terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

.: Crítica: "Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo" e relações conturbadas

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em fevereiro de 2023


Bizarrices inimagináveis que promovem viagens pelos multiversos dos vários "eus" de uma mulher que vive atarefada e é extremamente séria, a imigrante chinesa Evelyn Quan Wang (Michelle Yeoh). Indicado ao Oscar 2023 com 11 nomeações, a ficção científica cômica "Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo", em cartaz no Cineflix Cinemas, vai além do que parece ser uma versão humana da temática tão trabalhada nos recentes filmes de heróis da Marvel. 

Em 2h19 de filme, Evelyn evolui a cada fracasso uma vez que, por meio de uma rachadura entre mundos, encontra uma cantora e uma atriz de sucesso, uma praticante de artes marciais, uma cozinheira que batalha por destaque ao lado do talentoso Chad -comandado por um guaxinim- e muitas outras versões de si. Logo, com tantas possibilidades, Evelyn precisa conhecer o verdadeiro "eu", de sua pior versão que é filha, mãe, esposa e responsável por uma lavanderia com dívidas ao lado do marido. 

Surpreendente por trazer a conhecida como a maior "Scream Queen" (Rainha do Grito) da história, Jamie Lee Curtis no posto de uma "monstra humana", o longa ainda faz referências a filmes dramáticos como "Toda Forma de Amor" e "Sempre em Frente", mas também a "Titanic". Como não perceber a similaridade, inclusive na iluminação de cena, quando o pretendente de Evelyn, Waymond Wang (Ke Huy Quan) a espera no topo da escada, tal qual acontece com Jack e Rose? 

Há ainda uma versão alternativa para a animação clássica da Disney "Ratatouille", sendo o protagonista substituído por um guaxinim. É então que Harry Shum Jr. (Mike Chang de "Glee") brilha como Chad. Em "Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo" as pedras falam a ponto de rolarem, homenageiam os musicais de Bollywood, sobrando espaço ainda para a cena clássica dos macacos de "2001 - Uma Odisseia no Espaço".

Embora seja rápido e cheio de cenas de ações, o longa trata as relações conturbadas de Evelyn, mostrando o quão Michelle Yeoh é camaleoa. Seja com o pai que a rejeita desde o nascimento, o marido atencioso, mas que quer o divórcio e a filha incompreendida, de quebra, inclui um desafeto com a auditora Deirdre Beaubeirdre (Jamie Lee Curtis). Seguindo o título, "Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo" é cheio de acontecimentos, porém tudo é dividido em três partes.

"Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo" é um filme empolgante, mas muito cativante. Enquanto trata a moderna temática do trânsito entre multi dimensões, no elenco há dois atores que marcaram os anos 80 e, principalmente, a Sessão da Tarde nos anos 90. James Hong, que é o vovô Gong Gong, já brilhou em "Os Aventureiros do Bairro Proibido"Ke Huy Quan que interpreta Waymond Wang, o marido de Evelyn, foi um dos garotos de "Os Goonies""Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo" é um filmaço para se ver e rever. Imperdível!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


Filme: "Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo" ("Everything Everywhere All at Once")
Gênero: aventura, ficção científica
Classificação: 14 anos
Ano de produção: 2022
Direção: Daniel Kwan, Daniel Scheinert
Roteiro: Daniel Kwan, Daniel Scheinert
Duração: 2h19m
Elenco: Michelle Yeoh (Evelyn Quan Wang), Ke Huy Quan (Waymond Wang), Stephanie Hsu (Jobu Tupaki, Joy Wang), Jamie Lee Curtis (Deirdre Beaubeirdre), James Hong (Gong Gong), Jenny Slate (Debbie the Dog Mom), Harry Shum Jr. (Chad) 

Trailer




Leia +

.: A incrível história de António Salazar, o ditador que morreu duas vezes


O livro "A Incrível História de António Salazar, o Ditador que Morreu Duas Vezes", de Marco Ferrari, gira em torno de uma narrativa inacreditável sobre as quedas do ditador português - da cadeira, do poder e da vida. Durante mais de 30 anos - a mais longa ditadura europeia -, António Salazar comandou Portugal com mão de ferro. Lançado pela editora Todavia, o livro tem tradução de Vasco Gato.

Por meio de sua polícia política, perseguiu adversários, silenciou críticos e colocou o país sob uma atmosfera de violência e terror. Em 1968, dois anos antes de sua morte, Salazar sofreu um acidente doméstico e ficou impossibilitado de governar. Sua figura exercia tanto medo que seu gabinete jamais contou a Salazar que ele havia sido destituído. 

Neste trabalho de pesquisa, Marco Ferrari reconstrói os dois anos em que Salazar viveu como governante sem o ser, e que incluía agenda de eventos, um jornal impresso especialmente para ele e entrevistas falsas para a TV e o rádio. Ao explorar esse episódio obscuro da história de Portugal, Ferrari restitui também a luta daqueles que combateram o regime salazarista e os meandros de um governo autoritário que perseguiu e matou milhares de pessoas. Compre o livro "A Incrível História de António Salazar, o Ditador que Morreu Duas Vezes" neste link.


Sobre o autor
Marco Ferrari nasceu em La Spezia, Itália, em 1952. Além do trabalho jornalístico, escreve ensaios e romances. É também autor de "Alla Rivoluzione Sue Due Cavalli". Garanta o seu exemplar de "A Incrível História de António Salazar, o Ditador que Morreu Duas Vezes" neste link.

.: "O Mundo do Avesso": livro ajuda a entender melhor o conspiracionismo


“Tal enunciado é fato ou ficção, original ou cópia? Quem é agente e quem é paciente, ação e reação? Tal comportamento é espontâneo ou manipulado, público ou privado? A intenção dessa pessoa é autêntica ou espúria? Em quem posso confiar?”

Uma pergunta brotou na cabeça de muitos brasileiros nos últimos meses: como esse familiar, a querida tia Bete ou o simpático avô Oswaldo, até então inofensivos, se tornaram pró-armas, antiminorias, protofascistas, golpistas e agora estão presos por atividade terrorista? Em que momento a chave virou? Como trazê-los de volta à realidade? Conheça "O Mundo do Avesso - Verdade e Política na Era Digital", de Letícia Cesarino.

