Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em janeiro de 2023
Em 2022 tivemos muitas produções cinematográficas incríveis, as quais já listamos aqui no Resenhando.com, inclusive (Cineflix: lista dos dez melhores filmes que estrearam nos cinemas em 2022). Contudo, três filmes eram merecedores de estamparem as telonas dos cinemas, mas estrearam diretamente no streaming e deixaram o gostinho de se pensar por vezes e vezes: "imagine ver essas cenas passando nas telas dos cinemas". Confira a lista e assista essas obras-primas!
"Pinóquio por Guillermo Del Toro"
A mente mágica do diretor Del Toro, ao lado de Mark Gustafson, apresenta uma linda releitura para a história do menino desobediente que quando mente faz o nariz crescer. "Pinóquio por Guillermo Del Toro", produção da Netflix que soma 1h 57m, começa com uma história de pai e filho, migra para a magia, esbarra na história do menino que está aprendendo tudo e desobedece a Gepeto, chegando a ser escravizado, mas também, a animação com toques sombrios, explora temas como a opressão fascista.
A fantasia musical, ambientada na Itália, narrada pelo escritor Sebastião O. Grilo (Ewan McGregor, que é mais uma vez um literato igual em "Moulin Rouge") começa com a perda de Gepeto durante a Grande Guerra. Sem motivo para viver, o pai entrega-se ao vício da bebida e escanteia o trabalho na marcenaria de lado. Até que percebe o sentido de que "quando uma vida se perde, outra deve crescer".
"Red: Crescer é Uma Fera" (Turning Red) é a essência do que é amar uma boy band, no caso o quinteto do 4 Town, que, na animação, teve músicas próprias escritas por Billie Eilish e Finneas. Canções chicletes -típicas- sendo que as amigas entregam a Meilin uma cópia exclusiva em CD, do tipo caseira. Atitude tão comum para a época, detalhes como esse que tornam inevitável não se identificar com a protagonista e sua paixonite pela boy band do momento.
Ambientado em 2002, volta 20 anos na história da humanidade e leva o público para a Chinatown, lá está Ming Lee, ou melhor, Mei Mei, como é chamada pela mãe. Uma boa aluna, que se vê como independente, embora siga fielmente os ideais e preceitos da família. Mas tudo muda de lugar ao fazer 13 e as mudanças passam a ser evidentes.
"Desencantada" (Disenchanted), volta com o conto de fadas real de Gisele (Amy Adams) e Robert (Patrick Dempsey), após quinze anos do longa "Encantada". Ao retratar o depois do "felizes para sempre", usa técnica similar do filme de 2007, mas com um toque moderno, sem o livro em pop-up. Em Andalasia, logo em desenho, Pippin resume a primeira história da princesa Gisele para o filhos esquilos -e para o público. Até que guarda o livro e pega um outro, a segunda parte do conto de fadas.
Assim, em Nova Iorque, após a passagem de tempo, a antiga moradora de Andalassia é mãe de uma linda bebezinha, tem o marido e a filhinha de Robert, Morgan (Gabriella Baldacchino), que agora é uma adolescente cheia de sarcasmo. Longe, Edward (James Marsden) e Nancy (Idina Menzel) são rei e rainha de Andalasia -com tempo para visitas no mundo real. "Desencantada", não é igual ao primeiro filme, mas é tão lindo quanto, além de abordar uma história sobre o poder da memória, as construídas entre Gisele e Morgan.
Leia +
.: Crítica: "Pinóquio" de del Toro arrepia ao ensinar a aceitar e a amar.: Crítica: "Red: Crescer é Uma Fera" é sobre não fingir ser o que não se é
.: Crítica: "Desencantada" não é um novo "Encantada" e usa a magia da memória
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm