeiro de 1969 no telhado do prédio da Apple Corps, empresa fundada pelo quarteto em Londres, na Inglaterra.

Mas os fãs e colecionadores da obra de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr não vão encontrar muitas novidades nesse lançamento. As canções são as mesmas incluídas no álbum "Let It Be".

O ponto interessante é que não há interferência de produtores, como ocorreu no caso do álbum "Let It Be", que contou com a edição de Phil Spector. As canções são mostradas como vieram ao mundo, em versões cruas e sem qualquer tipo de alteração. A única novidade é a versão instrumental curta de "God Save The Queen", que pouco acrescenta ao material apresentado.

O setlist é bem enxuto. Foram executadas "Get Back", "Dig a Pony", "Don´t Let Me Down", "I´ve Got a Feeling", e "One After 909", até a polícia inglesa chegar e pedir para parar o show por conta da confusão no trânsito que estava provocando nos arredores do prédio.

Até ali, apesar dos perrengues que ocorreram durante a elaboração das canções, os Beatles ainda demonstravam um certo entrosamento tocando, com a inclusão do excelente Billy Preston nos teclados. Havia uma vontade de mostrar as canções e ver como o público reagia. Afinal de contas, eles não se apresentavam ao vivo desde 1966, quando então passaram a gravar somente em estúdio.

Mais tarde, ainda em 1969, eles gravaram em estúdio o "Abbey Road" e depois se separaram em 1970. O álbum "Let It Be", lançado também em 1970, é feito justamente com esse material que eles produziram em janeiro de 1969. Foi o último lançado, mas o último gravado por eles em estúdio foi o "Abbey Road".

Ouvindo eles ao vivo nesse "Rooftop Concert", tenho a impressão que a banda caminhava para a elaboração de um tipo de som mais pesado. As canções tinham riffs fortes ("Get Back" e "I´ve Got a Feeling" são bons exemplos). E a coisa se repetiu em várias faixas do "Abbey Road". Esse CD "Get Back (The Rooftop Concert)" vai agradar os fãs e também aqueles que passaram a descobrir o quarteto vendo o documentário produzido e editado por Peter Jackson.


"Don´t Let Me Down"

"Get Back"


"I´ve Got a Feeling"


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

.: Crítica musical: Autoramas apresenta o álbum "Autointitulado"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

O novo álbum da banda de rock Autoramas já chegou em todas as plataformas digitais. Com produção musical dividida por Gabriel Thomaz, Alê Zastrás e Jairo Fajersztajn, o grupo continua mostrando aquele som característico de banda de garagem com um caldeirão de influências musicais.

A banda de rock foi criada em 1998 e atualmente tem na formação, Gabriel Thomaz (voz e guitarra), Érika Martins (voz, miniguitarra, órgão, percussão e theremin óptico), Fábio Lima (bateria) e Jairo Fajersztain (baixo). 

O lançamento estava previsto para 2020, mas não pôde nem ser gravado por conta da pandemia da covid-19. O baixista Jairo, diante dos protocolos de saúde e de funcionamento do mundo da música tomou uma atitude e montou na sua casa em Itatiba, interior de São Paulo, um estúdio para a gravação do álbum, batizado agora de Estúdio Vegetal.  

Em 2021 a banda lançou seu primeiro single “A Cara do Brasil”. A faixa que traz parceria com Rodrigo Lima, do Dead Fish, também ganhou videoclipe no youtube. Na sequência foram lançados a balada “Eu Tive Uma Visão”, uma parceria entre Gabriel e Érika Martins, “Sem Tempo” também com participação do Rodrigo Lima (Dead Fish), “Dia da Marmota” e “Nóias Normais”.

O som da banda mantém o pique dos oito discos anteriores. É um rock com cara de som de banda de garagem com muitas influências musicais, especialmente do punk e das bandas de rock dos anos 60. E vale a pena ser conferido. Mais informações sobre a banda no site oficial www.autoramasrock.com.br.

"Eu tive Uma Visão"

"No Dope"

"Noias Normais"



sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

.: Disco resgata canções geniais e esquecidas de David Bowie


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Por volta do ano 2000, David Bowie fez um dos movimentos mais inesperados em uma carreira repleta deles: ele começou a revisitar algumas das primeiras músicas de sua carreira profissional, a maioria das quais ele havia lançado na adolescência ou no início dos 20 anos. Uma versão de seu quarto single, "Can't Help Thinking About Me", originalmente lançado em 1966, tornou-se um destaque de seus shows ao vivo entre 1999 e 2000.

Mais tarde, ele levou sua banda de turnê para o estudio e regravou mais de uma dúzia de canções para um álbum chamado “Toy” que, devido a complicações com sua gravadora, não foi lançado na época. Muito embora várias músicas tenham sido lançadas separadamente e a coisa toda tenha vazado alguns anos atrás. O produtor e colaborador de longa data de Bowie, Tony Visconti, descreveu o álbum como “um dos melhores trabalhos de David”.

Destaco as faixas "The London Boys" e "Conversation Piece", ambas revestidas com a aura camaleônica de Bowie, além, é claro, da já citada "Can't Help Thinking About Me". Energia pura. O álbum foi lançado pela primeira vez como parte do box "Brilliant Adventure (1992-2001)". E agora o lançamento de 'Toy:Box' foi ampliado em três discos, apresentando tomadas alternativas e gravações despojadas das sessões originais. O mais interessante é que ele não apenas deixou para trás um álbum inédito após sua morte. E sim uma edição expandida completa para ser apreciada nos próximos anos.

"The London Boys"


"Can´t Help Thinking About Me"

 "Baby Loves That Way"


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

.: "Future Past": Duran Duran resgata sonoridade clássica dos anos 80


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Lançado no final de 2021, o novo disco do Duran Duran, ícone do pop britânico dos anos 80, parece resgatar a sonoridade do início da carreira dos músicos. O novo trabalho, intitulado "Future Past", teve colaborações do mítico produtor Giorgio Moroder e de nomes como Mark Ronson (Amy Winehouse) e Erol Alkan.

A banda representa o auge do movimento new romantics nos anos 80, que teve grupos como Spandau Ballet, Classic Nouveaux e Soft Cell, entre outros como expoentes. E esse novo álbum é o primeiro de inéditas dos últimos seis anos. Até então os músicos haviam lançado "Paper Gods" em 2015.

A formação permanece com membros originais, incluindo o vocalista Simon Le Bon, o tecladista Nick Rhodes, o baixista John Taylor e o baterista Roger Taylor. E o som mostra um pouco daquele tempero forte dos anos 80. São músicas que podem ser tocadas em qualquer pista de dança do mundo, assim como os seus antigos hits.

Destaco as faixas "Anniversary" (com clipe feito com sósias de personalidades conhecidas do mundo britânico), "Invisible" e a que deu nome ao disco ("Future Past"). Em todas elas é possível notar que Simon Le Bon não sentiu os efeitos do tempo. Seu vocal continua firme e forte, como sempre foi.

Em tempos de pandemia que infelizmente ainda está muito presente em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, é um alento saber que o Duran Duran continua sua jornada na música e sem hora para terminar. Esse trabalho vai agradar em cheio os fãs do grupo, com toda certeza.

"Anniversary"

"Invisible"

"All Of You"


sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

.: "Stomping Ground": Dion di Mucci grava disco com convidados especiais


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Após o aclamado "Blues With Friends", Dion di Mucci está de volta, mais uma vez com um elenco de estrelas da música em seu novo álbum, "Stomping Ground", lançado recentemente pelo selo Keep the Blues Alive Records (KTBA). Produzido por Wayne Wood e Dion, o álbum foi gravado durante a pandemia e apresenta o veterano pioneiro do rock´n roll em plena forma.

O álbum conta com convidados como Boz Scaggs, Mark Knopfler, Eric Clapton, Peter Frampton, Patti Scialfa, Bruce Springsteen, Billy Gibbons, Keb "Mo", Sonny Landreth, Joe Menza, Mike Menza, Marcia Ball, Jimmy Vivino , Rickie Lee Jones, Wayne Wood, Joe Bonamassa e GE Smith. Também inclui encarte com texto de Pete Townshend, do The Who.

São 14 faixas, a maioria co-escritas por Dion e Mike Aquilina, "Stomping Ground" encontra o veterano em seu autêntico elemento de blues / rock & roll, com músicos famosos se juntando a ele. Um vocalista suave e cheio de alma, Dion abre espaço para os convidados artistas para emprestar seu estilo único a cada música.

Um dos destaques é a faixa "Take It Back", com participação de Joe Bonamassa, da geração mais recente de guitarristas do estilo blues rock. Dion é um artista que permaneceu relevante e inovador da década de 50 até o presente. Em sua adolescência, cantou nas esquinas das ruas do Bronx e em bares locais, reunindo outros cantores, usando suas vozes em vez de instrumentos.

