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sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

.: Entrevista com Gabriel, O Pensador, rapper e escritor


“A poesia e a literatura são irmãs da música, mas são mais intimistas, mexem com a emoção de um jeito diferente” - Gabriel O Pensador

Por: Eduardo Caetano

Em dezembro de 2006



Gabriel Contino, rapper e pensador por vocação, foi criado na classe média alta e desde cedo foi acostumado com o universo da fama já que sua mãe, Belisa Ribeiro, era apresentadora do “Jornal Hoje” na década de 80 e casada com o ator Marcos Paulo, um de seus padrastos. Gabriel talvez fosse mais um garoto da burguesia carioca, se não fosse a amizade com garotos da favela da Rocinha, parceiros de surf nas praias do Rio. Conviver com pessoas de lugares, culturas e contas bancárias tão diferentes fizeram com que Gabriel enxergasse um outro lado da sociedade, sobretudo suas diferenças e semelhanças. Foi aí que se tornou Gabriel O Pensador, cantando e compondo rap.

Estourou nas paradas musicais em 1992 com a música “Tô Feliz! Matei o presidente”, meses antes do presidente Fernando Collor ser afastado de seu cargo por denúncias de corrupção. Consagrou-se como artista e lançou sete álbuns: Gabriel O Pensador; Ainda é Só o Começo; Quebra-Cabeça; Nádegas a Declarar; Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo; MTV ao Vivo – Gabriel o Pensador; e Cavaleiro Andante. 

Na literatura lançou a autobiografia “Diário Noturno” e o livro infantil “Um garoto chamado Rorbeto”, que lhe concedeu o Prêmio Jabuti 2006 e o trouxe a Santos para participar da Feira Nacional do Livro da Baixada (FENALBA) 2006 e do projeto “Terceiras Terças” do SESC. O nome Rorbeto é escrito errado de propósito porque fala sobre o analfabetismo do pai do garoto. Rorbeto tem medo de sofrer preconceito porque tem um dedo a mais na mão direita, justamente a mão que faz a letra mais bonita de toda classe. Assim como definiu um de seus álbuns, Gabriel continua sendo o ele mesmo, com sua personalidade marcante, bem-humorado, postura crítica e sua visão apurada de denúncia social. Entretanto, não é sempre o mesmo, já que se atualiza e se renova com o tempo, com a maturidade e com os novos desafios que a vida lhe apresenta como a literatura, a paternidade e as mazelas sociais cada vez mais afloradas na vida do povo brasileiro.



RESENHANDO –  Gabriel, você participou do projeto “Terceiras Terças” e da Fenalba 2006, ambos em Santos , por conta do livro infantil “Um garoto chamado Rorbeto”, que te concedeu o Prêmio Jabuti 2006. Comente um pouco sobre o livro.
GABRIEL O PENSADOR - Gostei de participar da FENALBA, do bate-papo aí com a galera! E do “Terceiras Terças, no SESC. O livro conta a história do Rorbeto, para rimar com analfabeto. Rorbeto é um menino que descobriu um dedo a mais na mão direita e sofre por isso. As coisas foram acontecendo sem que eu planejasse. Fui fazendo e foi tomando vida própria. No livro falo sobre o medo que as pessoas, sobretudo as crianças, sentem de sofrer pelo preconceito dos outros. O medo de ser diferente e não ser aceito por isso.


RESENHANDO – E por que você decidiu escrever um livro infantil?
GABRIEL O PENSADOR - O livro nasceu meio de improviso, de brincadeira. Meu primeiro filho ainda era bebê quando eu comecei a desenvolver a idéia, há uns três anos. Quando eu escrevi o texto, com certeza teve uma influência direta dele e era uma coisa que eu tava escrevendo com prazer, como tantas outras que ficavam incompletas e esquecidas. Só que essa eu comecei a gostar tanto do texto, da historinha do Rorbeto, que eu quis concluir. Quis transformar em livro e publicar. Estou gravando músicas também para crianças. Não tem nada a ver com o livro, mas tem sido bem divertido. O disco sai ano que vem.