Em um mundo onde a internet se tornou massivamente disseminada, tornando-se a principal arena de comunicação política em diversos países, essas perguntas que fazemos no dia a dia são indícios da ascensão de processos como populismo, pós-verdade, negacionismo e conspiracionismos. A antropóloga Letícia Cesarino oferece aqui uma perspectiva inovadora para ler esses fenômenos, comumente explicados por causas políticas, econômicas ou conjunturais. 

Uma nova leitura da cibernética de Gregory Bateson permite ver esses processos em sua dimensão técnica, como um sistema que funciona por dinâmicas de estabilização, crises, inversões, polarizações e novas reorganizações, demonstrando a complexidade por trás da recente digitalização da política e da verdade. Garanta o seu exemplar de "O Mundo do Avesso - Verdade e Política na Era Digital" neste link.

.: "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" lidera as indicações ao Oscar


Atendendo a pedidos do público, o filme "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" ("Everything Everywhere All at Once") volta aos cinemas brasileiros e está em cartaz na rede Cineflix Cinemas. Destaque no Oscar® 2023 com 11 indicações, o longa-metragem está na disputa pelos prêmios de Melhor Filme, Melhor Atriz (Michelle Yeoh), Melhor Diretor (Daniel Kwan e Daniel Scheinert), Melhor Roteiro Original (Daniel Kwan e Daniel Scheinert), Melhor Figurino (Shirley Kurata), Melhor Montagem (Paul Rogers), Melhor Ator Coadjuvante (Ke Huy Quan), Melhor Atriz Coadjuvante (Jamie Lee Curtis e Stephanie Hsu), Melhor Trilha Sonora Original (Son Lux) e Melhor Canção Original (‘This Is A Life’). 

"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" é sucesso na temporada de premiações. O filme levou os prêmios de Melhor Atriz Comédia ou Musical (Michelle Yeoh) e Melhor Ator Coadjuvante (Ke Huy Quan) no Globo de Ouro® 2023. Já no Critics Choice Awards, conquistou as estatuetas de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Ke Huy Quan), Melhor Diretor (Daniel Kwan e Daniel Scheinert), Melhor Montagem e Melhor Roteiro Original. 

Produzido pelos irmãos Anthony e Joe Russo com a chancela da A24,  "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" tem direção de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, conhecidos como Daniels. Cheio de ação e humor, o filme conta a história de Evelyn Wang (Michelle Yeoh) uma mulher que se envolve por acaso em uma aventura multidimensional que coloca o destino de todos os universos em suas mãos - e também a faz questionar quem ela é para si mesma e sua família.

Os críticos de cinema do portal Resenhando.com assistem as estreias dos filmes no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. Confira os dias, horários e sinopses dos filmes para você ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do cinema. Programação do Cineflix em outras localidades neste link ou no app Cineflix.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

.: Crítica: “Os Banshees de Inisherin” trata fim de amizade e faz refletir

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em fevereiro de 2023


Um lugar de natureza exuberante, visual belíssimo, mas de vida ingrata aos moradores. Assim é a isolada ilha fictícia de Inisherin, de 1923, durante a Guerra Civil Irlandesa em “Os Banshees de Inisherin”. Em cartaz no Cineflix Cinemas, o longa dirigido por Martin McDonagh, apresenta as consequências da separação entre o pacato Pádraic Súilleabháin (Colin Farrell, "The Batman" e "Por Um Fio") e seu ex-amigo Colm Doherty (Brendan Gleeson, "Harry Potter e a Pedra Filosofal" e "Tróia").

Segundo Pádraic era mais um dia comum. Assim, fez um longo caminho até a casa de Colm para, juntos, irem ao bar local onde beberiam e jogariam conversa fora. No entanto, enquanto o amigo de longa data o chama pelo lado de fora da casa, Colm o ignora solenemente. Sem entender, Pádraic segue o caminho sozinho o que causa estranhamento entre os moradores. Aconselhado pelo atendente, volta até a casa de Colm para reforçar o chamamento, porém a amizade entre os dois jamais seria a mesma.

Colm, por estar velho, acredita que escantear Pádraic é a melhor saída para conseguir evoluir e compor músicas para a posteridade, tal qual Mozart, por exemplo. Em pouco tempo, a quebra da amizade dos dois vira o centro das atenções naquele lugar ermo. Entretanto, ao buscar respostas para a mudança brusca de Colm e tentar -de todas as formas- reatar a amizade, os limites são quebrados e o drástico ganha espaço, ainda que a doce Siobhán Súilleabháin (Kerry Condon), irmã da Pádraic tente equilibrar o empasse.

Todo o amargor do local bucólico -que garante um belíssima fotografia- ainda é reforçado na figura do jovem Dominic Kearney (Barry Keoghan, "Eternos"). Sem conseguir ambicionar um futuro diferente ou receber qualquer motivação, o rapaz ainda é oprimido pelo pai guarda local que se acha acima da lei e, portanto, faz o que bem entende, inclusive puni Pádraic. Eis Peadar Keoghan (Gary Lydon), o minucioso retrato dos representantes que deveriam vigiar pela população e não praticar seus próprios desejos saindo impunimente.

O drama “Os Banshees de Inisherin” pode ser um filme sem muita ação, mas consegue ter a leveza do texto cômico, além de um elenco talentoso composto por Colin Farrell, Brendan Gleeson, Kerry Condon e Barry Keoghan. De fato, o longa de 1h 54 provoca o público a refletir sobre os vieses do comportamento humano. Ainda que somados 100 anos de distância, entre a população ali retratada para a sociedade ultra moderna de hoje, é claro que a vida é um ciclo repetitivo e que ao avançar, segue trilhando vícios. “Os Banshees de Inisherin” é imperdível!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


Filme: "Os Banshees de Inisherin" ("The Banshees Of Inisherin")
Gênero: comédia, drama
Classificação: 16 anos
Ano de produção: 2022
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan, Steve Desmond, Michael Sherman
Duração: 1h54m
Elenco: Colin Farrell, Brendan Gleeson, Kerry Condon, Barry Keoghan

Trailer





Leia +

.: Crítica: "Eternos" é a continuação de um universo com novos super-heróis

.: "Eternos": Curiosidades sobre novo filme Marvel. Se liga!