Em 1957 ele formou o Dion and The Belmonts, criando hits no estilo doo-wop e se tornou uma sensação nacional. Posteriormente, sua carreira solo nos anos 1960, 70 e 80 produziu uma série de sucessos, culminando com sua inserção no Hall da Fama do Rock and Roll em 1989.

Ele é citado como uma grande influência de artistas como Bruce Springsteen, Paul Simon, Lou Reed e outros. O álbum "Stomping Ground" serve para consolidar a incrível e contínua jornada musical de Dion.



"Take It Back"

"Dancing Girl"

"Cryin Shame"

sábado, 25 de dezembro de 2021

.: Parceria de Virginie Boutaud com Arrigo Barnabé nos anos 80 é lançada


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Uma fita perdida reencontrada em Paris, surpreendentemente intacta, livre de fungos ou oxidação, registrado a parceria de Virginie Boutaud com Arrigo Barnabé. A gravação de "Sur Une Plage du Brésil", foi feita em 1986 e agora está sendo disponibilizada para audição e compra na plataforma bandcamp.

A aparente mistura inusitada do ícone da música de vanguarda paulista (Arrigo Barnabé) com a vocalista da banda pop Metrô (Virginie) não é tão surpreendente. Durante uma saída da banda, Virginie chegou a trabalhar com Arrigo, vindo daí a sua relação de amizade musical com ele.

Quando os dois ouviram a fita, decidiram retomar o plano inicial: "Vamos lançar estas músicas com todo o carinho que as nossas bossas merecem!", comentaram os compositores. Inédita, com lançamento surpresa neste fim de ano, "Sur Une Plage du Brésil" vai ser o lado A de um vinil a ser lançado em breve pela dupla de compositores e cantores, Arrigo Barnabé e Virginie. Será fabricado no Brasil por Vinil Brasil.

O single foi originalmente gravado no “ Nosso Estudio”, em São Paulo, em outubro de 1986. A gravação contou com um time competente de músicos, incluindo Arismar do Espírito Santo (baixo) e Ulisses Rocha (violão), além do próprio Arrigo Barnabé no piano, teclados eletrônicos e arranjo da canção. O resultado da parceria pode ser conferido na plataforma bandcamp, no seguinte endereço https://virginieboutaud.bandcamp.com/track/sur-une-plage-du-br-sil.



sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

.: Rod Stewart mostra vitalidade no CD de estúdio "Tears Of Hercules"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Com 76 anos e uma carreira pontuada por vários sucessos, Rod Stewart parece disposto a continuar sua trajetória na música. Pelo menos é o que ele demonstra em seu 31º album de estudio, "Tears Of Hercules", lançado recentemente. 
Trata-se de seu primeiro material inédito em três anos. Um disco gravado a moda do vinil antigo, com doze faixas concisas que confirmam o astro britânico como ícone da música internacional.

Co-produzido com o membro de longa data de sua banda, Kevin Savigar, o disco mostra um Rod Stewart bem a vontade com um som de banda de garagem, que remonta ao seu período inicial. Há uma releitura primorosa de "Some Kind Of Wonderful", de Carole King, além canções com temática pop bem ao seu estilo, como "One More Time". Há também um tributo ao ícone Marc Bolan, da banda T-Rex, na faixa "Born to Boogie".

Como de costume, Rod Stewart se dá bem com as baladas Hold On e Touchline, esta última escrita em homenagem ao seu pai. E ainda consegue surpreender com uma maravilhosa versão de "These Are My People" de Johnny Cash. E assim Rod Stewart segue no jogo da música. Mantendo a vitalidade de um jovem no alto de seus 76 anos. E que continue assim por muito mais tempo.

"One More Time"

"I Can´t Imagine"

"Hold On"

domingo, 12 de dezembro de 2021

.: "Canto para Atabaque": o lado musical de Carlos Marighella


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Conhecido pelo ativismo político contra o governo militar nos anos 60, Carlos Marighella, que teve um filme sobre sua trajetória recentemente lançado no cinema, com direção de Wagner Moura, está tendo resgatado também o seu lado como escritor. "Canto para Atabaque", poema de sua autoria, foi musicado por Tiganá Santana, em parceria com o grupo BaianaSystem.