RESENHANDO – Este já é o seu segundo livro, antes você havia lançado a autobiografia “Diário Noturno”. O que há de semelhante e de diferente no seu estilo de fazer música e literatura?
GABRIEL O PENSADOR - Eu, como músico, começo pelas letras muitas vezes. Um método diferente da maioria dos músicos. Eu sou mais poeta na maneira de fazer música, como a maioria dos rappers também. Na poesia acaba sendo uma coisa mais intimista, não tem a batida, não tem o som, não tem a confusão depois do show. É irmã da música, mas mexe com a emoção de um jeito diferente. Estou descobrindo um pouco mais a poesia. Leio em público, mas ainda fico um pouco tímido, em alguns casos. 


RESENHANDO – Várias músicas tuas fizeram sucesso, estouraram, mas têm outras, tão geniais quanto, que pouco tocaram nas rádios e nem apareceram nos programas de TV. Gabriel, você acredita que a mídia te deve algum espaço? 
GABRIEL O PENSADOR - Isso não tem regra, né? A gente lança os trabalhos, mas uma música toca mais, agrada mais. Já outra as pessoas curtem, mas não tem tanto sucesso. Não tem essa dívida. Ninguém deve nada, ninguém deve espaço a nenhum artista. É uma questão de sorte, de acaso ou uma estratégia de marketing de uma gravadora. Eu não tenho esta postura de lamentar porque essa música tinha que ter tido mais espaço que a outra. Eu fico satisfeito porque de uma forma ela tá aí, gravada, e as pessoas têm acesso.


RESENHANDO – Você estourou com a música “Tô Feliz! Matei o presidente” em 1992, você “mataria” o presidente hoje? Qual sua visão política atualmente?
GABRIEL O PENSADOR - Quando eu falava em matar o presidente era uma morte política. E o impeachment aconteceu devido às denúncias tão pessoais envolvendo o Fernando Collor, que era o alvo daquela crítica. O Lula decepcionou porque o governo dele não foi combativo quanto à corrupção. Ele pode ter tido méritos em algumas coisas, mas em relação a isso foi uma decepção, já que um partido que nunca tinha sido governo e acabou aceitando uma prática que não foi iniciada por ele, a gente lembra que já acontecia no governo anterior e em outros, mas talvez a gente esperasse um combate ou uma postura diferente. E ele com esta maneira de se defender e não se envolver acabou sendo, como pessoa, não tão envolvido quanto o Collor. É uma coisa que ficou muito mal explicada, virou até piada com este negócio dele dizer que não sabia de nada, a gente sabe que é uma maneira dele escapar da responsabilidade e hoje a gente faz política de outra maneira. Aquela era uma música que surgiu na época, “Tô feliz! Matei o presidente”, era bem agressiva. Hoje eu já entendo um pouco mais, eu sei que não é só o presidente que faz política, tem o Legislativo que é muito importante e também tem muita corrupção. Tem o Governo Federal, o Judiciário, o Governo Estadual e o Municipal. É uma coisa muito mais complexa. Por isso hoje eu não farei uma música pessoal contra o Lula, mas eu continuo criticando quando acho que devo criticar. O artista tem que ter independência, saber elogiar na hora que merece, mas também criticar, sem medo, o que tiver errado.


RESENHANDO – Em uma declaração, a Regina Casé disse que “a alegria é uma opção política e revolucionária”. E falando em alegria, você sempre usa humor nas tuas músicas, você acredita que o humor facilita para passar tua mensagem?
GABRIEL O PENSADOR - Boa pergunta! Acho que é uma postura que o brasileiro tem dentro de si mesmo. Eu até fui a Angola e vi que a gente herdou muito isso do africano. É um jeito de encarar as dificuldades sem perder a vontade de sorrir e de ser feliz. Eu acho que isso tem um lado que é bom, mas também a gente vê que tem um lado passivo demais em certos casos. Comparando com outros países da América Latina, eles protestam mais, têm uma postura mais combativa. É uma juventude que tem uma participação mais ativa. E a gente aqui, com o nosso carnaval, com o nosso jeitão muito alegre às vezes perde nisso também. Eu acho que é uma questão de equilíbrio e na crítica, como você falou, eu acho que o humor pode ser uma ferramenta.