.: A continuação do livro que deu o Pulitzer para Elizabeth Strout


Em março, a Companhia das Letras lança "Mais Uma Vez, Olive", de Elizabeth Strout. O livro traz de volta a protagonista que deu o Pulitzer de ficção em 2009 para a autora, com a publicação de "Olive Kitteridge". O título foi adaptado em 2014 para uma minissérie da HBO, que venceu oito prêmios Emmy – incluindo os de melhor série limitada, direção, atriz (Frances McDormand), ator (Richard Jenkins), ator coadjuvante (Bill Murray) e roteiro. A tradução brasileira é assinada por Sara Grünhagen.

Sucesso de vendas, "Mais Uma Vez, Olive" tornou-se um best-seller do jornal The New York Times imediatamente após sua publicação em outubro de 2019. O título foi escolhido para o Clube do Livro da Oprah. “Quando soube que Elizabeth Strout havia escrito um segundo livro com Olive no centro, fiquei preocupado que o tempo pudesse ter suavizado suas arestas. Não. Olive é mais velha e mais sábia, mas rabugenta como sempre, e ela ainda me faz rir alto e chorar em reconhecimento e empatia. Eu me apaixonei por Olive não apesar de seus defeitos, mas por causa deles”, disse Oprah sobre o romance.

Assim como no primeiro livro, "Mais Uma Vez, Olive" traz 13 histórias interligadas sobre essa figura que se consagrou, justamente, por subverter o papel tradicional de protagonista. Olive está sempre insatisfeita com tudo e não poupa ninguém de seus comentários ácidos e de sua visão de futuro extremamente pessimista. Continuando de onde Olive Kitteridge parou, o livro segue a próxima década da vida de Olive, a incansável e teimosa personagem que conquistou milhares de leitores ao redor do mundo.

Crosby, uma pequena cidade do Maine, não é conhecida como um lugar cheio de acontecimentos. Contudo, ao acompanhar as histórias das pessoas que moram ali, é possível vislumbrar um mosaico universal do desejo e da fraqueza humana. No centro desta observação está Olive Kitteridge, uma senhora direta, rabugenta e absolutamente engraçada que segue nos surpreendendo com seu humor e sua humanidade singulares.

Professora de matemática aposentada e viúva, Olive é o fio condutor das histórias que compõem esse romance único, inspirador e distante do sentimentalismo. Sua empatia e franqueza são o ponto de partida para se analisar como é possível lidar com a dor e a felicidade alheias enquanto ainda estamos sofrendo. "Mais Uma Vez, Olive" é um romance magistral e comovente sobre a solidão, o amor e o recomeço. Compre o livro "Mais Uma Vez, Olive" neste link.


O que disseram sobre o livro
“Mais uma vez, Olive tem uma prosa extraordinária em sua economia: poucos autores conseguem colocar tanta emoção e detalhes em um único parágrafo. Compassivo, magistral e profundo, aqui temos uma autora em seu melhor momento.” –— The Guardian

Sobre a autora
A romancista e contista americana ELIZABETH STROUT nasceu em 1956 em Portland, Maine, e cresceu em Durham, New Hampshire. Filha de professores e formada em direito, publicou seu primeiro livro, Amy and Isabelle, em 1998. Finalista do PEN/Faulkner Award e do Orange Prize, seu romance Olive Kitteridge (prêmio Pulitzer de ficção em 2009) foi adaptado para a televisão com Frances McDormand no papel principal. Dela a Companhia das Letras publicou também "Meu Nome é Lucy Barton". Strout mora em Nova York e ensina humanidades e escrita criativa em universidades americanas. Garanta o seu exemplar de "Mais Uma Vez, Olive" neste link.


.: Entrevista com o desmascarado: Marcelo Serrado é o Milho de Milhões


"Minha preocupação era a Taís (Araújo) acertar na hora, mas ela não notou", afirma o ator, qua acabou de protagonizar uma novela com ela e aceitou o desafio de ser um dos mascarados do programa. Foto: Globo/Maurício Fidalgo

Depois de viver grandes aventuras como o dublê Moa na novela "Cara e Coragem", o ator Marcelo Serrado encarou um novo desafio: ser um mascarado do “The Masked Singer Brasil’. O ator deu vida ao agroboy Milho de Milhões e foi desmascarado no último domingo, dia 5. “Eu curti muito participar do programa. Foi muito divertido, gostei bastante de cantar as músicas que cantei e fui para me divertir e brincar mesmo”, conta. 

"The Masked Singer Brasil" é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil, baseado no formato sul-coreano criado pela Mun Hwa Broadcasting Corp, tem supervisão artística de Adriano Ricco (TV Globo) e direção de Marcelo Amiky (Endemol Shine Brasil). O reality vai ao ar nas tardes de domingo.  


Conta um pouco da experiência de participar do "The Masked Singer Brasil"?
Marcelo Serrado -
Eu curti muito participar do programa. Foi muito divertido, gostei bastante de cantar as músicas que cantei e fui para me divertir e brincar mesmo.  

Qual a parte mais difícil deste desafio?
Marcelo Serrado - 
Foi inusitado, principalmente com aquela fantasia toda. Mas foi uma experiência ótima. A produção e a coreógrafa me ajudaram muito.  

Como foi ser desmascarado e ver a reação do público e dos jurados?
Marcelo Serrado - 
Os jurados não sacaram nada. Foi uma surpresa para eles. Minha preocupação era a Taís acertar na hora, mas ela não notou.

.: Grátis: "Intimidade Cômica - Um Ato de Amor Profundo" em teatros de SP


O espetáculo circense será apresentado gratuitamente em diversos teatros da Prefeitura de São Paulo.

Em fevereiro, a Companhia LaClass Excêntricos estreia seu mais novo projeto, "Intimidade Cômica - Um Ato de Amor Profundo". Neste espetáculo, a companhia traz à cena o resultado de uma pesquisa centrada na construção narrativa circense e conta com diversas técnicas estudadas pela companhia, entre elas a linguagem cômica, palhaçaria, equilíbrio, manipulação de objetos, teatro físico, mágica e música.