Neste mês, completam-se 110 anos do nascimento de Marighella. E para marcar a data, a atriz Maria Marighella, neta do ativista, convidou inicialmente o baiano Tiganá Santana para musicar um poema de seu avô. O poema escolhido foi "Canto para Atabaque", que cita o lugar do tambor e das africanias na constituição do Brasil. Logo após traduzir em harmonia e melodia as palavras do poema, Tiganá convidou o grupo BaianaSystem e o músico Sebastian Notini para juntos construírem os arranjos e interpretarem a canção,

Homenagear o tambor que protagoniza o texto de Marighella demonstra um simbolismo de dimensão ampla. Considerando o tambor não apenas como objeto-instrumento, mas sim como entidade que nos informa sobre modos de existir no mundo. É como combater o racismo religioso, ir ao encontro de um conjunto negro de saberes que não dissocia estética de política, ética de conhecimento. O atabaque se faz presente na gravação e é essa força presente nos candomblés e nas dimensões de encantamento.

"Canto para Atabaque" vem nesse momento para celebrar, conectar, transcender e aproximar através da arte nossas dimensões humanas. Um encontro de pessoas e gerações que lançam mão do toque dos tambores e da força do verbo para falar de Brasil, de África, de tempo e de espaço. E podemos afirmar que foi uma feliz iniciativa resgatar a obra de Marighella como poeta e escritor.


"Canto para Atabaque"


sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

.: Crítica musical: Voodoo Shyne mostra influência do rock setentista


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

O cantor e compositor paulista Voodoo Shyne está divulgando o álbum "Love, Martyrs & Archetypes". O disco está disponível nas plataformas digitais e traz nove músicas, sendo duas inéditas.

As faixas "Unique", "A Perfect Match", "Love Corrupts Myself to Death", "Instinct in Me", "Through Her Womb", "Fright (People)" e "Promises" já foram lançadas como singles entre 2020 e 2021. E agora ganharam versões remasterizadas no álbum completo. As duas inéditas são a instrumental Trap of Love e A.L.L. Impossível não associar o trabalho de Voodoo Shyne com o rock produzido nos anos 70. As referências são inúmeras, passando por Black Sabbath, T-Rex, Marc Bolan e muitos outros.

As músicas e letras são de Voodoo Shyne, que também faz vocal, baixo, sintetizadores, guitarras e bateria. Estevan Sinkovitz também gravou guitarras, e ainda baixo e violão em Through Her Womb. Ele é integrante da banda Marrero. Eklon Eleutério toca piano em A Perfect Match. 

Essa enxuta cozinha ritmica acaba produzindo um som capaz de convencer o ouvinte que curte hard rock. Faixas como Through Her Womb e Promises estão bem próximas do som dos anos 70. A produção é de Voodoo Shyne e Estevan Sinkovitz. O disco foi mixado e masterizado por Estevan Sinkovitz no estúdio Lichen Ideias Sonoras.

 "A Perfect Match"

"Promises"

sábado, 27 de novembro de 2021

.: Entrevista exclusiva: Maurício Barros apresenta trabalho solo em disco


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Quarenta anos depois de ter fundado o Barão Vermelho, Maurício Barros decidiu mostrar um trabalho solo, que será desenvolvido em paralelo ao da banda. Trata-se do álbum “Não Tá Fácil Prá Ninguém”, que tem parcerias com o pernambucano Otto (na faixa "Abra Essa Porta", o single de divulgação), Arnaldo Antunes (na faixa "Zanzando"), Fausto Fawcett ("Alô, Alô, Humanidade") e Dadi Carvalho ("Como Você Está?"), entre outros. Em entrevista para o Resenhando.com, Maurício conta como foi o seu início no Barão Vermelho e revela como gosta de trabalhar com música. “Sou daqueles que saem do estúdio à noite e, quando chega em casa, ainda ouve novamente o que foi feito”.


Resenhando - Você e o Guto Goffi são apontados como os reais fundadores do Barão. Quais lembranças você tem desse início da banda?
Maurício Barros -
Eu e o Guto estudávamos juntos e ficamos amigos. Tempos depois decidimos montar uma banda e começamos a procurar músicos. Chamei o Dé, um amigo nosso indicou o Frejat e o Guto chamou o Léo Jaime, que não topou, mas indicou o Cazuza. Éramos muito novos. Os ensaios eram na sala da minha casa. Passávamos as tardes tocando. Um bando de garotos. Eu tinha 17 anos, o Dé tinha 16. Cazuza tinha alguns anos a mais, mas também era bem jovem, contrastando com a maturidade de suas letras, como “Down em Mim” e “Todo Amor que Houver Nessa Vida”, que são do nosso primeiro disco, lançado em 1982. Lembro do Cazuza mexendo nas letras e escrevendo deitado no chão. A rapaziada na rua ficava dançando ao som das nossas músicas.