RESENHANDO – Vendo a história do Rorbeto, lembrei da música “Mário”, que conta a história de um jovem que se torna revolucionário. Você já pensou em transformar alguma música em livro.
GABRIEL O PENSADOR - Não, nunca pensei, mas acho que o clip tem um pouco disso, de contar aquela história. Várias outras músicas minhas contam a história de vida de alguns personagens, como “Mário”, “Pátria que me pariu” e “Cachimbo da Paz”. Isso é interessante. Talvez “Um garoto chamado Rorbeto” vire uma peça infantil, é um projeto ainda.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

.: Cineflix: lista dos dez melhores filmes que estrearam nos cinemas em 2022

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em dezembro de 2022


2022 foi marcado como o ano do regresso definitivo do público aos cinemas. E a turma da poltrona com balde de pipoca e refrigerante foi presenteada com produções incríveis e de gêneros variados como "Trem-Bala", "O Telefone Preto", "O Menu", "O Acontecimento", "Bardo: falsa crônica de algumas verdades", "Avatar: O Caminho da Água", "Esperando Bojangles", "A Felicidade das Pequenas Coisas", "O Beco do Pesadelo", "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", "Entre Rosas", "Tempos Super Modernos", "Adão Negro", "Ela Disse", "A Mulher Rei""Batman" além de marcantes produções brasileiras como "Eduardo e Mônica", "O Palestrante" e "O Amor Dá Voltas"

A emoção nos cinemas foi tanta que voltaram para as telonas o sucesso de bilheteria "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa", em versão estendida, assim como o destaque de público que estreou em maio: "Top Gun: Maverick". A produção protagonizada por Tom Cruise conseguiu a proeza de se segurar em cartaz por semanas e, alguns meses depois, retornar para mais algumas semanas, coincidindo com o "Dia dos Pais". Nós do Resenhando.com, que assistimos aos filmes no Cineflix Cinemas em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping, elencamos aqui as 10 melhores produções cinematográficas que passaram nas telonas daqui. Confira! 

"Trem-Bala"

O crime não compensa, mas rende uma tremenda história recheada de ação e com um mistério a ser desvendado em partes, tal qual aquelas bonequinhas russas, as matrioskas. O longa dirigido por David Leitch, o mesmo de "Deadpool 2", "Trem-Bala" é um filme de ação com sequências eletrizantes de tirar o fôlego. Sem uniforme de látex e tentando não fazer uso de armas, o protagonista de Brad Pitt, chamado carinhosamente de Ladybug (Joaninha) faz e acontece nos vagões de um trem-bala que segue caminho com toda agilidade rumo a Kyoto. Por isso é o primeiro filme da lista do Resenhando.com!

"Elvis"

Cheio de pompa e estilo, a cinebiografia retrata a vida do ícone do rock que muitos juram não ter morrido. "Elvis"filme do diretor consagrado Baz Luhrmann ("Romeu e Julieta", "Moulin Rouge: O Amor em Vermelho" e "O Grande Gatsby"), apresenta edição ágil e com transições impecáveis, tendo pré-estreia no Dia Mundial do Rock. Em 2h39 não há uma nova história ou segredos expostos -como no recente "Spencer". Contudo, ainda que romanceado e com passagens floridas, "Elvis" trata-se de uma cinebiografia com uma trilha sonora muito bem usada para complementar falas e até pensamentos dos personagens. No entanto, o modo em que tudo é estampado na telona, consegue trazer um ar de novidade quando associado aos fatos que ocorrem em paralelo, atribuindo veracidade a toda narrativa. 

"O Telefone Preto"

No pódio, em terceiro, está "O Telefone Preto". Num visual retrô, leva o público para uma pequena cidade suburbana do Colorado em 1978 enquanto acontece uma partida de beisebol. Entre os adolescentes está o tímido e inteligente Finney Shaw (Mason Thames) que perde para o time oponente. O conto de Joe Hill, adaptado para as telonas, não é somente a história de meninos que foram sequestrados para a satisfação de um sádico. "O Telefone Preto" traz efeitos visuais que contribuem para que o público mergulhe no terror em que Finney é inserido quando capturado pelo sequestrador do carro preto, interpretado por Ethan Hawke ("Antes do Amanhecer", "Dia de Treinamento" e "O Homem do Norte"), ainda que a irmã, Gwen (Madeleine McGraw), tenha algumas informações privilegiadas -daquelas que a polícia esconde.