O que acontece quando um excêntrico casal se põe a compartilhar suas intimidades em forma de lembranças?! Um sanduíche partilhado, a solidão em uma estação de trem, um primeiro e quase último beijo revelam desejos e desencontros tragicômicos. O tempo aqui é um elemento utilizado para construir ilusões, abrir baús da memória e permitir que recordações venham à tona. Daniela e Marcelo trazem para a cena um espetáculo que mistura humor em universo onírico e surrealista, tudo moldado em clave de Clown dentro de uma atmosfera burlesca, em que a alegoria circense é parte constitutiva da trama.

"Intimidade Cômica - Um Ato de Amor Profundo" compartilha com a plateia uma história que busca, através de uma brincadeira com o tempo, transformar as emoções em fenômenos com outras dimensões do cotidiano. Daniela e Marcelo criam um enredo poético, absurdo, cheio de humor e amor para toda família. Rhena de Faria, Carla Candiotto, Raphael SantaCruz, Ana Luiza BellaCosta, Denise Namura, Michael Bugdahn foram provocadores cênicos do processo, trabalhando com a dupla nas propostas iniciais do projeto. 

Outros artistas informalmente também acompanharam a criação, como Victor Tomate Avalos, Erica Stoppel, Tato Villanueva, Leticia Beltrano e Barbara Francesquine, cada um trazendo suas falas e impressões sobre a pesquisa. Nereu Afonso da Silva e Bruno Rudolf foram convidados para finalizar a etapa de montagem na construção narrativa, dramatúrgica e estética. Nereu assina como dramaturgo e Bruno como supervisor artístico.


Sobre cenário e figurino
A Companhia LaClass Excêntricos utiliza como inspiração e ponto de partida estética para criação do cenário o quadro pintado por Fabrini Crisci, artista plástico e mágico, brasileiro, reconhecido internacionalmente pela dupla “Vik & Fabrini”. Através de um recurso de cortinas, ambientes diferentes são criados e modificam o tempo e espaço de cada cena.  

O figurino de Chris Galvan tem cores vibrantes e traz camadas de histórias, conforme o conceito do espetáculo. A pesquisa sonora foi realizada pela própria dupla durante todo o processo, construindo os climas de cada cena. Ela é composta por músicas que reforçam emoções, e também de sons incidentais, que fazem referência a climas, lugares e momentos.


Sobre a Companhia LaClass Excêntricos
A Companhia LaClass Excêntricos foi fundada no ano 2012 pelo casal Marcelo Lujan e Daniela Rocha-Rosa, com foco na construção dramatúrgica de números e espetáculos poéticos e cômicos, inspirados na estética circense burlesca. Inúmeras criações já foram realizadas e hoje possui 07 espetáculos e mais de 15 atos, com técnicas refinadas de circo, humor, teatro e música. 

Em seu histórico constam a participação em diversos festivais internacionais e nacionais (São Paulo, Recife, Ceará, Minas Gerais, Argentina, Suíça, França, Espanha), além de temporadas no exterior. Marcelo e Daniela também dirigiram outras trupes e artistas solos, entre eles: Cia dos Relativos, Nanikos Circus, Gêmeas Dias, Cia Suno, LaMala, NaMakaka, Iara Gueller e Laura Faleiros.


Serviço
"Intimidade Cômica - Um Ato de Amor Profundo"
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

Teatro Paulo Eiró
Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro.
Dias 17, 18 e 19 de fevereiro.
Sexta e sábados, às 21h. Domingo, às 19h.
Valor do ingresso: gratuito - presencial.

Teatro Cacilda Becker
Rua Tito, 295 - Vila Romana.
Dia 23 de fevereiro.
Quinta, às 21h. 
Valor do ingresso: gratuito - presencial.

Teatro Arthur Azevedo
Av. Paes de Barros, 955. Mooca.
Dias 24 e 25.
Sexta e sábado, às 21h. 
Valor do ingresso: gratuito - presencial.

* Distribuição dos ingressos com uma hora de antecedência. Este projeto foi contemplado pela 6ª edição do Programa de Fomento ao Circo para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura.

.: Oscar 2023: a crítica internacional e "Os Banshees de Inisherin"


Ganhador do Globo de Ouro® e indicado em diversas categorias do Bafta® e Oscar®, o filme “Os Banshees de Inisherin” é dirigido e escrito por Martin McDonagh, de "Três Anúncios para Um Crime" e conta com Colin Farrell, Brendan Gleeson, Kerry Condon e Barry Keoghan no elenco. O novo filme da Searchlight Pictures está em cartaz na rede Cineflix Cinemas e está sendo altamente aclamado pela crítica.

O longa-metragem é situado em uma ilha remota na costa oeste da Irlanda, e acompanha os amigos de longa data Pádraic (Colin Farrell) e Colm (Brendan Gleeson), que estão em um impasse quando Colm inesperadamente põe fim à amizade deles. Um atordoado Pádraic, auxiliado por sua irmã Siobhán (Kerry Condon) e o problemático jovem ilhéu Dominic (Barry Keoghan), se esforça para consertar o relacionamento, recusando-se a aceitar um não como resposta. 

Os esforços repetidos de Pádraic de reatar a relação de amigos apenas fortalecem a determinação de Colm em pôr um fim à amizade. Quando Colm entrega um ultimato desesperado, consequências para ambos começam a acontecer. “Os Banshees de Inisherin” estreou nos EUA, Irlanda, Reino Unido e India no ano passado e vem ganhando cada vez mais destaque na indústria cinematográfica. 

Notas em sites especializados
“Os Banshees of Inisherin” apresenta notas muito altas nos principais sites especializados em críticas de cinema. No Rotten Tomatoes, a produção conta até o momento* com 97% de aprovação baseada em 312 críticas da mídia especializada e 76% de aprovação do público, com mais de 500 críticas publicadas. Já no Metacritic, a nova obra da Searchlight Pictures está com* a nota 87 de 100, baseada em 62 críticas da mídia especializada, e nota 7.4 de 10 baseada em 165 críticas do público geral. Em ambos os sites dos Estados Unidos, estas notas indicam aclamação universal. *dados apurados em 24/01/2022

O filme também está presente nas principais premiações do cinema para o ano de 2023 desde seu lançamento no Festival de Veneza do ano passado, onde conquistou – inclusive – os prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Ator para Colin Farrell. No Globo de Ouro®, que aconteceu em 10 de janeiro, a produção liderou a lista com 8 indicações no total, conquistando três prêmios, sendo o maior vencedor da noite. Dentre as premiações, “Os Banshees de Inisherin” foi reconhecido como o Melhor Filme de Comédia/Musical, Melhor Roteiro e Melhor Ator de Comédia/Musical para Colin Farrell.