Você chegou a sair da banda no final dos anos 80 para fundar o Buana 4, que emplacou até música em novela da Rede Globo. Por que esse projeto não seguiu adiante?
Maurício Barros -
Pois é, a música “Eu Só Quero Ser Feliz”, foi tema de abertura da novela “Top Model”. Eu cantava e tocava teclados. Era bacana. Gravamos um disco pela EMI-Odeon. Teve clipe no Fantástico e fizemos uma temporada no Teatro Ipanema onde o Barão havia lançado o segundo álbum. Iniciamos a turnê pelo Sul do país e quando chegamos em Porto Alegre, estava todo mundo atordoado, pois o Plano Collor estava sendo anunciado na televisão. Isso afetou bastante o mercado de shows naquele primeiro momento, especialmente para uma banda que estava começando. Depois ficamos sem gravadora e fui convidado a participar da turnê de 10 anos do Barão. Tempos depois o Buana acabou.


A canção "Abra Essa Porta" é o primeiro single desse trabalho solo. Na sua opinião, o que difere esse seu trabalho solo do Barão?
Maurício Barros - Produzi discos do Frejat e o mais recente do Barão Vermelho. Sou autor de alguns sucessos do grupo, como “Por Você” e “Puro Êxtase”, entre outras. “Abra Essa Porta”, e todo o meu álbum, é algo mais pessoal. Sempre achei que essas músicas deveriam ser interpretadas por mim e com uma sonoridade diferente da banda.


Como tecladista, quais foram suas influências principais?
Mauricio Barros -
Rick Wakeman e os tecladistas de rock progressivo, Arnaldo Baptista, Elton John, Jon Lord, Mu Carvalho, Nicky Hopkins, os pianistas de blues/rock’n’roll e Brian Eno, só para citar alguns exemplos.


Como é que atua o Maurício Barros produtor?
Maurício Barros -
Participo da escolha do repertório, o melhor tom e arranjo. Presto atenção nas letras. No estúdio, sempre que possível, procuro trabalhar com técnicos que eu conheça, para não perder tempo. Gosto do Pro Tools e de plug-ins em geral. Faço uso da tecnologia disponível, mas acho fundamental uma boa interpretação, seja do cantor ou instrumentista. Sou daqueles que saem do estúdio à noite e, quando chega em casa, ainda ouve novamente o que foi feito. Participo da mixagem e fico atento aos detalhes.


Ainda no single "Abra Essa Porta", você mostra um bom potencial como intérprete. Foi difícil encarar o vocal principal ou o processo se deu naturalmente?
Maurício Barros -
Eu já cantava no Buana 4. Também cantava algumas músicas nos shows da Midnight Blues Band e cantei em duas músicas no disco “Viva” do Barão. Portanto, acho que foi natural. Gosto de cantar. Fiz aulas de canto há alguns anos atrás. Por ser autor das músicas, fico mais à vontade pra cantar.


Quais são os seus planos?
Mauricio Barros -
Quero mostrar o meu som. O trabalho de divulgação está sendo feito. Gravei um clipe e vou colocar vários conteúdos no meu canal do YouTube para quem quiser saber mais sobre o álbum. Em 2022, estarei com o Barão na turnê comemorativa de 40 anos do primeiro disco. Mas, eventualmente, posso fazer alguns shows do meu trabalho solo. Tenho várias músicas que não entraram no álbum. Por isso, a ideia é dar seguimento ao meu trabalho em paralelo ao do Barão Vermelho.


Maurício Barros - "Abra Essa Porta" [feat. Otto]



sábado, 20 de novembro de 2021

.: Céu mostra seu lado intérprete no CD "Um Gosto de Sol"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Revelada em uma nova boa safra de cantoras/compositoras que surgiu nos últimos anos, Céu decidiu lançar um disco para mostrar de forma efetiva o seu lado intérprete. O CD "Um Gosto de Sol" traz apenas composições de outros autores de várias épocas. O trabalho foi muito bem produzido e dá uma noção de parte de suas influências musicais.

Seu tipo de interpretação, mais focado no estilo cool, se encaixou perfeitamente nas canções escolhidas. Ela resgata pérolas da dupla Antonio Carlos e Jocafi (o samba "Teimosa"), Ismael Silva ("Ao Romper da Aurora"), Milton Nascimento (U"m Gosto de Sol", que deu título ao disco), "Rita Lee" ("Chega Mais"), Morris Albert ("Feelings"), Jimi Hendrix ("May This be Love") e Grupo Revelação (o samba "Deixa Acontecer"). Traz também alguns nomes mais recentes, como Fiona Apple (a canção "Criminal") e Beastie Boys ("I Don´t Know"), entre outros.