"Top Gun: Maverick"

O maior sucesso de bilheteria de 2022 é a sequência do clássico "Top Gun: Ases Indomáveis" que recebeu um novo subtítulo "Maverick". "Top Gun: Maverick" fez valer toda a expectativa criada durante o tempo de produção até a estreia nos cinemas, chegando com pegada de clássico. Seja nos minutos iniciais com os créditos da produção tendo imagens similares ao longa de 1986, ao som de "Danger Zone" ou por resgatar o melhor de seu protagonista: Pete "Maverick" Mitchell (Tom Cruise). Tudo regado a um romance pé no chão e muita ação nos ares em cenas de tirar o fôlego. O longa que é pura tensão em 2h 17m, para roer as unhas, é uma sequência de "Top Gun: Ases Indomáveis"Depois de mais de 30 anos, Maverick tira a famosa jaqueta do armário, acelera a moto e volta a pedido de Iceman (Val Kilmer). Embora contasse pilotar novamente com os melhores, acaba assumindo o posto de instrutor de alunos Top Gun e enfrenta os desafios da modernidade. 

"O Destino de Haffmann"

O drama histórico com pitadas de suspense, exibido durante o Festival Varilux de Cinema Francês, apresenta a história de um talentoso joalheiro quem dá o sobrenome ao filme que começa na Paris de 1941. Assim, o senhor Haffmann (Daniel Auteuil) depara-se com um aviso que irá mudar a vida dele e dos que estão a seu redor. Com a invasão dos alemães, por todo o país, a caça aos judeus é iniciada. Sem conhecer François Mercier (Gilles Lellouche), o novo funcionário do comerciante recebe a proposta de um acordo. Haffmann passa a casa e a joalheria para o nome do francês, além de permitir que ele e a esposa, Blanche (Sara Giraudeau), morem ali, enquanto o judeu e a família se refugiam na zona livre. Contudo, em "O Destino de Haffmann", o rumo da história não segue o planejado.

"Eduardo e Mônica"

"Quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?". É a pergunta que sempre circunda a tocante história de amor do filme "Eduardo e Mônica"o rapaz de 16 anos que está perto de prestar o vestibular com a estudante universitária de Medicina. O longa dirigido por René Sampaio  consegue emocionar o público por vezes e vezes, além de apresentar uma trilha sonora que faz cantar junto -e até dançar de modo contido na poltrona-, apresenta canções do "Legião Urbana", na voz de Renato Russo e até clássicas dos anos 80 e 90, como "Total Eclipse of the Heart". Sim! E que cena linda! Caso tenha conseguido segurar a emoção em algum momento do longa, quando Eduardo sobe ao palco e puxa o microfone para cantar o sucesso na voz da cantora Bonnie Tyler, fica impossível não se arrepiar e deixar escorrer algumas lágrimas que seja. 

"O Beco do Pesadelo"

A história perfeita e muito bem apresentada numa fotografia digna de Oscar, que saiu sem um prêmio do evento em 2022, tem um elenco de peso defendendo com unhas e dentes, personagens cheios de nuances que geram reviravoltas. A nova produção dirigida por Guillermo Del Toro, é um espetáculo completo, mesmo sendo ambientada num circo itinerante. O longa fisga o público com a grande jogada de trabalhar a narrativa, ou seja, apresenta pontos importantes da trama no início enquanto segue lançando provocações ao longo de 2h20min a respeito do rumo que a história irá tomar. É como um jogo bem elaborado em que cada situação, quando permite um novo passo a ser dado, fatalmente esbarra em um novo caos. Por outro lado, ao fim, percebe-se que tudo estava claro, ali, diante dos olhos do público, mas que nada percebeu.

"Batman"

"Batman", protagonizado por Robert Pattinson, com direção de Matt Reeves é uma tremenda surpresa. O filme do morcegão, apresenta um herói mais comedido numa história longa de quase 3h de duração que simplesmente contextualiza o enredo que conhecemos muito bem, mas foge o tempo todo da trama apelativa de heróis que logo começa com pancadaria ou explosões. Vale destacar também a cena pós-crédito, uma brincadeira debochada, para a Marvel e seus fãs. O novo longa do vigilante de Gotham City é de Pattinson que deixa espaço para que Zoë Kravitz faça seu show como Selina, a Mulher-Gato. Não há o que discutir, ambos entregam muito bem seus personagens. Ele em nada se assemelha ao Edward de "Crepúsculo" ou o jovem Cedrico da saga "Harry Potter", e Zoë Kravitz também é muito diferente da marcante Bonnie de "Big Little Lies". 