E não para por aí! O longa recebeu indicações em nove categorias do Bafta®, considerado o Oscar Britânico, e também nove categorias no Prêmio da Academia. Em ambas as premiações, “Os Banshees de Inisherin” concorre a Melhor Filme, Melhor Ator para Colin Farrell e Melhor Diretor para Martin McDonagh.

Equipe de produção
Todo esse sucesso vem não só de um grande elenco, mas também de uma aclamada equipe por trás do longa. A Searchlight Pictures apresenta, em associação com a Film4 e a TSG Entertainment, uma produção da Blueprint Pictures, dirigida e escrita por Martin McDonagh e estrelada por Colin Farrell e Brendan Gleeson, que se reúnem com McDonagh de In Bruges, Kerry Condon e Barry Keoghan. A equipe principal do filme inclui o diretor de fotografia e colaborador regular de McDonagh, Ben Davis BSC, o figurinista Eimer Ní Mhaoldomhnaigh, o designer de produção Mark Tildesley e o editor Mikkel E.G. Nielsen, ACE. Carter Burwell é o compositor, enquanto Graham Broadbent e Pete Czernin são os produtores.

Os críticos de cinema do portal Resenhando.com assistem as estreias dos filmes no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. Confira os dias, horários e sinopses dos filmes para você ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do cinema. Programação do Cineflix em outras localidades neste link ou no app Cineflix.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

.: Especial Glória Maria: “Sou movida pela curiosidade e pelo susto"


Glória Maria Matta da Silva contou histórias do mundo. E fez história no jornalismo brasileiro. Foto: Globo/Divulgação

“Sou movida pela curiosidade e pelo susto"
, dizia a jornalista Glória Maria, pioneira na TV brasileira. "Tenho que perder a racionalidade, deixar a curiosidade e o medo me levarem. Aí faço qualquer coisa", disse ela em uma entrevista. Em mais de cinco décadas de carreira, a carioca Glória Maria Matta da Silva, filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, contou histórias do mundo. E fez história no jornalismo brasileiro. 

Ela abriu caminhos para mulheres negras e se tornou referência para centenas de profissionais. Na manhã da última quarta-feira, dia 2 de fevereiro, a jornalista e apresentadora morreu e deixou duas filhas, Laura e Maria. Em 2019, Gloria foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente, também com êxito inicialmente. 

Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias. Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais. 

A importante cobertura do desabamento do elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro, que deixou 26 mortos em 1971, marcou sua estreia na Globo. Com a marca do pioneirismo, em 1977, Gloria Maria se tornou a primeira repórter a entrar no ar ao vivo e a cores no "Jornal Nacional". Após passar pelo "Jornal Hoje", "Bom Dia Rio" e "RJTV", ela chegou ao "Fantástico" em 1986, programa que apresentou de 1998 a 2007. Neste último ano, mais um feito: participou da primeira transmissão em HD da televisão brasileira, em uma reportagem no Alto Xingu. 

A curiosidade de Gloria Maria desbravou fronteiras. Em viagens por quase 200 países, Gloria Maria andou lado a lado com a história. Participou de coberturas como a da Guerra das Malvinas, em 1982; a posse do presidente americano Jimmy Carter, em 1977; os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996; a Copa do Mundo da França, em 1998, entre outras.  Com seu jeito tão particular, arrancava declarações divertidas e reveladoras de entrevistados tão distintos quanto Michael Jackson, Usain Bolt, Paulo Coelho, Harrison Ford, Leonardo Di Caprio, Roberto Carlos e Madonna. 

A intensa atuação diante das câmeras a fez solicitar e obter uma conquista: após apresentar por dez anos o "Fantástico" ao lado de Pedro Bial, ela partiu para um período sabático e ficou afastada do vídeo entre 2007 e 2009.  E retornou, no "Globo Repórter", onde levou os brasileiros por viagens e aventuras inesquecíveis. Do Brunei, o “país da felicidade”, a uma descida de bote pelo rio Colorado, no Grand Canyon. 

De um passeio de camelo pelo deserto de Omã a conversas com encantadores de serpentes no Marrocos. Cruzou o deserto do Saara em um dromedário, pulou do bungee jump mais alto do mundo na China, e viveu uma antológica experiência psicodélica na Jamaica. Foi repórter do programa a partir de 2010 e, nove anos depois, assumiu também a apresentação, ao lado de Sandra Annenberg. 

 Em 1998, foi convidada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Juventude (Unicef) para ser uma das apresentadoras de um concerto beneficente para a Etiópia. Dez anos depois, em 2008, foi homenageada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro com a Medalha Chiquinha Gonzaga. Gloria Maria descontraía sem perder o senso da notícia. Viveu, amou e trabalhou plenamente, enquanto escrevia linhas importantes da história do jornalismo brasileiro.

Glória Maria é homenageada pelos cartunistas
Associação dos Cartunistas do Brasil montou exposição virtual de caricaturas e cartuns sobre a jornalista no Blog HQMIX. Glória Maria nos deixou nesta quinta-feira, dia 2 de fevereiro, após lutar contra um câncer, desde 2019. Sua morte repercutiu por todo o país pela sua importância no jornalismo nacional e internacional.

Os cartunistas brasileiros logo começaram a postar em suas redes sociais homenagens a esta personalidade por meio de caricaturas. A Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB) as reuniu em uma exposição virtual que já pode ser acessada no Blog HQMIX, pelo link blog.hqmix.com.br/homenagem-gloria-maria.

"Glória Maria sempre foi um sorriso permanente no jornalismo e dividia com todos as suas aventuras, porque esta era sua vida - uma grande aventura. Depois de tantas viagens por mais de 150 países, ela ainda sustentava o sonho de viajar para a Lua. Por isso, a nossa exposição tem o nome de ...e Glória Maria finalmente visitou a Lua. Os cartunistas refletem o que a população pensa e todos adoram a Glória”, ressalta o presidente da ACB, o cartunista José Alberto Lovetro, conhecido como JAL.

A exposição virtual ficará no portal por tempo indeterminado e sempre poderá receber novos desenhos que serão incorporados. Uma exposição presencial sobre a jornalista com alguns destes trabalhos deve acontecer nos próximos dias em São Paulo.



.: Companhia do Latão apresenta dois espetáculos e oficina de dramaturgia

A Companhia do Latão retorna aos palcos paulistanos para apresentar no Teatro da Universidade de São Paulo (TUSP) seus mais recentes espetáculos e realizar uma oficina gratuita de Dramaturgia da Atuação. A programação especial acontece entre os meses de fevereiro e março de 2023. 

Os espetáculos são "O Mundo Está Cheio de Nós" (2019), que circulou por espaços alternativos da cidade e faz agora sua primeira temporada maior no TUSP. E "Lugar Nenhum" (2018), espetáculo que estreou no CCBB Rio de Janeiro e fez curta temporada em São Paulo, no Sesc Paulista. A peça, publicada em livro pela editora Temporal (compre neste link), foi transmitida ao vivo pelo Sesc Ipiranga durante a pandemia e apresentou-se recentemente no Festival São Palco, nas cidades de Torres Vedras e Coimbra, em Portugal. 

Durante os três anos que não se apresentou em São Paulo, a Companhia do Latão realizou experimentos em vídeo, comemorou seus 25 anos com uma temporada de repertório em Santos e uma residência artístico-pedagógica de dois meses no CPT do Sesc Consolação, que contou com artistas de todo país. A temporada no TUSP marca a retomada das atividades paulistanas do grupo.


"O Mundo Está Cheio de Nós"
O espetáculo popular da Companhia do Latão acompanha a jornada de uma prostituta pelas ruas de São Paulo. O espetáculo é o mais recente espetáculo teatral da Companhia do Latão. É uma encenação popular, com música tocada ao vivo, cuja cenografia configura um pequeno teatro-circo, com elementos que expõem a própria representação. 

Conta com nove atores e três músicos em cena (baixo, violão, teclado, percussão, sanfona). Contemplada no Programa Municipal de Fomento ao Teatro, a montagem estreou em abril de 2019 no Teatro Flávio Império e circulou pelos bairros periféricos da cidade de São Paulo, apresentando-se também nos teatros Arthur de Azevedo, União e Olho Vivo, na Casa de Cultura da Freguesia do Ó e na Biblioteca Mário de Andrade. 

A dramaturgia foi escrita em processo colaborativo e é assinada pelo dramaturgo e diretor Sérgio de Carvalho. O espetáculo acompanha uma jornada na vida de Valéria Dim, uma prostituta do bairro da Liberdade em São Paulo, suas andanças entre os bairros mais ricos e pobres da cidade, seus encontros e desencontros afetivos e seu inconformismo com os padrões do mercado de gente. O roteiro se inspira livremente no filme "Noites de Cabíria", de Federico Fellini (escrito em parceria com Pier Paolo Pasolini) e em imagens de poemas de Brecht

A peça da Companhia do Latão é uma espécie de panorama irônico (que inclui uma reflexão sobre a própria condição do artista) sobre o mundo das trocas na cidade de São Paulo onde esperança e desesperança duelam na medida em que religiosidade, trabalho precário e violência se confundem no imaginário das ruas.


O que disseram sobre o espetáculo
“Quanta força, quanta delicadeza. Sobre Valéria Din: como parece bobo quem no meio da desgraça não se entrega por inteiro a ela e insiste por saber que o melhor é possível, que o dia de São Nunca deveria nascer como cantar do galo. (...) A insistência de Valéria bate na porta da gente, grita no portão, estica o braço entre as barras da grade e bate palmas chamando quem dorme lá no barracão dos fundos depois de mais um dia de trabalho: nosso desejo de amar e ser amado.” (Herik Rafael Oliveira, via Facebook)

"Lugar Nenhum"
Encenação retrata as crises de uma família intelectualizada nos últimos anos da ditadura. "Lugar Nenhum", escrito por Sérgio de Carvalho com colaboração do elenco, é um espetáculo inspirado em textos do escritor russo Anton Tchekhov. A peça estreou no Rio de Janeiro em 2018, quando o grupo comemorava 21 anos de existência. A dramaturgia foi publicada em livro em 2019 pela editora Temporal e, no ano seguinte, traduzida para o espanhol e publicada na revista Conjunto, de Havana, Cuba. Em 2022, o espetáculo foi apresentado no Festival São Palco, em Portugal, com enorme sucesso.

A história de "Lugar Nenhum" se passa numa casa de praia próxima a Paraty, erigida sobre as ruínas de uma fazenda colonial, onde uma família de artistas intelectualizados se encontra para a comemoração do aniversário de seu filho. Um cineasta decadente, uma atriz de sucesso que encena uma peça de Ibsen, um músico que foi preso durante a ditadura, e um jornalista liberal são personagens desse conjunto social confinado durante um fim de semana na praia. 

Debates ideológicos sobre arte e política no Brasil se misturam aos pequenos estragos e violências cotidianas. A peça é composta também de reflexões sobre o próprio teatro, em que os procedimentos de construção cênica são revelados ao público a partir dos comentários de uma das personagens. 

O que disseram sobre o espetáculo
“O Latão não poupa seu público: não se chora, pouco se ri. A catarse aqui, se existir, é a da inteligência: 'Lugar Nenhum', encenada em São Paulo antes da eleição de Jair Bolsonaro, parece uma alegoria do Brasil.” (Maria Rita Kehl, psicanalista)

“Acabo de sair de um Tchekov vertiginoso, sedutor, melancólico como sempre e político no bom sentido. Sai da peça em frangalho e silencioso pois ali no 'Lugar Nenhum' se representa esse nosso Brasil. (...) Os atores dão o sangue e brilham no coletivo. Helena Albergaria e Ney Piacentini dão um show à parte. Ela não é só uma boa atriz, mas um encantamento em forma de desafios. Ousa e se joga de peito aberto sabendo bem o que faz.” (Luiz Rosemberg Filho, cineasta)

Oficina Dramaturgia da Atuação 
A atividade formativa para atores apresenta procedimentos de trabalho da Companhia do Latão que relacionam a dramaturgia e a atuação. A oficina intensiva, ministrada pela equipe da Companhia do Latão, coordenada pela atriz Helena Albergaria, realizará um trabalho prático com base em improvisações e análise de cenas. Exercícios de imaginação relacional e jogos teatrais para alimentar a criação dramatúrgica na atuação se combinam a experimentos voltados ao desenvolvimento de uma atitude realista.