O resultado dessa aparente salada musical ficou acima da média. Céu não precisou usar a voz com todas as forças para interpretar as canções escolhidas . Está longe de ser um disco de crooner, porque ela preferiu dar a sua versão pessoal das melodias já consagradas. E esse foi o principal acerto dela, além da caprichada produção musical, que conseguiu preencher os espaços de uma forma competente.

A canção "Um Gosto de Sol", escolhida para dar título ao trabalho, é o momento mais emocionante do disco. Muito por conta da força da música mágica de Milton Nascimento, o nosso eterno Bituca. Resgatar a faixa do álbum "Clube da Esquina", que está prestes a completar 50 anos em 2022, foi uma sacada sensacional. No final, o ouvinte fica com aquele gosto de quero mais. Espero que Céu decida produzir algo parecido novamente no futuro. Porque esse trabalho ficou muito acima da média. Vale a pena conferir.

"Chega Mais"

"Um Gosto de Sol"

"Deixa Acontecer"

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

.: ABBA: De volta para o futuro com "Voyage", continuação de 40 anos atrás


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

E o que parecia cada vez mais distante acabou acontecendo. Para alegria dos fãs espalhados pelo mundo, os integrantes do grupo sueco ABBA lançaram um novo álbum, intitulado "Voyage". Um trabalho que representa uma continuação do ponto em que eles haviam parado há 40 anos, com o disco "The Visitors".

"Voyage" é o nono álbum de estúdio do ABBA. É o primeiro do grupo com novo material em 40 anos. Contém 10 canções compostas pelos compositores do ABBA, Benny Andersson e Björn Ulvaeus. E interpretadas pelas cantoras Agnetha e Frida.

O álbum contou com um single duplo,  "I Still Have Faith in You" e "Don't Shut Me Down", lançado junto com o anúncio inicial do álbum feito em setembro deste ano. As canções não chegam a grudar nos ouvidos como os antigos hits. Mas soam muito agradáveis para os fãs, ainda que as vozes de Agnetha e Frida já não tenham a profundidade que tinham nos anos 70 e 80. Entretanto quando as duas cantam juntas, o ouvinte tem a certeza que essa é a marca registrada do ABBA.

Talvez a faixa mais próxima dos antigos hits seja "When You Danced With Me". Mas é certo que todas têm aquela marca registrada de música pop do ABBA. Ao ouvir o disco, parece até que entramos naquela máquina do tempo do Marty McFly e retornamos para os mágicos anos 80, como no filme "De Volta para o Futuro".

ABBA havia se separado em 1982. E desde então o interesse renovado pela banda cresceu. Principalmente a partir da década de 1990, após o sucesso mundial de seu álbum de maiores sucessos "ABBA Gold", o musical baseado no "ABBA Mamma Mia!" e o filme subsequente de mesmo nome, além do uso de suas canções em algumas outras trilhas sonoras de filmes, como "O Casamento de Muriel" e "Priscilla, a Rainha do Deserto".

Em 2000, eles teriam recusado uma oferta de US $ 1 bilhão para tocar novamente. Em 6 de junho de 2016, no entanto, o ABBA se reuniu informalmente para cantar a canção "The Way Old Friends Do" em uma festa privada em Estocolmo. Isso motivou os integrantes a uma reunião mais formal. Dois anos depois, em abril de 2018, eles anunciaram que haviam gravado duas novas canções.

A princípio, "Voyage" deve ser o último trabalho do grupo. Pelo menos foi o que Benny e Bjorn disseram durante o lançamento do disco. Entretanto, os fãs ainda mantém a esperança de que eles se motivem a lançar algo novo nos próximos anos.  Quem sabe? Vamos aguardar.

"I Still Have a Fatih Of You"

"Don´t Shut Me Down"



sábado, 30 de outubro de 2021

.: Campanha visa garantir a segunda edição do livro Coração Americano


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Uma campanha lançada pela plataforma de financiamento coletivo Catarse visa garantir a segunda edição do livro "Coração Americano", que revela os bastidores da gravação e produção do álbum "Clube da Esquina". A obra musical atemporal de Milton Nascimento e Lô Borges que em 2022 completará 50 anos.

Organizado por Andrea Estanislau, o livro mostra a história do álbum Clube da Esquina contada por seus protagonistas, destacando Milton Nascimento como a figura central, o aglutinador que possibilitou a realização desse projeto coletivo.