"Bardo: falsa crônica de algumas verdades" 

"Bardo, falsa crônica de algumas verdades", produção dirigida por Alejandro González Iñárritu, vencedor de quatro estatuetas do Oscar 2015 com "Birdman", incluindo na categoria de Melhor Filme, é pura poesia dedicada ao momento de despedida da vida. Em 2h39, a história pessoal e profissional Silverio, renomado jornalista e documentarista mexicano, é esmiuçada por quem está do outro lado da telona. Silverio, o latino-americano que viveu como norte-americanovolta para as origens e tenta lidar com uma crise existencial depois de ganhar um importante -e muito desejado- prêmio internacional -sequência que garante cenas de bastidores belíssimas. Aliás, "Bardo, falsa crônica de algumas verdades" também imprime poesia na impecável fotografia.

"Doutor Estranho no Multiverso da Loucura"

Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", assim como o título do longa dirigido por Sam Raimi sugere, o público é levado a encontrar o "Outro Outro Eu" do protagonista. Para tanto, logo nos primeiros minutos é apresentada a jovem America Chavez (Xochitl Gomez), garota com o dom sobrenatural de abrir portais em formato de estrelas, tendo grande facilidade em transitar pelos múltiplos universos. No entanto, ela, que é amiga de outro Doutor Estranho, topa com Stephen Strange conhecido do público no filme de 2016. Assim, aos poucos, sabe-se bem quem é America e, inclusive, quem está promovendo tal caçada para roubar o dom da moça: Wanda Maximoff, ou melhor, a própria Feiticeira Escarlate. Afinal, quem assistiu "WandaVision" logo entenderá o motivo da vingadora ter tamanha ânsia de viver em outro multiverso. 


Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

.: Coletivo Teremin, atração do 4º CulturalMente Santista, nesta quinta

"...esse futuro está nas mãos de pessoas como nós, que simplesmente fazem". 
Jota Amaral, do Coletivo Teremin

Das trilhas sonoras de filmes ao formato banda e um concerto que promete impressionar o público nesta quinta-feira, às 21h, no Teatro Guarany. Mas antes, os membros do Coletivo Teremin conversam sobre produção musical em Santos, às 19h30 do mesmo dia, no foyer do local. 

Depois, a apresentação ocorre no palco dentro do projeto "Quintas Autorais" que, neste mês, integra também a programação do 4º CulturalMente Santista, em uma parceria estabelecida com o Departamento de Eventos da Secretaria de Cultura de Santos. Abaixo, o baterista e produtor musical Jota Amaral fala da história do Coletivo Teremin, do processo de criação do CD, entre outros temas. 

Como surgiu o coletivo Teremin?
O Coletivo Teremin surgiu como proposta de criação de trilhas sonoras. Thiago Santos e Jota Amaral já acumulavam alguns trabalhos desde 2004. Em 2012, chamaram Matheus Bellini e, em 2013, Guilherme Meduza chegou para completar a base do grupo. 


Como tudo começou? 
O início aconteceu por meio de um convite do Instituto Querô, para a criação da trilha sonora de um curta-metragem. O filme em questão, chamado "Santos Eu Te Amo", apresenta imagens de vários pontos da cidade litorânea. O tema inspirador resultou na canção "Cantos de Santos".  

Por que Teremin para batizar o Coletivo?
A identificação com um instrumento peculiar, curioso e inventivo, que é o Theremin, foi a inspiração para preencher a lacuna do nome. A grafia foi adaptada para dar mais identidade. Assim surgiu o Coletivo Teremin, formado essencialmente por esses músicos e convidados. 



E o resultado disso?
O resultado foi tão positivo que outros convites apareceram. Em 2014, fomos contratados para criar as trilhas de um seriado chamado "A Grande Viagem". A produtora paulista Aurora Filmes lançou o desafio: cada episódio seria ambientado em um país diferente. Para isso, era preciso criar trilhas que remetessem a lugares como Espanha, Japão, França, Arábia, Estados Unidos... Ao todo foram cerca de 60 fonogramas que surgiram com muita pesquisa de escalas, instrumentos e timbres. E hoje, além desse trabalho, também temos a "Oficina de Trilhas Sonoras & Desenho de Som". Costumamos aplicar esse workshop em três dias de atividades teóricas e práticas, e contamos com um estúdio próprio para a realização. 