O público-alvo são atrizes e atores, profissionais e amadores, e demais artistas da cena que tenham interesse e disponibilidade para o trabalho prático de atuação. A atividade é gratuita e será realizada de 13 a 16 de fevereiro de 2023, das 10h às 13h, na Sala Multiuso do Centro Universitário Maria Antonia. As inscrições podem ser realizadas até 5 de fevereiro, por meio de formulário de inscrição, e a lista de selecionados será divulgada em 7 de fevereiro.


"O Mundo Está Cheio de Nós"
O espetáculo acompanha a jornada de Valéria Dim, uma prostituta do bairro da Liberdade, suas andanças entre os bairros mais ricos e pobres da cidade, seus encontros e desencontros afetivos e seu inconformismo com os padrões do mercado de gente. O espetáculo conta com 9 atores e 3 músicos, que fazem a trilha sonora ao vivo.

Ficha técnica
Atuação:
Ademir de Almeida, Beatriz Bittencourt, Érika Rocha, Gabriel Stippe, Helena Albergaria, João Filho, Leonardo Ventura, Ney Piacentini
Música e atuação: Carlos Santos, Cau Karam, Nina Hotimsky
Música: Lucas de Sá
Melodias originais: Nina Hotimsky em parceria com Cau Karam, Carlos Santos e Lucas de Sá
Cenografia: Valdeniro Pais e Sérgio de Carvalho
Figurinos: Fábio Namatame
Iluminação: Bruno Garcia
Assistência de pesquisa: Natalia Belasalma
Arte do cartaz: Gabriel Victal
Registro audiovisual: João Maria
Colaboração na dramaturgia: Helena Albergaria
Textos do programa: Sérgio de Carvalho e Maria Lívia Goes
Produção: Périplo
Assistência de direção, dramaturgia e pesquisa: Maria Lívia Goes
Dramaturgia e direção: Sérgio de Carvalho

Serviço
Duração:
100 minutos.
Classificação: 14 anos.
Dias 5 e 9 a 12 de fevereiro de 2023.
Horários: de quinta a sábado, às 20h. Domingo, às 18h.
Ingresso: R$ 20 (meia) e R$ 40 (inteira).
https://www.sympla.com.br/latao-volta-a-sao-paulo__1830187?share_id=0
 

"Lugar Nenhum"
"Lugar Nenhum"
se passa em uma casa de praia onde uma família de artistas se reúne para comemorar o aniversário de seu filho. Debates ideológicos sobre arte e política no Brasil se misturam aos pequenos estragos e violências cotidianas. As personagens cantam trechos incidentais do cancioneiro popular brasileiro, além de canções de tradição caiçara, judaica e dos Guarani Mbya.


Ficha técnica
Atuação: Beatriz Bittencourt, Carlos Santos, Érika Rocha, Helena Albergaria, Ney Piacentini, Rubens Alexandre.
Música e atuação: Cau Karam, Nina Hotimsky.
Voz do policial: Rogério Bandeira
Cenografia: Valdeniro Paes e Sérgio de Carvalho
Pintura do telão: Marcelino Fernandes
Figurinos, adereços e colaboração na cenografia: Carlos Escher
Assistência de figurinos: Ruth Melchior
Iluminação: Sérgio de Carvalho
Consultoria de iluminação e operação: Melissa Guimarães e Silviane Ticher
Arte do programa e cartaz: Marcelo Berg
Transcrição musical das canções guarani mbya: José Calixto Cohon
Colaboração dramatúrgica: Helena Albergaria
Produção audiovisual e assistência de Pesquisa: Maurício Battistuci
Produção: Périplo
Assistência de direção: Maria Lívia Goes
Dramaturgia e direção: Sérgio de Carvalho


Serviço
Duração:
120 minutos
Classificação: 16 anos
De 23 a 26 de fevereiro e 2 a 5 de março de 2023
Horários:
quinta a sábado às 20h. Domingo às 18h
Ingressos: R$ 20 (meia) e R$ 40 (inteira)
https://www.sympla.com.br/latao-volta-a-sao-paulo__1830187?share_id=0


Oficina Dramaturgia da Atuação
De 13 a 16 de fevereiro de 2023
De segunda a quinta, das 10h às 13h
Vagas: 20
Sala Multiuso do TUSP/CEUMA
Atividade gratuita
Inscrições: https://forms.gle/1xYj5LNRMvCify6e9
Período de inscrição:
até dia 5 de fevereiro
Divulgação dos selecionados: dia 7 de fevereiro

.: "Outono Inverno ou O que Sonhamos Ontem", no Teatro Aliança Francesa


Texto do sueco Lars Norén sobre opressão familiar ganhou dramaturgismo de Kiko Marques e direção de Denise Weinberg. Com Dinah Feldman, Nicole Cordery, Noemi Marinho e Riba Carlovich no elenco. Foto: João Caldas


"Outono Inverno ou O que Sonhamos Ontem" em cartaz até dia 5 de março, de sexta a domingo, no Teatro Aliança Francesa. Escrita em 1982 pelo dramaturgo sueco Lars Norén (1944-2021), a obra põe em foco um jantar familiar entre um casal que não compartilha mais a mesma cama e suas filhas de meia idade que vivem cada uma a seu modo em suas próprias casas.

 As tensões familiares se tornam cada vez mais latentes neste encontro e culminam num acerto de contas entre pais e filhos. Uma família de classe média que lida com questões burguesas. A montagem de 2006, dirigida por Eduardo Tolentino de Araújo, trouxe no elenco Sérgio Britto, Laura Cardoso, Emília Rey, e a própria Denise Weinberg, que agora assume a direção nessa versão com Noemi Marinho, Riba Carlovich, Nicole Cordery e Dinah Feldman, e dramaturgismo de Kiko Marques, que traz para os tempos modernos o texto de Lars Norén.