Fotos raras compõem o livro e são uma espécie de volta ao tempo para os fãs. E funciona como uma descoberta mágica para as novas gerações que só ouviram falar das reuniões iniciadas na famosa esquina das ruas Paraisópolis e Divinópolis, no bairro de Santa Teresa, em Belo Horizonte.

A publicação tem ainda textos de Fernando Brant, Márcio Borges, Ronaldo Bastos, Lô Borges, Tavito, Toninho Horta, Chico Amaral, Bernardo Novais da Mata Machado e Rodrigo James. Trata-se de um documento que mostra um dos marcos da nossa música popular, com uma obra atemporal e que ainda influencia várias gerações de músicos.

Quem quiser colaborar com a campanha de financiamento pode acessar a plataforma de financiamento no endereço https://www.catarse.me/livro_coracao_americano_2a_edicao  


"Tudo o que Você Podia Ser"

"Trem Azul"

"Nada Será Como Antes"


sexta-feira, 22 de outubro de 2021

.: Música brasileira: Fernando Falks lança o single "Sob o Céu"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

O cantor e compositor Fernando Falks está divulgando o single "Sob o Céu", que está disponível nas plataformas digitais e em um videoclipe no YouTube. O trabalho atual, assim como os singles anteriores, segue uma linha pop rock, com uma letra inspirada nos efeitos que o tempo proporciona em nossas vidas.

A ideia para compor a música tem 12 anos, quando nasceu o primeiro filho do compositor. Segundo ele, no início, a canção parecia fazer parte de um trabalho para crianças. Porém, quando a ideia do arranjo foi amadurecendo, com a inclusão do órgão hammond e da guitarra slide, a linha pop rock acabou prevalecendo, deixando a canção com um ar setentista.

Fernando Falks cita o Black Crowes como uma influência importante nesse trabalho, que também apresenta alguns ecos de Guilherme Lamounier, na época de seu segundo disco solo (de 1973), que também apresentava um som com tendência para o folk.

A linha do Hammond foi criada e gravada por Fábio Ribeiro, primeiro tecladista do Angra e atual Shaman.  A guitarra slide foi gravada pelo músico Marcos Ottaviano,  que já tocou com Ronnie Wood, guitarrista dos Rolling Stones e B.B. King. O projeto da capa do single foi feito pelo designer de interiores Jacomo Botter, padrinho do filho de Falks.

Além de "Sob o Céu", Falks já lançou as canções "Brancos Pelos", "Isso É o que Importa", "Depois de Ontem", "Florescer" e "O Circo". Todas com uma temática focada no pop rock dos anos 80, predominantemente.

Fernando Falks - "Sob o Céu"



sexta-feira, 15 de outubro de 2021

.: Há 50 anos, Led Zeppelin alcançava outro patamar no rock


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

A banda britânica Led Zeppelin lançava há 50 anos o álbum que se tornaria o marco divisor de sua carreira. Intitulado apenas como "Led Zeppelin IV", o quarto lançamento do grupo trazia um som coeso e incrivelmente bem produzido, mostrando hits que se transformaram em verdadeiros clássicos do rock nas décadas seguintes.

Para entender o contexto, a banda já havia lançado três álbuns com alguns bons momentos. Mas ainda não havia convencido por completo a crítica. O maior hit desse período era "Whole Lotta Love", que conseguiu atingir as paradas nos Estados Unidos.

No terceiro álbum, lançado em 1970, Robert Plant (vocal), Jimmy Page (guitarras), John Paul Jones (baixo, teclados) e John Bonhan (bateria) buscavam produzir um som mais acústico, influenciado pela música folk e por outros estilos em alta no pop na época. Eles ocuparam uma casa no País de Gales para compor essas canções e as do famoso quarto álbum.

Essa busca por um som mais puro, sem abandonar por completo as guitarras, resultou na criação de canções memoráveis. O disco abre simplesmente com "Black Dog", que possui um dos riffs mais matadores do rock e com o vocal de Plant elevado na última potência.

Depois segue com "Rock´n Roll", um tributo aos pioneiros desse estilo musical. E na sequência segue a acústica "The Battle Of Evermore". Depois vem "Stairway to Heaven", talvez a canção mais emblemática da história do Led Zeppelin, com um trabalho sensacional de Page na guitarra.

As canções seguintes "Misty Mountains Hop", "Four Sticks", "Going To California" e "When The Leeve Breaks" complementam o disco de forma brilhante, com destaque especial para "Going to California" e o trabalho de John Paul Jones com o mandolin.