Como foi a evolução da trilha de cinema para a formação em banda? 
O caminho foi natural para que o Teremin se tornasse de fato uma banda, que conseguisse executar ao vivo uma coletânea dos melhores trabalhos desses três anos. A formação inicial de guitarra (Thiago Santos e Guilherme Meduza), baixo (Muniz Crespo), bateria (Jota Amaral) se completa com um quarteto de cordas (dois cellos, um violino e uma viola) liderado por Bellini. 


E o CD, como foi o processo de produção e também as dificuldades?
Esse CD é uma coletânea de três anos de existência do Coletivo Teremin. Não foi nada fácil selecionar 26 músicas de um repertório de mais de 80, que fizemos ao longo desse tempo. Muita coisa foi composta em uma época em que não tínhamos a menor pretensão de sermos uma banda. Algumas músicas são bem minimalistas no sentido de cumprir a função de trilha sonora para determinada demanda. Outras possuem uma grandeza de timbres que vão além do que conseguiríamos executar em palco, numa formação de quatro pessoas. 

O que é mais interessante, para vocês, nisso tudo?
O mais interessante para nós é perceber que esse caminho inverso que trilhamos, originalmente das trilhas e agora para o palco, nos guiou para uma música que não possui barreira de estilos, instrumentos, timbres… Somos o que a música precisa. Não existe baterista, guitarrista, baixista, violoncelista… O que existe são músicos. Operários do som. 


E no show, o que o público pode esperar?
Lembro que as primeiras músicas que fizemos, assistíamos aos filmes e sempre perguntávamos: que sentimento isso quer passar? Tristeza, alegria, desconfiança, desafio, superação, humor, solidão, estranheza... O ponto de partida era o sentimento que teríamos que buscar nos sons. E a tradução de algo tão genuinamente humano para o universo dos sons é um assunto inesgotável. 

Antes da apresentação, vocês participarão de um bate-papo sobre produção musical. Como é, para você, este setor em Santos?
Todos sabem sobre a dificuldade de viver profissionalmente da produção artística no país. Em Santos, comparado a São Paulo e Rio de Janeiro, essa dificuldade é ainda maior. O que percebemos são alguns setores da sociedade se mobilizando em causas comuns. É daí que surgem alguns festivais, saraus, simpósios… No ano passado, tivemos a oportunidade de participar do CulturaMente Santista numa mesa que falava sobre Coletivos Artísticos juntamente com Rubens de Farias, na época no "Dose de Criação" e o DJ Luiz Dias Lufer, do "Futuráfrica". Os três participantes dessa mesa se conheceram nesta ocasião. Este ano nos juntamos para produzir um filme chamado "Ponto Final". 


O que pode dizer sobre a participação de todos no filme?
Cada um, dentro da sua área de atuação, colaborou para que o filme existisse. Fizemos várias festas para arrecadar recursos. O dinheiro existe, nesse caso, para fazermos tudo da forma mais profissional possível. Se dependesse única e exclusivamente do amor ao ofício, também teríamos feito, porque é assim que tem que ser. Sou otimista sobre o futuro da produção artística na nossa região, porque acho que esse futuro está nas mãos de pessoas como nós, que simplesmente fazem, sem imaginar outra opção, e isso estimula o setor.

Voltando à produção musical...
Dentro da área de produção musical, temos ótimos profissionais, mas ainda vejo uma conduta amadora no que diz respeito à valorização. Temos alguns problemas de autoestima. Por exemplo, essa cultura do cover. O músico que tem um monte de músicas próprias de qualidade e sai de casa para tocar o cover. Em nenhum momento ele aproveita para colocar uma música sua no repertório. Criar público faz parte do trabalho do músico e já está na hora dele perceber isso. Aproveitar a exposição que tem tocando uma música de outro artista já consagrado para alavancar o seu trabalho. Pergunte aos músicos já consagrados como foi o início de sua carreira e você verá que muitos faziam isso. 

Fique à vontade para deixar um recado para o público.
Convidamos a todos para o lançamento do álbum Coletivo Teremin, nesta quinta, dia 12 de novembro, no Teatro Guarany, às 19h30, com o bate-papo sobre produção musical e, às 21h, com o concerto. 



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