“Essa peça promove uma viagem infernal pelas sombras do inconsciente de uma família, que atualmente é um sistema esfacelado, disfuncional e que segundo Lars Norén, provocadora de grandes neuroses e doenças afetivas, e que já não sabemos mais o que é ser normal hoje em dia”, explica Weinberg, que promove neste espetáculo uma espécie de “passagem do bastão”.

A obra tem como foco o recorte de um jantar na casa do casal Henrique e Margarida na companhia de suas filhas, Ana e Eva. Médico fracassado que nunca conseguiu assumir as responsabilidades de um pai de família, Henrique é sucessivamente humilhado por Margarida, uma mulher que se ressente de ter desistido de uma paixão por causa de crenças burguesas.

As filhas também vivem os reflexos dessa relação disfuncional dos pais. Vivendo as crises da meia idade, Ana e Eva buscam algum equilíbrio no relacionamento, mas precisam lidar com seus próprios problemas, tentando manter a sanidade em meio a guerra familiar. O espetáculo fica em cartaz no Teatro Aliança Francesa até dia 5 de março, com sessões de sexta a domingo.

Denise usa sua experiência dos longos anos de ofício não apenas para dirigir a montagem, mas para promover um encontro entre artistas de diferentes escolas e gerações. Nicole Cordery e Dinah Feldman, por exemplo, fazem parte de um grupo de atores que surgiu logo após o de Weinberg, Marinho e Carlovich, mas a produção vai além. 

Ao longo do processo, jovens artistas participaram de uma espécie de estágio com profissionais de áreas de desenho de luz, figurino, cenografia e trilha sonora. “Acredito que assim instituímos um novo tipo de profissional no mercado, que não é apenas o que estuda e tenta aprender no dia a dia, mas o que convive com outros grandes nomes de suas áreas e pode trocar de igual para igual. Queremos fortalecer o mercado, principalmente neste momento em que ele está tão combalido”, explica Marcela Horta, produtora do espetáculo.

Com o subtítulo “O Que Sonhamos Ontem”, “Outono Inverno” recebe uma adaptação assinada por Kiko Marques, que visa aproximar do público brasileiro a narrativa sueca escrita na década de 1980. “Foi através desse olhar; de uma compaixão infinita por Ana, Eva, Margarida e Henrique, personagens dilaceradas em si e em suas vidas, levando aquela casa como uma cruz osso; e pensando também nas infinitas mudanças desses 40 anos que separam o texto de Norén de dessa releitura, que me lancei ao trabalho da escrita”, conta.


Sinopse
Um casal recebe as filhas de meia idade para um jantar. Em meio à refeição, as feridas abertas entram em discussão, com cenas de humilhação, mágoas e um acerto de contas entre componentes de uma família disfuncional que se mantém unida apenas pelas obrigações sanguíneas e pelas regras estabelecidas pelo acordo social e burguês que rege esta família.

 
Sobre Lars Noren - Dramaturgia
Em linha sucessória, pode-se dizer que após August Strindberg (1849-1912) e Ingmar Bergman (1918-2007) é o dramaturgo Lars Norén aquele que detém a obra mais reconhecida dentro do panorama teatral sueco. Norén, falecido recentemente em janeiro de 2021, escreveu peças, livros e poemas, sempre em busca de ampliar o que se pode fazer em termos de dramaturgia.

Uma das relevâncias do projeto se dê no resgate desse importante autor no Brasil, recentemente falecido em janeiro de 2021 de Covid-19. Juntamente com “Outono/ Inverno”, as obras mais relevantes do autor são “Demônios”, “Sangue”, “A Noite é Mãe do Dia”, “Escondido”, “Em Memória de Anna Politkovskaya”, “Romenos”, “A Clínica” e “Frio”, entre outras.
 

O que disseram sobre o espetáculo 
“Valendo-se de todos esses elementos e do bravo elenco, Denise Weinberg realizou espetáculo memorável que se inscreve entre os melhores deste 2022.” - José Cetra, jurado APCA

“Não tivesse o autor falecido de covid aos 76 anos em janeiro de 2021, valeria muito a pena que fosse convidado para vir conhecer esta versão de seu texto. Exorto a que abandonem qualquer outro compromisso assumido previamente e corram para o teatro!” - Luiz Gonzaga Fernandes

"Espetáculo ‘Outono Inverno’ coloca submissão feminina e opressão na mesa de jantar." - Dirceu Alves Jr. para Estadão

 
Ficha técnica
Texto:
Lars Norén.
Direção: Denise Weinberg.
Dramaturgismo: Kiko Marques.
Elenco: Dinah Feldman, Nicole Cordery, Noemi Marinho e Riba Carlovich.
Música e concepção sonora: Gregory Slivar.
Desenho de luz: Wagner Pinto.
Assistente de iluminação: Gabriel Greghi.
Cenografia e figurino: Chris Aizner.
Designer gráfico: Murilo Thaveira.
Mídias sociais: Na Coxia Produções.
Jovens artistas: Bina Oliveira - produção; Gabriela Cezário - iluminação; Loh Goulart - figurino e  Loro Bardot - música.
Operadora de luz: Gabriela Cezario.
Operador de som: Brenda Umbelino.
Cenotecnia: Casa Malagueta.
Fotos: Leekyung Kim e João Caldas.
Produção executiva: Madu Arakaki.
Coordenação de projeto: DinahFeldman e Nicole Cordery.
Direção de produção: Marcela Horta.

Serviço:
"Outono Inverno ou O que Sonhamos Ontem"
De Lars Norén, com dramaturgismo de Kiko Marques e direção de Denise Weinberg.
Teatro Aliança Francesa - Rua General Jardim, 182 - Vila Buarque, São Paulo.
Sessões: temporada até dia 5 de março - sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 18h. Dias 17, 18 e 19 de fevereiro não haverá espetáculo por causa do carnaval.
Gênero: drama.
Classificação: 14 anos
Duração: 80 minutos
Capacidade: 220 Lugares
Ingressos: sextas-feiras: R$ 30. Sábados e domingos: R$ 50.

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.