Apesar de ter uma capa sem menção direta ao nome da banda, o álbum acabou sendo um dos mais vendidos da carreira do grupo, alcançando a marca de 37 milhões de cópias. A popularidade da banda ampliou ainda mais, subindo para patamares mais altos nos anos seguintes.

A trajetória do grupo teve fim em 1980 com a morte acidental de John Bonhan, que teve uma asfixia provocada por vômito depois de ingerir uma quantidade considerável de bebida alcóolica. Os três remanescentes se reuniram algumas vezes em apresentações esporádicas nos anos seguintes, mas sem uma perspectiva segura de produzir algo novo.

"Rock And Roll"

"Black Dog"

"Stairway To Heaven"


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

.: Entrevista: Dadi Carvalho mostra seu lado autoral no CD "Todo Vento"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Ele foi integrante de um dos grupos mais emblemáticos dos anos 70 (Novos Baianos). Já tocou com vários artistas e bandas e é considerado um dos melhores baixistas da atualidade. Agora, o músico Dadi Carvalho, apresenta "Todo Vento", o seu quarto disco de carreira solo, que reforça cada vez mais o seu lado autoral e com parcerias de nomes como Arnaldo Antunes, Rita Lee e Fausto Nilo. Em entrevista para o Resenhando, ele conta como se deu o processo de criação do disco e relembra algumas passagens da sua carreira musical. “Me sinto um cara privilegiado por ter convivido e tocado com tanta gente boa”.


Resenhando – Não poderíamos começar a entrevista sem perguntar do grupo Novos Baianos. Foi sua primeira experiência profissional séria?
Dadi Carvalho - Com certeza foi. Antes eu tinha tocado em bandas de rock, já influenciado pela música dos anos 60. Em especial, Jimi Hendrix, Beatles e outras bandas. Ai veio os Novos Baianos com aquela proposta de fazer uma música brasileira de uma forma diferente. Ver o Moraes Moreira compondo aquelas maravilhas de música era muito bom. Na banda estava o Pepeu Gomes. Temos a mesma idade e gostávamos das mesmas bandas. Ele era louco pelo Hendrix. Nós ensaiávamos o dia inteiro, mas era algo até natural. Foi uma experiência fantástica.


Resenhando – Um pouco mais tarde você fundou A Cor do Som com o irmão (Mu Carvalho) e mais os músicos Armandinho, Ary e Gustavo. Foi ideia do Moraes Moreira mesmo ou é só lenda?

Dadi Carvalho - Moraes foi um grande incentivador da Cor do Som, assim como o Caetano Veloso. Inicialmente foi uma banda pensada para fazer mais música instrumental. Todos eram e ainda são grandes músicos. Mas de uma certa forma, cantar as canções acabou abrindo as portas para muitos sucessos que gravamos nos anos 70 e 80. Temos nos encontrado e feito alguns shows há alguns anos.


Resenhando – E como foi que você acabou entrando no Barão Vermelho nos anos 90?
Dadi Carvalho - O Dé Palmeira decidiu sair da banda e então o Frejat acabou me convidando. Antes de aceitar, falei com Dé, que acabou aprovando a minha entrada. Participei da gravação do disco Na Calada da Noite, o que deixou bastante orgulhoso e cheguei a tocar ao vivo. Eu saí um pouco depois, para participar da banda do Caetano Veloso naquela época. No meu lugar entrou o Rodrigo Santos, que também era e ainda é um baita músico. Deu tudo certo para o Barão e prá mim também.


Resenhando – Nesse seu novo disco, você parece querer reforçar o lado autoral. Houve essa necessidade?
Dadi Carvalho
 - É que depois de tocar com tanta gente boa, você acaba querendo mostrar coisas suas. É algo até natural para o músico. O Arnaldo Antunes fez algumas letras para canções que fiz. Tem parceria também com Fausto Nilo, o Ronaldo Bastos e outra muito especial com a Rita Lee. Então, essas parcerias ajudaram a fortalecer meu lado autoral, com certeza. Aprendi e aprendo muito com todas essas parcerias.


Resenhando – E quais são seus planos para o futuro?
Dadi Carvalho - Eu trabalhei recentemente com a Marisa Monte e há uma perspectiva de tocar ao vivo com a banda dela. Vou continuar divulgando o Todo Vento e continuamos com A Cor do Som sempre que for possível conciliar com os projetos individuais de cada integrante.


"Pela Praia e Pela Lagoa"

"Os Olhos Dela"

"Lady Girl"

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